Promessa silenciosa escrita por No one


Capítulo 1
Promessa - Cap único


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira fic de Naruto, espero que gostem tanto quanto eu gostei de escrevê-la. XoXo *-*



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O sol havia acabado de nascer e o dia prometia ser quente e agradável. Estava caminhando em direção ao hospital de Konoha para passar mais um dia enfurnada naquele lugar e consequentemente esquecer de todos os meus problemas, mas antes que eu conseguisse adentrar ao hospital, Kiba me encontrou e me mandou ir ao encontro do Hokage, eu havia ganhado uma missão e pelo visto minha lista de problemas estava apenas aumentando.

Quando cheguei na sala quase caí para trás, fiquei estática na porta, e devo ter ficado com a boca aberta, certamente. Depois de tanto tempo não esperava ver o motivo de mais da metade dos meus problemas, aquele que por sua causa eu tinha noites mal dormidas e vivia preocupada, mas eu reconheceria aqueles cabelos negros em qualquer canto do universo.

—Sakura! Entre, por favor. -Kakashi tirou-me dos meus devaneios, fazendo com que assim eu finalmente conseguisse me mover e adentrar ao recinto.

Naruto me olhou com um sorriso enorme e me mostrou a mão com o polegar para cima, em sinal de positivo, eu sabia que ele se referia ao moreno ao seu lado que sequer virou a cabeça para me olhar. Sai e Shikamaru também estavam lá, ambos deram um aceno de cabeça para mim, retribuí aos dois.

Sasuke apresentou seu relatório sobre suas últimas descobertas, não eram muitas e também não eram de fato muito significativas, enquanto falava mostrava uma certa expressão de desgosto, como se tudo aquilo fosse banal e como se ele nem precisasse estar ali. No final de tudo, Kakashi nos mandou investigar um certo pergaminho achado por Sasuke que pertencia à Danzou, não estava em uma língua conhecida, e a viagem seria para a tradução. Eu até entendia o porquê de Sai e Shikamaru estarem ali, até Naruto era de certo modo compreensível, mas eu? Porque eu estava nessa missão? O hospital era bem mais importante e ainda havia ninjas se recuperando da guerra.

— Kakashi-sensei, desculpe fazer este tipo de pergunta, mas porque eu fui chamada para esta missão? Eu tenho muitas responsabilidades no hospital que não posso abandonar agora. - Naruto arregalou os olhos e ficou um pouco de boca aberta, os outros apenas desviaram o olhar para outro lado e Kakashi apoiou a cabeça nas mãos ainda me olhando e não sabendo o que responder, e foi aí que percebi que ele não havia me chamado, mas sim outra pessoa, girei a cabeça na direção dele e mesmo que eu não quisesse olha-lo, foi automático. Sua expressão era dura, seus olhos eram frios e seu semblante era impossível de se ler.

— Se você não quiser ir fique à vontade. - Sasuke se dirigiu a mim pela primeira vez.

— Você precisa que eu vá? - Respondi. Ele ia ser frio, tudo bem, eu também iria ser.

— Hum... – Indiferente como sempre, apenas fez algo parecido com um jogar de ombros, como se não houvesse importância a minha presença naquela missão, ele me irritava profundamente.

— Avisarei Shizune então que estarei em uma missão. - Falei secamente, ele apenas me olhou por mais 2 segundos e voltou a me ignorar como já fazia a 5 dias. Sim, ele havia voltado a 5 dias e ainda não havia me procurado e isso estava acabando comigo, essa sua atitude de tanto faz, será que eu havia entendido errado aquele simples gesto de tocar na minha testa quando ele foi embora? Provavelmente sim.

Kakashi passou os detalhes da missão, explicou tudo e depois nos liberou para nos preparamos, sairíamos no outro dia no primeiro horário.

— O que vocês vão fazer agora? Questionou Naruto assim que saímos do edifício do Hokage, colocando os braços atrás da cabeça com ar de despreocupado.

— Vou ir ver Ino e depois arrumar meus equipamentos. Respondeu Sai, e no mesmo instante se despediu de nós em direção a floricultura.

