The Time Traveler escrita por Ciin Smoak


Capítulo 7
What is love?


Notas iniciais do capítulo

Cheguei e devo dizer que tive que me esconder nas colinas depois de tantas ameaças de morte após o ultimo cap, meninas vocês não podem matar a escritora kkkkkkkkkkkk...

Enfim, a fic recebeu mais duas recomendações BAPHÔNICAS e eu to surtando muito... Driycka e Paticunha, esse cap é totalmente dedicado à vocês minhas amoras!



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(Wake me up)
Wake me up inside
(I can't wake up)
Wake me up inside
(Save me)
Call my name and save me from the dark

(Wake me up)
Bid my blood to run
(I can't wake up)
Before I come undone
(Save me)
Save me from the nothing I've become

Bring Me To Life-Evanescence 

 

—Andar de um lado pro outro não vai fazer com que as notícias cheguem mais rápido Oliver, você precisa se acalmar! –Eu tentava escutar o que Diggle falava, mas minhas pernas insistiam em não obedecer. –Eu não consigo ficar parado John, ela tá lá dentro e da última vez que isso aconteceu ela perdeu os movimentos das pernas, não quero que nada de ruim aconteça com ela de novo, eu não vou aguentar!

Ele se levantou e veio até mim, Donna estava sentada com uma expressão abatida, Felicity era tudo o que ela tinha e vê-la assim só fazia com que a culpa dentro de mim triplicasse. –Ela vai ficar bem meu amigo, Felicity é forte, mas você precisa se acalmar e respirar fundo porque quando ela acordar vai precisar de todo o nosso apoio, principalmente do seu. – As palavras de John finalmente começaram a surtir algum efeito sobre mim e eu obriguei o meu corpo a desacelerar, caminhei hesitantemente até a minha ex sogra e me sentei ao seu lado com cautela, ela rapidamente se jogou nos meus braços e chorou baixinho.

Donna sabia que eu entendia sua dor melhor que qualquer um, afinal nós dois amávamos Felicity de forma extrema, o tipo de amor poderia ser diferente, mas a intensidade do sentimento era a mesma.

—Ela vai ficar bem não vai Oliver? Não posso perder minha Felicity. –Eu também estava com medo e sabia que minha voz me entregaria, então apenas concordei com a cabeça e tentei passar o máximo de confiança possível naquele gesto. –Ela estava tão feliz por esse jantar de vocês e agora isso? Como isso foi acontecer? –John pareceu perceber que eu não era capaz de lidar com a situação no momento e se aproximou de Donna. –Donna, vamos até a cantina pra você beber uma água e se acalmar, Oliver vai ficar aqui e vai nos avisar imediatamente sobre qualquer notícia ok?

Ela pareceu relutante no começo, mas por fim acabou aceitando e saiu sendo amparada pelo meu amigo. Eu não conseguia olhar pro rosto da Donna nesse momento e fingir que estava assustado com a “fatalidade”, eu sabia muito bem que esse acidente não havia sido realmente um “acidente”, tudo fora obra daquele maldito Espectro para me atingir e me matava saber que mais uma vez fizeram mal pra minha garota como forma de vingança contra mim.

Flashback On

Felicity estava atrasada e ela nunca se atrasava, o celular dela só dava caixa postal e por um momento eu até cogitei a possibilidade de que ela tivesse desistido do jantar...

...Mas a Felicity não era assim!

Ela não sumiria simplesmente, caso ela não quisesse vir ela me avisaria e eu tinha quase certeza de que ela queria esse jantar tanto quanto eu. 

Eu já começava a me preocupar e já estava pronto pra ligar no telefone da casa dela quando o meu celular tocou, eu não conhecia o número.

