You're so beautiful

But that's not why I love you

I'm not sure you know

That the reason I love you

Is you, being you, just you

Yeah, the reason I love you

Is all that we've been through

And that's why I love you

Avril Lavigne- I love you

—Vocês usaram algum tipo de droga por acaso?

As duas loiras riram como se eu tivesse dito uma piada muito engraçada e eu precisei me segurar para não estrangular cada uma.

—Você precisa se acalmar Felicity, nós só estamos tentando te ajudar! –Revirei os olhos e me joguei no sofá ao lado do “presentinho” que elas haviam me dado. –Me ajudar? Sério? Com corpete e cinta liga? –Katherine deu de ombros e se sentou ao meu lado enquanto minha mãe se jogava no chão. –Ai bebê, só estamos tentando ajudar você a se divertir com o meu genro. –Donna Smoak adotou uma expressão extremamente safada e eu quis me jogar do prédio. – Pelo amor de Deus, vocês duas podem parar de me constranger? Eu não vou usar isso em hipótese alguma, nós não precisamos disso!

A culpa era toda minha, desde que Oliver e eu havíamos voltado há uma semana eu estava me sentindo nervosa, fazia um bom tempo que nós não fazíamos “aquilo” e eu tinha medo de fazer algo errado, eu sei que é totalmente ridículo e que meus medos são totalmente infundados, mas mesmo assim eu não consigo me livrar dessa sensação. Fui burra o suficiente de comentar isso com a Katherine e cinco minutos depois escutei os gritos escandalosos da minha mãe, eu achei que elas parariam por aí, mas quando eu menos esperava elas vieram com essa história de “fantasias eróticas”.

—Você é tão chata Felicity, precisa se soltar mais mulher pelo amor de Deus. –Em uma atitude totalmente infantil mostrei o dedo do meio pra ela e Kathe arqueou as sobrancelhas enquanto minha mãe ria alto. –Querida, se eu tivesse a sua idade e um namorado gostoso como o que você tem pode ter certeza que não sobraria um cômodo imaculado na casa. –Senti as bochechas ficando vermelhas e me levantei rapidamente. –Mãe, pelo amor de Deus! Olha só, eu vou subir ok? Preciso me arrumar pra encontrar o Curtis daqui a pouco e espero não ver mais isso quando eu voltar.

Minha mãe revirou os olhos parecendo frustrada e começou a recolher as peças que estavam sobre o sofá, Kathe me lançou um olhar afirmativo e eu percebi que ela havia entendido o recado, “me encontrar com o Curtis” era o código para “vamos pra cave procurar pelo Espectro”.

Subi as escadas rapidamente e quando entrei no quarto escutei o meu celular começando a tocar, corri em direção ao mesmo e sorri ao ver que era o número da casa do Oliver, isso só podia significar uma coisa. –Tia Lissy! –Me sentei na cama e sorri diante da vozinha doce do garotinho. —Olá querido, aconteceu algo?—Pude ouvi-lo mastigando e percebi que ele estava comendo os salgadinhos que eu havia levado pra ele, Oliver não deixava que ele comesse nenhuma besteira, mas qual é? Crianças precisam ser crianças. —Eu já terminei aquela revistinha que você me deu tia e daqui a pouco eu vou pra casa da minha mãe, então eu queria saber se quando eu voltar pra cá você pode me trazer outra e ler pra mim, eu gosto de ler as revistinhas, mas é muito mais legal quando você lê.

Senti meus olhos marejados diante do pedido tão doce e inocente e assenti mesmo sabendo que ele não poderia ver. —É claro meu amor, vou tirar uma tarde inteira pra ler pra você!—Pude escuta-lo batendo palminhas e meu sorriso que já era enorme se ampliou. —Eu preciso ir, a Raissa está me chamado então a minha mãe já dever estar me esperando.—Me levantei e fui em direção à minha bolsa, eu também precisava sair. –Ok querido, se divirta na casa da sua mãe!—William ficou em silêncio por alguns segundos e cheguei a pensar que ele já havia desligado o telefone. –Tia Lissy, eu te amo!—Escutei um barulho demonstrando que ele havia realmente desligado o telefone dessa vez e precisei me segurar pra não cair.

Ele havia dito que me amava?

Lágrimas escorreram pelos meus olhos e eu as limpei calidamente, aquele garotinho já possuía um pedaço do meu coração e era mais do que óbvio que eu já o amava, mas saber que ele também nutria esse sentimento por mim me deixava imensamente feliz.

