Capitulo 09 – Fogo, Raio e Terra.

— Sinto muito, vocês carregarem as coisas pra mim – dizia Denki meio constrangido.

— Sem problema, você é pequeno mesmo – respondeu Iwabe andando ao seu lado – além disso perto daquilo ali...

Os dois olharam pra frente onde Metal Lee andava em passos rápido, o jovem de trajes verdes carregava três grandes mochilas em suas costas, em contraste com isso Denki e Iwabe carregavam cada um uma caixa nas costas e uma maleta nas mãos.

— A missão de hoje exige muito material não é? – perguntava o jounin que vinha logo atrás.

— Temos que fazer a instalação do novo sistema de segurança pra um cliente – dizia Denki – por isso o nosso time foi especialmente selecionado para essa missão.

— Mas por que classificar como rank-B? isso não é nada demais – reclamou Iwabe.

— Não diga isso, pode parecer fácil e inofensivo, mas o resultado afeta tanto o cliente como a reputação da vila – explicava o jounin – se falharmos ambos serão afetados, por isso o rank alto significa a importância do resultado.

Realmente a missão não tinha riscos imediatos, a empresa Kaminarimon foi contratada para fazer a instalação do seu mais novo sistema de segurança, pra tal instalação normalmente se enviava um técnico escoltado por ninjas, mas já que Denki se tornara gennin ele mesmo podia fazer a instalação, era uma prova de que nesta nova era de paz os ninjas ainda podiam encontrar trabalho e crescer.

— A proposito Denki-kun, você pode mesmo fazer essa instalação? – perguntou o jounin – parece ser bem complicado...

— Ah não se preocupe sensei, além do que aprendi na academia eu estudava o sistema em casa – explicou o menino – eu tenho até certificado de conclusão do curso de instalação.

Ele mostrava a carteirinha comprovando que ele era um técnico da companhia, seu sensei deu uma risadinha vendo que um menino tão jovem já tinha emprego formal.

— Espera, isso não significa que o trabalho de ninja é um bico? – perguntava-se ele pensativo.

Enquanto ele pensava o time chegou ao seu destino, uma mansão enorme numa das várias cidades em crescimento, aparentemente ela pertencia ao homem que não só era prefeito da cidade como também dono de vários negócios, por isso era facilmente o homem mais rico da região, o que justificava querer o sistema de segurança mais avançado da atualidade.

— Bom-dia, sou o jounin Ikago Nayura de Konoha – apresentou-se o jounin – temos uma requisição rank-B para cumprir nesta residência.

Os dois homens no portão principal eram ninjas de meia-idade, provavelmente pessoas que vieram da época em que ocorreu a 4º guerra shinobi, com a nova era de paz eles provavelmente não poderiam trabalhar em outro lugar que não fosse como seguranças, na verdade muitos ninjas que não se adaptaram arranjaram esse tipo de trabalho após a guerra, felizmente por causa do caos e destruição da guerra havia trabalho pra eles.

— Já fomos informados, vamos leva-los pra dentro – disse um deles – esse é o seu time? Parece bem novos.

— São recém-formados, mas são muito bons – elogiava Nayura – eles dão conta do serviço.

Os guardas não deram importância, um deles escoltou o time para dentro da mansão e os levaram até o escritório onde o dono os aguardava, quando chegaram o jounin ficou na frente e o três gennins alinhados atrás, Lee tentava parecer tranquilo mas estava tremendo enquanto ficava ereto como uma vara.

— Que bom que vieram, aquele grupo terrível deve estar se dirigindo para essa região – dizia o prefeito – por isso eu com certeza serei um alvo, preciso proteger minha mansão!

Nayura sabia do que ele estava falando, recentemente um grupo de nukenins andava assaltando mansões no país do fogo, eles usavam qualquer método para conseguir isso, as vezes o roubo não era notado até o dia seguinte, outras vezes vitimas eram deixadas pelo caminho, com tamanha habilidade e crueldade eles já foram classificados como criminosos rank-A.

— Não se preocupe, Konoha já está no encalço deles com todas as forças – explicava Nayura – e também esse sistema é muito eficiente, não é Denki-kun?

O menino afirmou com a cabeça já que estava nervoso pra falar, o prefeito meio que não acreditava que crianças seriam uteis, mas se Konoha falhasse com ele seria uma boa desculpa política, de certo modo ele não tinha nada a perder com isso.

