Believe in your Dreams escrita por J S Dumont, Isabela Maria


Capítulo 18
Capitulo 18 - Verdades


Notas iniciais do capítulo

olá gente!!! voltamos... Com mais um capitulo para vocês, começo de uma nova fase, que teremos beward nascendo de uma forma muito interessante... Acreditamos que voces vão adorar... Não percam!!!
Queremos agradecer pelas recomendações de Gabi e Diluah Prior amamos ela e mais uma vez obrigada!!! Dedicamos o cap. a vocês...
Pedimos que continuem recomendando isso incentiva voltarmos mais rápido com atualizações...
Bgs bgs e boa leitura!



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18.

Verdades

O meu coração disparava muito, enquanto eu encarava Edward, que continuava me olhando com um olhar interessado, estranhamente eu tinha a impressão de que ele estava esperando que eu lhe contasse algo muito importante, mas na verdade eu não sabia nem o que falar. Pois eu sabia que tudo que eu pudesse falar sobre minha vida, poderia me prejudicar, então tive que pensar por quase um minuto, até conseguir resumir minha história de uma forma que não me atrapalhasse.

— Bom eu, eu sou órfã, eu fui criada por um homem até que brigamos e ai, eu, bem eu fui embora, consegui emprego na boate, e ai, sai e agora estou trabalhando para sua mãe, é, é isso! – resumi sorrindo forçadamente logo em seguida, notei que gaguejei um pouco, mas logo pensei que havia até ido bem.

Ele então suspirou.

— Vejo que você tem uma dificuldade para falar sobre sua vida, ou é impressão minha? – ele perguntou e foi então que percebi que não fui tão bem assim.

— Na verdade é que não tem nada de interessante na minha vida para eu contar, ela é chata e dramática, então, acho melhor você falar sobre a sua, com certeza, você deve ter muita coisa de interessante para contar... – falei, tentando acabar logo com esse assunto.

Ele passou a mão em seu cabelo e remexeu em sua cadeira, ficou me olhando por mais alguns segundos, parecia estar pensando em algo.

Ainda ficamos calados por mais um tempo, já que o garçom se aproximou para servir a nossa bebida e logo depois perguntou o que queríamos comer, Edward pediu um prato que nunca ouvi falar na minha vida, e quase não sabia nem pronunciar, para não passar muita vergonha, apenas eu pedi a mesma coisa que ele, e quando ele se afastou, voltamos a nos encarar, com olhares sérios.

— Então, eu sinto como se você não tivesse sendo sincero comigo, você tem medo por acaso de contar algo sobre você? Algo que poderia, ahm... Prejudicar você de alguma forma? – ele perguntou num tom educado, embora seu tom fosse calmo, na hora eu senti-me encurralada, logo comecei a me dar conta, de que Edward realmente sabia de alguma coisa.

— O que você está querendo saber? – logo perguntei, percebendo que meu tom saiu ainda mais nervoso que eu  gostaria que saisse.

— Simplesmente quero saber sobre seu passado... – ele falou.

— Eu já disse e vou repetir sou uma órfã e pobre, vivi parte da minha vida numa casa bem pior da que vivo hoje, até que briguei com o homem que me criou, preferi ir embora e me virar sozinha, então aluguei o apartamento que estou hoje, meu primeiro emprego foi naquela boate, até sair e ir trabalhar para sua madrasta... – repeti a história, somente com outras palavras.

— Está bem, está bem, e namorados? Me fale sobre eles... – ele falou, e eu o encarei com as sobrancelhas franzidas, estranhando essa sua pergunta.

— Eu não fui muito de namorar... – falei.

Ele sorriu de um jeito estranho.

— Você é tão bonita, tenho certeza que chama muita atenção masculina, um exemplo é o Riley, meu amigo, você praticamente o endoidou... – ele comentou.

— Esse é o problema! – eu disse, dando de ombros. – Os homens que conheci são todos parecidos com o seu amiguinho, me vê apenas como um objeto, alguém para querer se aproveitar e se amostrar para os outros, mas nunca me levaram a sério de verdade, nunca se importaram com os meus sentimentos, acho que é porque me viam apenas como um rosto bonito e nada mais do que isso, acham que eu não tenho mais nada para oferecer do que meu corpo e o meu rosto, o que me fez perceber que a metade das pessoas estão mais preocupadas com o que você têm, e como eu sempre fui pobre e sem estudos, eles me viam como algo sem valor, pois eu não tinha nada... – confessei.

