The Time Traveler escrita por Ciin Smoak


Capítulo 3
Little Boy


Notas iniciais do capítulo

Cheguei antes dos 15 dias de novo, me amem viu kkkkkkkkkkk...
Mais uma vez eu queria agradecer de coração a todos que estão acompanhando, favoritando e principalmente, comentando a fic. Sério gente, vocês não tem ideia do quanto os comentários de vocês são importantes e me estimulam a continuar, continuem comentando please, isso ajuda muito no crescimento da fanfic...
Enfim sem mais delongas, vamos para o cap de hoje!!!



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—Felicity, ei. Acorda! –Me senti sendo retirada da inconsciência por uma voz que me chamava insistentemente. –Felicity, ei. Acorda logo, eu tenho mais o que fazer. –Abri os olhos e caí da cama com um grito ao me deparar com Katherine em cima de mim. – Meu Deus Katherine, você é louca? –Ela me encarou confusa e se sentou na cama enquanto eu continuava estatelada no chão. –Eu sou louca? Você que pulou da cama sem mais nem menos. E a propósito é realmente necessário gritar toda vez que você me vê? Estou começando a achar que você tem algum tipo de distúrbio! –Bufei frustrada e olhei em direção ao relógio que ficava no criado mudo ao lado da minha cama.

Meu Deus eu não mereço isso às cinco e meia da manhã.

—Por que você está na minha casa às cinco e meia da manhã? Como você sabe onde eu moro? Pra início de conversa, como você entrou aqui? –Ela deu uma curta risada e me estendeu a mão, me apoiei nela e levantei com o corpo todo protestando devido à queda. –Como você faz perguntas, meu Deus. Bom, eu tenho que ir pra Central e por isso vim pra cá tão cedo, eu sei onde você mora porque eu sei de muitas coisas, você nem faz ideia. Agora, a última pergunta foi um pouco idiota não acha? Eu entrei pela porta ué! –Balancei a cabeça indignada e caminhei em direção ao meu banheiro. –Eu sei que você entrou pela porta, eu perguntei como já que ela estava trancada. –Escutei um barulho de gavetas sendo abertas, ela estava mexendo nas minhas coisas? –Você fala como se a sua casa fosse blindada, Felicity é só uma fechadura simples.

Eu decidi ignorar a presença da maluca na minha casa e voltar pra minha higiene bucal, eu não voltaria a dormir mesmo então aproveitaria o tempo para me arrumar e tomar um café da manhã reforçado, abaixei a cabeça para jogar fora a água que estava na minha boca e quando a ergui gritei novamente ao ver pelo espelho ela parada atrás de mim.

—Meu Deus mulher, por que você grita tanto? Gente isso não é possível, agora eu tenho certeza que você tem algum distúrbio. –Eu joguei uma toalha na garota e ela desviou rapidamente. –Eu não gritaria se você não ficasse me dando esses sustos, custa se anunciar ao invés de ficar  aparecendo do nada nos lugares? –Ela revirou os olhos e  antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, notei que ela segurava um objeto vermelho de renda na mão, quase caí pra trás ao perceber que era a minha calcinha.

—Você é doida garota? Me dá isso aqui! Por que você está mexendo nas minhas coisas? –Ela deu uma sonora gargalhada e eu praticamente arranquei a peça da sua mão. –Para de ser chata e me conta. Você já usou ela alguma vez com o Oliver? –Eu estava incrédula devido à falta de tato dessa garota, ela não tinha a mínima noção de descrição. Balancei a cabeça e saí do banheiro me negando a responder qualquer coisa a ela. Katherine me seguiu silenciosamente e se jogou na minha cama com as pernas cruzadas. –Sabe, eu vim te trazer uma informação importante sobre o Espectro, por isso vim tão cedo. –Na mesma hora eu parei de procurar por um sapato e me virei interessada no rumo da conversa. –O que você sabe? –Ela sorriu maliciosa e negou com a cabeça. –Se quer a informação, primeiro precisa responder a minha pergunta.

Ela estava jogando comigo e eu infelizmente cairia no jogo dela por precisar de informações sobre o Espectro, a encarei relutante e depois voltei o rosto para o guarda roupa, não queria que ela visse o rubor que já começava a se espalhar pela minha pele.

