The sense of me - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

OEOEOEOE!!!

Depois de 84 anos, volteeeeeeeeeeeeeei!

Voltei bem rapidinho só pra postar essa oneshot que eu demorei horrores pra terminar, mas finalmente consegui e, sinceramente, espero que vocês gostem!

Escrevi boa parte ouvindo a música "The sense of me" que faz parte da trilha do jogo Life is Strange (meu amorzão esse jogo).

Enfim, queria dizer muita coisa, mas vou deixá-los com a fic!

Boa leitura! ;)



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A TV permanece ligada, mas não consigo mais assimilar o que ela transmite. Minha visão embaça devido as lágrimas que começaram a brotar. É mais um ano de Jogos. Mais um ano com nossos tributos mortos. 

Acredito que qualquer outra pessoa na mesma situação que nós já viria isso como rotina. Talvez nem ao menos se importasse mais, não faria diferença mais uma morte em tantos anos.  

Não sei há quanto tempo estou aqui. Continuo sentada no sofá, no mesmo lugar. As lágrimas começam a secar sobre a minha face e tento imaginar em que estado a minha maquiagem está. Um sorriso triste nasce em meus lábios apenas a menção de estar pensando no estado da minha maquiagem logo agora, depois de tudo que aconteceu hoje. Num impulso, retiro minha peruca e a pouso no centro à minha frente. Retiro cada grampo que segura os meus cabelos e os solto, sentindo um alívio no topo da cabeça.  

Pelo silêncio que domina o ambiente, é bem provável que todos tenham ido embora. Não necessariamente para as suas devidas casas, mas devem ter saído para algum lugar e tentar... não pensar em nada. 

Eu gostaria de conseguir fazer isso. 

No entanto, ouço passos lentos se aproximando de mim. Penso em olhar para saber quem está vindo, mas deduzo que seja Cinna. Talvez por ele sempre vir até mim para saber como estou. Talvez seja só intuição mesmo. 

— Sabe, é estranho como num pequeno período de tempo a gente acaba se apegando às pessoas. E mesmo que tenhamos quase certeza de que não a veremos de novo, sempre acabamos tendo aquela pontinha de esperança de que elas voltem vivas dali – meu olhar se concentra nas gotas de chuva que descem pelo vidro. Minhas lágrimas parecem querer acompanhá-las quando sinto mais uma escorrer pelo meu rosto. - Não digo isso pelo desejo de termos vitoriosos, mas por tê-los vivos, sabe? - minha visão cai para a minha peruca. Seguro-a em minhas mãos e passo os dedos pelos seus fios macios. - Eu sei que sempre aparento estar animada com tudo isso, mas... chega uma hora que não dá para fingir. 

— É, eu sei como é - a voz que me responde, porém, não é a de Cinna. Dou de ombros rapidamente, devido ao susto que levei, e dou de cara com um Haymitch quase tão intrigado quanto eu.  

Alguns longos segundos se passam enquanto apenas nos olhamos em silêncio. Haymitch parece hesitar um pouco antes de voltar a falar. 

— Olha, eu não esperava... 

— Me ver aqui chorando? - completo, interrompendo-o. Haymitch franze o cenho, mas prossigo mesmo assim. -  Eu pareço ser tão arrogante assim? 

— Não, Effie, olha... 

— Tudo bem, Haymitch – interrompo-o novamente, com a voz fraca, me levantando do sofá. Tento enxugar as lágrimas e em seguida cruzo os braços. - Eu não quero discutir hoje, tá bom? Eu só... vou para o meu quarto. 

— Ei, ei, ei... - diz Haymitch, segurando o meu braço quando começo a me afastar, me virando de frente para ele. Ainda assim, não ouso levantar o olhar, visto que os meus olhos ainda estão úmidos; mas acabo levantando depois de um tempo. Haymitch parece preocupado. Mas antes mesmo que ele diga mais alguma coisa, antes mesmo que eu pense em protestar, sou envolvida por um abraço. Haymitch deixa que eu encoste o meu rosto no seu peito e desabo em questão de segundos. Enquanto isso, seus dedos sobem até alcançarem os meus cabelos, afagando-os. Ele continua fazendo isso até eu começar a me acalmar e os soluços cessarem. - Olha... eu não costumo ser bom com palavras. Geralmente é você quem é. Mas infelizmente temos um trabalho horrível - fico atenta a cada palavra que ele diz, sem ousar me mexer. Meus braços estão ao seu redor, numa retribuição ao que ele fez. - Talvez um dia as coisas melhorem, talvez ainda tenhamos muitos Jogos até esse dia chegar. Ninguém sabe.  