— Então você deve ter convivido apenas com homens idiotas! – ele falou. – Pois eu tenho certeza que você tem muitas outras coisas para oferecer do que apenas sua aparência física...

— Bom, você tem razão, a maioria dos homens são uns imbecis, e que só pensam com as suas partes baixas! – soltei, dando alguns goles de suco. Depois observei o garçom se aproximar com os pratos de comida, ele colocou na mesa e depois perguntou se queríamos algo mais, ao falarmos que não, ele deu as costas e saiu. Então fui olhar para o meu prato, e vi que aquele prato esquisito se tratava de uma espécie de frutos do mar.

— Sabe, você é tão diferente das modelos que conheço na casa de modas... – ele comentou, fazendo eu voltar a olhá-lo. – Sabe, eu sempre convivi com mulheres muito bonitas, já que minha madrasta tem há algum tempo a casa de modas, pude conhecer diversas modelos de belezas de todos os tipos, angelicais como a sua, algumas mais exóticas, outras mais chamativas, e todos os demais tipos, mas a maioria sempre tem algo em comum, elas costumam se sentirem superior por serem extremamente bonitas, elas vê a beleza como um privilegio, acham que tudo se torna mais fácil, para arrumar namorados, empregos, terem sucesso na vida, etc... e etc... – ele suspirou antes de continuar. – Mas você me parece que é diferente, não demonstra superioridade e muito pelo contrário, consegue ver até a parte negativa de ser extremamente bonita!

— Talvez porque só conheci a parte negativa, sempre vi as pessoas me cercarem por eu ser bonita, e só por isso, se eu perguntava para os meus antigos namorados o porquê eles gostavam de mim, eles não tinham o que responder, pois eles não se preocupavam com mais nada, só com minha aparência, nem mesmo pareciam querer me conhecer melhor! – desabafei. – E isso é ruim, não é? É como as pessoas ricas demais...

— Não entendi! – ele falou.

— Esses homens ricos, devem também ficar na duvida se são cercados por mulheres porque elas querem dar um golpe no baú ou porque amam eles de verdade...

— Eles ou eu? – ele perguntou, arqueando as sobrancelhas, depois começou a comer.

— Se a carapuça serviu... – falei, dando de ombros.

Ele então suspirou.

— Você tem razão, sempre tive essa duvida em meus relacionamentos, também consigo ver a parte negativa de se ter muito dinheiro, acredite tudo não é um conto de fadas!

— Nada é um conto de fadas! – falei, e olhei para o meu prato. Logo comecei a comer, ficamos alguns minutos em silencio, até que de repente Edward indagou:

— E entre esses homens que você falou que não prestam, Alec está incluído?

Olhei para ele com os lábios entreabertos, meu coração disparou ainda mais forte, na mesma hora que ouvi aquele nome: Alec... Como esse nome me perturbava!

— Como? – perguntei.

— Eu sei Isabella, que você conhece o Alec, ele me falou de você! – ele confessou, minha cabeça naquele momento até mesmo girou. Demorou, mas Edward agora parecia saber de tudo, e pior, na versão de Alec, vai saber quantas mentiras ele inventou para ele.

Eu fiquei tão nervosa que até mesmo bati o meu braço no meu copo de suco, ele se virou na mesa e rapidamente me levantei e olhei para Edward, que me encarava com as sobrancelhas franzidas.

— Eu até imagino que Alec falou de mim, ah quer saber? Isso não vai dar certo! – falei, e naquele momento a única coisa que eu queria era fugir.

— O que? – ele perguntou também se levantando da mesa.

— Fala para Esme que eu agradeço a oportunidade, mas é melhor esquecer, não dá para eu trabalhar na casa de modas, ainda mais sabendo que vocês e Alec... Se conhecem, tudo foi um erro, me desculpa! – falei, enrolando-me nas minhas próprias palavras.

— Isabella! – ele disse.

— Com licença, Edward! – falei, pegando minha bolsa e dando as costas, sai rapidamente dali, bem rápido mesmo para que Edward não conseguisse me impedir.