—Eu usei a porcaria da calcinha com ele, uma vez ok? –Corei ao ser atropelada pelas lembranças. O vinho, aquela engenhoca dele, o bunker, o sexo mais do que maravilhoso. Jesus eu precisava parar de pensar nisso antes que começasse a ofegar, eu estava tentando não me lembrar dele depois do beijo de ontem. –Hum safadinha. Quem te vê com esses óculos nem imagina a pervertida que existe dentro de você! –A fuzilei com o olhar e ela pareceu entender o recado. –Ok, eu vou ficar quieta agora.

Ela se levantou e pegou uma agenda no criado mudo, abriu a mesma e escreveu alguma coisa. –Eu vou indo pra Central, boa sorte com isso aqui, é óbvio que não vai ser fácil, mas você sempre pode fazer a sua mágica de hacker. –Eu a encarei confusa e ela caminhou em direção à porta, porém de repente se virou pra mim e encarou o meu guarda roupa aberto. –Você deveria usar a bolsa azul turquesa hoje, ela combina com os seus olhos.

Antes que eu sequer pudesse pensar em responder, ela saiu pela porta do meu quarto em disparada e alguns segundos depois eu escutei a porta da frente batendo. Franzi o cenho e caminhei até o criado mudo, peguei a agenda para poder ver o que ela havia escrito.

Dominic Hill Phillips

Katherine havia dito que me daria uma informação sobre o Espectro e depois me disse que o que quer fosse não seria fácil de encontrar, mas que eu poderia fazer a minha mágica de hacker.

Deus!

Não pode ser!

Ela havia me dado o nome do Espectro? Será isso mesmo?

Saí correndo pelo quarto e me arrumei em tempo recorde, arranquei o papel da agenda e acabei decidindo seguir o conselho dela pegando a bolsa azul turquesa, eu nem sabia o porquê de não usa-la mais, ela era linda, mas estava aqui abandonada no guarda-roupa a mais de um ano. Peguei o celular que estava em cima da cama e saí correndo, só parando para retirar a carteira que estava na minha bolsa em cima do sofá em enfia-la dentro da bendita bolsa de qualquer jeito.

Dirigi no limite da velocidade até a cave, só parando no caminho para comprar um café e assim que cheguei lá corri para o computador. Eu havia colocado o papel dentro da bolsa e agora não achava de jeito nenhum, comecei a tirar tudo que havia dentro dela em desespero e me assustei quando puxei do fundo uma revista em quadrinhos, eu tinha coleções de revistas, mas como aquela havia ido parar aí? Eu cuidava muito bem das minhas coisas, não deixaria um item de coleção dentro de uma bolsa. Dei de ombros e decidi deixar isso pra depois, coloquei a revista em cima da mesa e voltei a procurar o pequeno papel, suspirando aliviada quando o encontrei.

Coloquei o nome na internet e como eu esperava nada aconteceu, se esse fosse realmente o Espectro ele havia dado um jeito de sumir com todas as informações sobre ele nos meios de busca “convencionais”, mas acontece que isso não seria o suficiente pra me parar. Comecei a digitar códigos e mais códigos e coloquei um programa para procurar por esse nome em todos os lugares ocultos para as “pessoas normais”.

FBI, CIA, Interpol, DEA, ATF, decidi que colocaria até a NASA na procura.

O programa captaria toda e qualquer informação que surgisse com esse nome e eu sabia que esse processo levaria praticamente o dia inteiro, respirei fundo tentando conter a ansiedade sabendo que já havia feito tudo o que podia e que agora precisava esperar.

Eu ainda estava “de férias” e como não podia trabalhar e nem ficar aqui olhando pro computador decidi dar uma volta pelo parque, ir pro shopping, assistir algum filme, qualquer coisa que me distraísse, tudo aqui dentro gritava “Oliver” e o que eu menos precisava era ficar com o nome dele na minha cabeça.

Me levantei pegando a bolsa e a revista em quadrinhos e segui para o elevador, apertei o botão e dei graças a Deus quando as portas de metal se abriram rapidamente, enquanto o elevador subia eu divagava sobre tudo o que vinha acontecendo na minha vida e no quanto Oliver fazia falta, levei um susto ao sair da caixa de metal e me deparar com o dono dos meus pensamentos me olhando confuso.

Ficamos nos encarando por alguns segundos desconfortáveis e eu decidi sair do elevador e ir embora dali o mais rápido possível, mas parei quando vi um garotinho atrás dele, William.

