The New Avenger escrita por Dark Sweet


Capítulo 4
Seja mais forte que os pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Hey! Demorei um pouco, né não?
Foi mal, sei que disse que iria tentar postar o próximo capítulo em dois dias, mas eu tive uns problemas com a minha internet.
Mas aqui estoy!
Dedico esse capítulo à fofa da Ana Carol. Fofa 3x porque sim! ❤
Boa leitura, bebês!



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 –Alô? -

—Como estão as coisas por aí, Adam? - perguntei sorrindo.

—Melinda! Sua desnaturada! - ri. - Que número é esse? -

—Estou com um celular novo, então chip novo também. - suspirei. - Acredita que um dos ajudantes do Michael me deu um susto e eu derrubei meu celular do décimo quinto andar do prédio que eles estavam construindo? - bufei frustrada ao lembrar do que realmente aconteceu com meu celular. - Só faltei matá-lo. Eu gostava tanto daquele celular. -

—Você derrubou seu celular do décimo quinto andar? - Adam estava desconfiado.

—Sim. Eu estava na janela, tirando uma foto da vista. A vista daquele prédio é tão linda. - suspirei. - A vista e meu celular são as poucas coisas que me salvam desse tédio. -

—Como está sendo o castigo? O pai está te fazendo ajudá-lo? - escutei uma risada do outro lado da linha.

—Sim! Nunca achei que construir prédios fosse tão chato! Achei que era só juntar os tijolos, o cimento e pronto! Prédio feito. Só que você tem que analisar o terreno, ver qual tipo de tijolo será melhor e o pior de tudo: fazer cálculos! Você tem noção do quanto isso está sendo chato? -

—Realmente eu achei muito precipitado esse castigo que nossos pais te deram. Tipo, você nem chegou a fazer a pegadinha com o diretor! Só foi pega em flagrante e recebeu uma suspensão. -

—É, e por causa da suspensão eu estou aqui em New Jersey ajudando nosso pai a construir um prédio. Patético. -

—Quando você vem, Melinda? - escutei Will gritar. - O Adam está muito chato! - ri.

—Sai daqui, pirralho! - Adam resmungou. - E para de gritar no meu ouvido, seu sem noção. -

—Mel, ele não quer brincar comigo! - Will falou ignorando o irmão.

—Adam! Por que você não quer brincar com o Will? Ele é seu irmão e você tem que dar atenção a ele! - falei sorrindo.

—Ele é um chato, isso sim. Você tem falado com os meninos? -

—Não. Eu ainda não recuperei meus arquivos pela nuvem. - falei observando Reginna vir até mim. - Mas assim que eu recuperar vou falar com eles.

—Certo. O Charlie e o Tyler estão malucos sem você naquela escola. - ri e Reginna parou na minha frente.

—Adam, eu preciso ir. Michael está mandando eu cumprir com minhas obrigações. - resmunguei a última parte para dar mais realidade a mentira.

—Tudo bem. Boa sorte com o castigo. - senti um tom de deboche na fala dele.

—Sei. Vê se você dá atenção ao Will! Ele só tem 9 anos, Adam! Brinque com o garoto! - falei séria.

—Ok, ok. - ele resmungou e eu desliguei.

—Algum problema, Reginna? - perguntei guardando meu novo celular no bolso da calça.

Sim, a S.H.I.E.L.D. me deu um celular novinho em folha! E também me instruiu a ficar aqui no Playground durante o tempo de recuperação do meu pai e, consequentemente, minha suspensão da escola. Coulson disse que isso era precauções para que a HYDRA não me encontrasse, já que, de alguma forma, ela deve ter algum reconhecimento dos meus poderes. Ele e meu pai elaboraram uma mentira para contar a meus irmãos e meus amigos, minha mãe já sabia de tudo.

Pois é. Melinda Hunters estava quase se tornando uma espécie de fugitiva.

—Não. Então, o seu irmão acreditou? - assenti.

—Mentir para meus irmãos e amigos não é um obstáculo muito grande. Não quando a mentira envolve meus... aquilo.— disse colocando meu cabelo atrás da orelha. - Se bem que eu só falei com meu irmão. - ela assentiu.

—Coulson e seu pai quer falar com você. - a encarei séria.

—Você disse que não tinha nenhum problema. - ela riu.