Oliver Queen falando!—A linha ficou em silêncio por alguns segundos e se não fosse pela respiração da pessoa eu teria certeza que a ligação havia caído. —Drácula afirmou que o amor é mais forte que a morte, será que ele estava realmente certo? —Eu não estava entendendo nada, mas aquela simples frase teve o poder de me fazer tremer. –Quem está falando e o que isso significa? Eu sou um homem ocupado, não tenho tempo pra trotes. —Apesar do aperto no peito eu tentei continuar imparcial, fingindo que não me importava. –Você sabe que não é um trote senhor Queen, você não pode se esconder de mim, eu vejo você em todo lugar, você tenta viver em meio a um imenso vazio, mas não pode existir vida no vazio. Apenas morte!—Eu me levantei da mesa e saí correndo em direção ao meu carro. –Eu não vou perguntar de novo, quem está falando?—Escutei uma risada e aquilo me fez sentir mais medo do que todos os vilões que eu já enfrentara. –Você já ouviu falar do bicho papão senhor Queen? Os pais falam dele pros seus filhos e isso os amedronta, eles sabem que devem temer o bicho-papão porque esse ser é o único capaz de aterrorizar as noites tranquilas, ele consegue fazer com que os seus piores pesadelos se tornem realidade e de repente tudo o que você vê ao redor é o pânico. Você me pergunta quem eu sou e aí está a sua resposta, eu sou esse monstro Oliver Queen.

Meu corpo estava paralisado de uma maneira que eu nem conseguia ligar o maldito carro. Eu sabia que o sensato seria desligar a chamada, mas eu simplesmente não conseguia. —Eu gostaria de propor algo, vamos nos despedir com um enigma. O que Oliver Queen faria se perdesse a sua garota? Espero ter acertado o termo, é assim que você se refere a ela, não é?

A ligação caiu e nesse momento todo o meu ser entrou em desespero, saí cantando pneu do estacionamento ao mesmo tempo em que discava o número do Curtis.

—Alô?—A voz estava meio sonolenta, mas eu precisava dele agora. —Curtis, preciso que você rastreie o GPS do carro da Felicity agora, ela está em perigo!

Flashback Off

Curtis havia me dado à localização do GPS dela e no momento em que cheguei ao local meu coração se quebrou em mil pedaços. O carro de Felicity estava amassado contra uma árvore, a pista cheia de algo que parecia ser petróleo e os cacos de vidro espalhados por todo o lugar. Corri em direção ao carro já discando o número da ambulância e quando cheguei ao lado do motorista achei que iria morrer.

Felicity sangrava em vários pontos, cacos de vidro perfuravam sua pele de porcelana, o cabelo que possuía um lindo tom de loiro agora estava coberto de sangue e os olhos que eu tanto amava estavam fechados. Minha maior vontade era arranca-la de dentro do veiculo e cuidar dela, mas eu sabia que isso poderia piorar o seu estado e eu não podia permitir que ela se machucasse ainda mais, então por mais difícil que fosse eu me limitei a sentar no chão ao lado dela e esperar a ambulância.

—Oliver? –Fui tirado dos meus devaneios por uma voz urgente e quando levantei o olhar me deparei com Curtis, Dinah e Rene. –Viemos o mais rápido que conseguimos, como ela está? –Eu suspirei e eles se sentaram ao meu lado. –Não sei, ela estava desacordada quando a encontrei e depois que a ambulância a trouxe pra cá não tive nenhuma notícia. –Eu sabia que todos ali eram próximos da Felicity, mas Curtis era o amigo mais íntimo dela entre os três e eu podia ver o quanto ele estava preocupado. –E a Donna, onde está? –Dei de ombros e encostei a cabeça na parede atrás de mim. –Diggle a levou pra tomar uma água, ou talvez um chá, qualquer coisa que faça ela se acalmar.

Os três assentiram e Dinah se aproximou um pouco mais de mim. –Foi o Espectro, não foi? –Eu não tinha forças pra contar sobre a ligação agora, então me limitei a assentir em confirmação. –Vamos pega-lo Oliver, não se preocupe! –Foi a vez do Rene se pronunciar e eu sorri em agradecimento, eu tinha certeza que pegar esse maldito não seria nada fácil, mas saber que o time todo estaria empenhado nisso me dava uma enorme sensação de conforto.

Ficamos em silêncio por alguns momentos até que Curtis se empertigou e olhou pros lados. –Espera, onde a Katherine está? –Eu pisquei confuso por um momento e só então me dei conta que Donna havia chegado ao hospital sozinha, eu não havia visto a viajante do tempo em momento algum.

