Purple Light escrita por Isa


Capítulo 36
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Hey, babes!!
Desculpem a hora, mas prometi que postaria "hoje" hahaha
Dessa vez eu me superei no tamanha, mas ok.
Aproveitem bem esse capítulo cheio de drama, será o último. Daqui pra frente é só amor. Hahaha

Nos vemos lá embaixo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/742371/chapter/36

LIGAÇÃO ON

 

—Você não tá entendendo... - Nina suspirou aflita

 

—Nina, pode parecer estranho, mas ele sempre fazia isso. - Gemma respondeu com uma calma irritante

 

Há mais de uma semana Harry tinha se trancado em casa sem atender a telefonemas e apenas dando festinhas particulares. Nina entendeu no começo, e por mais que ver a imbecil da Jill andando frequentemente por seu corredor a deixasse possessa, não poderia se dar ao luxo de interromper qualquer coisa que Harry estivesse fazendo.

 

—Eu não sei o que rolou entre vocês, mas ele precisou se afastar do mundo. - Gemma explicou mais uma vez, e mais uma vez Nina se irritou.

 

—A questão é que as coisas mudaram...

 

—Você tá me ligando a uma semana todos os dias e sempre tem uma coisa nova. Ele precisa de espaço, Nina. Deixa ele se acabar com bebidas e mulheres, aposto que em dois dias ele volta ao normal.

 

—NÃO TEM MULHERES, GEMMA! - Nina gritou - SEM MULHERES, NEM BARULHOS OU ENTREGA DE COMIDA!

 

Houve uma grande pausa enquanto o coração de Nina se apertava cada vez mais forte. Ela sabia que aquilo não era nenhum pouco normal e o torturante silêncio de Gemma só provava isso.

 

—Tá - a voz do outro lado se deu por vencida - bate na porta e tenta fazê-lo abrir.

 

—EU? - Nina gritou de volta

 

—Que eu saiba só tem você aí, então vai ter que servir. - Nina bufou irritada. - Me liga de novo se não tiver resposta, vou tentar falar com um dos meninos.

 

LIGAÇÃO OFF

 

 

Harry andava tendo atitudes idiotas na última semana.

 

 

 

FLASHBACK ON  (Uma semana e três dias depois de Nova York)

 

 

Nina entrou no Joe’s sem muita certeza do que estava fazendo. Ela não via Harry a dias e sabia que ele estaria ali, não queria admitir, mas exatamente por isso tinha ido lá.

 

Avistou a mesa cheia, mas ele não estava nela.

 

—Hey - tirou o lenço do pescoço e se sentou sem tentar disfarçar sua cara de quem estava com o coração destroçado.

 

—Olha quem apareceu - Lay sorriu pra ela

 

—Quer dizer pra gente o que aconteceu? - Liam foi bem direto e Nina encarou as mãos no mesmo instante.

 

—Liam… - Sophia o repreendeu

 

—Olha a cara dela - ele apontou para ela - Harry ta agindo feito um lunático imbecil e todo mundo viu que vocês tavam no maior "love" em Nova York. Eu só quero entender o que aconteceu.

 

Nina levantou o olhar que encontrou o de Louis bem em sua frente, eles seguraram um o olhar do outro até que ela piscou desviando. Então em um milésimos de compaixão e culpa, Louis disse:

 

—Deixem ela em paz, não é da nossa conta.

 

Ela se surpreendeu por isso, mas não voltou a olhá-lo. Logo ouviu risadas extravagantes se aproximando da mesa. Levantou o olhar e lá estava Harry pendurado em Jill. Os dois se sentaram ao lado de Louis e ela prendeu a respiração, não tinha ideia de como agir.

 

—Vai buscar mais uma bebida pra gente - Harry pediu a Jill que olhava Nina ainda incomodada

 

—Harry, melhor irmos pra lá.