—E não tem. Eles querem apenas conversar. - semicerrei meus olhos em sua direção, mas assenti.
Reginna começou a caminhar e eu a segui. Ela me levou até o quarto onde meu pai estava. Tinha se passado dois dias, mas ele ainda estava se recuperando dos ferimentos internos.

—Eu só quero saber uma coisa. - disse antes que Reginna abrisse a porta.

—O que? -

—Eu estou encrencada? - ela sorriu.

—Entre e você saberá. - revirei os olhos e abri a porta, entrando no quarto. Coulson e meu pai estavam conversando, rindo de algo.

—Hey. Melinda, venha cá. - Michael me chamou sorrindo.

—Está melhor? - perguntei me aproximando.

—Sim. E você? Está gostando daqui? - sorri assentindo.

—Sim. Alguns agentes são muito caretas, estão na maioria das vezes sérios. Mas entendendo que é o trabalho deles. - dei de ombros. Os dois homens sorriram. - Reginna me falou que vocês querem conversar comigo. O que eu fiz de errado e não estou sabendo? - arqueei a sobrancelha. - Oh, céus. Foi por causa dos mentos nos refrigerantes? Sei que você pediu que eu não fizesse nenhuma pegadinha, mas eu estava quase morrendo de tédio! - apressei em me explicar, porém quando vi os olhares confusos dos dois me arrependi amargamente. Eles não sabiam da pegadinha.

—Você fez uma pegadinha aqui? Com os agentes? - Michael questionou.

—Foi só uma. Juro. - falei gesticulando com as mãos. - A pobre da Daisy riu tanto quando os refrigerantes explodiram que eu achei que ela iria morrer por falta de ar. -

—Então você fez uma pegadinha com a Daisy? - Coulson perguntou com um sorriso discreto.

—Ela é uma agente super importante e essa pegadinha inocente irá me trazer complicações? - o diretor da S.H.I.E.L.D. riu, fazendo meu pai rir também. Soltei um suspiro aliviado.

—Acho que era disso que a S.H.I.E.L.D. estava precisando, Melinda. Um pouco de humor. Realmente alguns agentes são muito caretas. - sorri.

—Se não era para me repreender por causa da pegadinha, por que vocês querem conversar comigo? - indaguei curiosa. Coulson trocou um olhar rápido com Michael.

—Querida, você entende que eu preciso... -

—Você poderia não começar essa conversa desse jeito? - pedi sem jeito. Observei o olhar confuso de Michael. - Meu pai começou a falar comigo desse jeito naquele dia. - ele assentiu entendendo.

—Desculpe. - sorri fraco. - Melinda, eu estava conversando com o Coulson e vimos que você não pode viver sempre com medo. -

—Medo? Quem é que está com medo aqui? - falei me fingindo de desentendida. Michael me encarou sério. - Ok. Prossiga. - resmunguei.

—Sabemos que você não gosta dos seus poderes, afinal a forma que você os ganhou foi horrível. Porém, isso não pode impedir que você tente controlar eles. -

—Pai, já falamos sobre isso. Eu não consigo. - falei olhando para um ponto qualquer.

—Você não consegue ou você não quer?— encarei ele séria. - Você não tem medo apenas de perder o controle, Melinda. Você também tem medo de aprender a se controlar e começar a gostar daquilo que você acha que matou seu pai. -

—Está bem! Você tem razão! Eu estou com medo disso acontecer também, ok? Gostar da coisa que matou meu pai? Que matou várias pessoas? Que me fez mudar de nome e de estado? Que me faz mentir para meus amigos e irmãos? Totalmente fora de cogitação! - cruzei os braços.

—Melinda, é totalmente compreensível que você não goste dos seus poderes. - Coulson tomou a palavra. - Porém, viver sempre com medo não é algo recomendado. Você não pode ficar com receio de aprender a se controlar porque tem medo de começar a gostar dos seus poderes. Se você deixar de ter medo, talvez você consiga controlar tudo. Você pode escolher quando usar seus poderes ou não. - fiquei calada.

—Muito legal esse seu jogo psicológico, Coulson. - falei apontando o dedo para ele. - Ok. Digamos que eu aceite a ajuda da S.H.I.E.L.D., o que vocês pretendem fazer para que eu aprenda a me controlar? -

—Iremos coloca você no Index. - franzi as sobrancelhas.

—Index? O que é isso? - perguntei confusa.