 Ainda ouvi Edward chamar o meu nome, mas preferi não voltar atrás. Antes que Edward me acusasse de ladra ou qualquer coisa do tipo, eu achei melhor ir embora, desistir daquilo, se eu não quisesse que as coisas apenas piorassem para mim e meu pesadelo acabasse se tornando real, eu sendo acusada por Alec e indo parar na cadeia.

***

Assim que cheguei em casa, eu comecei a pensar no quanto havia sido idiota. Como eu pude pensar que essa história de trabalhar na casa de modas pudesse dar certo? Tudo bem que eu queria que algo pelo menos desse certo para mim, e por isso insisti naquilo, pois era uma grande chance, mas sabendo que Edward é amigo de Alec, eu poderia ter imaginado que teria chances disso acontecer, fui muito imprudente, pois realmente o pior aconteceu. Edward deve estar pensando um monte de coisas ruins sobre mim.

Fiquei por vários minutos andando para um lado e para o outro da minha pequena sala de estar, enquanto minha cabeça continuava girando e eu estava tão preocupada, que até mesmo sentia minhas mãos tremerem.

Comecei a pensar se seria viável eu continuar no mesmo apartamento, pois eu já estava com medo de Edward passar o endereço para Alec, e ele aparecer em minha casa, se isso acontecer eu não saberia o que fazer. Logo depois comecei a pensar no que poderia ter falado no restaurante, se o certo não teria sido eu ter tentado pelo menos me defender, mas logo pensei que seria difícil Edward acreditar em mim, afinal, ele deve considerar Alec um amigo, e embora Alec já tenha demonstrado para mim que não gostava de Edward, Edward parecia ser diferente, ele era uma boa pessoa, e não deve nem imaginar o quanto Alec é um mau caráter.

— Droga! Como fui idiota... – falei para mim mesma, parei o olhar na janela do meu apartamento, e percebi que já havia anoitecido, pensei em ir para cozinha para pegar algo para comer, quando, ouvi de repente o barulho de campainha tocando. No mesmo momento meu corpo todo tremeu e logo pensei em Alec. – Não, não, deve ser a Jéssica... – falei para mim mesma.

Eu me aproximei da porta bem lentamente, enquanto eu escutava novamente a campainha tocar, olhei pelo olho mágico e respirei fundo ao ver que se tratava de Edward.

Eu não sabia se abria a porta ou não.

— Isabella, você está ai? Por favor, abra a porta, eu só quero conversar... Juro que estou sozinho... – ele falou, parecia até mesmo ter lido os meus pensamentos, pois eu realmente estava com medo dele estar acompanhado de Alec. – Eu só quero saber sua versão dos fatos, pois você me parece uma boa pessoa, eu não acredito que Alec tenha falado a verdade...

Meu coração disparou ainda mais forte, e meus lábios se entreabriram. Realmente Edward poderia estar querendo me dar um voto de confiança? Será que ele acreditaria mesmo no que eu fosse contar para ele? Mesmo eu sendo quase uma estranha... Mesmo ele conhecendo Alec a mais tempo do que eu?

Minhas mãos tremiam mais ainda, quando eu destranquei a porta e a abri, deparando-me com Edward, que me olhava com um olhar sério, no mesmo momento os meus olhos marejaram.

— Você está falando sério? – perguntei para ele, sorrindo ele concordou com a cabeça. – Então entre... – eu pedi.

Dei espaço para que Edward entrasse em minha casa, ele entrou e eu fechei a porta, em seguida virei na direção dele e o olhei, respirei fundo enquanto erguia o braço em direção ao meu sofá.

— Sente... Quer tomar alguma coisa? – perguntei, percebi que minha voz soava meio nervosa.

— Na verdade, como nosso almoço não deu muito certo... – ele começou.

— Ah me desculpa, ter saído correndo daquele jeito, mas eu não imaginava que você iria querer me ouvir, que iria querer saber a verdade dos fatos, na verdade a minha verdade, pois com certeza Alec deve ter te contado outra história... – falei, Edward suspirou e então se sentou em meu sofá.

Lentamente me aproximei e me sentei ao lado dele. Logo Edward me olhou.

— Ele me disse que você deu um golpe nele, no fim das contas o roubou, é verdade? – ele perguntou. Engoli em seco, enquanto me lembrava daquele dia em que peguei dinheiro de Alec para fugir.

— Sim Edward, eu peguei dinheiro do Alec! – confirmei, numa voz firme. Edward me olhou, com a boca entreaberta.