Um suspiro me escapa e acabo sendo surpreendida mais uma vez ao senti-lo encostar a cabeça no topo da minha. Meus batimentos aceleram e me sinto um pouco nervosa, imaginando se ele percebeu, já que estamos tão próximos. 

Haymitch jamais foi assim. Por que está agindo dessa forma agora, tão de repente? 

Vários questionamentos tomam conta da minha mente, mas tento afastá-los pelo simples fato de estar me sentindo muito mais calma agora. 

Tomo um pouco de distância, ainda tentando enxugar o que sobrara das lágrimas. Aposto todas as minhas maquiagens que os meus olhos estão bastante inchados agora. 

— Obrigada – digo com a voz embargada. Cruzo os braços e dou de ombros, tentando evitar ao máximo que ele olhe para mim dessa forma. Mesmo após ter me desfeito em lágrimas há alguns segundos. - Você deve estar me achando ridícula. 

— Pelo contrário - ele diz. Meu olhar é levado até ele, como se não tivesse entendido bem o que eu acabara de ouvir. - Você se importa. Isso pode fazer de você tudo, menos ridícula, Effie. 

Meus lábios se movem num pequeno sorriso involuntário. Por um instante não consigo encontrar algo para dizer. Haymitch me olha de uma maneira que, até onde eu me lembro, jamais me olhou. É como se ele estivesse sóbrio. Não há uma ponta de deboche ou algo parecido. Ele parece... sereno. 

— Por que está fazendo isso? - indago, pensando na possibilidade de Haymitch estar simplesmente pregando mais uma de suas peças. Ele franze o cenho, como se ponderasse o que deveria dizer em seguida. Suas mãos vão até os bolsos da sua calça. 

— Eu só... - faz uma pausa quando seu olhar desvia para o chão. - Só queria compensar o que não fiz há uns dois anos – seu olhar volta a encontrar o meu, percebendo minha intriga. - Eu vi você chorando no seu quarto assim que os tributos morreram... mas não tive coragem de falar com você. Achei que... quisesse ficar sozinha. 

Assinto com a cabeça, compreendendo o seu ponto de vista. Cruzo os braços, tentando pensar no que dizer. 

— Talvez eu quisesse, sim – concordo. Mais uma lágrima escorre pelo meu rosto e me adianto em enxugá-la com as costas da mão. - Mas eu não quero dessa vez. 

Um pequeno sorriso nasce nos lábios de Haymitch e ele leva uma mão até a minha, fazendo com que eu descruze os braços.  

— Não costumo ser uma boa companhia, mas tentarei chegar o mais perto possível hoje. 

— Está se saindo muito bem – digo. O sorriso dele se alarga um pouco. 

— Volta pro sofá - ele pede. - Vou pegar água para você. 

Balanço a cabeça em concordância e me sento enquanto ele vai até a cozinha, voltando em poucos instantes com um copo na mão. Ele se senta ao meu lado e me entrega. Tomo tudo de uma vez, sentindo o sabor doce do líquido, deixando claro que eu estava com sede. Quando termino, ele mesmo pega o copo e o deixa sobre o centro. 

— E aí, tá mais calma agora? - indaga. 

— Acho que sim. 

Haymitch balança a cabeça e olha ao redor. 

Me inclino para frente e apoio meus cotovelos nos joelhos.  

— Acho que eu deveria ter levado todos vocês a um bar de novo, como no ano passado – diz Haymitch. Dou de ombros, logo encontrando o seu olhar brincalhão de sempre. 

— Não mesmo – retruco, ouvindo uma risada como resposta. Volto a me recostar no sofá, olhando para cima. - Não quero voltar àquele bar nunca mais. 

— Mas foi engraçado - ele diz, deixando uma breve risada escapar.  O canto do meu lábio se move rapidamente quando penso em algumas coisas que ainda me lembro daquela noite. Mas não de tudo. 

— Haymitch – chamo, quando percebo que não lembro de como aquilo tudo terminou. - Talvez eu já tenha perguntado isso, mas quem me deixou em casa? 

