Como o Céu escrita por SBFernanda


Capítulo 3
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Como vocês sabem, esse é o penúltimo capítulo dessa shortfic. Como irão notar, o enfoque aqui é mais sobre "não desistir", algo que combina muito com NaruHina, não é mesmo? Mas aqui, será de uma forma igual e, ao mesmo tempo, diferente, tudo bem?

Espero que gostem e, caso algo fique confuso, só dar um berro nos comentários, tá bom?

PS: Pessoal que falta responder, estarei o fazendo aos poucos ao longo da semana.



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Capítulo Dois

 

"Porque até as estrelas queimam

Algumas até caem sobre a Terra

Temos muito a aprender

Deus sabe que merecemos

Não, não vou desistir."

 

As coisas começaram a mudar já no dia seguinte. Ao invés de sair de casa bem cedo para o trabalho, Naruto se permitiu dormir mais — e em sua cama —, assim como tomar café com a família. Tinha mandado uma mensagem para seu sócio, Shikamaru, avisando que chegaria mais tarde. Boruto foi o primeiro a se surpreender quando viu o pai entrando na cozinha ainda sem estar completamente arrumado.

Naruto estava apenas com a calça social e as meias preta nos pés. Estava sem camisa e com o cabelo molhado do banho que havia acabado de tomar. Quando Hinata virou para colocar o café da manhã na mesa, ela o viu parado, cumprimentando o filho, e congelou. A imagem de Naruto sem alguma peça de roupa ainda a impactava como sempre tinha impactado. Talvez aquela fosse a prova de que ainda o amava, apesar de tudo o que tinham passado.

Quando se recuperou, ela os serviu, mas sentia o olhar do marido ainda em si. Hinata já estava arrumada para o trabalho e como hoje não precisaria encontrar com nenhum cliente, estava vestida de forma menos informal, com um vestido azul royal sem mangas e que ia até os joelhos, justo no corpo, mas não demais. Ela estava linda aos olhos do marido, que se condenava por não reparar mais nela em outras vezes.

— Você vai me levar na escola, papai? — Boruto perguntou, tirando-o de seus pensamentos. Hinata o olhou, já se preparando para negar ao filho no lugar do pai.

— Posso levá-lo, sim. Mas aí tem que me prometer que não vai se atrasar.

— Não vou! — Assim que falou, o pequeno começou a comer rapidamente. Hinata o repreendeu, mandando ir mais devagar que o pai o esperaria e logo depois caminhou até o marido.

— Sabe que eu posso levá-lo, é caminho — ela sussurrou, aproveitando para servi-lo.

— Eu sei, mas acho que preciso começar por algum lugar com ele também. — E era verdade. Naruto não queria salvar apenas o seu casamento, como também a sua relação com o filho. Aquilo pareceu não apenas convencer Hinata como agradá-la, já que ele viu um pequeno sorriso antes da mulher sentar ao seu lado.

Eles não comeram em silêncio, como de costume. Ao invés disso, entraram em uma conversa com Boruto sobre a escola, que era uma creche também, e logo, todos estavam rindo. Foi Hinata quem os alertou da hora e Naruto correu para terminar de se arrumar enquanto a esposa arrumava o lanche do filho e, em seguida, escovava os dentes dele. No final, quem os atrasou foi o próprio Naruto.

Hinata beijou o filho e, por um segundo, ficou sem saber se beijaria o marido também. Naruto decidiu por ela, se inclinando e selando os lábios nos dela.

— Prometo que não demoro a chegar hoje — sussurrou antes de sair.

E, realmente, ele não demorou. Assim como o café da manhã, o jantar foi agradável e dessa vez, Naruto compartilhou algo do trabalho. Quando o telefone tocou, pela primeira vez em muito tempo, ele ignorou a ligação e deixou o celular longe. Boruto dormiu no colo da mãe enquanto os pais conversavam como há muito não faziam.

Aquele primeiro dia deu esperança aos dois, assim como ao pequeno, que tinha um sorriso nos lábios mesmo dormindo.

Os dias que se seguiram foram iguais. Naruto se esforçava para criar uma nova rotina em casa e também no trabalho, mas em um era mais difícil do que no outro. Em seu trabalho todos tinham se acostumado a tê-lo disponível para resolver os problemas 24h por dia e tirar isso em uma semana estava sendo muito complicado.

— Eu avisei que deveria ter feito isso desde sempre, agora vai ser complicado — avisou Shikamaru depois de conversarem sobre o ocorrido.

Sasuke não disse nada. O amigo era tão disponível para o trabalho quanto ele, mas parecia ser feliz com a esposa mesmo assim. Sakura era outra que vivia para o trabalho. Cada família tinha um modo de ser e ele queria que o da sua fosse feliz também.

Quando o final de semana chegou, pediu a Shikamaru que ficasse com Boruto uma parte da noite de sábado. Seus filhos ficavam juntos na creche e, por isso, sabia que o filho iria ficar bem com o amigo. Ele tinha uma ideia em mente e precisava colocar em prática o mais rápido o possível.