— Tenho que trabalhar, não quero voltar da missão e ter o dobro de serviço, que saco. - Shikamaru se despediu e entrou novamente em direção ao escritório de Kakashi-sensei.

Olhei nervosamente para ambos os homens que haviam ficado ali, e no momento que Sasuke abriu a boca para falar algo, eu o interrompi.

— Eu vou para o hospital, até. - E saí quase correndo dali. Eu não sabia o que ele ia falar mas sinceramente, não queria ouvir pois como eu bem conhecia Sasuke, ele ia dar um jeito de nos despachar de qualquer maneira.



                        ********************



Era início da tarde e Shizune praticamente me chutou hospital a fora, segundo ela eu não deveria trabalhar antes de uma missão, deveria estar me concentrando e aumentando minhas reservas de chakra para a mesma, suspirei e me dei por vencida pois de qualquer forma não iria conseguir argumentar com ela e certamente teria que explicar o porquê de eu estar praticamente me escondendo dentro do hospital para quem sabe ganhar a discussão, eu teria que arrumar outra desculpa caso cruzasse com Naruto novamente.

Desci a rua principal de Konoha e acabei achando uma certa distração para o meu cérebro, ia olhando as lojas, conversava uma vez ou outra com alguns amigos que passavam, observava as famílias caminhando contentes, estava tudo tranquilo até que ouvi meu nome ser chamado e eu realmente não queria ser chamada, não por ele e não agora.

Quando me virei dei de cara com um Sasuke sério e levemente irritado.

— Podemos conversar? - Ele perguntou de modo ríspido.

— O que você quer? - Retruquei.

— Conversar. Murmurou, passou ao meu lado e continuou caminhando e eu apenas o segui e ignorei o meu cérebro que gritava para não fazer isso pois certamente me arrependeria no final.

Desde que ele havia ido embora há alguns anos, aquele toque me havia feito acreditar que ele voltaria a vila por mim, e que se ele tivesse que sair novamente, dessa vez eu iria junto, era uma promessa silenciosa de que talvez ele gostava de mim e me queria por perto. Tola do jeito que era, era bem minha cara acreditar nesse tipo de coisa e ficar esperando por ele após tanto tempo. Ele voltou e sequer se deu ao trabalho de me procurar, eu era uma idiota e mesmo assim não conseguia esquecê-lo por mais que eu quisesse ou tentasse.

 

Ele caminhou até um banco, um banco bem conhecido para ambos, se sentou e fez um gesto para eu me sentar também, suspirei e fiquei encarando as árvores na nossa frente enquanto esperava ele finalmente abrir a boca para falar alguma coisa.

Suspirei novamente, pela milésima vez, e decidi me levantar para ir embora, já haviam se passado alguns minutos e ele não havia falado ou feito alguma coisa, apenas estava sentado ao meu lado olhando a paisagem e como sempre, eu não estava entendendo o que ele queria afinal.

Quando ameacei me levantar ele finalmente abriu a boca.

— Desculpe não te procurar assim que voltei, eu não sabia o que fazer ou como fazer. – O olhei pasma.

— Fazer o que? - Perguntei. Porque na minha cabeça eu estava entendendo aquela frase da maneira errada, só poderia estar entendendo errado.

— Como...eu...hmpf. Você ainda continua irritante. - Okay, agora ele havia conseguido me irritar de verdade, olhei para ele de cara fechada, me levantei com os punhos cerrados pensando seriamente em soca-lo e comecei a andar a passos firmes para o mais longe possível dele. Ele se levantou no mesmo instante e começou a me seguir.

— Sakura. Sakura! Você poderia fazer o favor de me ouvir por um momento? - Parei no mesmo instante e me virei para ele.

— Se for para falar bobagens irei soca-lo no mesmo instante. Respondi irritada e lhe mostrando o punho cerrado.