— Eu vou deixar vocês fazerem o seu trabalho, mas lhes darei um aviso – dizia o prefeito severamente – eu não quero que nenhum dos meus pertences sejam danificados!

O time foi liberado pra começar o trabalho, o jounin disse que tinha recebido ordens do Hokage para averiguar a pequena cidade e por isso deixaria os gennins trabalhando, uma empregada acompanharia cada um deles já que o trabalho exigia que se dividissem, considerando que estavam perto do meio-dia só acabariam a instalação muitas horas depois.

— Bem, então vamos começar logo isso – dizia Iwabe alongando os braços.

— t-t-tá, estou indo! – disse Lee se movendo como um robô pelos corredores.

— Ele vai ficar bem? – perguntou Iwabe notando que o nervosismo era por ter uma empregada logo atrás dele.

— Eu... estou tentando pensar que sim – respondeu Denki meio sem graça.

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— Entendo, vocês já chegaram – disse Naruto atendendo o telefone – obrigado por ligar como eu pedi.

— Sem problema Hokage-sama, dar um relatório por telefone é bem mais prático – respondeu Nayura – agora sobre aquela investigação...

— Foi uma coincidência ele ter solicitado os serviços da Kaminarimon – dizia Naruto – justo quando já estávamos querendo investigar esse prefeito.

— Então devo sair fazendo perguntas por aí enquanto finjo estar procurando bandidos na cidade? – perguntou Nayura – bem que eu senti cheio de larapio naquela mansão.

— Tivemos muitas reclamações sobre ele, então queríamos conduzir uma investigação – explicava Naruto – mas pegaria mal pra Konoha investigar um prefeito, então precisávamos de uma desculpa, ah cara como eu odeio política.

— hahaahah não se preocupe Hokage-sama, eu serei discreto – dizia Nayura rindo ao telefone – enquanto isso os garotos cumprem a missão deles.

— Fique de olho neles, aquele trio tem uns problemas – avisou Naruto – tem muito sangue quente neles.

— Eu já percebi, vou cuidar da minha parte agora – avisou Nayura – eu ligarei a noite com um relatório.

Nayura desligou o telefone e se retirou para fazer a investigação, nesse tipo de caso onde ele precisava ser discreto era mais difícil, mesmo assim sempre existiam fontes alternativas de informações, uma delas era o submundo que existia em qualquer cidade de médio e grande porte, parte da razão para Konoha ignorar esses submundos era pra usar sua rede de informações.

— Agora só espero que os moleques não façam nenhuma besteira – pedia Nayura torcendo pra ser uma missão simples.

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— Este cabo vai aqui mesmo? – perguntou Iwabe confuso com a planta da mansão.

— Isso mesmo, coloque o fio ao pé da parede – instruía Denki pelo comunicador – depois os empregados se encarregarão de cobri-los com o tapete.

A instalação era mais complicada do que parecia, sem as instruções do Denki dificilmente eles conseguiriam fazer isso sozinhos, tanto Iwabe como Metal Lee estavam seguindo essas instruções para colocar o sistema em funcionamento, na maioria das vezes era uma caixinha estranha com varias entradas para fios, eles colocavam as caixinhas em locais estratégicos e depois conectavam fios bem longos, tudo para formar uma rede de segurança.

Quando Iwabe terminou um dos lados da mansão ele voltou para o centro pra buscar mais equipamentos, lá Denki estava atualizando o computador que controlava as câmeras, dava pra ver quase todos os cantos da mansão, quase todas voltadas para corredores e portas.

— Os sensores estão funcionando, quando ligados eles soarão um alarme se a janela ou porta em questão for aberta – explicava Denki testando o sinal – quando tudo estiver terminado eu vou testar o sistema de barreiras.

— Eu ainda não entendi como uma maquina pode usar um ninjutsu – dizia Iwabe confuso – você precisa de chakra pra usar ninjutsu não é? Mas o seu sistema usa energia elétrica.

— hehehe o sistema kaminarimon é o primeiro sistema hibrido – dizia Denki com um certo orgulho – ele usa tanto energia elétrica da rede como o chakra que ele mesmo produz.

— Seu sistema produz chakra!? Como isso é possível!? – agora Iwabe não entendia mais nada.