— Então... Ele falou a verdade? – Edward disse, impressionado.

— Não sou golpista, isso é mentira! – rapidamente falei. Depois respirei fundo. – Se eu peguei dinheiro do Alec, foi para fugir, ele estava me mantendo presa na casa dele, lembra quando você me viu no bar? – perguntei e ele concordou com a cabeça. – Então, quando ele nos viu conversando, ele ficou com ciúmes, e em casa ele me agarrou e queria... – eu me calei, lágrimas dos meus olhos quando me lembrei daquela noite terrível. – Abusar de mim, fazer sexo comigo a força! – desviei os olhos para o chão.

— Mas... Por que você estava com ele? Por que você fingia ser namorada dele? Por que você aceitou tudo isso? – ele perguntou para mim. Mais lágrimas caíram dos meus olhos.

— É uma longa história... Eu acho que vou ter que começar do inicio! – falei.

— Sim, temos a noite inteira, e se você quiser, podemos sair para algum outro lugar, já que... Como eu estava dizendo, o nosso almoço não deu muito certo! – ele falou, e sorriu para mim.

— Não, não precisa se incomodar! – eu disse a ele.

O sorriso dele se alargou.

— Eu insisto, alias você está me devendo, já que é a segunda vez que me deixa falando sozinho em um estabelecimento! – ele falou, e eu sorri meio envergonhada e olhei para baixo. É isso era verdade, já que uma vez o deixei sozinho quando ele me convidou para ser uma modelo e a segunda vez foi hoje á tarde.

Olhei para ele e meu sorriso se alargou.     

— Está bem Edward... – falei. – Eu aceito o convite...

— Mas com uma condição! – ele disse, e eu franzi as sobrancelhas.

— Que condição? – perguntei.

— Não me deixe falando sozinho lá também, está bem? – ele pediu e ergueu a mão para mim. – Combinado?

— Está bem, combinado! – falei, apertando a mão dele, e então trocamos sorrisos.

***

Edward me levou para um barzinho não tão longe do meu apartamento, por sorte era um local mais simples e pude me sentir mais a vontade devido a isso, ali, não era muito grande e parecia ser frequentado por pessoas de classe média, no fundo do bar eu vi que havia um karaokê e logo aquilo me interessou, já que sempre gostei bastante de musica.

Eu não era chegada a bebida alcoólica, afinal, eu vivi com um alcoólatra por toda a minha vida, e então isso já era motivo suficiente para odiar a bebida, além de que eu não acostumava com o gosto. Lembro de quanto fora desagradável beber naquela noite em que Alec me levou ao bar, mas, agora, nesse momento eu estava extremamente nervosa, não sabia se tudo iria sair e acabei decidindo por pedir uma caipirinha, para ver se criava mais coragem para contar toda história para Edward.

 Afinal, dizem que a bebida faz nós criarmos mais coragem, eu queria comprovar se isso era verdade.

Então pedi uma caipirinha e Edward pediu uma dose de whisky, e quando o garçom saiu, olhamos fixamente um para o outro. Eu sabia que Edward já estava esperando eu começar a contar a verdade.

— Bom, então você disse que teria que começar do inicio, então estou esperando... – ele falou, dando inicio a conversa.

— Como eu falei, eu sou órfã, o homem que me criou, me disse que me encontrou no lixo, com certeza fui abandonada pelos meus pais e não sei quem são... – falei, suspirando. – E esse homem, ele bebia muito, era um alcoólatra e nunca conseguia se manter num trabalho, me fazia de empregada, e sempre me criticava dizendo que eu nunca fazia nada direito, que minha comida era uma porcaria, e que eu não era nada mais do que um rosto bonito... – eu contei, e olhei para baixo, enquanto sentia os meus olhos marejarem. Só de me lembrar de Charlie eu sentia uma forte vontade de chorar.

— Eu sinto muito! – o ouvi falar, e logo senti a mão dele sendo colocada em cima da minha, olhei para ele e sorri forçadamente.

Eu já havia aberto a boca para continuar a falar, quando,vi o garçom se aproximando com as bebidas, ele nos serviu e assim que ele saiu, eu coloquei o canudo na boca e dei longos goles. A bebida desceu com dificuldade e fiz uma careta ao sentir o gosto forte e ruim do álcool.

— Parece que você não é muito acostumada com bebida... – Edward falou, parecendo se divertir com a expressão de meu rosto.