—Você parece surpresa com os sentimentos do William por você! –Me assustei com a voz e virei o corpo para ver Katherine encostada na soleira da minha porta. –Como você sabe o que ele..como...como você sabe o que acabou de acontecer? –Ela sorriu e deu de ombros. –Eu sei de quase tudo Felicity, não sei por que você ainda fica espantada com isso. –Revirei os olhos e finalmente peguei a minha bolsa. –O William te admira muito e vai passar a admirar ainda mais, um dia você vai entender o que eu estou falando! –Ela sorriu como se soubesse de um segredo muito especial e provavelmente sabia mesmo.

—Ok senhorita misteriosa, vamos que estamos atrasadas e precisamos chegar logo na cave, o Espectro está há uma semana sem nos atacar, mas sinto que essa demora significa algo muito pior. –Ela assentiu adotando uma expressão séria e suspirou. –Eu sei disso Felicity, mas tudo o que podemos fazer agora é nos prepararmos pro ataque porque ele virá. –Abaixei a cabeça e caminhei calmamente em direção a ela. –Sim, mas nós vamos conseguir, não vamos? –Por um momento ela pareceu triste por não saber ou por não poder me responder. –Eu não sei Felicity, realmente não sei. Como eu te disse eu sei de “quase” tudo, mas eu espero que consigamos porque de um jeito ou de outro logo logo eu vou ter que ir pra casa. –Parei no meio do corredor e a encarei franzindo o cenho. –Você já vai embora?

—Não agora, mas logo! Eu preciso voltar pra minha vida, pra minha casa, minha família, meus amigos, Ba...enfim eu preciso voltar pra todo mundo. –Senti o meu coração um pouco mais triste, eu já havia me apegado demais a essa garota. –Ei, não se preocupe. Vamos nos ver um dia, você sabe disso!

Assenti com um leve sorriso e juntas descemos as escadas da minha casa enquanto minha mãe se debulhava em lágrimas com algum drama romântico na TV!

...

—Você não deveria ficar fazendo essas coisas! –Já estávamos na cave há quase uma hora e Katherine estava dando cambalhotas para passar o tempo enquanto recebia olhares reprovadores do meu amigo, Diggle não estava gostando nada das façanhas da viajante do tempo. –Eu já estou bem John, a cicatriz praticamente sumiu, tá vendo? – A garota levantou a blusa e mostrou o lugar onde ela havia sido esfaqueada na semana passada, a cicatriz já estava de uma forma que parecia que ela havia adquirido esse ferimento há anos atrás. –Sério, como você consegue fazer isso? Jura que a ciência avançou tanto assim? –A garota ergueu os olhos de forma ameaçadora e percebi Diggle se segurando para não rir enquanto eu corava. –Quer dizer, você não me disse nada e isso é só uma suposição, eu só não consigo acreditar que a ciência tenha avançado tanto, mas eu também não estou te chamando de mentirosa ou algo do tipo. Quer dizer, isso realmente mais parece magia negra dos filmes, ai meu Deus, eu não to dizendo que você é uma bruxa, quer dizer você nem tem cara de bruxa, mas tem uns filmes que eu vi em que as bruxas também se parecem com pessoas normais, mas isso não vem ao caso porque o que eu tô tentando dizer... –Senti uma mão em meu ombro e me calei imediatamente, respirei fundo e levantei a cabeça para olhar aqueles olhos azuis que eu tanto amava. –Acho que a Katherine já entendeu o que você quis dizer Felicity!

Assenti com um meio sorriso e Oliver aproximou sua boca da minha, mas quando estava prestes a me beijar escutamos um pigarreio e eu lancei o meu melhor olhar ameaçador para o homem ao meu lado. –Desculpe Felicity, eu e a Katherine ficamos muito felizes por vocês terem voltado, mas queremos que vocês guardem isso pra quando estiverem entre quatro paredes. –A loira riu alto e senti o aperto de Oliver em meu ombro se intensificando em sinal de nervosismo. –Hahaha, vocês dois estão muito piadistas hoje, sabiam? Mas agora vamos ao trabalho, conseguiu achar alguma pista do Espectro, amor? –Abri um sorriso involuntário e percebi que o jeito carinhoso com que Oliver me tratou não passou despercebido pelos nossos amigos. –Ainda não, ele parece saber que eu estou de olho nele, pelo menos online! Estou usando todos os recursos que tenho, mas até agora não encontrei simplesmente nada!

—Bem talvez isso seja alguma coisa então. –Nos viramos em direção à voz no momento em que Curtis entrava na cave acompanhado por Dinah. –O que quer dizer Curtis? –Oliver parecia tão confuso quanto todos nós, mas de alguma forma já parecia pressentir o que quer que estivesse acontecendo. Dinah se adiantou e entregou um bilhete em minhas mãos. –Estávamos seguindo o William e a Samantha como você falou e de repente vimos o Espectro, pensamos em te ligar, mas ele não parecia querer nada com o William, ele só queria chamar a nossa atenção. Deixamos Rene de olho no garoto e Curtis e eu nos dividimos para segui-lo, ele ficou fazendo joguinhos o tempo inteiro, parando em caminhos e becos que não davam em nada, mas por fim entrou no cemitério e antes que pudéssemos alcança-lo ele fugiu. –Dinah lançou um olhar na direção do Curtis e ele se adiantou pra falar enquanto ela se sentava parecendo realmente cansada. –Nós nos aproximamos do local onde ele estava e percebemos que era a lápide do seu pai, ele deixou esse bilhete lá!