Isso definitivamente era estranho!

Me preparei pra dizer que não sabia sobre o paradeiro dela quando fui interrompido por uma voz. –Estou aqui! –Todos levantaram o olhar ao mesmo tempo para nos depararmos com uma Katherine vestida de médica, com touca e tudo. –Por que diabos você está vestida assim? Aliás, onde você tava mulher? –Curtis como sempre era o mais curioso de todos nós e a loira apenas deu de ombros. –Eu precisava saber como a Felicity estava, então roubei essa roupa e entrei no quarto dela.

Eu assenti no automático, mas de repente me dei conta do real significado das palavras dela, ela estava com Felicity, ela sabia como minha garota estava! Me levantei em um pulo e parei na frente dela. –Como ela está? Ela vai ficar bem? –Katherine deu um leve sorriso e assentiu, pela primeira vez em horas eu consegui respirar novamente e escutei o suspiro aliviado dos outros atrás de mim. –Ela está um pouco detonada, mas vai ficar bem! Eu ajudei a acelerar o processo de cura dela, então ela vai ficar 100% mais rápido do que o esperado.

Eu sorria agora, ainda queria desesperadamente vê-la, mas o fato de saber que ela não corria perigo já deixava o meu coração leve!

Curtis se aproximou de Katherine com um olhar interrogativo. –Como assim você acelerou o processo de cura? –Ela deu um sorriso arteiro e se afastou dando um pulinho. –Isso é um segredo, sinto muito! –O moreno suspirou frustrado, mas assentiu mesmo assim. Kathe focou o seu olhar em mim e eu senti que era analisado. –O médico deve vir daqui a pouco dar notícias dela, vocês três podem ficar aqui esperando a Donna e o Diggle enquanto eu vou dar uma volta pelo hospital com o Oliver? –Meus amigos pareciam confusos, mas assentiram mesmo assim.

—Espera, quem disse que eu vou sair daqui? –Ela deu de ombros e começou a andar. –Eu disse, agora anda logo porque eu não gosto de ficar esperando. –Eu estava atônito enquanto observava a garota chegar ao final do corredor. –Anda Oliver, agora! –Por algum motivo desconhecido eu a segui, senti os olhares incrédulos dos outros e posso admitir que eu mesmo estava incrédulo, ninguém me dava ordens, mas Katherine sempre parecia conseguir fazer o impossível.

Ela voltou a colocar a máscara no rosto e ninguém a impedia de andar pelos corredores achando que ela realmente era uma médica, eu já estava ficando cansado de segui-la sem parar. –Afinal de contas, pra onde estamos indo? –Ela me lançou um olhar divertido e parou em frente a uma porta. –Chegamos, eu vou ficar aqui fora esperando! Você tem apenas um minuto, logo a enfermeira vai chegar pra vê-la novamente e não podemos estar aqui! –Percebi de imediato o que ela queria dizer e entrei no quarto rapidamente, fechando a porta logo em seguida.

Felicity parecia tão frágil, o seu corpo inteiro estava arranhado e ela tinha algumas ataduras em volta dos braços, percebi que ela havia cortado o começo da testa quando vi um grande curativo por lá também, mas apesar de tudo isso eu consegui respirar aliviado. Ela não tinha nenhum gesso pelo corpo, o que significava que nada estava quebrado e respirava normalmente, estava conectada somente a um soro e ao monitor cardíaco.

Me aproximei calmamente dela e segurei sua mão direita com cuidado. –Me perdoa por não estar lá quando você precisou Felicity, eu prometi cuidar de você e mais uma vez não consegui! –Apesar de saber que ela estava bem, meu coração ainda sangrava em vê-la machucada, eu preferia mil vezes que fosse o meu corpo estirado naquela cama cheio de arranhões e hematomas, eu queria que tivesse acontecido comigo e não com ela.

Escutei uma batida na porta e percebi que era Katherine avisando que o meu minuto havia acabado, abaixei a cabeça e encostei os meus lábios nos dela gentilmente. –Eu te amo!