—É um programa que consta todos os dados de pessoas superdotadas e objetos mágicos. Tudo para que tenhamos conhecimento sobre um possível ataque alienígena como há três anos. - assenti.

—Espera. Se a S.H.I.E.L.D. tem conhecimento dos meus pode... daquilo desde que eu os obtive, por que eu ainda não estou nesse tal de Index? -

—Porque eu preferi que você só estivesse no Index com a sua permissão. Seus pais concordaram. - Coulson tratou de explicar.

—Nossa. Que legal. - murmurei. - Ok. Como eu faço para estar nesse tal de Index? - eles sorriram.

***

Dados no Index, o próximo passo para Melinda Hunters aprender a se controlar estava sendo preparado. Meu pai pediu para acompanhar meu treinamento. Eu não achei apropriado, nem Coulson e muito menos a médica, mas depois de muita insistência da parte do Michael acabamos deixando.

Ele iria acompanhar o meu desenvolvimento com permissão da gente ou não. Por isso deixamos. Era melhor do que ele fazer tudo sozinho. A médica só permimtiu que ele fosse em uma cadeira de rodas e com a supervisão de uma enfermeira. Michael relutou um pouco, mas acabou aceitando.

E agora eu, Michael, Coulson e aquela enfermeira sem graça estávamos em uma espécie de cabine que dava para uma sala de treinamento. Para quê ela servia eu não sabia já que só tinha três modelos de uma pessoa na extremidade da sala.

A sala era grande, enorme na verdade. Para poder entrar nela você tinha que passar por uma cabine que tinha um enorme vidro e que dava para ver tudo o que acontecia lá dentro.

—Espera. Deixe-me ver se eu entendi. Vocês querem que eu entre nessa sala e use meus... use aquilo?— perguntei só para confirmar o que eu tinha acabado de ouvir.

—Sim. - Coulson assentiu. Ao ouvir a resposta afirmativa eu cai na gargalhada. Tanto que fiquei com uma rápida falta de ar. - Qual a graça, Melinda? -

—Isso! Meu Deus. Essa foi boa. - quando vi que nenhum dos dois riram um sentimento de pânico se instalou em mim. - Espera. Vocês não estão falando sério, estão? - nem mesmo a enfermeira que estava acompanhando meu pai ria.

—Sim, estamos. - Michael falou sério.

—Vocês têm merda na cabeça? - disse incrédula. - Isso está totalmente fora de cogitação! Eu não vou usar aquilo lá dentro! - apontei para a sala de treinamento. - Vocês querem o que? Querem morrer? - falei cruzando os braços.

—Melinda, sei que você está com receio, mas esse é o primeiro passo. Saber até onde você é capaz. - Coulson falou calmamente. Ele não sabe que está praticamente a um passo da morte?

—Eu sei até onde eu sou capaz. Até fazer um tipo de escudo ao meu redor, apenas protegendo a mim, e gerar uma explosão que irá matar todos os presentes. Então é melhor a gente nem fazer nada a respeito! -

—Esse é o seu pior erro, querida. Você coloca limites em si mesma. - meu pai falou me olhando nos olhos. - Não se preocupe. A sala é altamente resistente. É seguro. -

—Ah, é? - arqueei a sobrancelha. - Eu acho que não, pai. -

—Bom, Melinda, você quem sabe. Mas saiba que se você não fizer isso em algum momento, irá viver sempre com medo. - encarei Coulson.

—Joguinho psicológico de novo? - suspirei passando as mãos pelo cabelo. - Nessa sala tem câmeras? Eu poderia tentar fazer se vocês estivessem bem longe daqui. Não só vocês três, mas todos presentes nessa base secreta. -

—Melinda, não precisa disso. A sala é bastante resistente. - suspirei.

—Eu não sei. - falei olhando para meus pés.

—Querida, se você não estiver pronta tudo bem. - Michael segurou minha mão. Respirei fundo olhando para ele.

—Se tratando desse assunto eu nunca vou estar pronta. - falei indo até a porta e a abrindo. - Só espero não machucar ninguém. - confabulei com meus botões. Entrei na sala enorme e fechei a porta.

Olhei o local onde estava. Aquela sala parecia maior ainda quando você estava dentro dela. Observei os três pela enorme janela de vidro e me posicionei de frente para os bonecos. Isso não vai prestar.

