San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 85
161. Ensaio + Cansada de Sofrer


Notas iniciais do capítulo

Ei, pessoinhas!

Eu queria dizer que não vai demorar muito para que a história acabe. Se eu estou cansada, fico imaginando vocês kkk "Essa história não tem FIM" ~vocês pensando, mas tão aqui lendo (e eu fico muito grata por isso).

Sabe, eu pensei diversas vezes em dar um tempo, parar de escrever, porque as ideias não fluíam mais. Eu quase sempre fico travada, não tenho mais tantas ideias legais, então estou adiantando muita coisa, talvez vocês tenham percebido que o tempo dentro da história está passando bem mais rápido do que antes. Eu só não parei de escrever porque quero dar um final digno aos meus filhos, e também não quero deixar vocês na mão.

Eu vou até o fim, e só quis comentar mesmo que as coisas estão passando mais rápido para que acabe mais rápido, mas sem que fique chato ou forçado.

Sory pelo textão. Vamos ao capítulo, seus lindos.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746722/chapter/85

— Beca... — disse Micaela, interpretando Maria. — Beca.

— O que foi?! Não me assuste mais do que eu já estou assustada! Fala logo! — Segurei seus ombros, desesperadamente.

— Você não tem noção — falou, com os olhos levemente arregalados. — Você não tem ideia...

— Do quê?

— O livro... Aloys estava lá também.

— Lá onde?

— Eu não sei explicar...

Dei uma breve olhada para James, que estava deitado no chão ao lado do livro. Assim como Rebeca, estiquei a mão para pegá-lo, mas Mica me deteve.

— Não! Você não pode pegar o livro.

— Por que não? — Me alarmei com seu tom. — O que Aloys está fazendo lá?

— Ele me salvou do... Do... — Hesitou, como se tentasse lembrar do nome. — Eu não sei o que era aquilo.

— Como ele te salvou...?

— Não sei exatamente. Ele conversou com aquele... ser. Ele... não tinha corpo, e usava uma máscara com apenas metade do rosto. E mesmo que ele não tivesse mãos, senti como se ele me segurasse... Ah, aqueles meninos estavam lá também. Aqueles do museu, lembra? Estavam presos.

— Presos?

— É. A alma deles, acho. Foi tudo tão rápido... Não consigo me lembrar direito.

— Rápido? Como assim? Eu fiquei aqui um milhão de anos esperando!

— Eu juro, foi muito rápido.

Suspirei de forma cansada. — Tudo bem, Maria... Você sabe quando ele vai acordar? — Indicou James com o olhar.

— Não. Eu lembro de ter ouvido ele pedir para me soltar, e falar de você.

— Algo sobre sua memória... Depois eu acordei e... — Micaela virou o rosto, parecendo ver algo que a deixou amedrontada.

Ao mesmo tempo que me virava, senti a mão de James segurar meu braço. Ele havia se sentado, porém, ainda estava de olhos fechados.

— Aloys...?

Lentamente, abriu suas pálpebras, piscando algumas vezes. Quando sua visão focou em mim, sorriu, aliviado.

— Eu consegui.

— Você voltou! — Sorri e pulei em seus braços, o abraçando, demonstrando todo o alívio de Rebeca. Pouco tempo depois, fui afastada gentilmente.

— Ele quer falar com você — disse ele, ficando sério.

— Quem?

— O Guardião do livro. É melhor não o deixar esperando.

— Mas... como vou falar com ele? Eu não me lembro de nada, esqueceu? Como...

— Eu sei, eu contei a ele. Mesmo assim, ele quer conversar com você... — James pegou o livro nas mãos e cruzou as pernas. — Deite aqui.

Receosa, deitei a cabeça em seu colo.

— Não se preocupe. Você vai voltar... Não se esqueça. Foi você que invocou o Guardião, então não precisa ter medo dele. Respire fundo e segura o livro.

James depositou o livro em meu tronco e eu o segurei com as duas mãos, ao mesmo tempo que fechava os olhos. E, mesmo assim, consegui ver as luzes do palco escurecendo, não demorando muito para que tudo ficasse escuro, até mesmo a plateia. Senti James e Mica saindo de cena, e eu me levantei.

— Abra os olhos. — A voz de Bebê soou, quase ecoando no palco.

Um holofote me iluminou e eu olhei ao redor. Na história, Rebeca estava flutuando no vazio e, aos poucos, pontos de luz apareciam, como estrelas. Não tínhamos como fazer aquela parte, então substituímos por algumas pequenas luzes azuis, bem fraquinhas.

— Estou aqui. — Bebê disse novamente, e eu me virei em sua direção. Outro holofote acendeu, refletindo na máscara que ele usava. Como estava vestindo um manto preto, não era possível ver seu corpo ou cabeça. — Peço desculpas por seus amigos. Não foi minha intenção fazer mal a eles, mas... sabe como é. Preciso proteger o livro, é meu trabalho — disse gentilmente.

— Ah... tudo bem.

Ele se aproximou, andando devagar, e deu a volta, ficando do outro lado. — É, você está diferente daquela época. Tanto tempo se passou, mas... até que não está tão diferente assim.

— Aloys disse que... eu o invoquei.

— Correto... — respondeu, pensativo. — É muito curioso o que aconteceu.

— Eu não entendo.

— Eu também não.

— Mas... por que quis falar comigo?

— Porque eu sou um idiota que esqueceu a fala. — Bernardo deu risada, virando-se para a plateia.

— Ê, laiá. — Revirei os olhos, ouvindo algumas risadas.

As luzes se acenderam e vi a professora Eduarda levantando para entregar o roteiro a ele. Dei uma olhada para o lado, vendo James e Mica conversando e rindo, provavelmente da falha do Bebê, e sorri ao notar que a platinada parecia mais feliz.