Senti como se o pequeno papel em minha mão pesasse uma tonelada e entreguei pra Oliver, eu estava curiosa assim como todos os outros, mas sabia que ele deveria ler primeiro. O loiro abriu o bilhete com cuidado e vi seus olhos azuis escurecerem enquanto ele buscava a minha mão como forma de se acalmar, me levantei e comecei a acariciar suas costas em uma tentativa de fazê-lo relaxar e agradeci aos céus quando percebi que aos poucos estava funcionando.

—Então, o que está escrito Oliver? –Ele me entregou o bilhete e todos se amontoaram atrás de mim para poderem ler também!

"Alguns homens não procuram algo lógico, como dinheiro. Eles não podem ser comprados, intimidados, racionalizados ou negociados. Alguns homens só querem ver o mundo queimar."

—O que vocês acham que isso significa? Ele está querendo dizer que quer apenas ver a destruição de todos nós? –Curtis parecia tão confuso quanto todos se sentiam, mas agora eu entendia a reação de Oliver, Espectro não estava se referindo a ele mesmo. –Pode ser, é bem provável que seja isso! Agora, eu acho que seria bom que vocês dois voltassem pro William, apesar de tudo, isso ainda pode ser só uma tentativa de distração do Espectro. –Dinah assentiu e saiu puxando Curtis pelo braço, Oliver então se virou na direção do Diggle, mas parecia não saber o que falar então eu me adiantei. –Será que vocês dois poderiam fazer a ronda hoje? Ficar de olho nas coisas, talvez dar uma passada na minha casa e na casa do Oliver pra conferirem minha mãe e Thea. –Percebi que Kathe e Diggle entenderam o meu pedido e assentiram antes de se retirarem rapidamente.

Assim que viu que estávamos sozinhos Oliver se jogou na cadeira ao meu lado e eu respirei fundo antes de me aproximar e sentar em seu colo, ele me apertou forte e descansou a cabeça no vão do meu pescoço enquanto eu me limitei a acariciar suas costas e beijar toda as partes do seu cabelo que eu alcançava, eu sabia que o Queen precisava desse momento e eu estava mais do que disposta a ajuda-lo a enfrentar todas as coisas ruins que aparecessem ao longo das nossas vidas.

Ficamos assim por algum tempo e quando ele ergueu a cabeça vi que seus olhos carregavam uma dor já conhecida. –Você também acha que ele estava falando do seu pai, não acha? –Oliver assentiu e descansou sua testa na minha. –Tenho certeza, não é a toa que ele deixou o bilhete no túmulo do meu pai, ele estava querendo dizer que meu pai era rico e influente, mas não se importava com nada disso, no fundo ele só se importava com ele mesmo. A cada vez que descubro algo novo sobre as coisas que meu pai fez eu me sinto pior, talvez o Espectro esteja certo e tudo o que Robert Queen queria era ver o mundo queimar, às vezes eu penso que não é possível que o homem que me criou seja a mesma pessoa que fez tudo isso e ajudou a destruir não só a vida da própria família, mas de tantas outras pessoas inocentes.

O abracei forte e pedi aos céus pra que eu fosse capaz de ajuda-lo a se curar dessas feridas, de todas as pessoas no mundo Oliver era o que mais merecia ser feliz, ele não percebia, mas tinha um coração tão gigante e um altruísmo admirável. –Hey, o seu pai fez muitas coisas erradas, mas durante todos esses anos tudo o que você tem feito é tentar arrumar a bagunça que ele fez porque de alguma forma você quer se redimir, mas você não precisa se redimir de nada porque a culpa não é sua, você não é o vilão Oliver, é o herói. –Ele estava com os olhos marejados, mas possuía um leve sorriso no rosto. –Eu te amo sabia? Eu não sei o que faria sem você, eu achei que havia voltado pra casa quando saí daquela ilha, mas a realidade é que eu só consegui realmente voltar pra casa quando te conheci.