Denki levantou-se da cadeira e abriu a tampa da caixa metálica ligada a tudo, dentro havia dois tubos de 1m cada, esses tubos estavam cheios com o que parecia ser uma gosma vermelha tão densa como geleia, quando Iwabe se concentrou um pouco ele pôde sentir um leve chakra pulsando dentro daquela gosma.

— Eu não sei do que isso é feito, é um segredo rank A – explicava Denki – mas essa coisa absorve o sangue despejado nele e com isso assume suas propriedades, nesse caso ela absorveu o elemento raiton do sangue.

— Essa coisa absorve sangue? É bem bizarro – disse Iwabe fazendo cara de nojo.

— Não tem nada demais, nós pegamos sangue doado naturalmente – explicou o outro rindo – pedimos por doações de ninjas de rank jounin pra isso, assim fica mais forte.

Denki não sabia mas a substancia no tubo era mais uma variação da matéria branca, uma substância feita a partir das células do Hashirama e que deu origem a muitas coisas, uma delas é a prótese que foi usada para substituir o braço perdido do Hokage, hoje em dia estuda-se um meio de produzir em massa para ajudar todas as pessoas com membros amputados, mas nesta nova versão a matéria branca assimila o chakra no sangue e gera o mesmo tipo de chakra em pequenas quantidades.

— Este é o sistema que combina ninjutsu e tecnologia – dizia Denki orgulhoso – gera os mesmos efeitos dos ninjutsus mas é operado através de meios físicos, em breve poderemos fazer muito mais que isso.

— ohh... impressionante – dizia Iwabe do seu lado – bom, é hora de voltar ao serviço.

— Denki-kun, eu já terminei a instalação externa – dizia a você do Metal Lee pelo rádio.

— Valeu Metal-kun! Com isso o sistema de segurança externo já está funcionando – disse Denki apertando um botão no painel.

O sistema externo era o sistema de alarmes e travas, se alguém tentasse invadir por algum local este local ficaria travado e dispararia os alarmes, e se uma ameaça externa fosse detectada o sistema podia lacrar a mansão inteira.

— Eu desativei o alarme, Iwabe-kun, você poderia socar aquela porta? – perguntou Denki apontando para a porta da sala onde estavam.

Iwabe foi até a porta e preparou o punho para soca-la, com o controle de chakra certo um soco de um ninja poderia facilmente por abaixo uma porta de madeira como essa, quando Iwabe socou a porta e uma rachadura começou imediatamente o sistema entrou em ação, a porta gerou uma barreira de chakra que repeliu o punho do Iwabe, tudo isso numa fração de segundo.

— Caramba! Eu mal toquei a madeira! – disse Iwabe com o punho doendo – o quanto essa barreira aguenta?

— Ainda não fomos capazes de chegar ao limite, mas ela facilmente aguentaria você usando uma marreta – explicou o outro – então provavelmente o limite dela seria o dobro disso!

Iwabe ficou de boca aberta com isso, se ela aguentava tanto dano físico então só ninjutsus poderosos poderiam arromba-la, em situações assim seria uma defesa excelente também, Denki até contou que tanto a casa como o escritório do Hokage possuem esse sistema de segurança.

— E isso não é tudo, ainda podemos... o alarme está disparando – disse Denki vendo uma luz brilhando no painel.

Ele tinha posto o alarme no modo silencioso para não incomodar ninguém, por isso demorou a perceber, o alarme detectou a presença de chakra acima do nível chuunin nos arredores da mansão, poderiam ser os guardas contratados mas o sinal disparar assim de repente era suspeito, por isso Denki entrou em contato com Metal Lee, ele que estava no telhado olhou os arredores.

— Espera, tem três caras estranhos sobre o muro – dizia Lee olhando atentamente – são da manutenção?

— É claro que não! São invasores! – gritou Denki nervoso pelo microfone.

— Eu vou lá ajuda-lo! – disse Iwabe já pegando seu bastão no canto da parede.

Um dos três que estava sobre o muro fez uma sequência de selos, e logo uma onda de chakra se espalhou, Denki e Iwabe que estavam na sala lacrada não foram afetados, mas todos os outros na mansão caíram no sono, até mesmo Lee no telhado simplesmente caiu dormindo ficando preso num canto do telhado.

— o-o que... foi isso? – perguntou Iwabe assustado – todo mundo caiu...