— Eu deixei – responde. Meu olhar encontra o dele, à espera de que continue. - Por incrível que pareça, naquela noite eu era o menos bêbado do grupo, então acabei levando você enquanto os outros voltaram ao prédio dos tributos – enquanto ele conta, me movo no sofá até ficar de frente para ele. Então seu olhar vacila até as minhas pernas, voltando a si um pouco depois. - Você vomitou quando chegamos – um sorriso volta a aparecer em seus lábios. - Então mandei você tomar um banho enquanto limpava e aí fiz um café. Você estava muito mal mesmo. Acabei dormindo no sofá porque você insistiu para que eu ficasse. 

Franzo o cenho tentando me lembrar, mas a maior parte da minha mente está constituída por um grande branco. 

— E então...? - indago, acreditando que haja algo mais depois disso. Haymitch, por sua vez, sorri novamente. 

— E então eu não consegui dormir – prossegue. - Achei que no meio da noite você pudesse passar mal de novo e, enfim... a porta do seu quarto estava aberta e eu fui ver se estava tudo bem – arqueio uma sobrancelha, desconfiada. - E você estava acordada. Então você se levantou, veio até mim e me beijou. 

Franzo o cenho em confusão enquanto Haymitch ainda me observa. Esse é o tipo de coisa que eu certamente lembraria, estando bêbada ou não. Mesmo que fosse apenas em partes, eu lembraria. 

— Você já contou mentiras melhores – digo apenas. Haymitch parece se divertir um pouco. 

— Não é mentira – diz de uma maneira nada convincente. 

— É claro que é - retruco. - As pessoas sempre fazem isso. Inventam detalhes e tudo mais. 

— Como tem tanta certeza se você mesma disse que nem lembra daquela noite? 

— Eu lembraria de uma coisa dessas, Haymitch – respondo, surpreendendo-me por perceber que estou gostando do caminho que esta conversa está levando. 

— Então quer dizer que um beijo meu seria... inesquecível para você - ele diz como se calculasse cada palavra que saía da sua boca. 

Mordo o lábio, prendendo o riso. 

— Talvez. 

Haymitch se move para mais perto, deixando que sua perna encoste na minha. Ele estica o braço no encosto do sofá até deixar os seus dedos brincarem um pouco com as pontas dos meus cabelos soltos e – muito provavelmente – desgrenhados. 

— Eu poderia fazer com que isso fosse inesquecível, por exemplo – ele diz, com o olhar preso nas minhas madeixas. - Se você quiser, é claro. Porque eu quero. 

Haymitch encontra os meus olhos e, por um instante, eu poderia ter certeza de que ele está sóbrio e que isso não é mais uma de suas brincadeiras. Talvez realmente não seja. A possibilidade de que ele esteja falando sério é grande e isso acaba me assustando um pouco. Fui pega totalmente desprevenida, apesar de ter imaginado que esta conversa poderia chegar até aí. 

Meus olhos desviam para as minhas mãos juntas sobre as minhas pernas. Minhas unhas se esbarram de inquietação e um pequeno sorriso involuntário se forma em meus lábios antes que eu levante o meu olhar novamente. 

— OK - é tudo o que eu digo. Ainda consigo vislumbrar um traço de sorriso antes dos nossos lábios se encontrarem. A mão de Haymitch vai das minhas madeixas até a minha nuca, concentrando-se lá. Por um momento acabo me sentindo indecisa sobre onde tocá-lo, até que apoio as minhas mãos nas suas pernas, tentando me aproximar um pouco mais. Entendendo minha tentativa quase inútil, Haymitch usa sua mão livre para me puxar pela perna, fazendo-me sentar no seu colo. Um suspiro me escapa com o movimento repentino e ele parece gostar disso, pois acaba mordendo o meu lábio inferior. Ele parece ter total controle da situação, enquanto sinto suas mãos, que até então não passavam de rudes, deslizarem pelas minhas pernas. Meus dedos tocam, hesitantes, sua barba malfeita, como se receassem alguma repulsa dele. Ah, que droga, Effie! Ele está te beijando! A última coisa que ele irá sentir será repulsa!, penso, me sentindo uma idiota. 

Há um pequeno instante em que consigo me desprender de tudo. Um momento em que, simplesmente, nada mais importa. Quando Haymitch me segura um pouco mais firme e me puxa mais uma vez, como se fosse possível estarmos ainda mais próximos que agora. Percebo-o se encostar um pouco mais no sofá, o que acaba me deixando um pouco mais confortável. Aproveito para apoiar os meus braços no encosto do móvel, deixando que o beijo se aprofunde. Ainda há uma calmaria misturada a necessidade nos seus lábios, algo que acabo correspondendo quase que na mesma proporção.  

