Emily estava radiante.

O dia fora perfeito. Passara-o com quem amava, o pai aceitara seu namoro, divertiram-se. E agora, que acabara revelando que Trish morava na rua, George dissera-lhe para busca-la. Morar com eles.

Já estava tarde, mas não quis esperar o dia seguinte. Não queria que Trish passasse mais uma noite naquele prédio poeirento que...

Estava pegando fogo.

Emily não pensou. Ignorando a tosse que intensificava com a fumaça, correu para dentro, chamando a delinquente, em pânico. Encontrou-a ao escalar um promontório de destroços, caída numa poça de sangue em meio ao incêndio.

Para seu alívio, estava viva. Gritou para que levantasse, apoiando-a como podia pra sustentar a perna quebrada, sem dar conta de erguê-la.

Seus gritos, porém, acordaram Trish, que finalmente saiu de seu torpor ao notar a namorada tentando tirá-la do inferno. Tirando forças de algum lugar, obrigou-se a levá-la dali, e cada tosse mais forte que ouvia era um incentivo para forçar ainda mais da perna quebrada e correr para a segurança.

Quando se arrastaram para fora do prédio, Trish chegou a seu limite. Ainda ouvia palavras incompreensíveis de Emily, e as únicas que conseguiu entender antes de por fim colapsar foram ‘Eu amo você.’