— Calma, estão apenas dormindo, os sensores ainda estão registrando – avisou Denki – ficamos seguros porque há uma barreira em volta desta sala.

Um dos bandidos saltou pelo jardim evitando as pessoas caídas no chão, ele aproximou-se da janela e tentou força-la, a janela é claro estava trancada pelo sistema de segurança, e quando o bandido começou a bater nela a barreira apareceu, agora só jutsus poderosos poderiam arromba-la.

— O que diabos há com essa janela? – reclamou o bandido insistindo.

— Isso é uma barreira, alguém usou um kekkai ninjutsu (jutsu de barreira) – informava o líder – mas isso não chega a ser um problema para o seu jutsu não é?

O bandido bateu na própria testa como se tivesse esquecido, depois disso ele ignorou a janela e pôs a mão na parede, com um gesto com a outra mão ele liberou um jutsu que abriu um buraco circular na parede, onde antes havia concreto agora tinha apenas pó, e ver isso deixou os dois gennins de queixo caído.

— Hei, por que a barreira não tá funcionando? – perguntou Iwabe.

— Porque não tem barreira na parede, cobrir a mansão inteira está além da capacidade! – explicou Denki.

Os três bandidos entraram pelo buraco aberto, lá dentro foi possível para o líder deles sentir o chakra ativo de duas pessoas, ele então mandou um dos seus subordinados na direção de onde esse chakra vinha, enquanto isso os outros dois prosseguiam para o seu objetivo.

— Tudo bem, se eles desejam roubar o cofre vão ter trabalho – explicava Denki – as defesas lá são ainda mais formidáveis, mas você precisa ajudar o Lee-kun e depois ir pra lá.

— E quanto a você? – perguntou Iwabe preocupado.

— Eu vou ajudar como puder daqui, e enquanto eu estiver aqui é um adversário a menos pra vocês – respondeu ele – temos que proteger a mansão até pelo menos o sensei voltar!

Iwabe consentiu e saiu correndo da sala de controle, usando a janela aberta por Denki ele pulou em direção ao telhado para acordar Metal Lee, outra janela seria aberta na direção oposta, assim os dois poderiam interceptar os invasores quando estivessem juntos.

— Bem, agora eu tenho que me virar aqui – dizia Denki olhando o painel de controle – vamos ver até onde o ninjutsu cientifico pode ir.

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— Já peguei a chave com o guarda – disse a mulher removendo o capuz – mas precisamos de duas chaves pra abrir esta porta não é?

— Que estranho, tem chakra correndo por essas paredes e na porta – disse o líder analisando – é uma corrente fraca demais para ser um ninjutsu, será uma armadilha?

— Pra começar uma janela mais dura que uma chapa de aço já foi estranho – disse a mulher – parece que as coisas mudaram por aqui.

Esse bando sempre está um passo a frente, enquanto eles estão ocupados com um roubo já estão planejando o próximo, assim eles podem agir antes que seus rastros sejam descobertos, na semana passada eles mandaram um espião averiguar o sistema de segurança deste alvo, assim eles determinariam a melhor forma de agir, mas agora a situação estava diferente do esperado, algo que o líder detestava.

— Se a primeira chave está com o guarda então a segunda está com o prefeito – dizia o líder – vamos pega-la enquanto o Kuroso desativa a segurança, se dermos sorte nada mais vai... acontecer?

Ele ficou assim porque viu dois jovens na entrada da sala, eram Iwabe e Lee que após ser acordado juntou-se ao companheiro, agora os dois enfrentariam o bando que queria roubar toda a fortuna do prefeito.

— Gennins de Konoha? Que desagradável – disse o líder – quando acabarmos com eles vamos precisar deixar o país do fogo logo.

— Falando nisso ainda não fomos ao país do raio não é? – perguntou a mulher – talvez devêssemos fazer um tour por lá.

— O único lugar que você vai visitar é a prisão de Konoha! – respondeu Iwabe.

— Garotinhos tão energéticos, eu vou adorar entretê-los – disse a mulher piscando o olho pra eles.

Nesse momento Lee ficou completamente travado, Iwabe olhou pra ele e quase gritou de raiva para fazê-lo reagir, nesse meio tempo o líder do bando fez uma sequência de selos e cuspiu um monte de água, era um jutsu suiton de alto nível que surpreendeu os dois, mas em vez do jutsu avançar ele envolveu chão, teto e paredes como se fosse uma película fina.