Minha alma e corpo protestaram, mas mesmo assim eu me afastei, comecei a caminhar sem tirar os olhos dela e quando senti meu corpo batendo levemente na porta aceitei que já era hora de ir, mas eu sabia que voltaria mais tarde.

Eu sempre voltaria pra Felicity!

Saí do quarto e rapidamente Katherine começou a me puxar para o outro corredor, quando estávamos quase virando o mesmo vi uma enfermeira se aproximando do quarto da Felicity e percebi que o nosso timing havia sido perfeito. Chegamos a um corredor vazio e Katherine retirou a máscara se sentando em um banco que estava próximo, me aproximei dela e sentei ao seu lado. –Obrigado por me deixar vê-la. –A garota apenas deu um leve sorriso e voltou os seus olhos pra parede a nossa frente, ela suspirou parecendo cansada e pela primeira vez eu realmente pude enxerga-la.

Katherine era irreverente e corajosa, mas a olhando assim eu percebi que ela tinha uma carga muito grande em suas costas e que seu olhar parecia mais cansado do que ela deixava transparecer, bati o meu ombro no dela e a loira voltou o rosto pra mim. –Você está bem? –Ela assentiu e fechou os olhos. –Estou, é só que eu estou com saudades de casa, essa coisa de viajar no tempo não é tão divertida quanto parece, saber o que vai acontecer não é fácil, manter o silêncio é um fardo a ser carregado. –Me apiedei do sofrimento dela, mas logo uma coisa me veio à cabeça. –Espera, você sabe do que vai acontecer, então você sabia sobre o acidente da Felicity?

Katherine me olhou, mas antes mesmo de poder dizer qualquer coisa eu já estava de pé acenando como um louco, aquela raiva havia voltado e eu precisava expulsa-la do meu corpo de alguma forma. –Você sabia que ela ia sofrer um acidente e não fez nada pra impedir? Ela podia ter morrido, como você ainda diz que se importa com ela? Você poderia ter impedido! –Eu gritava a plenos pulmões e já estava prevendo o momento em que alguém apareceria me mandando fazer silêncio.

Eu estava irritado, com ódio, ela poderia ter impedido e não havia feito nada! Meu corpo pulsava de raiva e eu começava a enxergar tudo em vermelho, uma voz no fundo da minha mente me dizia que eu precisava me acalmar, mas o meu corpo se recusava a escutar.

A loira a minha frente não pareceu se alterar com o meu surto e levantou calmamente, ela se aproximou de mim e fez algo que me deixou chocado.

Katherine me abraçou!

Eu não consegui mover o corpo, apenas fiquei ali parado enquanto ela me abraçava. –Não é de mim que você está com raiva Oliver! –Aos poucos a minha mente foi tomando consciência disso e eu senti o meu rosto molhado, me deixei cair no chão lentamente e percebi que ela acompanhou meus movimentos, assim como Felicity havia feito, Katherine me acalentou enquanto eu chorava.

Ela estava certa, eu não estava com raiva dela. Eu estava com raiva do Espectro por ter machucado a minha garota, estava com raiva do meu pai por ser aquele que gerou toda essa situação e principalmente, eu estava com raiva de mim por não ter impedido.

—Eu não sabia sobre o acidente Oliver, não me contaram tudo o que se passou, pois sabiam que eu não iria conseguir ficar parada vendo os meus amigos se machucando, eles sabiam que eu tentaria impedir e isso poderia alterar toda a linha temporal. Cada passo que eu dou, por mais impensado que pareça é extremamente calculado, eu tomo o cuidado de não alterar nada importante para que o futuro não seja prejudicado. –Eu assenti reconhecendo a verdade nas palavras dela e arrependimento inundou meu corpo. –Me desculpa por te falado essas coisas pra você. –Ela sorri e encostou-se à parede ao meu lado. –Não precisa pedir desculpas, sempre falamos coisas desnecessárias quando estamos nervosos e você tem um motivo bem forte pra estar nesse estado, eu entendo!

