A batalha de Lore escrita por Isabela


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Voltei, demoras a parte achei meus rascunhos só agora....



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Lágrimas percorrem meu rosto, não posso acreditar no que acabei de ouvir, posso ouvir as vozes de Beni e Azlan ao fundo tentando me encontrar mas agora estou completamente inacessível a qualquer pessoa, não sinto meu corpo , sinto apenas dor, não sei o que fazer, como pode isso ser verdade, mas se não for talvez eu esteja numa situação pior ainda já que isso ser uma mentira representaria o meu fim, com Azlan me usando como seu novo brinquedinho de pesquisas, logo serei mais uma montagem de olhos arroxeados produzida em laboratório.

Não consigo mais ficar sentada, enclausurada nessa local fechado, preciso sair daqui imediatamente, levanto-me e saio mesmo com protestos de Beni, e vejo Azlan vindo atrás de mim, quando me alcança já não tenho forças para continuar e ainda estou muito fraca, vou caindo ajoelhada no chão, Azlan se ajoelha também e me abraça, não correspondo, mas também não tenho forças para soltá-lo de mim. Vejo que Beni e Luca já estão em nosso encalço, mas Azlan pede para nos deixarem a sós e assim ficamos.

Alguns minutos, talvez meia hora tenha se passado até que consigo lentamente fazer pequenos movimentos, e Azlan tenta falar comigo gentilmente!

—Quer tentar se levantar agora? Posso te ajudar? – aceito sua ajuda, mas ainda agindo de maneira lenta, levanto e vamos novamente ao laboratório, onde sentada, me avaliam superficialmente, embora todos já saibam que momento meu estado é devastável.

Mas ainda assim arrisco algumas poucas palavras, tentando uma chance de esclarecer meus pensamentos.

—Eu posso sair daqui?  - não sei mais o que falar, mas seja o que for, sei que a única coisa que quero é ficar sozinha. – Eu realmente queria um tempo só pra mim, quero ir embora daqui!

Beni toma a frente, tentando me explicar como tudo agora age contra mim e não sei mais quanto tempo tenho – Alana, nós não temos tanto conhecimento sobre o que estavam fazendo com você, nosso foco não era exatamente procurar veneno em sua corrente sanguínea, então ainda não temos como dizer o quanto você foi afetada, isso pode ser fatal! Entendemos o que sente...

—Nunca vão entender – corto rapidamente!

—Alana, por favor, espere –Beni tenta me segurar – posso te oferecer outra coisa então, você se importaria de ficar aqui, tentaremos mantê-la sozinha aqui dentro, apenas com um controle em seu braço, caso você tenha alguma alteração cardíaca ele servirá de alarme, caso contrário você estará aqui sozinha!

—Tudo bem!

Eles se retiram após minhas ultimas palavras, e então estou só, perdida, não sei o que fazer, novamente, acho que na verdade eu nunca soube! É preciso tempo para recolocar meus pensamentos em ordem! Não sou muito imprevisível quando o primeiro pensamento que parece justo para mim vem em minha mente é vingança.

Isso é um fato que já está certo em minha cabeça, mas uma questão apenas me intriga, de quem vou me vingar, quem teria feito isso comigo não vou conseguir descobrir enquanto estiver trancada aqui, preciso de respostas! Não sei qual a melhor coisa a se fazer agora, mas a única opção que tenho agora é Azlan, Lore agora vai ter que me servir pra algumas coisa, eles queriam um líder, agora eles têm! E eu preciso de um exército, será uma troca justa!

Algum tempo ainda se passa enquanto estou perdida em meus pensamentos quando ouço uma leve batida na porta e em seguida uma voz – Alana, queríamos saber se está tudo bem com você! Não precisa abrir se não quiser!

—Azlan, pode entrar! – incrivelmente ele entra sozinho! – Achei que estaria acompanhado!

