Não demorou para que eu encontrasse uma saída.

Era madrugada quando eu fui até o quarto do meu pai e peguei seu celular. Me baseei na hora da ligação para ver o número que ligara mais cedo.

Ele existia. Não tinha sido ocultado. Era como se quisesse ser ligado de volta.

Liguei.

Era madrugada, mas eu fui atendido imediatamente. Nada era ouvido do outro lado da linha além de um ar condicionado forte, que passava seu frio pra minha barriga.

“Alô?”

Sem resposta.

“ Eu não sei como descobriu, mas... A culpa é minha... Não julgue meu pai por algo que é de minha responsabilidade...”

Sem resposta.

“ Ei... Quem é você e o que quer agindo dessa forma...?”

Sem resposta.

“ Você quer sucesso...? Quer acabar com a carreira do meu pai...? Isso te faz bem?”

Sopros semelhantes a risadas abafadas foram ouvidas do outro lado.

Entendi.

“ Tudo bem, eu... Eu te dou sucesso se deixar meu pai em paz.”

A ligação caiu.

Não dormi naquela noite. Tentei praticar ioga para relaxar, mas eu sou duro, não funcionou...

De manhã, na hora do café, ligaram novamente. Era uma moça.

Queria negociar meus trabalhos.

Ela sabia.

Ganhei um cliente.