—Quando você quiser, Melinda. - a voz de Coulson soou pela sala. Assenti e cerrei os punhos, sentindo minhas unhas rasgarem um pouco minha pele.

Respirei fundo e pensei em como eu fazia para liberar aquilo. Da primeira vez foi por causa do que eu fiz, eu desobedeci meu pai, mexi onde não devia e matei não apenas ele, mas várias pessoas. Da segunda vez foi porque eu vi que estava prestes a perder a perder meu outro pai. Céus. O que eu faço agora?

Eu não queria reviver tudo de novo. Tinha que encontrar outra forma de extravasar. Mas como?

Juro que eu pensei em tudo. Raiva, felicidade, tristeza, tudo. Até na morte do meu cágado quando eu tinha 7 anos. Mas nada aconteceu.

—Não consigo. - falei. - Não consigo. - me virei para a janela.

—Quer tentar mais uma vez? - Coulson perguntou gentilmente. Neguei.

—Não. Talvez isso seja um sinal dizendo que eu não devo fazer isso. - o homem assentiu compreendendo.

—Tudo bem, Melinda, isso acontece com todos. - ele sorriu. - Quer tentar outra coisa? Não envolve seus poderes. - semicerrei os olhos.

—O que? -

***

—Me bate. - Amélia falou.

—Que? - murmurei confusa.

—Um soco, um chute. Qualquer coisa. Bata em mim, Melinda. - ela repetiu.

—Vem cá. Esses agentes da S.H.I.E.L.D. são o que? Loucos ou suicidas? - a agente fofa e filha de Reginna soltou uma risada.

—Um pouco de cada. Vamos. Me bata. - neguei com a cabeça. Ela suspirou. - Vamos, garota. Preciso saber se você sabe alguma coisa de luta. Se sabe socar, chutar. Qualquer coisa. -

—Ah, claro. Eu bato em você, apanho e recebo um olho roxo. Não, obrigada. Eu passo essa. - ela riu.

—Qual foi, Melinda? Está com medo? - senti um tom de deboche na fala de Amélia.

—Eu não estou com medo! - bati meu pé no chão enquanto cruzava os braços.

—Ah, não? Então por que você não me bate? - Amélia arqueou a sobrancelha e logo deu um sorriso sarcástico. - Ah, claro. Se você conseguir me acertar. - trinquei o maxilar e cerrei meu punho. Então rapidamente dirigi meu braço na direção dela, tentando acertar um soco. Lógico que Amélia segurou meu punho facilmente, claro. - Muito bem. Só que você terá que ser mais rápida, Lindinha.— grunhi e tentei acertar outro soco com minha outra mão. Amélia se abaixou soltando meu punho. - Tente mais uma vez. -

Ergui minha perna direita e desferi um chute na lateral do corpo dela, mas antes que eu a certasse, Amélia segurou meu tornozelo e sorriu.

—Você é boa, Melinda. - semicerrei os olhos, procurando um tom de ironia, mas não achei. Amélia, que ainda segurava meu tornozelo, empurrou minha perna e eu cai no chão. Ainda bem que a sala tem um chão totalmente coberto para evitar maiores acidentes e amortecer a queda. - Mas precisa melhorar em algumas coisas. - bufei ainda no chão. Amy riu.

—Quando o Coulson sugeriu que eu aprendesse a lutar para caso a HYDRA ou qualquer organização do mal fosse atrás de mim, eu não sabia que ao aceitar eu teria que apanhar! - a garota riu, fazendo-me revirar os olhos. Aproveitei o momento de distração dela e dei uma rasteira nela, fazendo Amélia cair com os olhos arregalados.

—Uma coisa que o Michael vivia me falando era que nunca, em hipótese alguma, abaixe a guarda. - sorri vitoriosa. Amy sorriu também e girou. Em menos de dois segundos ela estava em cima de mim, com seu antebraço pressionando meu pescoço.

—Realmente, Melinda. Nunca abaixe a guarda. - agora era ela quem sorria vitoriosa. - O que você para sair de uma situação dessas, Melinda? -

—Pede para o adversário me soltar e me deixar viver? - ela arqueou a sobrancelha. - Esqueci o por favor? - quando vi que ela estava séria soltei um suspiro. Lembrei dos filmes de ação que Will me fazia assistir com ele. Reuni forças na minha perna e dei um chutei em Amélia que fez ela me soltar e cair longe. - Meu Deus! Você está bem? - perguntei indo até ela. - Meu Deus. Amélia, me desculpe. Eu não queria te machucar. - então a garota riu. - O que? - murmurei confusa.