—Beni está na sala ao lado, continua coordenando algumas pesquisas e mantém o foco em tentar descobrir mais a respeito do que aconteceu com você! Todos estão dispostos a ajudar! – era tudo o que eu queria ouvir, meu sorriso deve estar realmente grande porque ele agora olha para mim como se eu estivesse perdendo a razão, então volto-me e tento me conter para não deixa-lo preocupado! – Vou chama-lo se não se importa, ele queria falar sobre o que ele pode fazer por você!

—Primeiro eu preciso falar com você! Não espero que entenda, mas eu já sei o que eu quero! Quero um acordo, continuo disposta a ser a cobaia de vocês aqui em quaisquer experiências, aceito sua oferta para tentar limpar meu sangue, mas eu tenho a minha condição! Descobrir o porquê de tudo isso e principalmente como foi feito eu farei sozinha! Preciso que me ajudem a voltar a Gaia!

—Sabe que eu seria completamente contra – os olhos dele estão baixos e tristes – Mas não posso impedir depois de tudo isso, você merece algumas respostas, mas cuidado! Se quiser alguém pra ir com você...

—Não é necessário, e espero a liberação de Beni antes, quero estar completamente bem quando chegar lá! E vou precisar de forças! Pode chama-lo agora, ele deve ter muito mais sangue para retirar de mim, e quando puder comer alguma coisa, por favor, avisem, aquele soro não sustenta ninguém! – sei que preciso estar forte para meus planos, deito-me enquanto aguardo Beni entrar!

—Azlan me disse que você aceitou ficar sobre meus cuidados! Pode permanecer deitada, nada aqui vai doer muito, apenas um pouco mais de sangue retirado! – Ele agia rapidamente como se tivesse pressa, coletando cinco tubos de sangue dos meus braços! – Vamos ter mais informações sobre seu estado pela noite e poderemos dizer o que vamos fazer com você, andamos tentando analisar algumas coisas e achamos que talvez algumas simples transfusões poderão fazer você poderá limpar seu sangue! Só que...

—Só que o que?  - Não posso ter mais nada dando errado agora, tenho pressa!

—É que talvez seja necessário que você retire mais umas amostras de sangue, talvez um pouco mais do que agora, sabe, caso não dê certo agora, é difícil pensar na possibilidade, mas pode acontecer, e até lá – ele parece receoso – você terá que permanecer em jejum.

—Eu sabia que vocês estavam tentando me matar de algum modo, só não imaginei que seria tão cruel – digo fazendo uma cara de inconformada, seguida de um riso que não consegui esconder – Tudo bem, mas prometam que vão me alimentar assim que possível, eu preciso mesmo – é impossível não ver que eles tentam rir enquanto tentam demonstrar um pouco de compaixão por mim.

Sou liberada por Beni, e vou para meu quarto conversando com Azlan sobre qualquer coisa que possa me manter distraída, de qualquer forma, não quero pensar em minha vingança com influencia de ninguém. Ele pareceu compreender, provavelmente imaginando que minhas tentativas são apenas não lembrar do que aconteceu, e então falamos sobre como andam os treinamentos, e sobre o fato de que logo teríamos outra celebração, dessa vez uma festa particular da cidade, onde as pessoas se reuniam antes de começar o verão, para comemorar a chegada do verão!

Deito na cama e vejo que Azlan não pretende ir embora tão cedo, então aponto uma das confortáveis cadeiras e ele se senta e fica ao meu lado, ficamos conversando por um tempo, creio que apenas que alguns minutos, que mais parecem horas pela fome que estou sentindo, então digo a ele que vou tentar dormir um pouco porque está sendo muito difícil para mim prestar atenção na conversa com meu estômago roncando! Ele vai e logo acabo dormindo!

Algum tempo depois sou acordada com Azlan cutucando meu braço, fico um pouco parada, ainda cansada e com preguiça de me mover, dou um longo bocejo antes de tentar me levantar, e vejo que embora eu não saiba exatamente a quantidade de sangue que me foi tirada desde que entrei naquele laboratório posso ver que está me fazendo falta agora, minha tontura é visível aos olhos de Azlan.