— Tome cuidado, esse jutsu deve ter algum segredo – avisou Iwabe.

O segredo veio logo abaixo deles, uma estaca feita d’água saltou tentando empala-los, se não fosse o rápido reflexo e instinto de batalha ambos teriam sido perfurados por baixo, o líder do bando fazia movimentos com as mãos deixando claro de onde viria o próximo ataque, mesmo assim ele podia atacar de qualquer ângulo enquanto que os outros dois só podiam avançar.

Já a mulher começou o processo de distração, ela usava genjutsus visuais que criavam uma nuvem de pétalas se espalhando por toda a sala, com tal coisa ofuscando os movimentos ao redor era difícil prever de onde viria o próximo ataque, uma das estacas chegou a perfurar o braço do Iwabe ainda que ele tenha evitado o dano fatal, com tal ferimento os dois imediatamente recuaram pra fora da sala ficando no corredor.

— Você está bem Iwabe-kun? – perguntou Lee extremamente preocupado.

— Mantenha o foco, isso não é nada! – disse Iwabe zangado e pegando ataduras da sua bolsa ninja.

Lee o ajudou a enfaixar a área ferida, de fato o ferimento parecia mais feio do que era mas foi fácil conter o sangramento, mesmo assim Iwabe ficaria com dificuldades pra usar o braço esquerdo, o que impossibilitava usar ninjutsus.

— Vamos atrás deles? – perguntou a mulher.

— Não, eles só precisam ficar correndo de nós pra ganhar tempo – respondeu o líder – Kuroso está indo cuidar de quem controla a segurança, depois disso vamos manda-lo pegar a chave com o prefeito.

— Pois eu acho que não deveríamos deixar ratinhos correndo soltos por aí – disse a mulher.

— Tudo bem Kasana, pode ir pega-los – disse o outro – mas não vá se meter em problemas com isso.

O líder desfez o jutsu que cobria toda a sala, depois disso ela tomou o caminho da saída para encontrar os dois gennins, ela não precisou ir muito longe para encontra-los, após sair da sala eles estavam no longo corredor à direita.

— Ora, pensei que tinham fugido – disse ela – foi só uma retirada estratégica?

— Você é uma especialista em genjutsus que usa sua técnica para cobertura – dizia Iwabe – você foi extremamente burra em vir aqui fora sabia?

— Por que? Seria porque estamos neste corredor onde não posso me esconder? – perguntou ela – são vocês que estão encurralados, já derrotamos ninjas muito superiores as vocês moleques de Konoha!

Metal Lee assumiu uma postura baixa como se estivesse agarrando o chão com as mãos, Kasana não conseguia entender que postura estranha era aquela, mas o sorriso no rosto do Iwabe dizia que alguma coisa iria acontecer, Kasana então começou a fazer uma sequência de selos enquanto Lee agia ao mesmo tempo.

— Hachimon Tonku Kai – disse o menino liberando uma explosão de chakra súbita.

O que veio depois aconteceu numa fração de segundo, Lee num impulso saltou do chão na direção da sua oponente, a mulher até chegou a ver a aproximação dele embora seu cérebro só entendeu depois, logo em seguida ela sentiu um pé atingindo-a no peito e o seu corpo se curvando como uma vara de borracha, entre o primeiro impacto e a dor nas costas de bater contra a parede só levou dois segundos, seu cérebro entendeu depois que ela levou uma voadora no peito e foi jogada 10m pra trás arrebentando-se contra uma parede, claro que ela não acordaria depois disso sem receber ajuda médica.

— aiaiaiai – dizia Lee com o corpo doendo todo.

— Você tá bem? – perguntou Iwabe.

— Eu ainda não me acostumei com isso, abrir dois portões... – ele parecia alguém que ficou tempo demais na praia.

— Se não puder continuar fique aqui, eu vou atrás do outro – sugeriu Iwabe.

— Não diga besteira, você tá machucado – respondeu o outro.

— Os dois são tolos, simples assim – respondeu o homem saindo pela porta.

Os dois voltaram sua atenção para a porta, o líder do bando estava lá encarando-os, parecia que a derrota da sua aliada não o tinha afetado em nada, em vez disso ele estava liberando uma poderosa intenção assassina.