—Caramba, Melinda! Você tem um chute e tanto! Vamos trabalhar isso. - assenti.

—Mas eu não estou encrencada, estou? - ela riu balançando a cabeça.

—Só se você não me bater. - franzi as sobrancelhas confusa e senti Amélia puxar meu braço e prender ele com suas pernas.

—Ei! Isso é trapaça! Você me pegou desprevenida! - ela sorriu.

—Nunca perca o foco, Melinda. Agora saia dessa saia justa. Vamos! - céus. Como que uma pessoa sai de uma chave de braço?

Respirei fundo e comecei a puxar meu braço. Eu não sei se é isso que se faz, mas não estava dando certo. Argh! Puxei minhas pernas para junto do meu tronco e comecei a empurrar as pernas dela do mesmo jeito que puxava meu braço.

De alguma forma isso estava dando certo. Comecei a questionar se eu estou saindo dessa sozinha ou Amélia está deixando.

Quando me soltei, apressei-me em levantar e ir para longe dela, que também levantou.

Ergui meus punhos e me aproximei devagar. O que eu faço agora? Controlei minha respiração e ataquei com um primeiro soco que Amélia desviou facilmente. Outro quase acertou seu rosto e eu dei um sorriso pequeno.

Porém, Amélia segurou meu braço e o colocou atrás do meu corpo. Me imobilizando. Ok, fui pega. O que eu faço agora? Cogitei a ideia de dar uma cabeçada na cabeça dela, mas depois de imaginar a dor de cabeça que eu iria ficar, descartei ela logo de cara.

Certo, sair dessa sem meter minha cabeça com a de Amélia. Dei um sorriso de lado e dei um jeito de soltar meu braço que não estava atrás do corpo, dando logo em seguida uma cotovelada nas costelas de Amy que se afastou, soltando meu braço.

—Está tudo bem? - ela assentiu. Me aproximei de Amy e quando penso que ela parou de tentar me bater, sou surpreendida por um soco que pegou no canto da minha boca.

Cai no chão que nem fruta madura. Levei minha mão até o canto da boca e vi que tinha um pouco de sangue.

—Meu Deus. Melinda! Você está bem? Juro que eu não queria te machucar, eu só achei que você iria desviar e... - comecei a rir. Tanto que lágrimas se formaram em meus olhos.

—Uau! Que gancho de direita, Amy! - sorri. - Está tudo bem. Aliás, esta tudo ótimo. Eu apanhei, mas bati também  certo? - ela riu assentindo.

—Sim. Acho melhor pararmos por aqui. -

—Também acho. - concordei e ela ofereceu sua mão para me ajudar a levantar.

Aceitei e já de pé, observei Amy ir até a porta da sala de treinamento. Aquele era o momento perfeito! Fui atrás dela e quando estava bem próxima, passei meu braço pelo pescoço dela e sorri.

—Oh! Parece que Melinda Hunters acabou de dar um mata-leão em Amélia Rivera. - falei vitoriosa. Amy sorriu e fez algo que eu não processei direito. Quando dei por mim, já estava no chão, encarando Amélia que sorria. - Uau! Precisa me ensinar isso, amiguinha! -

—Claro que ensino. - ela estendeu a mão e eu a segurei, mas antes que ela me levantasse eu a puxei e fiz de novo o mata-leão, só que dessa vez prendi suas pernas com as minhas e seus braços. - Ok, ok! Você venceu. - Amy disse batendo no chão. A soltei e sorri vitoriosa. - Você não desiste nunca, não é? - neguei com a cabeça ainda exibindo meu sorriso. - Isso é bom. Perseverança. Muito bem, Melinda. -

Já tinha tomado banho, trocado de roupa e comido alguma coisa. Falei com meus amigos e minha mãe e logo resolvi ver como meu pai estava. E ele estava melhor. Os ferimentos do seu rosto já estavam curando. E o olho roxo quase não dava para ver.

—Assisti as imagens do seu treinamento com a Amélia. Você luta bem. - Michael falou assim que entrei no quarto dele.

—Que nada. Apanhei na maioria das vezes. - falei rindo.