Dei um leve sorriso e percebi que nunca havia visto a loira em uma versão tão madura assim, nem parecia a mesma pessoa. –Você sabe que a culpa disso tudo não é sua não é Oliver? –Abaixei a cabeça e suspirei. –Oliver, não é culpa sua. O Espectro fez isso porque ele quer se vingar, se ele não usasse a Felicity pra isso, usaria o William ou o Diggle, ele sabe que você se sentiria culpado de qualquer jeito e está usando isso contra você!

Apesar da minha mente ver a razão naquelas palavras, o meu coração se recusava a aceitar. –Se eu não tivesse me reaproximado dela nada disso teria acontecido, ela estaria em segurança. –Kathe assentiu parecendo entender o meu ponto e ficou em silêncio por alguns segundos. –Oliver, você pode parar de ama-la? –Eu virei a cabeça em uma velocidade que me deixou levemente tonto e a encarei incrédulo. –É claro que não! –A loira apenas deu de ombros e olhou pro teto. –Então ela nunca vai estar em segurança.

A olhei sem entender nada e ela pareceu perceber a confusão em meu rosto. –Você a ama e sabe disso, eu sei disso, ela sabe disso, a cidade sabe disso, os vilões sabem disso e pode ter certeza que o Espectro também sabe. Você se manter afastado não faz a mínima diferença, todo mundo sabe que mesmo estando a um planeta de distância, qualquer coisa que aconteça com ela ainda vai afetar você, todos sabem que mesmo que você se case com alguém e tenha três filhos você ainda vai se importar, porque você a ama e esse sentimento nunca vai desaparecer, ela sempre vai estar em perigo não importa o quão longe você fique. –Meu queixo caiu e pela primeira vez percebi que isso era o que todos tentavam me explicar a anos e a minha teimosia se recusava a aceitar. –Você está dizendo que a culpa é do meu amor? Eu não deveria ama-la então?

Katherine sorriu e se levantou. –É claro que não, você ama-la foi a melhor coisa que aconteceu na vida dela, esse amor é o que faz de vocês mais fortes. O que eu estou querendo dizer é que ela sempre vai ser um alvo então o jeito mais eficaz de protegê-la é estando sempre por perto e a fazendo feliz, você quer estar ao lado dela e ela quer estar ao seu. Pare de se sabotar Oliver! –Ela me estendeu a mão e eu aceitei de bom grado, Katherine poderia estar certa e com certeza havia me dado muito em que pensar. –Vamos a um último lugar agora, acho que você vai gostar disso!

A loira saiu me puxando apressadamente pelos corredores e parou na frente do quarto da minha irmã. –Quando você sair daqui Felicity provavelmente já vai poder receber visitas, as oficiais pelo menos.  –Ela me lançou um último sorriso e começou a caminhar, mas de repente percebi um papel caindo da sua roupa e acho que ela percebeu também pois se virou rapidamente e pegou o mesmo.

Apesar de ter tido apenas um vislumbre rápido eu pude perceber que não era um papel qualquer, era a foto de um homem que me pareceu ser o Barry, mas eu não tinha como ter certeza!

Ignorando isso entrei no quarto e o que vi me paralisou completamente, minha irmã...

...Thea!

Ela estava acordada!

Corri em sua direção, mas parei antes de encostar nela por medo de machuca-la. Thea sorriu e segurou minha mão, retribuí o aperto e sorri enquanto sentia meus olhos ficando molhados outra vez. –Hey Speed, como você se sente? –Ela sorriu e revirou os olhos. –Eu me sinto bem, senti tanto a sua falta que vou até perdoar o apelido horroroso dessa vez! –Gargalhei de leve e me sentei ao seu lado. –Quando você acordou? Por que não me falaram nada? –Ela se esforçou e conseguiu se sentar na cama sozinha e de alguma maneira inexplicável essa simples ação aqueceu a minha alma. –Eu acordei hoje, a Katherine veio aqui e me disse que a Felicity tinha sofrido um acidente e que até você descobrir como ela estava não ia conseguir se concentrar em mais nada, então eu fiquei esperando.