Sorri e aproximei minha boca da sua, Oliver parecia tão desejoso por aquele beijo quanto eu, pois rapidamente acabou com a pequena distância entre nós e me tomou em um beijaço de tirar o fôlego, ele me segurou de forma possessiva e me ergueu até que eu entrelaçasse minhas pernas em sua cintura, em seguida nos levou até a minha mesa e me colocou sentada em cima dela, eu aumentei o aperto das minhas pernas e gemi baixinho ao sentir seu membro pressionando minha intimidade. –Você vai me deixar louco Felicity! –O Queen começou a distribuir leves beijos pelo meu pescoço e eu ofeguei enquanto o abraçava mais forte. –E isso...é...bom...não é? –Minha mente já começava a encontrar dificuldades para proferir uma simples frase e o calor que o meu corpo emanava era tamanho que eu estava com medo de entrar em combustão. –Bom? Sim, muito bom!

Ele moveu as mãos até os botões da minha blusa e dei graças aos céus quando o senti acariciando os meus seios. –Nada de pornografia no local de trabalho pombinhos! –Empurrei Oliver com toda a minha força e pulei da mesa de forma totalmente descoordenada, levantei os olhos só pra dar de cara com a Queen mais nova sorrindo de forma irônica. –Thea, o que diabos você está fazendo aqui? Achei que ficaria em casa. –A morena deu de ombros e se aproximou lentamente. –E perder a chance de flagrar vocês? Com certeza não irmãozinho. A Kathe tinha certeza de que vocês iriam se pegar e como ela não podia vir aqui se divertir por precisar fazer a ronda me mandou no lugar dela!

Bufei frustrada e arrumei a minha roupa que estava amassada, percebi pelo canto do olho Oliver fazendo o mesmo. –Sabe Thea, se Satanás tiver filhos vocês duas com certeza são filhas dele! –A morena gargalhou alto e em seguida se jogou na minha cadeira. –Eu também te amo cunhadinha.

Alguns minutos se passaram e quando Oliver e eu estávamos finalmente recuperados ele se virou pra minha cunhada com um olhar severo. –Thea, o que eu falei sobre sair sozinha? Você ainda não está completamente recuperada, vai estar indefesa caso o Espectro decida te atacar. –A morena bufou frustrada e fechou os olhos. –Eu sei de tudo isso Oliver, mas eu fiquei de olho enquanto vinha pra cá e com o celular na mão o tempo todo pra caso aparecesse algo suspeito, além do mais nós temos que tomar cuidado, mas não podemos deixar de viver por medo. Se esse cara quiser pegar algum de nós eu sinto muito, mas algo me diz que ele vai pegar não importa o que façamos, ele já provou que parece sempre estar um passo na frente.

As palavras de Thea com certeza não eram animadoras ou reconfortantes, mas infelizmente eram verdadeiras, no fundo eu sabia que isso tudo não passava de um jogo pra esse psicopata e que ele somente estava esperando o momento certo para dar a cartada final.

Oliver abaixou a cabeça e percebi o quanto ele estava sendo afetado por toda essa situação. –Hey, nós vamos conseguir meu amor, durante seis anos temos enfrentado todo tipo de vilão e sempre conseguimos vencer no final, agora não vai ser diferente. –Ele segurou a minha mão e assentiu e logo Thea se posicionou ao nosso lado. –Felicity está certa Ollie, nós vamos conseguir! Tudo o que ele está fazendo não passa de um jogo psicológico, esse homem quer brincar com as nossas mentes porque naquela cabeça doentia isso é divertido e é a melhor forma de se vingar pelo que o nosso pai fez com ele.

—Vocês estão certas, eu sei que estão, mas mesmo assim...não é fácil se sentir impotente, ir dormir com medo do que pode acontecer no dia seguinte, ficar pensando que a cada minuto que passa ele pode estar planejando fazer algo com a minha família, meus amigos. Eu quero agir, quero impedi-lo antes que ele machuque alguém, mas nós não conseguimos acha-lo, durante todos esses dias temos procurado alguma pista e simplesmente nada apareceu. –Thea o abraçou e eu fiz o mesmo. –Nós vamos lutar Oliver e vamos vencer ok? Além do mais temos a Katherine do nosso lado e tenho certeza que ela vai conseguir nos ajudar. –Oliver balançou a cabeça e pareceu um pouco mais confiante depois do meu pequeno discurso motivacional, eu me senti bem em ser aquela que consegue acalma-lo.

—Bom, agora que eu já interrompi vocês e rasgamos muita seda nesse momento tão fofo de apoio em família, que tal irmos tomar aquele sorvete que eu estou querendo desde semana passada? –Oliver tentou falar algo, mas foi rapidamente interrompido. -Ah, cala a boca Oliver! Você não vai falar nada, simplesmente vai me levar pra tomar a porcaria do sorvete. –O homem ao meu lado meneou a cabeça, mas por fim acabou cedendo com um meio sorriso enquanto Thea batia palmas.

Acompanhei os dois até o elevador e deixei minha mente viajar enquanto ambos discutiam pelo sabor do sorvete. Percebi que durante todos esses anos os problemas pelos quais passamos me fizeram entender que eram esses pequenos momentos que faziam a vida valer a pena.