Quando chegou em casa na sexta-feira, Hinata estava dançando uma música agitada no meio da sala. Boruto a acompanhava e os dois riam dos passos improvisados. A mulher estava com um vestido florido, comum de ficar em casa e descalça. O filho estava de pijama de foguetes. Era uma cena muito comum, mas que Naruto perdeu a noção do tempo enquanto os assistia.

Quando, por fim, Hinata se jogou no sofá, cansada, e o filho foi para seu colo, ele se mostrou presente. Os dois sorriram ao lhe ver cedo em casa. Boruto correu até ele e, no mesmo instante, o mais velho abriu os braços para receber o filho e o pegar no colo.

— Mamãe disse que podemos pedir pizza. Podemos, papai?

— Se a mamãe disse, claro que podemos. Qual será nossa pizza?

— Queijo. Muito queijo. E calabresa!

— Queijo e calabresa então. Por que você e a mamãe não pedem a pizza enquanto eu tomo um banho? — Ele olhou para Hinata, que confirmou com um aceno. Colocou o filho no chão e caminhou até a esposa. — Não demoro — garantiu, beijando-lhe os lábios com carinho.

Hinata estava feliz com a nova rotina que tinham começado a construir. Estava feliz por perceber que eles poderiam ser a família que sempre sonharam. Estava tendo esperanças de que dessa vez daria certo e estava apostando nisso tanto quanto ele.

A sexta-feira foi marcada por pizza e filme de criança, que assistiram todos juntos na sala até Boruto dormir. Depois disso, o casal ficou mais algum tempo assistindo a uma série que interessou aos dois. Só foram para o quarto quando Hinata dormiu, deitada no peito do marido e parecendo tão tranquila como nunca. Naruto a levou para cima e se sentiu bem em poder, novamente, cuidar da mulher.

Naruto havia avisado no trabalho que não iria estar disponível sábado, mas quando o mesmo número lhe ligou pela quinta vez consecutiva, imaginou que fosse mesmo algo urgente. Eles haviam acabado de almoçar e estavam sentados do lado de fora. Estava calor e, por isso, estavam na piscina. Pediu mil desculpas para Hinata antes de finalmente atender e entrar.

Naquele momento ela sentiu medo de haver uma recaída e Naruto ficar o resto do dia preso no escritório. Mas, decidida a não deixar que isso lhe dominasse mais uma vez, ela entrou na piscina com o filho e começou a brincar com ele até o marido voltar e entrar também. Ele não demorou e, dessa vez, não trouxe o celular junto. A esperança surgiu novamente.

Quando ela perguntou se era algo grave, ele apenas respondeu que tinha conseguido resolver online e que, naquela noite, eles sairiam. Foi ali que contou a ela que já tinha pedido Shikamaru para ficar com o filho.

Quando a noite chegou, Boruto viu os pais arrumados. Sua mãe era a mais linda, em sua opinião. Ela usava uma saia branca e florida com uma blusa de mangas curtas, também branca, deixando o seu cabelo escuro muito mais em destaque. Linda como um anjo. Ele sorria, não conseguindo nem ver que seu pai não estava com o tão comum terno e sim com calça jeans e uma camisa polo laranja.

Boruto não parecia satisfeito em ficar com Shikadai enquanto seu pai saía com sua mãe, mas a promessa de que eles logo voltariam o acalmou.

Sozinhos, Hinata começou a perguntar onde era o lugar e porque a surpresa. Não parecia ser perto de casa, logo, não era um lugar que costumavam ir nos últimos anos. Quando, porém, viu a antiga escola dos dois, tudo fez sentido. Ela sorriu e o olhou, percebendo que Naruto tinha um sorriso também.

Eles pararam em uma vaga em frente a um restaurante chamado “Ichiraku”. O lugar, antes muito pequeno, havia sido o local do primeiro encontro deles e, também, o lugar onde Naruto havia se declarado e, posteriormente, a pedido em casamento. Ali havia apenas lembranças boas para o casal e como aquele era um recomeço, não havia lugar melhor para irem.

Entraram lado a lado e de mãos dadas. O lugar estava muito diferente da última vez que estiveram ali, mas, por sorte, Naruto tinha ouvido falar que continuava sem precisar de reservas. Assim que chegaram à recepção, uma mesa próxima à janela do jardim foi arrumada para eles, afinal, ele havia ligado antes para saber o que fazer e comentou que era um antigo cliente.

Pouco tempo depois, o dono do lugar, agora um senhor com idade avançada, veio lhes cumprimentar. Ele ainda lembrava do casal que fora tão assíduo em seu local e ficava feliz de os ver juntos ali e por ainda serem um casal. Dissera tudo aquilo aos dois e deixou avisado que a sobremesa seria por conta dele e uma surpresa.

— Eu não acredito que esse lugar ainda existe e que está tão lindo! — comentou Hinata com carinho, olhando em volta para absorver as mudanças.