— É, não mesmo, mas preciso da coragem para terminar a história! – confessei.

— É tão difícil assim contar isso? – ele perguntou, me olhando, com um olhar bastante analisador.

— Sim! – falei e respirei fundo. – Mas eu quero contar! – fiquei calada por alguns segundos até ter a coragem de continuar. – Então mais uma vez Charlie ficou desempregado...

— Charlie é o homem que te criou? – ele perguntou, me interrompendo.

— Sim! E ai um dia bêbado, ele tomou uma decisão extremamente idiota, ele me pegou e me vendeu para Alec...

— Te vendeu? – Edward perguntou franzindo as sobrancelhas, meus olhos na mesma hora marejaram, era um fato que eu ainda guardava magoa por isso.

— Sim... – falei num tom de choro, olhei para baixo sem ter coragem de voltar a olhar para Edward.

— Ele me vendeu como um animal, Alec deu dinheiro para ele e em troca ele me arrastou até a casa de Alec e me jogou lá dentro como se eu não fosse nada... Eu nem o conhecia, eu nem sabia quem ele era e ele disse que eu iria ser a mulher dele, como se minha vontade própria não fosse importante... – falei num tom de choro. Edward parecia estar comovido com minha história.

— E ai você fugiu? – Edward perguntou.

— De inicio eu fiquei com medo de fugir, porque eu não tenho ninguém, eu não tenho estudos e não tinha um dólar no bolso, eu sabia que passaria fome, ficaria nas ruas, e seria ainda mais perigoso, era um fato que eu precisava de dinheiro, então, eu esperei! – falei.

—Você dormiu com ele? – ele perguntou e logo os meus lábios se entreabriram. – Quer dizer, a pergunta foi indiscreta, você não precisa responder...

— Eu não dormi com ele Edward! – falei. – Ele aceitou esperar...

— Ai você aproveitou esse tempo para planejar o roubo e fugir? – Edward perguntou, eu suspirei.

— Na verdade não foi planejado Edward... – eu disse, e então dei mais goles de bebida, antes de continuar a falar. Olhei para Edward e vi que ele também estava bebendo a sua dose de whisky. – Como te falei, Alec me levou ao bar e ai a gente se esbarrou e Alec interpretou tudo errado, ele é um louco, quando chegamos em casa ele começou a me agarrar, ele estava bravo, com ciúmes e quis me violentar naquela noite, eu me desesperei, bati nele com uma garrafa e quando ele ficou desacordado, aproveitei para vasculhar a casa e encontrei o dinheiro... – falei.

— Ai você pegou... – ele completou.

— Eu sei que você pode achar errado o que fiz... – comecei.

— Sim, mas você não tinha escolhas, não queria fugir sem dinheiro, seria meio estúpido mesmo, afinal, o que você faria, não é? – ele perguntou, e com os olhos lagrimejando eu concordei com a cabeça.

— Mas eu não vivo mais em paz por causa disso, eu sei que ele é teu amigo, mas ele é perigoso, junto com dinheiro eu encontrei uma arma, drogas e desconfio que ele seja um traficante... – falei, depois suspirei. – Alec não é uma boa pessoa! E eu tenho medo dele me encontrar e me fazer mal...

— No fundo, eu sempre desconfiei de Alec, isso não me surpreenderia... – Edward disse e apertou minha mão. Ele sorriu de leve para mim. – Agora tudo ficou explicado, você aparecer loira e com tatuagens de renas, não querer aceitar a oferta de emprego...

— É porque eu não queria chamar atenção... – falei.

— E por que você mudou de ideia de repente? – ele perguntou.

— Na verdade sua madrasta pagou para a minha chefe me demitir, ai eu não tive muita escolha, eu tinha aluguel para pagar e precisava comer... – falei, dando de ombros, depois suspirei. – Então essa é minha história... – completei. Edward concordou com a cabeça. – Você acredita em mim mesmo? – perguntei.

— Sim, você me parece sincera... – ele falou, e trocamos sorrisos. Senti meus olhos arderem devido ás lágrimas.

— Obrigada... – eu agradeci, enquanto sentia ele apertar minha mão com mais força.

— Eu prometo que esse será o nosso segredo, Isabella! – ele falou.