—Eu não sabia que estava aqui, vim apenas buscar um documento necessário pra reunião na prefeitura que eu vou ter daqui a pouco. Eu tinha certeza que havia levado ele pra casa ontem, mas quando abri a pasta hoje pra conferir tudo ele não estava lá. –Eu me limitei a assentir com a cabeça e voltei o meu olhar para o garotinho que me encarava de forma curiosa. –Oi William, eu sou a Felicity, lembra-se de mim? –Ele balançou a cabeça em confirmação parecendo tímido e eu lhe lancei um sorriso na tentativa de acalma-lo. Oliver limpou a garganta e eu olhei em sua direção. –Eu o levei pra escola, mas fui informado que hoje não haveria aula porque a escola estava com uma infestação de baratas.

Eu franzi o cenho, totalmente confusa. William estudava na Starling School, a escola mais cara da cidade, ela não tinha baratas.

—O carro da Samantha quebrou, o que é estranho já que ela fez uma revisão nele semana passada, ela vai ficar presa na oficina até tarde e o John está com a Lyla no hospital, como eu não tenho com quem deixar ele vou ter que leva-lo pra reunião. -William bufou atrás do pai e eu percebi que o mesmo estava chateado por ter que ir a tal reunião, Deus eu sabia como reuniões eram chatas, imagina pra uma criança? Me apiedei do garoto e lhe lancei um sorriso compreensivo.

Mudei o peso das pernas de um lado pro outro e mordi o lábio inferior tentando tomar uma decisão, mas finalmente acabei cedendo a mim mesma.

—Se você quiser eu posso ficar com ele até o fim da sua reunião. –Oliver me olhou com espanto e eu percebi que ele não esperava que eu me oferecesse pra cuidar do filho dele, ainda mais depois de ontem. Ele olhou pro filho e mesmo que de forma tímida, o garotinho assentiu com a cabeça mostrando que preferia ficar comigo a ir até a tal reunião. –Você tem certeza de que não será um problema Felicity? –Eu revirei os olhos e sorri divertida. –É claro que eu tenho certeza ou você acha que eu não consigo cuidar dele? –Oliver pareceu notar a ameaça implícita na minha frase e sorriu erguendo as mãos, aquele era o meu sorriso, Deus como eu sentia falta dele.

Oliver se abaixou e deu um beijo na testa do filho que ainda parecia um pouco reticente em receber carinho do pai, escutei-o sussurrando algo como “comporte-se” e em seguida o mesmo se levantou e me lançou um último olhar antes de sair pela porta. Aquele olhar queria dizer tanta coisa, mas será que eu não estava interpretando tudo errado? Será que na minha ânsia por estar perto dele eu não estaria vendo sinais aonde não existia nada?

Fui tirada dos meus devaneios por William que fez barulho ao se sentar timidamente no sofá do escritório, eu caminhei calmamente e me sentei ao lado dele, eu havia tido a ideia de cuidar dele, mas não havia parado pra pensar que eu não tinha noção do que fazer pra ele se sentir a vontade comigo. Estava tentando pensar em algo quando o vi olhando fixamente pra minha mão e seguindo o seu olhar percebi que ainda segurava a revista em quadrinhos.

—Você gosta de revistas em quadrinhos William? –Ele assentiu positivamente e de repente já não parecia mais tão tímido. –Quer ler? –O garotinho sorriu e estendeu as mãozinhas pra mim, eu lhe entreguei a revista e ele pareceu admirado.

—Você conhece esses heróis? –Ele parecia encantado com o pequeno livreto, mas levantou o rosto pra olhar pra mim. –Sim, são os meus super heróis favoritos, eu tenho todas as revistas deles, menos essa, nunca achei em lugar nenhum. –Ele pareceu triste e eu senti uma necessidade enorme de conforta-lo. –Vamos fazer assim, se essa é a revista que te falta, eu te dou ela de presente. O que acha?

William assentiu com a cabeça e ele estava tão feliz que pareceu que o simples ato de assentir não era o suficiente, o garotinho pulou no meu colo e me abraçou. Eu fiquei estática em um primeiro momento, mas logo retribuí o abraço e o ajeitei melhor em meu colo, Oliver havia dito que ele era introvertido, mas ele parecia bem à vontade comigo agora.

Quem diria que uma simples revistinha faria isso? Eu estava dando graças ao meu destino, quando eu poderia imaginar que a revista em quadrinhos com os heróis preferidos do garoto, a única que ele não tinha, ia estar dentro da bolsa que eu decidi pegar hoje? Era uma coincidência mais do que bem vinda.