Abracei a minha irmã de leve e percebi que ela me apertou forte. –Espera, a Katherine? Você conheceu ela? E ela já te disse de cara que a Felicity havia sofrido um acidente? Você aceitou isso tão bem assim? Achei que você acordaria confusa e perdida. –Ela deu uma risada debochada e voltou a se recostar no travesseiro. –Confusa? Eu estou mais atualizada do que você imagina, eu não sei explicar, mas enquanto eu estava em coma eu podia ouvir tudo sabe? Eu ouvia você falando comigo e me contando sobre o William, ouvia a Felicity contando sobre o dia dela e sobre vocês dois e ela me contou sobre a Kathe, então eu meio que já a conhecia. Além do mais, da última vez que a Fel veio aqui, a Kathe apareceu também, pelo o que eu entendi a garota injetou algo em mim, alguma coisa que me faria acordar mais rápido. –Franzi o cenho diante de tudo aquilo, eram muitas informações pra um dia só. –Então quer dizer que você estava escutando tudo o que nós te falávamos? –Minha irmã apenas assentiu com a cabeça e de repente eu senti um beliscão na barriga. –Ai Thea, por que você fez isso? –Ela fechou a cara e voltou a me beliscar. –Por você ter afastado a Felicity de novo seu babaca, ela está sofrendo sabia?

Sorri diante daquilo, essa era uma das coisas que eu mais amava no mundo, a relação das minhas duas garotas. As duas se davam tão bem que pareciam irmãs e eu adorava ficar apenas observando-as interagirem. –Olha, eu acabei de levar um belo sermão sobre isso então não precisa ficar irritada, prometo que vou pensar bastante e tentar rever as minhas atitudes. –Percebi que aquilo ainda não era o que minha irmã queria, mas era o suficiente pra acalma-la por hora. –Onde está o meu sobrinho? Quero conhece-lo!

Dei um sorriso gigante quando escutei aquela frase e percebi que agora o William poderia ter mais alguém da família além de mim...

E Felicity...

Porque ela fazia parte da nossa família também!

—Ele está com a mãe, ela viajou e eu fiquei com ele, Samantha voltou hoje à tarde e quis passar um tempo com o William. –Thea bufou parecendo frustrada e eu sorri. –Você sabe que eu nunca fui a maior fã da Samantha né? Ainda mais sabendo que ela fica tentando atrapalhar você e a Felicity. –Meu Deus, ela sabia de tudo mesmo? –Como você consegue saber de tudo isso? Ninguém volta de um coma tão lúcido assim. –Ela deu de ombros e suspirou feliz. –Eu não sei, acho que isso tem a ver com a tal coisa que a Katherine injetou em mim, a propósito eu adorei ela, Ollie!

Assenti em concordância e percebi que ela já começava a se sentir incomodada por ficar tanto tempo parada. –Você não vai se levantar, não até um médico te analisar, eu vou ver a Felicity agora, vou avisar pros outros que você acordou então se prepare porque em cinco minutos um batalhão vai estar passando por essa porta. –Ela abriu a boca pra protestar, mas eu a contive rapidamente. –Eu sei que você quer ver a Felicity, mas precisa ser examinada primeiro, assim que o médico disser que é possível eu mesmo te levo até ela, ok? Eu prometo!

Alguns segundos se passaram antes de Thea assentir de má vontade, eu sorri e me aproximei para deixar um beijo em sua testa. –Senti sua falta, estou feliz que tenha voltado Speed! –Ela sorriu e fechou os olhos. –Também senti a sua. –Me afastei dela e comecei a andar em direção a porta. –Oliver? –Me virei novamente e percebi seus olhos marejados. –Eu te amo maninho. –Sorri e agradeci aos céus por ter a minha irmã de volta. –Eu também te amo!

Saí do quarto com os olhos marejados e caminhei em direção ao corredor onde havia deixado Curtis e os outros, todos estavam ali e vi que Donna chorava aliviada, logo imaginei que ela já tinha visto Felicity, a mulher pareceu me ver e correu pra me abraçar. –Oliver, a minha bebê vai ficar bem! Ela só está dormindo agora, mas ela vai ficar bem. –Sorri e a abracei novamente, John e Curtis também tinham os olhos marejados e a atmosfera estava bem menos carregada do que quando eu saí.