— Parece que provocamos uma fera – dizia Iwabe sorrindo meio nervoso.

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— “Central de segurança” – disse Kuroso vendo a placa na porta – finalmente achei esta droga.

Aproximando-se da porta ele logo notou que ela estava trancada, a câmera de vigilância do lado de fora voltou-se para ele, e rapidamente uma shurikens a destruiu, lá dentro Denki apenas o viu mas não sabia qual o próximo movimento, principalmente quando ele bateu na porta para tentar arromba-la.

— Vai ficar tudo bem, há uma barreira na sala toda – dizia ele – mais importante do que isso, preciso ver como Lee-kun e Iwabe-kun estão se saindo.

A câmera da sala do cofre ainda estava em operação mas ninguém estava lá, mesmo assim ele podia ver movimentos fora da sala, mudando de câmera ele viu o corredor onde Iwabe e Lee lutavam contra o invasor, aparentemente a mulher já fora derrotada, o que significa que enquanto algo inesperado não acontecesse a luta estaria equilibrada.

— Abra logo essa droga! – exigiu o homem do lado de fora – se abrir agora eu poupo sua vida!

— Se eu mantiver esse cara aqui já vai ser uma ajuda pra eles – dizia Denki analisando a situação.

De repente a barreira que protegia a porta parecia estar se sobrecarregando, sem uma câmera do lado de fora era impossível dizer o que estava acontecendo, mas Denki tinha certeza absoluta que o jutsu do inimigo estava fazendo isso, enquanto ele via a barreira se contorcendo Denki planejou algo para contra-atacar, e seu plano foi posto em pratica no exato instante em que a barreira cedeu e a porta envergou, o homem do outro lado chutou a porta para abri-la.

— Finalmente eu entrei! – disse ele furioso – meu jutsu afasta a matéria, demora um pouco com coisas não solidas mas ainda funciona!

— Por isso nunca falharam em entrar num lugar mesmo com toda a segurança – dizia Denki – seu bando realmente é o melhor.

— Não adianta me bajular agora moleque, você nos fez perder tempo demais – disse Kuroso batendo um punho no outro – eu não vou ficar satisfeito a menos que deforme a sua cara!

— Eu não estava bajulando, eu estava ganhando tempo – respondeu Denki – leva tempo pra desviar o chakra raiton do sistema de segurança pra um lugar especifico.

— Mas que diabos você tá falando moleque? – perguntou o outro sem entender.

— Eu quero dizer que acumulei energia elétrica suficiente pra um jutsu raiton nível Kage – respondeu Denki fazendo os selos.

Kuroso ainda não conseguia entender, mas ele notou que havia um fio ligado a um aparelho no cinto do Denki, de repente uma aura intensa se formou ao redor do gennin, e subitamente era como se Kuroso estivesse diante de um jounin extremamente poderoso, quando a descarga elétrica acumulou-se na mão do Denki ele sabia que um enorme jutsu estava vindo.

— Raiton! Rangiryuu no Jutsu (jutsu do dragão raivoso) – disse Denki liberando toda a energia acumulada.

Em um relâmpago em forma de dragão urrou e tomou toda a sala, Kuroso ao ver aquele jutsu aterrorizante rapidamente se virou pra correr, mas naturalmente ele não poderia ser mais rápido que um raio, atingido pelas costas ele foi arremessado pra fora da sala e depois pela parede pro lado de fora da mansão, o relâmpago então subiu aos céus chamando a atenção de toda a cidade.

— hehehe dizer que era nível Kage foi um blefe, mas até que foi mais forte do que pensei – disse Denki tremendo – pena que drenou toda a energia do sistema.

Denki sentia todo o seu corpo doer por causa desse jutsu, ele foi 10 vezes mais forte do que toda a sua capacidade total, por isso era como se ele mesmo tivesse sofrido danos, depois dessa ele jurava que praticaria um pouco mais de ninjutsus ofensivos pra melhorar fisicamente.

— O sistema de segurança já era, não vai voltar a funcionar até amanhã – disse Denki vendo o painel desligado – agora somos só nós contra o último.

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— O que foi que aconteceu? – perguntou o ultimo bandido de pé sentindo um poderoso chakra – ainda tinha um ninja de nível jounin aqui?

