“É hora de mostrar quem manda.”

Em sete dias, os gêmeos completariam quatorze anos.

Cada um se antecipava do seu jeito: Yuri se presenteava, consertando o braço do boneco favorito. Ame planejava uma grande e farta festa em homenagem ao rei, mesmo que nem ele nem os súditos estivessem à vontade com a perda de companheiros.

Os garotos mais velhos também planejavam algo. E encontraram o momento perfeito quando viram que Ame não estava em casa.

Ainda nem era tarde quando bateram na janela de Yuri. O garoto tinha acabado de terminar o conserto do boneco e o tinha guardado no bolso. Ouvindo as batidas, levantou-se e abriu a janela.

“ Quer se juntar a nós e fazer uma surpresa pro Ame-chan?”

Mesmo nervoso, Yuri aceitou o convite, sorridente. Em seu primeiro rebelde, pulou a janela e saiu escondido.

Não falavam nada no caminho. Yuri não sabia onde ia, mas ia sorrindo.

Sorriu até tudo escurecer.

Quando acordou, estava amarrado, o nó malfeito prendendo os pés e as mãos, deixando-o em uma posição que parecia de ioga, debruçado no chão.

Estava cercado por garotos com sorrisos assustadores.

No beco, Ame recebia uma carta de um dos garotos. Saiu correndo, desesperado.