O que para alguns era corriqueiro, para Ame era misterioso, digno de apreciação. Por que deixaria seu irmãozinho de fora? Não seria o herói de Yuri se não compartilhasse suas descobertas legais com ele...

Yuri sentia a insegurança de sempre, porém em algum lugar ali havia uma ponta de curiosidade. Se deixou ser puxado e ficou de tocaia na porta do quarto dos pais com o irmão.

Ame esperava, ansioso, como se soubesse que os gemidos que ouvira aquela noite iriam ecoar para fora do quarto novamente. Dessa vez iria entendê-los. De quebra, teria seu irmão consigo.

As coisas ocorreram em sequência. Dividindo a fechadura, os irmãos assistiram tudo: os beijos, as carícias, a hora estranha em que pareciam devorar um ao outro entre as pernas, a hora em que o pai parecia fazer uma careta enquanto seu quadril ia com força no quadril da mãe, a hora em que se abraçaram, ofegantes... Tudo.

Não acontecia só naquela revista. Acontecia ali, no quarto dos pais. Acontecia com todo mundo. Só não entendia ainda o que era aquilo, por mais que só de olhar, parecesse bom.

No canto, Yuri mordia o lábio, segurando o choro.

— A mamãe... O papai machucou ela...?