Senti Oliver segurando minha mão e me aconcheguei em seu corpo másculo, eu não precisava de viagens para lugares paradisíacos, jantares caros ou coisas do tipo pra ser feliz...

Eu só precisava que o homem que eu amava continuasse segurando a minha mão!

...

—Então, como foi o passeio com o Oliver? –Parei ainda na soleira da porta e encarei minha mãe com a minha melhor expressão confusa. –O quê bebê? A Katherine me contou que vocês foram tomar sorvete no parque. –Como a loira sabia...não, esquece! Eu iria ficar louca se tentasse entender a mente da Kathe. –Foi divertido, nós conseguimos nos distrair um pouco da vida corrida que temos!

—Fico feliz com isso! –Gritei alto ao sentir a voz da viajante do tempo em meu ouvido e me virei à tempo de vê-la se contorcendo de tanto rir. –Você realmente precisa fazer isso? Qual é a graça em tentar diariamente me causar um infarto? –Ela se esforçou muito para conseguir parar de dar risadas e quando finalmente pareceu conseguir se controlar eu pude respirar aliviada. –Da próxima vez nós vamos filmar e aí você vai descobrir qual é a graça! –Revirei os olhos e finalmente entrei no apartamento, minha mãe iria embora amanhã e apesar de estar triste pela partida dela, eu me sentia aliviada em saber que ela ficaria longe de toda essa confusão com o Espectro.

—Quem quer ver um filme comigo? –Minha mãe parecia animada com a nossa presença e eu decidi aproveitar esses últimos momentos com ela. –Eu quero e você Kathe? –A loira sorriu arteira e arqueou a sobrancelha esquerda. –Eu já até comprei bolo de chocolate minha cara Smoak! –Mamãe bateu palmas no melhor estilo Donna Smoak e praticamente nos enxotou até a cozinha para pegar os comes e bebes enquanto ela escolhia o filme.

Kathe e eu estávamos pegando todas as guloseimas que encontrávamos pela frente e quando finalmente arrumamos tudo em cima de uma bandeja enorme e colocamos a pipoca no micro-ondas, um silêncio confortável se instalou na cozinha por alguns instantes. –Você está com o cheiro do Oliver! –Me virei pra ela com o cenho franzido e precisei de alguns segundos para entender ao que ela estava se referindo. –Sim, deve ser porque eu senti um pouco de frio no parque e ele me deu o casaco dele! –A loira assentiu com um sorriso e encostou o seu ombro no meu. –Ele faz de tudo por você, o mundo dele orbita ao seu redor Felicity. Você tem ideia de quantas pessoas ao redor do mundo queriam poder viver esse tipo de amor? –Abaixei a cabeça e sorri, eu sentia o meu coração pular de alegria a cada vez que tocava no nome de Oliver. –Eu o amo com toda a minha alma Kathe, vou agradecer eternamente por ele ter entrado na minha sala para consertar aquele notebook!

Katherine me abraçou de lado e ficamos assim até o micro-ondas apitar avisando que a pipoca já estava pronta, caminhamos até a sala e deixamos a bandeja em cima da mesa. Não me surpreendi ao perceber que minha mãe havia escolhido mais um romance e me sentei ao seu lado para me perder em Orgulho e preconceito.

Demos risada durante o filme e choramos em alguns momentos, Sr. Darcy me fazia lembrar tanto do Oliver que em algum momento eu me desliguei completamente do filme e deixei minha mente caminhar para onde ela queria, em direção ao homem que eu amava!

“Eu te amo e se você ainda me quiser, mesmo estando meio estragado e cheio de defeitos, bem, eu sou seu. Prometo que vou tentar fazer dar certo e vou passar cada dia da minha vida tentando te fazer sorrir, porque mesmo de longe você ainda é todo o meu mundo e eu não suporto mais manter a distância entre nós dois.”

A declaração que ele havia feito no hospital continuava viva em minha mente, Oliver falava com tanta devoção que a cada vez que eu me lembrava das suas palavras me sentia a mulher mais amada do mundo, meu peito inflava de felicidade e toda vez que seus olhos azuis se encontravam com os meus eu tinha vontade de gritar que contos de fada podiam ser reais, pois apesar de todos os problemas eu estava vivendo o meu.