—Mas também bateu. E se defendeu. - ele sorriu e segurou minha mão. - Falou com sua mãe? - assenti.

—Ela está com saudades. Disse que os meninos estão enlouquecendo ela. - soltei uma risada.

—Como você está, querida? - suspirei.
—Bem. Estou aproveitando o máximo já que logo vamos embora. - sorri triste.

—Sabe que o Coulson sugeriu que você continuasse com o treinamento para aprender a se controlar. Pode vir para cá sempre que quiser. - respirei fundo.

—Não vai dar certo, pai. Não sem contar ao Adam o que eu... tenho. Eu... não vai dar certo. - ele assentiu, compreendendo.

—Vamos dar um jeito. - sorri. - Vá descansar, Melinda. Você já se esforçou demais. - assenti e beijei a testa dele. Sai do quarto dele e entrei no meu.

Me deitei e tentei dormir. Porém, não consigui. Ora pelo fato de eu não ter conseguido liberar aquilo na sala de treinamento, ora pelas cenas que vinham na minha cabeça sempre que eu fechava os olhos.

***

Abri a porta do quarto do meu pai lentamente. Ele dormia, calmo. Deu até pena de entrar no quarto dele, mas eu não iria conseguir ficar sozinha.

Fechei a porta devagar e fui até a poltrona, me deitando e me cobrindo com o cobertor que eu trouxe. Fechei os olhos na esperança de conseguir dormir. Não consegui.

—Melinda? - olhei para a cama. - O que está fazendo aqui, querida? -

—Não consegui dormir. - sussurrei alto o suficiente para ele escutar.

—Os pesadelos voltaram? - neguei. - Melinda. - suspirei.

—É, voltaram.— olhei para meus pés coberto.

—Venha cá. - levantei da poltrona e fui até a cama, sentando na beira. - Seus remédios? Eles acabaram? -

—Não. O vidro ainda está praticamente cheio! - menti.

—Melinda. - ele me repreendeu sério.

—Ok. Está na metade! - Michael me encarou. -Ok, ok. Ele acabou. - cruzei os braços.

—Sabe que eu não quero que você dependa dos antidepressivos para poder conseguir lidar com isso. -

—Mas eu preciso deles. - falei séria.

—Então assim que voltarmos para New York, marcaremos uma consulta com sua psicóloga. -

—Não! Isso não. Não quero ter que voltar para aquela psicóloga de meia tigela. -

—Melinda. - Michael me repreendeu.

—Ela é muito chata! Muito sem sal! Fora que ela nem acredita que eu tenho aquilo! Seria bom se ela não fosse tão insuportável. - Michael sorriu. - O ruim é para eu ter outro frasco de remédio, preciso de uma prescrição médica e para ter uma prescrição médica eu preciso ir à uma consulta. E eu não quero ir à uma consulta. -

—Então façamos o seguinte. - ele segurou minha mão. - Você irá para outro psicólogo. -

—O que? -

—Sim, Melinda, outro psicólogo. Só que esse é diferente. -

—Mas... eu vou ter que contar tudo para ele. Tudo.— falei sem fôlego.

—Sim, mas ele está acostumado a ouvir e lidar com esse tipo de coisa. - franzi as sobrancelhas confusa. - Esse psicólogo é o mesmo psicólogo que os agentes da S.H.I.E.L.D. vão. Ou seja, ele está acostumado a lidar com missões fracassadas, poderes, perdas, traumas. Qualquer coisa fora do comum. -

—E ele pode realmente me ajudar? - Michael assentiu. - Você já foi para uma consulta com esse psicólogo? - novamente uma resposta positiva. Pressionei os lábios. - Ok. Assim que voltarmos para New York você pode marcar uma consulta com ele. O mais... o mais rápido possível. - meu pai sorriu.

—Tudo bem, meu amor. Tente dormir, sim? - neguei.

—Não sei se consigo. - falei suspirando.

—Deite aqui comigo. - ele afastou um pouco para o lado e eu me deitei ao seu lado. - Agora feche os olhos. - fiz o que ele pediu. - E durma, Melinda. -

—Mas... - tentei falar.

—Seja mais forte que os pesadelos, querida. E você conseguirá dormir sossegada. -


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Notas finais do capítulo

Hey!
Então? O que acharam? Gostaram? Não gostaram? Comentem, bebês!
Até a próxima!



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