Depois de um tempo que me pareceu muito breve, tomamos um pouco de distância. Meus olhos parecem estar se recusando a abrir, deixando que eu me concentre no som das nossas respirações ofegantes e quase sincronizadas. Ainda de olhos fechados, me pego avaliando a reação do meu corpo e noto a minha intimidade latejar de excitação, o que me faz pensar automaticamente se ele também está assim. Um riso me escapa e mordo meu lábio tentando me conter. 

— O que foi? - ele pergunta, curioso. Sua voz sai num sussurro. 

— É que... se alguém me dissesse que isso aconteceria, eu diria que era loucura. 

Um fio de riso escapa dos lábios de Haymitch.  

— Eu também diria – ele concorda, me puxando para um beijo rápido. Dessa vez ele deixa sua mão segurando o meu rosto bem próximo ao seu. Com os olhos ainda fechados, me concentro em apenas ouvir. - Parece que finalmente consegui arrancar um beijo da escolta do Distrito 12 – ele murmura, ainda bem próximo a mim.  

— "Finalmente" faz parecer que você está tentando há muito tempo. 

— Talvez eu esteja – ele confirma. Suas mãos passeiam um pouco pelo meu corpo até pousarem nas minhas costas, me envolvendo num aconchegante abraço. Fecho os olhos e inalo o cheiro do shampoo daqui, sentindo-me aliviada por ao menos ele ainda cuidar de si. Sua cabeça se move e logo posso sentir seus lábios no meu pescoço, sugando-me em alguns momentos, o que acabo considerando um verdadeiro "golpe baixo". Seguro os seus cabelos em resposta, segurando ao máximo um gemido que nasce na minha garganta quando ele sobe ainda mais a saia do meu vestido e aperta a minha bunda com vontade. Mordo o lábio com força, mas parece não ajudar muito. 

— Haym... - tento murmurar, mas acaba saindo um sussurro que aparentemente o deixou excitado. Os seus lábios voltam a procurar pelos meus e, quando se encontram, sinto seu aperto ficar um pouco mais forte, induzindo-me a movimentar o quadril sobre ele. Haymitch, então, começa a apalpar o meu vestido e acabo supondo que seja à procura do zíper, o que ele acaba me confirmado quando o encontra. Há uma pausa antes dele começar a puxá-lo, como se esperasse que eu o impedisse, mas logo a peça é jogada no chão. Ouço Haymitch soltar um "uau" baixinho quando encara o meu corpo e acabo corando fortemente, agradecendo pelo ambiente estar um pouco escuro agora. E quando ele me pega de volta em seus braços, é como se não estivéssemos mais aqui, como se não tivéssemos acabado de perder novamente os nossos tributos. Mas, por um breve instante, torço com todas as minhas forças para que os outros não voltem. Que eles simplesmente tenham decidido ir embora levando todas as suas coisas. Minha consciência parece retornar e tento aproveitá-la antes que eu a perca novamente. - Haymitch – sussurro. Ele já havia retirado a sua camisa, jogando-a próximo ao vestido. - A gente tem que sair daqui – prossigo, como se cada palavra exigisse o máximo de esforço possível para sair. Mas Haymitch parece me ouvir e vai parando aos poucos. - Se os outros nos pegarem aqui... - deixo a frase no ar, sabendo que ele entendera perfeitamente.  

Levamos alguns segundos enquanto nos recompomos. Ainda me sinto um pouco desnorteada, até ele me olhar nos olhos novamente. 

— Espera um pouco – ele murmura com a voz rouca. Sua mão pousa no meu rosto, trazendo-o para si. Ele me dá um beijo lento e cheio de desejo, deixando que as nossas línguas se encontrem mais uma vez. Mas é quando a sua mão livre se acomoda entre as minhas pernas que eu me perco novamente. Ele acaricia um pouco antes de deixar introduzir um dedo sob o tecido. Em resposta, seguro os seus braços com força, buscando equilíbrio. E à medida que os seus dedos se movem, me movimento na mesma intensidade, sentindo o meu ápice se aproximar. Nossas testas se encostam e eu fecho os meus olhos, sem evitar que um gemido me escape quando estremeço.  

Quando apenas há o som de respirações ofegantes, arrisco abrir um pouco os olhos e vejo Haymitch levando os dedos à boca, sentindo o meu gosto. Levo os meus lábios até o seu pescoço e ele aproveita para murmurar no meu ouvido: 

— Agora sim podemos ir. 