—Hey, terra pra Felicity! Acorda mulher... –Fui tirada dos meus devaneios pela voz de Katherine e quando olhei pra ela com o cenho franzido a mesma se limitou a apontar para o meu celular, só quando abaixei a cabeça e olhei a tela é que finalmente fui me dar conta de que Oliver estava me ligando. –Oliver, aconteceu alguma coisa?—Estávamos vivendo sob tanta tensão nesses últimos dias que a cada vez que alguém me ligava eu já imaginava o pior. –O que? Não, não aconteceu nada por enquanto. Eu liguei porque o William foi passar uns dias com a Samantha e a Thea disse que vai dormir aí, algo como uma noite das garotas e eu pensei que a companhia da Katherine e da sua mãe fossem ser mais do que suficientes pra ela, então...—Ele parecia nervoso e eu me segurava pra não rir, meu namorado estava parecendo um adolescente ansioso pelo primeiro encontro. –Então?—Escutei-o soltar o ar que provavelmente estava prendendo e pelo canto do olho vi duas loiras me olhando de forma tão penetrante que eu comecei a me sentir como a atração de um espetáculo muito importante.

—Bem, eu queria saber se você não gostaria de passar a noite aqui? —Antes mesmo que eu pudesse responder senti o telefone sendo puxado da minha mão e lancei o meu melhor olhar ultrajado para Katherine. –É claro que ela quer dormir ai seu bobo, vem buscar ela agora e aproveita pra trazer a Thea e um pote de sorvete de...qual sorvete você quer Donna? –Minha mãe sussurrou de forma risonha “pistache” e a viajante do tempo assentiu sorrindo. –Sua sogra quer sorvete de pistache Oliver, não demore! –A loira desligou o telefone na cara do Oliver e em seguida me entregou o aparelho como se nada tivesse acontecido, minha mãe pareceu não se importar com tamanha disparidade porque simplesmente voltou a dar play no filme e se virou para a televisão. –Bebê, você precisa ir arrumar as suas coisas porque daqui a pouco o Oliver vai estar aqui! –Como uma pessoa que ainda estava em choque eu me levantei no automático e caminhei até o quarto.

O que estava acontecendo? Onde estavam os limites? Cadê o respeito a minha privacidade?

—Você não precisa de privacidade Felicity, isso é ridículo! –Gritei alto e me virei para Katherine, mal percebi que já estava dentro do meu quarto. –O que...Como...Quando...Nossa! Você lê mentes por acaso? –Ela revirou os olhos e começou a admirar as unhas. –É claro que não Felicity, eu não leio mentes, mas escuto muito bem e você estava falando tão alto que não vai me espantar nada se a sua mãe também tiver escutado o seu ataque de histerismo.

Ataque de histerismo? Ela está me chamando de histérica? Olhei-a de forma fulminante e Kathe se limitou a arquear a sobrancelha direita. –Eu vou descer e voltar a ver o filme, se arrume logo porque daqui a pouco o Oliver vai chegar e nós queremos que vocês sumam o mais rápido possível pra que possamos começar a nossa noite das garotas. –Eu iria ficar louca, não tinha mais dúvidas disso! –Você sabe que essa casa é minha né? E se eu quiser participar da noite das garotas? –Ela riu alto e se afastou da porta. –Primeiro, eu não me importo se você é a dona e segundo você acha mesmo que eu vou acreditar que você prefere passar a noite com a gente ao invés de ficar com o Queen transando loucamente madrugada adentro? –Me senti corando totalmente e meu rosto começou a ficar tão quente que não me surpreenderia se ele estivesse pegando fogo! –Vo...vo...cê...Você! Deus, você não deveria falar esse tipo de coisa.

—E eu tô mentindo por acaso Smoak? –Bem, eu realmente queria passar a noite com o Oliver, mas ela precisava falar isso de forma tão escrachada? Tudo bem que eu não era nenhuma santa, mas tudo tinha um limite. Só percebi que estava em silêncio a tempo demais quando ela voltou a rir alto. –Acho que eu já encontrei a minha resposta, agora anda logo porque a campainha acabou de tocar e deve ser ele.

Em um piscar de olhos a loira já havia sumido do meu quarto e eu suspirei enquanto pegava uma bolsa e colocava tudo o que eu precisaria dentro, Katherine ainda era um mistério pra mim e às vezes eu me pegava torcendo para que o futuro chegasse logo só para que pudéssemos descobrir quem realmente é essa viajante do tempo!

—Atrapalho? –Sorri ao escutar a voz de Oliver e me virei pra ele com o maior sorriso do mundo. –Você nunca atrapalha! –Ele se aproximou e me enlaçou pela cintura enquanto depositava um leve beijo em meus lábios. –Então, já está pronta? –Assenti efusivamente e mesmo que a contra gosto me livrei do seu abraço. –Sim, só preciso colocar o carregador do meu celular dentro da bolsa e poderemos ir. –O Queen concordou com a cabeça e ficou me olhando zanzar pelo quarto enquanto procurava o bendito carregador. –Onde é que essa porcaria foi parar? Eu não acho em lugar nenhum! –Escutei uma risada baixa e me virei, o loiro estava com um sorriso divertido no rosto. –O que foi Oliver? –Ele deu de ombros e voltou a se aproximar de mim. –Será que o carregador que você está procurando não é esse que está enrolado no seu pescoço?

