—Rosalie - perguntei -, e o Emmett?

 Afinal, Emmett era seu principal assunto desde que ele finalmente criou coragem de chamá-la para sair no ano passado. Quer dizer, era o principal assunto ao lado das bolsas Prada em liquidação e da tatuagem de vagaba na parte inferior das costas.

— Ah, isso já era - disse Rose, selecionando as folhas de alface com o pegador. - O James vai me levar para sair hoje à noite, vamos ao Swig. Ele disse que consegue nos colocar lá dentro... ele está na lista VIP.

 Não foi o fato desse cara, seja lá quem fosse, dizer que estava na lista VIP da boate mais nova e exclusiva do centro de Manhattan que me fez sentir calafrios. Não me entendam mal: a Rosalie é linda. Se alguma garota tiver que ser, de repente, abordada por um estranho que diz estar na lidta VIP mais cobiçada da cidade, essa pessoa tem que ser a Rosalie.

 Foi a situação com o Emmett que me deixou intrigada. A Rosalie adora o Emmett. Eles são aquele típico casal perfeito da escola. Ela é linda, ele é um atleta admirado... é uma união no paraíso hormonal. 

 E é por isso que aquilo que ela estava me contando não batia. 

— Rose, como você pode simplesmente dizer que já era? - indaguei. - Vocês estão juntos desde sempre. Ou pelo menos desde que eu cheguei no ensino médio do Santo Elígio, em setembro, quando Rose foi a primeira (e, até hoje, a única) menina da sala que falou comigo. - E ainda tem a formatura neste fim de semana! 

— Eu sei - disse Rose com um suspiro contente. - O James vai me levar. 

—Jam... 

 Foi aí que eu entendi. Entendi tudo. 

— Rosalie - disse eu -, olha para mim. 

 Rosalie então baixou seus olhos. Afinal eu sou baixinha. Baixinha, mas bem rapidinha, como minha mãe costumava dizer. E então eu percebi aquilo que eu devia ter me dado conta assim que ela apareceu com aquela expressão sutilmente apagada - os olhos entorpecidos... a boca mole - que, depois de tanto tempo, eu já sabia muito bem reconhecer. 

 Não dava para acreditar. Ele havia atingido a minha melhor amiga. A mimha única amiga. 

 Pois bem. O que eu ia fazer agora? Ficar sentada e deixá-lo agir? 

 Não, isso não. Dessa vez, não. 

(continua...)