Faziam dois dias que Harry havia saído para conversar com o Ministério, Arthur quando chegou em casa naquele dia havia dito que não tinha visto Harry, ele não chegará a falar com o pai de Ginny, o coração da ruiva estava mais apertado do que nunca, havia falado para a família da descoberta do garoto e o que ele fora fazer no Ministério e todos concordaram que tudo que Harry havia descoberto fazia muito sentido.

Ela estava sentada na sua cama, olhando os papéis que Harry tinha organizado na parede e as linhas que iam e vinham com o sentido que apenas ele entenderia. Não era a praia de Ginny, ela não nasceu para investigar nada, ela precisava treinar. Tinha acabado de se formar em Hogwarts e sabia que se não fosse atrás de seu sonho talvez ficasse velha demais para algum dia chegar em seu time dos sonhos. Mas não era isso que a preocupava agora, era ele que inundava seus pensamentos. Harry.

Ginny deitou de atravessado em sua cama e observou o teto de seu quarto, as horas passavam como dias, ela estava cansada de não saber o que fazer, ela não podia deixar acontecer com Harry a mesma coisa que aconteceu com Fleur. Ela não aguentaria perdê-lo, ela não seria forte como Bill, ela jamais seria forte como Bill.

— Você está bem? — a voz de George veio do lado da porta, fazendo com que os olhos de Ginny se fechassem, era uma dor ouvir qualquer coisa que não fosse alguma notícia de Harry, ou a voz do próprio.

— Me deixa sozinha, eu só preciso ficar sozinha. — a voz dela saiu rouca, tinha esquecido o quanto chorou antes de apenas parar e observar tudo, seus olhos inchados e vermelhos provavam que o choro não era um choro qualquer, ela sentia tudo, saudades, medo, confusão.

A porta se abriu devagar e George encostou no batente da mesma olhando Ginny deitada na cama, ele bateu com os dedos levemente na porta, não para avisar que entrou, provavelmente Ginny já sabia disso, ele apenas o fez.

— Eu não vou te deixar sozinha, eu quero poder fazer alguma coisa pra você se sentir melhor, irmãzinha. — a voz de George foi calma, ele tentava confortar Ginny o máximo que podia, ele não sabia mais o que fazer além disso.

— Você pode trazer ele de volta? — a voz de Ginny saiu como um grito enquanto ela sentava na cama e encarava o irmão — Se você não pode trazer ele de volta então você não pode me ajudar George, do mesmo jeito que ninguém podia nos ajudar quando encontramos Fred morto! — ela se arrependeu do que falou no momento em que saiu de sua boca, mas George não se moveu, sua expressão não mudou, ele apenas olhou pra baixo e concordou com a cabeça.

— Eu sei que ta doendo, eu sei que tudo que você quer agora é ter alguma solução. Você gritar comigo o quanto quiser, se isso for ajudar. — a voz dele não havia mudado também, era calma. Ele só queria que irmã ficasse bem.

— Não seja bonzinho comigo George, não agora. Eu já estou me sentindo mal o suficiente com tudo que está acontecendo. — ela se jogou novamente para trás enquanto limpava a garganta tentando tirar a voz de choro.

George entrou no quarto e sentou ao lado da irmã, encarando a parede que a não muito tempo atrás GInny também encarava.

— Nós vamos acha-lo, ele vai voltar. Harry é um lutador, não existe nada nesse mundo que vai fazer com que ele fique longe de você. — o sorriso se fez no rosto de George ao imaginar o futuro de sua irmã — Eu tenho certeza que ele ainda vai ter fazer muito feliz.

— Você acha que ele está bem? Acha que ele vai voltar mesmo? — o suspiro saiu devagar de Ginny, ela não sabia mais o que pensar, seus pensamentos voavam em sua cabeça e tudo que ela conseguia imaginar era o pior cenário possível.

— Eu tenho certeza que sim irmãzinha. Ele não seria louco de acabar morrendo antes de casar com você!

O pensamento fez Ginny sorrir por alguns segundos, ela sabia que era exatamente o que imaginava para o futuro dos dois. Eles ficariam juntos pra vida, disso ela tinha certeza. Eles realizaram seus sonhos juntos, e quando tivesse tudo pronto, teriam filhos. Dois? Não. Três, eles definitivamente teriam três filhos.

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O chão ainda estava molhado e tudo que ele queria era saber exatamente onde estava. O pensamento de que Ginny poderia pensar que ele estava morte o fazia se contorsionar ainda mais tentando se soltar das amarras de suas mãos e suas pernas, ele não aguentava mais não ter respostas. Estava com fome, com sede, e toda vez que falava era um balde de água que virava em sua cabeça. Ele não conseguia ver nada, estava tudo escuro e quieto demais.

— Você não achou que eu te deixaria livre por aí, achou, Potter? — a voz fria veio da escuridão, e Harry sabia exatamente de quem vinha.