Abaixei a cabeça imediatamente e vi que Oliver estava certo, como diabos essa porcaria havia vindo parar no meu pescoço? Bufei irritada e o homem a minha frente voltou a dar risada enquanto depositava um beijo no vinco que havia se formado em minha testa. –Podemos ir agora? –Revirei os olhos e segurei sua mão, Oliver pegou a minha bolsa e saímos do quarto em um silêncio confortável, mas conforme descíamos as escadas e nos aproximávamos da sala o barulho começava a ficar realmente irritante.

Thea, Katherine e minha mãe estavam dançando loucamente pela minha casa enquanto jogavam pipoca pro alto, caminhei até elas rapidamente e tirei o som da tomada. As três loucas me lançaram olhares ultrajados e eu respirei fundo para não matar alguém. –Primeiro, isso aqui é um apartamento e eu tenho vizinhos, ou seja, cometam as loucuras de vocês sem fazer tanto barulho e segundo, amanhã quando eu voltar quero ver a minha sala limpa, ok? Se eu enxergar um grãozinho de pipoca no chão alguém vai morrer e como a minha mãe já vai embora bem cedo vai sobrar pra uma de vocês duas! –Todas assentiram rapidamente e eu me senti uma mãe dando bronca nos filhos, revirei os olhos e me limitei a acenar antes de sair porta afora com o meu namorado.

—Se divirtam crianças! –É claro que a loira não dos deixaria ir embora sem nenhum comentário que me envergonhasse, Katherine era mestre nisso!

Saímos do meu prédio rapidamente e fizemos o caminho inteiro em um silêncio agradável, porém em nenhum momento Oliver soltou a minha mão e eu me senti mais do que grata por isso! Chegamos em seu apartamento e como eu já havia jantado, fomos direto para o seu quarto. Oliver parecia extremamente nervoso e eu me perguntava o porquê disso...será que? Não, não era possível! Oliver já havia tido uma bela cota de mulheres, não tinha sentido que ele ficasse nervoso por minha causa!

—Amor, tá tudo bem? –Ele largou a minha bolsa em um canto do quarto e eu me aproximei lentamente o abraçando pelas costas. –É claro, eu só estou me sentindo uma pilha de nervos devido a todos esses acontecimentos, quero ser o suficiente para proteger todos Felicity, principalmente você, o William e a Thea! –Virei o corpo dele pra mim e me coloquei na ponta dos pés para poder olhar firmemente em seus olhos. –Mas você é o suficiente, precisa parar de se cobrar tanto! Somos uma família Oliver e vamos proteger uns aos outros como sempre fizemos, essa carga não é só sua então deixa a gente ajudar você a carregar esse peso.

Oliver me lançou um leve sorriso e rapidamente passou os braços pela minha cintura me apertando com força. –Eu te amo Felicity, você não faz ideia do quanto. Eu sempre fiz o que me dava vontade, você sabe como eu era antes de tudo acontecer, mas de alguma forma eu sentia dentro de mim que aquelas coisas eram erradas, nada daquilo fazia com que eu me sentisse realmente bem e foi assim que eu descobri que te amava, depois de tantos anos fazendo a coisa errada, estar com você foi a primeira coisa que me pareceu certa e quando eu te beijei pela primeira vez finalmente pude sentir que o mundo estava se encaixando –Ele enxugou levemente as lágrimas que escorriam pelo meu rosto e o seu olhar sobre mim era tão amoroso que todos os medos que eu estava sentindo mais cedo evaporaram completamente.

Eu não possuía palavras para descrever o quanto eu amava esse homem, então optei por demonstrar com gestos e rapidamente enlacei o seu cabelo antes de grudar minha boca na sua. Oliver correspondeu ao beijo rapidamente e assim que ele pediu passagem com a língua, eu cedi e essa foi à fagulha que começou o incêndio. O contato que antes era romântico e suave passou a ser feroz e desesperado e quando eu me dei conta o loiro já estava me deitando na cama grande e confortável! –Você não tem ideia do quanto eu senti sua falta Felicity, tudo em você me deixa louco! O seu cheiro, o seu gosto, tudo. –A cada palavra pronunciada ele beijava alguma parte do meu corpo e eu já estava ficando tão desesperada por mais contato que agindo instintivamente rasguei sua blusa e senti os botões voando para todos os lados.