Ele chegou perto de mim, mais perto do que de costume, respirou fundo mais vezes do que pude contar e então aconteceu algo que nem nos meus sonhos mais mirabolantes eu poderia prever, em questão de segundos, tocou levemente meu rosto, eu me assustei com seu toque e principalmente com seu gesto, e no segundo seguinte seus lábios estavam sobre os meus, macios, fortes, gélidos e apaixonantes. No início foi um pouco assustador pois eu não imaginava que ele faria aquilo, nunca imaginaria, mas meu corpo se rendeu por instinto, fechei meus olhos, passei meus braços por volta do seu pescoço e me grudei mais a ele. Senti sua mão repousando na minha cintura e ambos nos entregamos àquele beijo, meu corpo antes tenso e com raiva dele, amoleceu no seu abraço, seu toque macio provocava algo como descargas elétricas que eu nem sabia que eram possíveis. Só paramos para recuperar o ar que estava faltando. Ele se afastou um pouco e consequentemente tive que retirar meus braços dele, o que eu não queria fazer, na verdade não me importaria de passar o resto do dia assim.

— Sakura, eu não sei como fazer isso da forma correta, na verdade não sei se existe uma. Eu não tenho um anel, nem clã e nem sou o homem certo, mas você sempre esteve ao meu lado, me amou verdadeiramente em todas as situações e nunca desistiu de mim, serei eternamente grato a você por isso. Você me mostrou que a vingança não é tudo e que todos merecem uma segunda chance, obrigado por me dar essa chance. Acabou que no final seu amor me ganhou, aos poucos ao fui me apaixonando por você, desde a época do nosso time 7, aos poucos você foi me conquistando, eu só não queria perceber isso pois achava que o amor era uma fraqueza quando na verdade era o que me dava forças, Itachi me mostrou bem isso. - Ele passou a mão pelos cabelos negros e olhou ao chão um pouco envergonhado, eu estava quase chorando, mas consegui me manter firme, agora eu estava entendendo o porquê ele não havia me procurado, ele queria o momento perfeito.

— Então...eu não tenho um anel ou alguma outra coisa de valor, mas eu tenho isso. - Ele tocou novamente na minha testa, como da última vez antes de partir na sua viajem de redenção. - É a forma que posso provar que te amo verdadeiramente e gostaria que daqui em diante, se você aceitar, começasse a carregar nas suas costas o símbolo Uchiha, sendo minha esposa. Você aceita? - Ele colocou a mão no meu ombro e olhou no fundo dos meus olhos, ele falava sério, eu não aguentei e acabei derramando algumas lágrimas, me lancei em direção a ele e lhe dei um beijo.

— Sim, Sasuke. Eu aceito. - E ele sorriu, não um sorriso completo, um sorriso tímido, de lado, que eu quase nunca via, mas ali estava ele, na minha frente sorrindo e com o braço na minha cintura e foi aí que eu percebi que agora estava noiva do homem que eu amei por toda a minha vida. Eu seria esposa de Uchiha Sasuke, então eu sorri com ele e para ele, um sorriso que eu sabia que era só dele.

Ele se afastou um pouco e começou a andar em direção a vila, parou, me olhou e estendeu a mão.

— Vamos? - Perguntou-me. Peguei em sua mão, entrelaçamos nossos dedos e caminhamos silenciosos, ele me olhava de canto assim como eu o olhava e ao mesmo tempo tentava manter meu coração dentro do peito pois ele batia tão forte que eu tinha certeza que Sasuke poderia ouvi-lo.

Ele voltou a falar, sinceramente, eu nunca tinha o ouvido falar tanto e isso estava me deixando impressionada e um pouco apavorada, realmente milagres acontecem.

— Depois que a missão de amanhã acabar, eu voltarei a minha missão original, você gostaria de me acompanhar dessa vez?

— Mas é claro. - Respondi sem nem pensar duas vezes, de repente o hospital que eu estava tão preocupada a algumas horas atrás, nem era mais problema, a minha irritação com ele não estava mais lá, meu semblante cansado dava lugar a um largo sorriso. O dia tinha ficado mais claro e bonito, as pessoas na rua pareciam mais alegres e até as coisas que eu normalmente deixava de lado estavam ganhando destaque.

Ele voltou seu olhar para frente, apertou um pouco mais sua mão na minha e novamente deu um sorriso de canto e eu sorri junto.

                                        FIM


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