— Fiquei muito feliz quando soube também. Moramos do outro lado da cidade e não pensamos em vir aqui mais vezes, não é mesmo? Mas queria muito fazer hoje um dia tão especial quanto os outros.

— Posso saber por quê? — Apesar da pergunta, Hinata tinha um sorriso no rosto, mostrando o quanto aquelas palavras lhe enchiam de esperança.

— Porque tudo que prometi dentro desse lugar tem se cumprido e eu pretendo cumprir mais uma... Manter a tradição. — Naruto pegou a mão dela sobre a mesa e beijou ambas com carinho. — Prometo que vamos reconstruir nossa família, para sermos o que nunca devíamos ter deixado de ser. Prometo nunca desistir de você.

— De nós — completou Hinata com a voz baixa, emocionada.

Eles sabiam que aquelas não eram promessas vazias. Sabiam que havia muito de seus sentimentos e de seus corações em cada palavra dita e era isso que os conectava novamente, como há muitos anos atrás.

Eles escolheram o que comer e começaram a conversar. Hinata se interessou pelo o que acontecia na empresa e Naruto, pelo o que ela passava no trabalho. No fim, os dois descobriram que histórias engraçadas aconteciam para os dois, mas nunca tinham percebido até então.

Quando a sobremesa chegou, após o jantar, Hinata ficou maravilhada em ver a grande taça de sorvete com brownie do Ichiraku. Aquela foi a primeira sobremesa que dividiu com Naruto e era a marca registrada do lugar, pois era realmente divino. Pediram para agradecer pelo prato e começaram a comer juntos. Hinata fechara os olhos e gemera com a nostalgia que o gosto lhe trouxera.

Aquele movimento da esposa foi tão involuntário e tão sexy, que deixou Naruto completamente fixado nela, preso em cada movimento que ela fazia e excitado por conta daqueles gemidos baixos que a comida lhe causava. Eles ainda não tinham tido esse tipo de contato físico desde que começaram a se acertar, mas, agora, o Uzumaki se sentia muito tentando a dar o primeiro passo.

Hinata o pegou lhe observando e sorriu, mostrando-se confusa com o olhar que recebia. Sem lhe responder com palavras, ele pegou mais um pouco da sobremesa com a colher e lhe estendeu. Meio insegura, ela se aproximou e envolveu os lábios na colher, puxando em seguida. Os olhos estavam fixos neles, assim como os dele nela, então foi fácil perceber que havia um brilho faminto ali. Hinata se mexeu na cadeira, pois sentiu o mesmo fogo que brilhava naqueles olhos, a queimar por dentro.

Enquanto comiam em silêncio, os olhares falavam por eles, mostrando que, mesmo o caminho sendo longo, o desejo já havia sido despertado e era algo mútuo.

Quando, por fim pagaram a conta e foram embora, estavam ansiosos. Naruto esperava que o filho já estivesse dormindo e Hinata estava presa em uma bolha de fascinação pelo o que tinha acontecido naquela noite entre ela e seu marido. Foi uma provocação que nunca se imaginaria fazendo em público, mas que, ao mesmo tempo, fora completamente discreta.

Para sorte dos dois, Boruto dormia quando chegaram à casa de Shikamaru e Temari e ele permanecera assim no colo da mãe o resto do caminho até a casa deles. Naruto o levou para o quarto, retirando os sapatos e o cobrindo. Correu para o quarto e chegou bem quando Hinata estava terminando de vestir a camisola preta que ele tanto amava.

Sem dizer nada, a abraçou e beijou com paixão e saudades. Ele se perguntava como conseguira afastar tudo aquilo durante tanto tempo, quando seu corpo queimava com tanta necessidade pela esposa. Ele se perguntava como criara aquela bolha. E Hinata se fazia as mesmas perguntas enquanto seu corpo queimava por ele e ela o envolvia pela cintura com as pernas.

Os dois rapidamente foram parar na cama, enroscados um no outro enquanto trocavam carícias e beijos. Não demorou para que se despissem e, com a mesma paixão e saudade, se amassem como há muito não faziam.


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Notas finais do capítulo

Queria esclarecer rapidamente porque resolvi mostrar um pouco detalhadamente algumas cenas e outras não. Por exemplo, o jantar... Quis mostrar aqui que apenas quando duas pessoas estão dispostas a fazer dar certo é que dá. Naruto errou em se afastar da família pelo trabalho e Hinata por ter sentido tanto medo (e nunca ter contado o motivo) que ficou quieta e permitiu isso. Quantas pessoas não ficam quietas por medo de perder alguém? Quantos relacionamentos acabam por isso (de pais e filhos e de marido e mulher)?
Espero ter conseguido passar, com esse capítulo em especial, que a base de uma relação é a confiança no outro, de contar e de saber que ele vai manter sua palavra (assim como o outro manter também).

A história ainda não acabou e gostaria de saber... o que acham que falta aqui para encerrar a mensagem da história e da música?



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