Ele sentiu o poderoso chakra sumir rapidamente como uma fogueira apagando, ele não entendeu nada disso mas conseguia ter ideia do que aconteceu com Kuroso, o que significava que já estava na hora de acabar com os obstáculos, Lee e Iwabe estavam se esforçando mas ambos não conseguiam lidar com um jounin nas atuais circunstancias.

— Futton! Sahoumatsu no Jutsu (jutsu da bolha acida) – disse o bandido fazendo os selos.

Na frente dela uma certa quantidade de água materializou-se, a água tinha cor verde e uma textura oleosa denunciando que não era nada normal, quando a bolha foi atirada na direção deles Lee pegou uma mesinha no canto e arremessou nela, seus instintos foram precisos pois a bolha explodiu e dissolveu a mesinha ao entrar em contato com ela, os respingos caíram no chão e onde tocavam o carpete corroía e soltava vapor que ardia os olhos.

— Jutsu de ácido? Esse cara tem uma kekkey genkai? – perguntou Iwabe assustado.

— Vocês estudaram isso na academia não foi? Um ninja com kekkey genkai tem habilidades únicas – explicava o outro – será que gennins como vocês dão conta disso?

Ele produziu várias pequenas bolhas que começaram a flutuar ao redor dele, Iwabe amaldiçoou o fato de que seu braço estava ferido, pois sua parede de terra poderia bloquear um jutsu assim, Lee também se culpava por não ter uma habilidade que pudesse bloquear um ataque ácido, era como se impotente diante de um inimigo.

Nisso o inimigo desviou de umas kunais arremessadas por trás mesmo sem se virar, era como se ele tivesse percebido o ataque que vinha e reagiu de acordo, do outro lado do corredor Denki que tinha arremessado as kunais segurava mais uma para atacar.

— Bem, se tratado de Konoha era de se esperar três moleques – disse o homem – e se você está aqui significa que derrotou o Kuroso? Ou foi o seu jounin?

— Quem sabe? Vai ter que ficar na dúvida – disse Denki desafiando-o.

— Tudo bem, foi você mesmo com algum truque – disse o bandido – se fosse um jounin ele já estaria aqui, e pelo que posso ver seu chakra tá em frangalhos, foi você que fez alguma coisa.

Denki ficou surpreso com a habilidade analítica do oponente, num instante e com pouca informação ele deduziu toda a situação, o que significava que não seria nada fácil usar um truque contra ele, o pior oponente possível era aquele que não caía em truques.

Então quando o oponente começou a fazer selos rapidamente Denki jogou uma kunai explosiva na direção dele, o bandido ficou surpreso por um gennin usar algo assim num corredor e por isso ele pulou pela janela pra escapar da explosão, já na lateral da casa ele via os três gennins reagrupando para lutar contra ele.

— Tome cuidado, ele usa ácido – avisou Iwabe – e um jutsu de água muito estranho, se bem que talvez ele não possa usá-lo aqui fora.

— Vamos cerca-lo, assim podemos atacar todos de uma vez – sugeriu Lee.

— “Se ao menos todos estivéssemos em boas condições...” – pensava Denki.

O líder do bando virou-se como se estivesse voltando sua atenção para algo mais importante, ao ver essa reação os três gennins olharam na mesma direção, assim todos puderam ver o sensei do time em pé sobre o muro, quando ele viu o relâmpago subindo aos céus largou sua missão e veio correndo para a mansão.

— Então você é o cara que tá dando trabalho pros meus moleques? – perguntou Nayura.

— Você é o sensei deles? Eu te elogio pelo trabalho, criou gennins capazes de nos pegar de surpresa – elogiou o outro.

— Você é o Sagara do punho ácido não é? Eu já vi seu rosto no bingo book – perguntou Nayura – alguém problemático como você aparecendo aqui... hei moleques, só pra vocês saberem, esse cara é um nukenin rank-A.

Os três meio que já esperavam por isso, um nukenin rank-A era o tipo de oponente que só um jounin habilidoso poderia enfrentar, os três segura-lo por tanto tempo já foi um milagre, por isso Nayura estava feliz com o fato de encontra-los todos vivos.

— Por mais que eu queira acabar com todos vocês eu não posso fazer isso agora – dizia Sagara – em breve esse lugar vai encher de gente, e agora estou sozinho.