Nos afastamos e eu tive uma ideia, sorri pro garoto ao constatar que ele ainda não havia saído do meu colo.

—O que você acha de ir lá pra casa agora? Eu tenho muitas outras revistas lá, eu aviso pro seu pai e ele vai te buscar quando a reunião dele acabar. –Ele concordou rapidamente e saltou do meu colo, fiquei surpresa ao ver a mãozinha dele estendida pra mim e sorrindo a segurei, juntos saímos do escritório e caminhamos em direção ao meu carro.

Coloquei William no banco de trás e depois de ter certeza de que o cinto de segurança estava bem preso, fechei a porta e dei a volta no carro para ir pro banco do motorista, parei a mão no meio do caminho ao ser tomada por uma sensação horrível, olhei em volta e não vi nada, a cidade estava silenciosa, terrivelmente silenciosa. Eu estava sentindo calafrios e junto deles vinha a sensação de estar sendo observada, no mesmo momento me lembrei de algo que a Katherine havia nos falado ontem.

“Ele atravessa paredes, ele sabe sobre o esconderijo de vocês, todo mundo sabe eu já disse isso pra Felicity. O único motivo dele ainda não ter atacado, é porque ele não quis.”

Rapidamente entrei no carro e decidi ir pra casa o mais rápido possível, dirigi olhando atentamente a rua em busca de algo que mostrasse que os meus medos eram válidos, mas não encontrei nada então decidi respirar fundo e esquecer isso pelo menos por um momento.

Chegamos ao meu prédio e rapidamente eu tirei o William de dentro do carro, caminhamos pro meu apartamento e assim que entramos eu levei William ao meu sofá mais confortável.

—Você pode se sentar aqui pra ler, eu só vou lá em cima tirar esses sapatos e volto pra ficar com você ok? Você quer comer algo? –Ele pareceu pensar e depois sorriu. –Eu queria bolo de chocolate. –Eu assenti sorrindo e subi as escadas enquanto mandava uma mensagem pro entregador da padaria que ficava aqui perto, ele era acostumado a fazer entregas aqui e eu pedi que ele trouxesse o bolo de chocolate mais gostoso que estivesse disponível.

Cheguei ao quarto e retirei os saltos altos trocando-os por um confortável chinelo de pelúcia, aproveitei que estava lá e mandei uma mensagem pro Oliver avisando que William estava aqui em casa.

...

—E então o capitão fumaça foi pro seu esconderijo, tendo a certeza de que mais uma vez ele havia conseguido proteger a cidade. –Depois de comer o bolo de chocolate com chantilly que o entregador havia deixado aqui, William pediu pra que eu lesse as histórias pra ele e eu prontamente aceitei, ele era tão meigo e me lembrava o Oliver. Depois de ler duas revistinhas ele começou a ficar sonolento e agora mal conseguia abrir os olhos.

—Felicity? –Ele sussurrava e eu me aproximei pra ouvir. –Sim querido! –Ele se aconchegou no meu peito e eu decidi puxa-lo pro meu colo de uma vez pra que ele ficasse confortável. –Eu posso te chamar de Lissy? –Sorri diante do pedido inocente do garotinho e lhe dei um beijo na testa. –É claro que pode. –Depois disso ele deu um leve sorriso e ajeitou a cabeça na curvatura do meu pescoço, a sua respiração foi ficando cada vez mais uniforme e em poucos segundos ele dormiu.

Acariciei os seus cabelos e quando olhei pra cima me deparei com Oliver me olhando, ele parecia maravilhado com a cena à sua frente e eu podia jurar que os olhos dele estavam brilhando.

—Desculpe, a porta estava encostada. –Ele parecia sem graça, mas mesmo assim não conseguia tirar os olhos da cena a sua frente. Eu me levantei um pouco desajeitada devido ao peso do garoto e me aproximei dele. –Não tem problema, ele não deu trabalho nenhum. –Oliver estendeu os braços ainda em silencio e eu passei William pro colo dele. –Eu vou indo, leva-lo pro carro. Obrigado por ter ficado com ele Felicity. –Eu me limitei a assentir e Oliver virou as costas caminhando em direção à porta aberta. Eu suspirei baixinho, queria ficar mais um pouco com ele, mas Oliver parecia sempre querer fugir de mim.