—Todo mundo já viu a Felicity? –Todos assentiram e John deu um passo. –Sim, ela ainda está dormindo, provavelmente só deve acordar amanhã à noite. –Assenti e varri os olhos pelo lugar. –Cadê a Katherine? –Donna se afastou e voltar a se sentar. –Ela nos acompanhou até o quarto da Felicity e quando saímos ela disse que precisava ir, que tinha algo urgente pra resolver, mas que voltaria pra passar a noite com a Felicity. –Eu abri a boca para argumentar, mas logo fui cortado pela mulher à minha frente, agora que a filha estava bem ela já parecia estar recuperando o bom humor. –Nem adianta, eu também tentei falar com ela, mas Katherine disse que iria passar a noite aqui e que nós dois éramos obrigados a ir pra casa para descansar, ela também disse que se te encontrar aqui quando voltar vai chutar a sua bunda até a China.

Foi impossível evitar a risada que se espalhou por todos nós e mesmo que contra a vontade eu concordei, de certa forma Katherine estava certa, eu precisava descansar se quisesse estar 100% para pegar o Espectro e além do mais, eu confiava na garota, sabia que ela capaz de proteger Felicity.

—Antes de todos irem embora eu acho que vocês têm mais um quarto pra visitar. –Recebi vários pares de olhares confusos, mas foi John que pareceu ligar os pontos. –Espera, a Thea? –Eu assenti e ele meneou a cabeça sorrindo. –Ela, ela acordou? –Assenti mais uma vez e todos começaram a comemorar, uma enfermeira passou nos lançando um olhar atravessado e só então percebemos que ainda estávamos em um hospital e precisávamos fazer silêncio. –Eu vou ver a Felicity, agora andem logo antes que a minha irmã se canse de esperar e apareça aqui.

Todos começaram a andar rapidamente sendo guiados por John que já havia vindo comigo várias vezes visitar a minha irmã e eu praticamente corri em direção ao quarto da Felicity. Quando cheguei à porta respirei fundo e entrei com delicadeza, não queria fazer nada que pudesse incomodar o seu descanso.

Ela parecia mais serena do que estava antes e eu puxei uma cadeira para me sentar ao seu lado, sua mão direita estava livre e eu a segurei com delicadeza entre as minhas, o contraste era enorme e aquilo só me fazia ter mais certeza de que eu precisava protegê-la.

—Quando eu voltei daquela maldita ilha eu me vi em um túnel escuro, ele não tinha fim, não tinha saída, eu sabia que estava condenado a viver na escuridão pelo resto da minha vida e de certa forma já tinha aceitado isso, mas você apareceu, quer dizer você já tinha aparecido antes, eu te vi sabe? Na empresa! Você entrou na sala da minha mãe e começou a conversar com a minha foto e aquilo me fez sorrir, podia parecer nada pra quem olhava de fora, mas pra mim era importante porque eu sabia que aquele era o primeiro sorriso sincero que eu dava em anos. Eu fui embora e nunca mais te vi, mas o simples fato de saber que em algum lugar você estava respirando, bem, isso me bastava.

Nesse momento lágrimas já escorriam dos meus olhos e diferente das outras vezes, eu não tentava segurar. –Depois que você entrou na minha vida o túnel já não me assustava tanto porque eu percebi que com você do meu lado haveria uma luz no fim do túnel, uma saída e haveria luz dentro do túnel também, eu não precisava mais lidar com a escuridão. Aos poucos você foi me conquistando e com o tempo eu fiquei desesperado porque eu queria que você soubesse exatamente o que eu sentia, mas até hoje não existe nenhuma maldita palavra que descreva o ponto entre gostar e amar e aquilo foi me frustrando, então eu me calei. Algum tempo depois eu pude perceber que já havia passado pela transição, eu já te amava e te disse isso, eu sabia que não poderia ficar com você, mas precisava que você soubesse dos meus sentimentos, precisava te mostrar.