— Tudo bem, pode ir – respondeu Nayura.

— Sensei!? Por que está deixando-o partir assim!? – perguntou Iwabe – se nos juntarmos...

— Podemos derrota-lo, mas esse tipo de homem não cai sem levar alguém com ele – explicou Nayura – na pior das hipóteses dois de nós podem ser mortos, esse seria o pior resultado possível, por isso ele está sugerindo encerrar por hoje.

Ainda que inconformados os gennins ficaram resignados, diante disso Sagara usou um shunshin no jutsu para desaparecer rapidamente daquele local, e assim como o esperado outras pessoas foram chegando com o tempo, os gennins estavam frustrados por falharem, mas pelo menos eles impediram o roubo e capturaram dois dos criminosos, isso era algo muito mais do que o esperado.

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— Os seus moleques me deram um prejuízo enorme! Eu quero uma compensação por isso! – gritava o prefeito ao telefone – é bom que você venha aqui de joelhos pra que eu não preste queixa ao daimyo-sama!!

— Por favor entenda senhor, eu sei que é horrível acordar e encontrar parte da casa destruída – argumentava Naruto pelo telefone – mas eu sei que eles fizeram o melhor possível para proteger todos na mansão, e garantir que sua fortuna não fosse roubada.

— Se tivesse mandado profissionais isso não teria acontecido! – continuava o homem – foi sua escolha que....

— Creio que o pedido da missão era pra instalar o novo sistema de segurança, e por sinal o roubo até serviu para testa-lo – continuou Naruto – sem uma ordem direta nenhum ninja contratado pra isso iria arriscar a vida pra proteger seu dinheiro, você sabe como funcionam contratos não é?

— Mas isso....

— Além do mais não deve ser problema pro senhor reconstruir sua mansão – dizia Naruto mais descontraído – seus amigos das construtoras vão fazer um preço em conta, mais barato que fazem nas cidades vizinhas pro senhor não é?

Essas palavras do Naruto fizeram o homem parar de respirar, seus negócios com as empresas de construção visavam favorecer a ele em troca de prejudicar as cidades próximas, assim o desenvolvimento da cidade ficaria muito mais evidente, com o suborno que ele paga, garantia que sua cidade não parasse de crescer atraindo muito mais negócios.

Claro que não havia provas físicas disso, tudo isso foi o que Nayura ouviu por aí, mas era o suficiente pra deixar o prefeito bem nervoso, tanto que após reclamar mais um pouco ele deixou o assunto morrer.

— Sintam-se gratos pela minha generosidade! – dizia o prefeito – terminem o trabalho que começaram e deem o fora daqui!

Os três gennins tiveram que baixar a cabeça, Denki e Lee já estavam recuperados após descansarem o resto da noite, graças ao tratamento médico o braço do Iwabe estava desinchando, completar a instalação do sistema de segurança seria simples.

— Droga, me sinto derrotado! – reclamava Lee pregando uma caixa metálica na parede.

— Nem me fale, pegamos dois deles, mas deixamos o líder escapar – disse Iwabe – e isso porque o sensei não queria que nos machucássemos!

— Não falem assim, vocês se saíram muito bem – elogiava Nayura – nem estávamos esperando entrar em batalha e vocês conseguiram proteger a propriedade.

A sensação de derrota continuava, mas estranhamente Denki estava trabalhando todo satisfeito, vendo-o fazer o que mais gostava os outros dois suspiraram e se deram por vencidos de um jeito diferente, Denki aparentemente deu a maior contribuição ao derrotar um dos adversários sozinho e resgatar os seus companheiros, com isso ele sentia que finalmente fora útil, e finalmente teria uma história pra contar na reunião da turma.

— Yoshi!! Eu também tenho que ficar mais forte!! – gritou Lee esticando os fios com mais força.

— Espere Lee! Se puxar assim... – foi tarde demais para avisa-lo.

A fiação que deveria ter ficado bem esticada agora foi arrancada da parede, meia-hora de trabalho perdido em apenas um segundo, quando os outros dois começaram a olhar pra ele Lee ficou todo nervoso e começou a tremer, de longe seu sensei observava aquilo, aparentemente só o Denki não lhe causaria problemas por enquanto.

— Mas no final é divertido assistir ao crescimento deles – disse Nayura sorrindo.

Continua.