Não percebi que Oliver ainda estava ali olhando pra mim e quando me dei conta desse fato lhe lancei um olhar confuso. –Bem, talvez eu precise de ajuda pra coloca-lo no carro, você vem? –Eu sorri e assenti, sabia que Oliver não precisava de ajuda, mas fiquei feliz em perceber que ele queria a minha presença.

Caminhamos em silêncio até o carro dele e Oliver me passou a chave, abri o mesmo e o ajudei a colocar William no banco de trás, depois disso o acompanhei até a porta do motorista e ele a abriu.

—Muito obrigada por tudo Felicity, de verdade. –Eu lhe lancei um sorriso sincero e meneei a cabeça. –Sobre ontem, eu só queria dizer que... –O interrompi no meio da frase, eu não queria sofrer mais, apesar de amar a companhia dele, eu não podia me limitar a ficar feliz com uma breve conversa, eu o queria por inteiro e ele precisava perceber isso. –Não precisamos falar disso Oliver, você disse que conversaríamos, mas isso nunca aconteceu. Se um dia você estiver disposto a ter essa tal conversa, sabe onde me encontrar.

Percebi que Oliver iria me dizer algo, mas o celular dele tocou e quando ele o tirou do bolso, vi o nome da Samantha na tela. Lhe lancei um sorriso triste e me virei indo em direção ao elevador do meu prédio, eu não precisava presenciar nenhuma conversa entre os dois.

Entrei no meu apartamento respirando fundo e me sentei no sofá, mal havia começado a hora do almoço e eu já tinha passado por emoções o suficiente pra um dia inteiro. Escutei a campainha tocar e me levantei para atender quem quer fosse, ao abrir a porta dei de cara com Curtis.

—Quer almoçar comigo? Eu preciso conversar com alguém. –Eu concordei e corri pro quarto pra pegar os sapatos e a bolsa.

...

—Felicity, você não acha isso tudo uma coincidência muito grande?

Curtis havia me levado a um restaurante japonês e depois de fazermos os nossos pedidos começamos a conversar sobre a situação dele com o marido, ou ex marido no caso. Tentei aconselha-lo da melhor forma e por fim ele decidiu que depois de desabafar precisava se distrair e eu comecei a contar sobre a minha louca manhã pra ele.

—Como assim coincidência, Curtis? –Ele revirou os olhos e se aproximou de mim. –Para pra pensar, você pegou uma bolsa que continha logo à revista favorita do garoto e isso acontece bem no dia em que a escola dele tem um surto de baratas e o Oliver esquece um documento no escritório, documento esse que ele jurava ter levado pra casa ontem. Querida, isso tem nome, destino. O mundo está tentando ajudar vocês dois, olha aí o garoto já te ama tia Lissy, só falta você eliminar a concorrência agora. –Foi a minha vez de revirar os olhos pro meu amigo. –Você está exagerando e eu não vou eliminar a Samantha, caso o Oliver queira alguma coisa comigo ele vai ter que tomar alguma atitude, eu não vou ficar correndo atrás dele, pra falar a verdade eu nem sei se os sentimentos dele são os mesmos de antigamente. –Curtis riu alto atraindo a atenção de todo mundo no restaurante. –Mulher, você é louca? Do que você precisa? De uma placa na cabeça dele? É claro como água que ele te ama, aquele homem é louco por você. Felicity, naquele dia em que nós fomos resgatados na ilha você sabe que eu encontrei o Oliver antes de qualquer outro, apesar de saber que ele se importava com todos que estavam ali, eu não me surpreendi ao escutar a primeira pergunta que ele me fez. Oliver parecia desesperado, me segurou pelos ombros e só sabia dizer “Cadê a Felicity”?

Eu abaixei a cabeça, refletindo sobre tudo que o Curtis havia acabado de dizer, mas antes de poder responder qualquer coisa, escutei o bip do meu celular. Puxei o mesmo da bolsa para ver do que se tratava.

—Algum problema Felicity? –Eu olhei Curtis e comecei a me levantar rapidamente. – Vamos rápido, precisamos ir pra cave agora. –Ele me olhou confuso, mas se levantou e pagamos a conta, seguindo pro carro dele depois. O meu programa havia terminado a varredura mais rápido do que eu imaginava e isso só poderia significar duas coisas: Ou esse cara havia conseguido apagar todas as informações sobre ele ou ele havia conseguido apagar a maioria e o programa não conseguiu achar muito coisa, apesar de nenhuma das opções serem realmente boas, eu estava torcendo pra que a segunda fosse a certa.