Mordo o lábio e, com as pernas um pouco bambas, me levanto. Recolho meu vestido e a minha peruca que jazia esquecida no centro, e Haymitch faz o mesmo com a sua camisa. Ainda examino o chão em busca de qualquer outra coisa que nos denuncie, mas não há mais nada. Seguro a mão de Haymitch e, a passos rápidos, acabamos indo para o meu quarto, onde jogamos tudo no chão novamente. 

— Por que não fomos para o seu? - indago quando ele volta a me envolver nos seus braços. 

— Porque é muito mais fácil acharem que eu passei a noite fora do que você - ele me convence. Meneio a cabeça e sorrio, logo sentindo-o me beijar novamente. Minhas mãos vão até a sua calça, lutando para retirá-la, o que ele acaba fazendo com facilidade. Então é a minha vez de sentir sua excitação. Distribuo alguns beijos no seu pescoço antes de me afastar dele, percebendo-o um pouco confuso com a distância. Mas é quando eu levo as minhas mãos até a fivela do meu sutiã que ele parece entender o recado. Retiramos nossas últimas peças de roupa antes de irmos para cama. Haymitch se deita sobre mim e deixo os meus dedos passarem pelos seus cabelos. Ele puxa as minhas pernas até ficarem em volta da sua cintura, vez ou outra mordendo o meu lábio, deixando bem claro que, enquanto ele puder, irá me provocar. Puxo, então, os seus cabelos e traço um caminho com a língua desde os seus lábios até a sua orelha, parando para sussurrar um "vai logo", o que ele não recusa. Estávamos com pressa, com uma vontade que nos consumia. Talvez Haymitch realmente tenha vindo tentando se aproximar de mim há um bom tempo e eu só o estive bloqueando todas as vezes, principalmente quando perdíamos os nossos tributos e eu acabava me trancando no quarto para chorar sozinha. Eu não queria que eles me vissem daquela forma e me achassem fraca. Eu acreditava que aquela imagem sorridente era o melhor que eu podia oferecer, mas não era, nunca foi.  

Há algo na forma em que ele me toca que não é nem um pouco parecido com o que ele demonstra em público. E quando ele me invade, consigo notar o cuidado que ele tem em não me machucar. Nossos lábios voltam a se esbarrar, dando algumas pausas quando ofegamos. Deixo-o se mover mais um pouco, até que ele se sinta mais à vontade, então volto a beijá-lo, dando espaço para as nossas línguas se confundirem mais uma vez. Então ele investe com mais vontade e as nossas respirações se sincronizam. Não leva muito tempo até que meu orgasmo venha novamente e, dessa vez, ele atinge seu ápice junto a mim, caindo esgotado ao meu lado na cama.  

Meu olhar permanece fixo no teto enquanto tento processar tudo que acabou de acontecer no décimo segundo andar do prédio dos tributos. Me pergunto se deveria me beliscar ou algo do tipo, mas sei que foi real. Nada disso foi coisa da minha cabeça. 

Dou de ombros e vejo Haymitch também olhando para cima, então ele vira um pouco a cabeça para me fitar de volta. Murmuro um "uau" e ele se vira, me puxando para um beijo. Apoio uma perna sobre a sua cintura enquanto ele passeia com os seus dedos pelas minhas costas. 

— Acabamos de concretizar o suposto caso que dizem que temos – comento. 

— Eles são espertos – ele murmura. 

— Você acha que existem outros "casos" nos outros distritos? Eu sempre penso nisso nas festas no fim dos Jogos. 

— Duvido que não tenha – diz Haymitch. - Mas eu pouco me importo. Tenho coisa mais interessantes a fazer – ele abaixa um pouco a cabeça, distribuindo alguns beijos pelo meu colo até se concentrar em um seio. Mordo o lábio e seguro seus cabelos, esperando que ele se demore mais um pouco. 

— Seu ridículo! - finjo protestar. Mas algo nos faz parar e prestar atenção. 

— ... devem ter ido dormir – soa a voz de Cinna. 

— Ainda acho que deveríamos tê-los chamado – Portia diz. 

— Pode ter certeza de que nenhum deles está chateado com isso. Dou minha palavra... Enfim, é melhor irmos dormir também. Até amanhã, Portia. 

— Até. 

Ouvimos as portas se fechando e em seguida o silêncio. 

— Acho que é melhor deixarmos os boatos continuarem sendo boatos por um tempo. 

— É - digo. - Também acho. 


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Notas finais do capítulo

Tava morrendo de saudade de postar aqui! Haha espero que tenham gostado!

Comentem e deixem a Lovett feliz! ♥



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