Senti a mão da Felicity aquecendo a minha e sorri. –Eu era criança e meus pais haviam brigado, eu não entendia o motivo da briga, apenas sabia que eles iriam fazer as pazes logo porque eles se amavam, era o que todo mundo dizia. O problema é que eu não sabia o que era amor, eu fui pra cozinha e me sentei no balcão, Raisa estava cozinhando, mas no mesmo momento se virou pra mim e percebeu que havia algo errado, eu perguntei pra ela o que era o amor e ela me disse que o amor era o sentimento mais lindo do mundo, era puro, verdadeiro e sincero e nos fazia ser pessoas melhores. Eu ainda não entendia muito bem e quis saber como eu ia descobrir que estava amando alguém e ela tentou me explicar, ela disse que o amor acontece quando você precisa dessa pessoa mais do que de comida, água ou ar. Ela é o seu primeiro pensamento ao raiar do dia e também é o seu último quando vai dormir, você se pega chorando mais as dores dessa pessoa do que as suas próprias e quando você está perto dela todo o universo se alinha e passa a fazer sentido.

—Eu passei a vida inteira achando que ela estava errada, achei que a Raisa sonhava acordada e que esse tipo de coisa não acontecia, ou pelo menos não acontecia comigo. Mas hoje eu sei que ela estava certa, porque eu sinto tudo isso Felicity, ela me descreveu algo que só foi fazer sentido anos depois, você é a mulher da minha vida e eu queria tanto ser capaz de te dar uma vida normal, sem vilões ou nada do tipo.

“Você ama-la foi a melhor coisa que aconteceu na vida dela, esse amor é o que faz de vocês mais fortes. O que eu estou querendo dizer é que ela sempre vai ser um alvo então o jeito mais eficaz de protegê-la é estando sempre por perto e a fazendo feliz, você quer estar ao lado dela e ela quer estar ao seu. Pare de se sabotar Oliver”!

Senti como se Katherine ainda estivesse do meu lado puxando a minha orelha e me permiti sorrir.

—Eu te amo e se você ainda me quiser, mesmo estando meio estragado e cheio de defeitos, bem, eu sou seu. Prometo que vou tentar fazer dar certo e vou passar cada dia da minha vida tentando te fazer sorrir, porque mesmo de longe você ainda é todo o meu mundo e eu não suporto mais manter a distância entre nós dois.

Percebi que muito tempo já havia se passado e me levantei da cadeira com as costas estralando devido à posição, me abaixei e dei um suave beijo na boca de Felicity, me afastei logo em seguida e comecei a caminhar em direção a porta, coloquei a mão na maçaneta e quando a girei meu corpo inteiro ficou paralisado.

—Eu também te amo, minha alma é um espelho que só reflete o seu rosto! –A voz dela não passou de um sussurro e eu me virei de imediato, Felicity dava um leve sorriso, mas já estava fechando os olhos novamente e eu fiquei ali, parado, a assistindo voltar a dormir. Somente quando sua respiração se tornou uniforme é que tive forças pra sair do quarto.

Quando virei o corredor dei de cara com Katherine e ela sorriu ao perceber a minha expressão. –Parece que você decidiu seguir o meu conselho, que bom! Eu teria que chutar a sua bunda até a China caso você não fizesse isso, espera não, eu chutaria a sua bunda até a China se você quisesse dormir aqui hoje, caso você não seguisse o meu conselho eu te jogaria na estratosfera. Nossa! São tantas ameaças que eu até me confundo.

Ela voltou a sorrir e passou por mim indo em direção ao quarto da Felicity, eu revirei os olhos e saí do hospital ostentando um sorriso gigantesco no rosto. Eu pegaria esse maldito e o faria pagar por machucar a minha garota.

Aliás, Felicity sempre seria minha garota, mas agora eu faria de tudo para torna-la minha mulher!


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Notas finais do capítulo

Quero retratação por todas as ameaças de morte ok? Kkkkkkkkkkkk
Comentem, favoritem, recomendem meus amores! Façam essa autora feliz...
Até o próximo cap,
beijooos!!!



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