—Calma querida, sei que não gosta disso, mas acho que vai ter que aceitar minha ajuda agora – ele me estende à mão, na verdade me levantando com o outro braço, fecho os olhos quando tudo começa a rodar a minha volta , acho que ele percebe como isso está difícil – Ou posso trazer algo aqui para você comer se quiser.

—Eu não queria ficar mais aqui, estou meio cansada, queria andar um pouco. – parece fazê-lo rir, não consigo ao menos ficar me pé sozinha!

—Vamos fazer o seguinte, eu trago qualquer coisa para você comer aqui e se recompor, e quando estiver melhor descemos para você se alimentar de verdade.

Não tenho muita escolha, ele traz rapidamente uma maça e um copo de leite, rindo pensando que ele está me tratando como uma criança, mas aceito qualquer coisa, não aguento mais ficar com o estômago vazio. Vejo que na verdade apesar de ainda ter fome oque mais desejo no momento é saber se Beni chegou á alguma outra conclusão com todo aquele sangue que ele tirou de mim, então peço para Azlan para passarmos no laboratório antes de descermos, ele aceita, sem hesitar e lá estamos nós.

Assim que avisto Beni vou em sua direção, meio cambaleando, mas rápida para saber logo seus resultados. Ele explicou alguma coisa sobre fazer pouco tempo que o veneno está em mim, e sobre várias maneiras que ele pode usar para retirá-lo, já consigo imaginar mais agulhas em meus braços, mas essa vai ser mais fácil de encarar e não precisarei de jejum para isso.

Azlan se afasta um pouco para conversar com os outros médicos enquanto fico perto de Beni, que se senta ao meu lado apenas, respeitando o momento, sem me fazer perguntas, mas não consigo notar sua vontade de falar algo.

—Tudo bem Beni, vá em frente, o que você quer saber? – digo tentando o incentivar.

—Não precisamos falar sobre isso se você não quiser, sei que não é um bom momento – ele responde.

—Não acho que algum dia será um bom momento, mas quando quiser, estou disposta a responder, não tenho porque esconder nada de vocês – digo – Mas já que não quer perguntar, será que poderia me responder algumas coisas?

—Pergunte então – ele diz.

—Porque queriam fazer pesquisas comigo, quero dizer, não que eu não entenda, conheço minha força, mas ainda sei que praticamente todos em Lore são fortes, não entendo o porque de fazer algo comigo, e porque precisam fazer isso tantas vezes – explico.

—Não sei o que você sabia sobre as pesquisas de Gaia, mas aqui fazemos diferente, somente trabalhamos com voluntários, e tentamos usar pessoas diferentes para entender como funciona nossa força – ele responde.

—Não entendo, porque em Gaia acreditamos que vocês sabem como funciona, até porque vocês tem o quantum, então não imagino porque tudo isso, não é como Gaia, que quer descobrir como implantar ou desativar o quantum – tento entender.

—Não sei se você percebeu, mas somos na maioria guerreiros e fortes, mas na verdade nem todos temos o quantum, geralmente quando vamos para guerras eles estão sempre na linha de frente para defender melhor Lorien, mas ainda assim, perdemos muitos na última guerra, quando fomos te buscar, e o que tentamos fazer não é ativar ou tirar o quantum, apenas entender, porque temos, ou porque não temos, como sabemos e controlamos isso, por mais que nos deixe fortes ainda é instintivo, não sabemos o suficiente para estarmos plenamente consciente do que estamos fazendo – ele explica.

—Nunca imaginei que seria assim – respondo – Agora mais ainda quero ajuda-los, também gostaria de entender como controlar tudo isso, mas como vocês sabem quem será forte?

—Não sabemos tão facilmente, apenas testamos e fazemos inúmeros exames – ele mostra alguns deles, os quais não entendo nada – E a partir daí vamos sabendo quem pode nos ajudar, e como a maioria aceita participar, fazemos tudo o que podemos sem ferir ninguém.