Oliver grunhiu alto e os beijos no meu pescoço se intensificaram transformando-se rapidamente em mordidas! Eu gemia alto e já conseguia sentir a minha intimidade pulsando em excitação, minhas mãos corriam livremente pela parte superior de Oliver e eu apertava cada pedaço de músculo que conseguia alcançar, o homem em cima de mim era perfeito e eu só conseguia imaginar o quanto era sortuda por tê-lo só pra mim. –Hora de tirar essa roupa Smoak! –Eu estava usando um vestido rodado e ele não exigia o uso de sutiã, então assim que ele retirou a peça do meu corpo eu fiquei quase que completamente nua e vendo o olhar de desejo que Oliver lançava pra mim, eu não conseguia sentir vergonha ou receio, pelo contrário, eu me sentia poderosa e desejada.

Voltei a beija-lo com ímpeto enquanto minhas mãos desciam em direção à calça social, gemi ao perceber que Oliver já estava mais do que pronto e me satisfiz ao escutar o urro de prazer que ele me lançou assim que apertei a sua ereção ainda por cima do tecido. Rapidamente abri os botões do melhor jeito que consegui e ele se levantou em um pulo para terminar de retirar a peça juntamente com a cueca, senti o meu corpo queimar perante a visão de Oliver nu e percebi que nós estávamos apressados, afoitos pelos corpos um do outro! Havíamos ficado tanto tempo sem nos tocar que agora eu não precisava de preliminares, tudo o que o meu corpo necessitava era desse homem dentro de mim.

O Queen se ajoelhou na cama e começou a distribuir leves beijos pela minha barriga, eu sabia que ele queria me dar prazer, mas ele não entendia que tudo o que eu precisava no momento era do seu corpo másculo sobre o meu, teríamos a noite toda pra repetir tudo com calma, mas agora eu precisava dele com urgência. –Oliver! Por...por favor. –Minha excitação já estava em um nível alarmante e ele pareceu perceber isso, pois depositou um beijo em minha intimidade ainda por cima da calcinha e segundos depois rasgou a peça com uma brusquidão que me fez gemer mais alto. Minhas mãos se moveram sozinhas e puxei ele pra cima de mim, suas mãos foram diretamente pros meus seios e isso aliado ao fato de eu estar sentindo a sua masculinidade contra a minha coxa teve o poder de me fazer fechar os olhos e me contorcer sob ele.

Arqueei os quadris em busca do que eu precisava e gritei de prazer quando Oliver me correspondeu, ele começou a me penetrar cuidadosamente e eu precisei utilizar cada encaixe do meu corpo para acomoda-lo! Ele era enorme e senti-lo dentro de mim poderia ser considerada a oitava maravilha do mundo.

Ele esperou que eu me acostumasse com a sensação e assim que rodeei as pernas em sua cintura, o autocontrole que ele parecia estar tendo foi pelos ares e Oliver saiu de dentro de mim lentamente só para voltar a me estocar com força, gritei nesse momento e isso pareceu estimula-lo, pois ele repetiu o movimento com mais força ainda e eu me agarrei as suas costas como se a minha vida dependesse disso. Ficamos nesse vai e vem delicioso por muito tempo e eu tinha absoluta certeza de que acordaríamos com várias marcas pelo corpo.

 Oliver sugava meus seios enquanto eu arranhava suas costas com ferocidade e assim que ele percebeu que meu orgasmo estava próximo decidiu me dar um estímulo a mais, sua mão direita desceu até minha intimidade e começou a massagear meu clitóris de forma lenta e provocante, eu sentia que poderia perder a voz tamanha a intensidade dos meus gritos e percebi que ele já estava mais do que pronto para se entregar ao próprio clímax, mas estava esperando por mim. –Vem pra mim amor!

Suas palavras, aliadas ao ritmo alucinante das estocadas e as carícias em meu clitóris, fizeram com que eu alcançasse o orgasmo mais intenso da minha vida, perdi o fôlego enquanto me contorcia em baixo de Oliver e pude senti-lo se entregando ao puro prazer também enquanto urrava alto. Ficamos ali sentindo aqueles tremores secundários por vários minutos enquanto esperávamos as nossas respirações se regularizarem e eu me sentia mais do que feliz por sentir o calor do seu corpo contra o meu.

Senti falta de Oliver no exato momento em que ele se retirou de dentro de mim, mas rapidamente a sensação de perda foi substituída por alegria quando ele se deitou atrás do meu corpo e colocou os braços ao meu redor! –Eu te amo Oliver, pra sempre. –Pude senti-lo sorrindo e seu braço se estreitou em minha cintura. –Eu também te amo, vou amar até o último dia das nossas vidas!

Comecei a adormecer e em meio à névoa do sono consegui senti-lo trocando de lugar na cama comigo, a janela do seu quarto estava aberta e provavelmente ele não queria que eu sentisse frio, então havia decidido cobrir o meu corpo com o seu.

Dei um leve sorriso ao perceber todo o cuidado que Oliver possuía comigo, parecia que ele queria me dar o mundo, ele só não entendia que já tinha feito isso quando disse que me amava pela primeira vez.