Curtis ainda me encarava confuso e eu percebi que ele precisava de uma explicação. –Olha a Kathe foi lá em casa hoje mais cedo e anotou um nome na minha agenda, eu creio que é  nome do Espectro e coloquei um programa rastreador pra procurar qualquer informação sobre ele, o bip do celular era um aviso dizendo que o programa já havia terminado a varredura, precisamos ver o que ele encontrou e caso se trate realmente do Espectro, temos que convocar uma reunião com todos hoje a noite pra contar sobre isso. –Ele assentiu em entendimento e acelerou o carro. –O Oliver já sabe disso? –Eu balancei a cabeça em negação. –Não, eu acho melhor não contar nada pra ninguém até ter em mãos o resultado da pesquisa, caso não dê em nada só vai servir pra deixar todo mundo frustrado, principalmente o Oliver.

Curtis se limitou a balançar a cabeça e logo estávamos em frente ao escritório, entramos rapidamente e descemos pelo elevador.

—Curtis, tem como você imprimir todos os arquivos que o programa tiver encontrado? Eu vou ligar pro Barry enquanto isso. –Ele assentiu indo rapidamente pro computador e eu pesquei o celular da bolsa, o número do meu amigo já estava na discagem rápida e ele atendeu no terceiro toque.

—Oi Fel, aconteceu alguma coisa?—Sorri diante da preocupação do Barry, ele tinha um coração enorme. —Não, não aconteceu nada por enquanto. Eu liguei pra saber como está a nossa visitante.—Houve um silêncio do outro lado da linha. –Visitante? Que visitante Felicity?—Me sentei em uma das cadeiras, confusa. –Como assim Barry? A Katherine, ela está aí não está?—Ele tossiu, mas rapidamente se recompôs. –É claro, sim, a Katherine, ela tá aqui sim, com certeza. Ela não está comigo agora, está com a Caitlin e o Cisco.—Barry parecia estranho no telefone, mas não devia ser nada demais, ele como herói de Central também tinha que lidar com muitos problemas ao mesmo tempo. —Ok, sem problemas. Eu só queria saber se ela não tinha aprontado nenhuma por aí.—Ele riu no telefone e consegui visualiza-lo fazendo isso. –Pode ficar tranquila, ela não fez nada. Felicity eu preciso ir, se precisar de qualquer coisa pode ligar pra gente.—Nos despedimos rapidamente e ele desligou.

—Curtis, você reparou que praticamente ninguém conversou sobre a Katherine ainda, ela é uma viajante do tempo, isso é surreal e a gente está tratando isso com tanta normalidade. –Curtis riu enquanto imprimia os arquivos e me olhou por cima do ombro. –Acho que todos ainda estão anestesiados com a situação e de alguma forma sinto que ela está falando a verdade sobre já conhecer a gente, porque eu me sinto normal ao lado dela sabe? Como se ela já fosse uma amiga de tempos, pode ser por isso que ninguém está tão chocado assim com a aparição dela. –Eu concordei e voltei a me sentar, eu também me sentia assim em relação a ela, acho que até o Oliver também se sentia assim, afinal mesmo com o temperamento de ontem ele não havia falado nada sobre a Katherine hoje e eu sabia o quanto ele podia ser paranoico quando não confiava em alguém.

—Felicity, você precisa ver isso! –O tom de voz do meu amigo havia mudado e agora parecia preocupado, me levantei rapidamente e me aproximei dele, peguei os papeis que ele estendia pra mim, dei uma rápida olhada no conteúdo e voltei o meu olhar pra ele. –Fel, isso é mal não é? –Soltei uma risada que de alegre não tinha nada e voltei os olhos para o papel. –Isso é péssimo Curtis, péssimo!


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Notas finais do capítulo

Eita...O que será que é péssimo gente? E essa interação da Felicity com o William não foi super fofa? Oliver parecia maravilhado com a cena quando entrou na casa dela...
Esses primeiros caps foram mais pra situar vocês em toda a situação da fic, a partir do próximo já vamos ter uma interação Olicity MUITO maior...

Ps: Me sigam no twitter, @Cinthya_dorileo pra gente poder ter uma interação maior, estou sempre postando coisas sobre a fic lá e é claro sobre o nosso casal Olicity, sigo vocês de volta!
Comentem muito meus amores, me digam o que estão achando!!!!
Até o próximo, beijoos!!!!



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