***

Edward realmente era uma boa pessoa, até mais do que eu imaginava que seria. Ele realmente confiou em mim e acreditou em minha história, e ainda me proporcionou uma noite agradável, já que depois de eu contar toda a história para ele, trocamos de assunto para um mais legal.

Falamos de musica e ele também contou sobre sua infância e de como gosta de cozinhar, não consegui beber o restante da caipirinha, então Edward pediu um refrigerante para mim, sua forma de me tratar e de conversar comigo conseguia me deixar á vontade. Depois de mais ou menos uma hora, Edward teve a ideia de me levar até o karaokê e insistiu para que eu cantasse uma musica.

Confesso que fiquei um pouco envergonhada, pois o barzinho estava cheio de gente, mas Edward insistiu até me convencer, eu precisei respirar fundo para criar a coragem e decidi pela musica de Celine Dion, Because you Loved me. Edward ficou sentado numa mesa próxima ao karaokê e sorria para mim todo o momento, enquanto me escutava cantar. Confesso que sua forma de me olhar me deu mais confiança e quando dei por mim, já quase todos os clientes do restaurante estavam me observando, eles pareciam gostar de me ver cantar. Mas com medo de acabar travando, preferi manter os olhos em Edward, olhar para ele por incrível que pareça me dava menos vergonha, no final da musica, todos bateram palmas e gritaram.

Quando voltei até Edward, o sorriso dele se alargou.

— Uau, você tem uma voz incrível... – ele me elogiou, se levantando, e então voltamos para nossa mesa.

— Eu não acho, eu sou apenas uma iniciante, aquelas pessoas que canta no chuveiro... – falei.

— Imagina se fosse profissional então... – ele disse, e trocamos sorrisos.

Dali, Edward me levou para casa, não precisei ficar muito tempo no carro dele, ele fez questão de me acompanhar até a porta do meu apartamento, e eu até o convidei para entrar, mas ele disse que ficaria para próxima, pois já estava tarde e amanhã tínhamos mais um dia de trabalho.

— Olha Isabella... – ele começou, enquanto aproximávamos da porta. Logo o cortei.

— Pode me chamar de Bella... – falei, e me virei para ele, ele sorriu.

— Está bem, Bella... Eu falei para Esme que você passou mal e eu te liberei para ir para casa, não precisa se preocupar, amanhã pode ir para a casa de modas normalmente... – ele disse, e eu sorri para ele.

— Obrigada Edward, você está sendo muito bom comigo,eu  acho que você venho para equilibrar um pouco, pois eu não conhecia muitas pessoas boas antes de te conhecer... – falei, e sorrindo ele deu um passo em minha direção, e ficou me olhando fixamente, parecia pensativo e por um momento eu fiquei bem curiosa para saber o que ele estava pensando.

— Mas agora eu vou te ajudar, está bem? Alec não vai te fazer nenhum mal, eu prometo! – ele falou, passando a mão nos meus cabelos, e colocando uma mecha atrás da minha orelha, depois ele se aproximou mais e me deu um beijo no rosto. – Boa noite... – ele falou, num tom baixo e seu hálito chegou ao meu ouvido e me arrepiou de leve. Sorri de um modo nervoso para ele e rapidamente desviei o olhar.

— Boa noite Edward, e mais uma vez obrigada... – agradeci, olhando para baixo.

Em seguida, eu abri rapidamente a porta e entrei em meu apartamento, assim que a fechei, eu encostei minhas costas na porta, e senti meu coração disparar acelerado.

— Uau... – falei para mim mesma, enquanto sorria sem saber sequer o motivo do meu sorriso.

***

No outro dia, eu acordei no mesmo horário, me arrumei e decidi ir para a casa de modas de ônibus de novo, sai no mesmo horário que o dia anterior, e fui caminhando até o ponto, eu torcia que Esme não me fizesse muitas perguntas, pois estava com medo de me enrolar e ela começar a desconfiar de que Edward mentiu.

Enquanto pensava no assunto, dobrei a esquina e estava tão distraída, que não notei a aproximação de um homem, na verdade, só fui me dar conta, quando o senti segurar o meu braço.

Eu me virei rapidamente, de inicio assustada, mas assim que vi de quem se tratava um sorriso surgiu em meus lábios.

— Bella? – ele falou surpreso.

— Oi... Mike! – falei, e então ele sorriu também.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: E ai Beward tá começando a nascer? COMENTE, RECOMENDE E FAVORITEM!