Fico um tempo em silêncio pensando sobre o que Beni me explicou, convivendo tanto tempo em Gaia jamais imaginaria pesquisas somente com voluntários, e principalmente apenas para conhecimento, não visando lucro e aumento de força com isso, Lorien realmente merece o que tem, Naiad jamais conseguiria liderar uma cidade com tanta destreza e sabedoria. Logo Azlan sai de onde estava e vem me ajudar a sair do laboratório, ainda estou fraca e me apoio em seu braço, que envolve minha cintura quando percebe que não tenho muita força no momento.

Assim que saímos do laboratório, dou de cara com Luca, não sei porque, mas ele parece entender bem o que se passa por aqui, deve ser alguém razoavelmente inteligente também.

—Olha só quem veio me ver, não aguentou sentir minha falta de novo? – Luca nota que estou me apoiando em Azlan – Mas o que esse aí faz aqui com você? Ele ainda não percebeu que você não resisti a mim.

—Não se preocupe – Azlan me solta calmamente fazendo com que eu penda para frente e demore um tempo para achar meu centro de gravidade.  – Ela ainda está sentindo tontura.

—Nossa, o que aconteceu? – Luca permanece com um riso maldoso nos lábios – Não posso deixa-la dois dias com você e ela já me aparece com sintomas de gravidez.

Não há como não rir de tal comentário

— Desculpa Luca, mas você demorou demais – digo com cara de tristeza – Gosto de homens mais rápidos e com atitude-  posso sentir o calor de seu rosto que emana de seu rubor, não deve ser fácil todos os dias ter uma garota que nem mora aqui fazendo as pessoas ao redor rirem dele.

Tento andar um pouco mais depressa mais continuo sentindo-me fraca, o que me lembra de que ainda tenho muita fome e então decido que não estou boa para descer sozinha, e realmente não estou, embora não conseguiria mesmo me livrar de Azlan, mas logo chegamos à sala de jantar quando vemos que quase todas as pessoas já saíram, e umas poucas estão se preparando para isso, então dispensando os empregados que insistem em trazer comida, Azlan me leva até a cozinha e diz que vai cozinhar para mim.

Ele parece não saber o que está fazendo, mas não sou uma boa cozinheira, então apenas deixo ele prosseguir, deve saber o que está fazendo, ele parece animado ao me contar que Beni está ansioso com o resultado dos meus exames, mas isso não é algo que ele saiba exatamente explicar, então deixa para Beni mais tarde. Após algum tempo, sentamos em uma mesa simples e pequena na própria cozinha e então ele serve o jantar.

—Pode me falar a verdade, quero saber se gostou! – ele parece me encarar ansioso, quando dou a primeira garfada e começo a mastigar – E então?

—Na verdade – engulo e forço um sorriso, tentando ser gentil – até que está muito bom.

Ele não me parece convencido, então ele mesmo come uma garfada e faz uma cara meio insatisfeita – Agora eu já tenho minha própria opinião, e quero que você seja mais sincera.

—Está horrível  - digo enquanto levanto rapidamente e pegando uma das taças de vinho que estava acima de um balcão. – você realmente não fazia ideia do que estava fazendo, certo?

—Mas pelo eu tentei, amanhã é a sua vez, vamos ver se faz muito melhor do que eu – ele realmente parece confiante nisso.

—Eu não disse que faria, e não farei! Agora venha, vou ver o que tem de pronto aqui para comer!

Achamos algumas bandejas ainda cheias com um tipo de torta cortada em grandes pedaços e quase acabamos com tudo, na verdade eu quase acabei com tudo, ele só perdeu tempo observando o quanto eu comia e perguntando para onde ia tudo isso. Ignorei ele como costumava fazendo normalmente e continuei comendo. Quando estava satisfeita e ligeiramente lerda e pesada devido ao excesso de comida ele sugeriu que eu voltasse para meu quarto e descansasse mais, pois ainda poderia me sentir mal. Aceito pois ainda estou fraca, e subo, Azlan volta ao seu trabalho.


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Notas finais do capítulo

Então???



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