James me viu ali e perguntou, silenciosamente, o que eu estava olhando. Neguei com a cabeça e voltei minha atenção à peça.

***

Os dias passaram, as revisões também. Logo viriam as provas, mas pelo menos poderíamos relaxar um pouquinho no fim de semana. Júlio nos chamou para sua casa já que, finalmente, estava fazendo calor de verdade. Se a temperatura passava dos vinte e cinco graus, já era o suficiente para nos fazer querer ir pra praia.

— Eu deixo para a próxima — anunciou Bebê, enquanto estávamos tomando café da tarde.

— Por quê? — perguntou Lili, quase ofendida.

— Porque eu mereço passar um tempo com o Carlos.

Ela cruzou os braços, pensando. — Ok, boa desculpa.

— Bom — comentou Júlio —, quer chamar o Yan, Bru?

— Não tem problema? — indaguei, incerta sobre aquilo.

— Claro que não.

— Hm... Tá, eu vejo com ele.

Como Yan tinha ido lanchar com Gabriel e outros colegas, esperei que eles terminassem e, depois, demos as mãos e caminhamos para o jardim.

— O Júlio nos chamou para ir pra casa dele hoje — comentei.

— Eu estou incluso no passeio? — Sorriu, de bom-humor.

— Se quiser, sim. Ele mora pertinho da praia.

— Ah... Tudo bem, vamos sim. Mas hoje vou ter que ir pra casa.

— E como vai fazer?

— Você pode me passar o endereço dele, e eu vou amanhã.

— Ok, vou ver se a Lili sabe e já te mando por mensagem.

— Tá bom. — Paramos em frente ao meu dormitório. — Então nos vemos amanhã.

— Sim. Vê se não atrasa.

— Pode deixar.

Nos beijamos e eu subi para arrumar a mochila. Meia hora depois, Lili passou lá para me buscar e fomos para a casa dela de carro. Após o ajudar com as louças do jantar, tomamos banho e deitamos.

— Sabe, eu estava pensando — começou ela, deitando de lado.

— Sobre o quê?

— Eu prometi a mim mesma que não vou mais ficar com ninguém por um bom tempo. Cansei se sofrer.

— Ah, é? Quero ver até quando isso vai durar.

— Ei, me dá um crédito! — Lili riu, me dando um tapinha no braço.

Dei risada. — Eu dou, só acho difícil você ficar tanto tempo sem se interessar por alguém.

— Posso até me interessar, mas não quer dizer que vou me comprometer. São coisas diferentes.

— Sei. Por que isso agora?

— Eu só cansei de ser deixada pra trás. Devia ter ouvido meus pais quando eu era mais nova. Eles falavam “se concentra nos estudos e pensa em namoro depois de terminar a escola”. Problemas amorosos te deixam um caco.

— Realmente. É complicado...

— É isso. Ficarei solteira, não vou procurar nenhum cara, não vou aceitar nenhum. Chega disso. Vou me preocupar com os estudos, vou pensar na área que eu quero seguir...

— Está certo. Te apoio nisso. — Mesmo que duvide que ela vai realmente ficar sem ninguém por muito tempo. Mas vamos ver.

— Obrigada. — Sorriu, orgulhosa. — O Yan vem amanhã, né?

— Sim. Ele disse que umas dez horas chega na casa do Júlio.

— Vocês nunca foram na praia? Sozinhos?

— Não. Por quê?

— Por nada. É algo legal de se fazer em casal. Vocês não precisam ficar com a gente o tempo todo, tá? Aproveitem pra andar na beira do mar, ficar juntinhos na água, tomar um sol.

— Ok, madame, pode deixar.

— Até pensei que você ficaria nervosa, mas lembrei de uma coisa.

— Como assim?

— Vocês já se viram de roupas de banho, no acampamento.

Pisquei, lembrando do fato de que estaríamos na praia. Era óbvio que ficaríamos com roupas de banho. Eu teria que usar biquini, Yan me veria. Ele usaria bermuda ou sunga, e eu o veria...

— Sério mesmo, Bru? — Ela riu, desacreditada.

— Faz muito tempo! E querendo ou não, nós dois mudamos...

— Relaxa, mulher. Pra que vai ficar nervosa com isso? Uma hora ou outra vocês ficariam... com pouca roupa — acrescentou, rindo ainda mais. — Vê pelo lado bom, na hora que vocês estiverem sozinhos mesmo, não vai rolar aquela super vergonha de ficar sem nada.

— Meu Deus, olha as coisas que você me fala. — Tapei o rosto com as mãos.

— Ué, e eu tô errada? Para pra pensar. Faz sentido. E quer saber? Aconteceu assim comigo e com o Viktor. Claro que eu fiquei com vergonha quando fomos para a praia pela primeira vez, mas por causa disso, não teve aquela neura na hora do bem-bom. Ele já tinha me visto, eu já tinha visto ele, e foi tudo certo.

Legal, agora vou ficar com isso na cabeça. Valeu, Lili.

— Já vi que não vai adiantar se eu falar alguma coisa. Você só vai ficar tranquila amanhã, te conheço. Então vou dormir, boa noite.

— Boa noite.

Bom, com certeza eu ficaria nervosa hoje ou amanhã, não importa muito a hora. Sim, já nos vimos de roupa de banho, mas faz tempo, mudamos...

Ok, sem neura, Bruna. Não é nada demais.

Virei para o outro lado e fechei os olhos, cansada do dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Claro que a nossa Bubu ficaria nervosa sobre isso, né? Senão, não seria ela kkk

Espero que tenham gostado.

Até mais o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.