 

—Não se preocupe, Nina não vai ficar muito tempo. - Se fosse em um outro momento ela iria sorrir por ele saber que ela estava lá, mas o fato de estar com Jill não tinha ajudado muito, e ele achar que podia controlar o quanto ela ficaria ali ou não fez o sangue ferver.

 

—Ah, não?

 

—Não - ele não se deu o trabalho de virar o rosto para respondê-la, mas sua voz forte não deixou de tremer ao saber que se dirigia a ela.

 

—E exatamente por que você acha que não?

 

—Porque você é covarde - Nina abriu a boca para lhe dar uma boa resposta, mas ele nunca estivera tão certo.

 

—Vai mesmo fazer isso? - resolveu jogar a atenção para outro lado. - Vai levar as coisas por esse caminho? Não seria muito melhor se a gente conversasse e…

 

—Nós já conversamos, você tem alguma coisa pra dizer que me interesse agora? - ele a interrompeu - Algo que não seja a bobagem de sempre?

 

—Difícil dizer, se só o que te interessa...     

 

—Não, você não tem. Então você já veio aqui, já me viu e pode ir embora agora. Eu não to afim de ficar nessa merda de clima.

 

—Pega leve, Harry - Louis pediu em um tom não muito alto.

 

—Vai defender ela agora por que? Vocês mal se suportam.

 

—Mas você não precisa ser um babaca. - Niall se fez presente também e Harry riu irritado

 

—Tudo bem, então por que todos vocês não vão embora? Eu e Jill vamos nos divertir e não queremos ser incomodados.

 

—Uau, que cavalheiro, Harry - Sophia usou seu melhor tom de ironia.

 

—Super - Nina não perdeu a chance de alfinetar e Harry ouviu uma cadeira arrastando

 

—Não, Nina, você não precisa ir - Layla segurou o braço de Nina enquanto ela pegava a bolsa

 

—Relaxa, Lay. Tenho lugares melhores pra ir - seu tom de voz não era nada amigável.

 

—Claro que tem. - Harry respondeu amargo - Jimmy frequenta outros bares.

 

Ela enrolou o lenço de qualquer jeito no pescoço sem responder aquela provocação idiota e parou de frente para Jill.

 

—Meus parabéns, querida, parece que ele finalmente aprendeu seu nome.

 

—Cuida da sua vida, Nina - Harry gritou para que ouvisse enquanto deixava o Joe’s.

 

 

FLASHBACK OFF

 

 

 

Claro que Nina entendia que sua revolta era exclusivamente por ela ter deixado tudo confuso. Em algum momento daquela loucura que sua vida tinha se tornado, ela relaxou. Em algum momento insano, ela realmente acreditou que aquela história poderia ter um final diferente do que o que ela sempre esperou. Ela relaxou e deixou que seu coração ficasse tranquilo em relação ao que acontecia entre eles, até Louis jogar a realidade dos fatos em sua cara. Então ela teve que terminar com aquilo antes que pudesse se deixar levar mais ainda.

A reação de Harry era completamente aceitável, mas Nina não conseguia aceitar que não teria mais nada dele. Por mais que um dia tivesse que se acostumar com sua ausência, sentir na pele que ele estava se afastando a deixa doida. Mas Harry tinha deixado tudo muito claro em sua última conversa. Agora era tudo ou nada.

 

 

FLASHBACK ON (Uma semana depois de Nova York)

Nina observava o pôr do sol maravilhoso nas paredes de vidro do último andar do prédio. O coração na mão com os momentos que se seguiram ali.

 

Louis era cruel, mas estava certo.Ela ia embora em três meses.

 

Então, ela não apareceu no dia seguinte para tomar café, e se o ocupou o suficiente para não conseguir encontrá-lo antes que voltasse pra Londres. Ela passou a semana em Nova York tentando trabalhar o quanto podia para não pensar no que estava evitando, mas aquele momento tinha chegado.

 

Ouviu o som do elevador  e apertou os olhos com força quando a bengala de Harry se fez presente no ambiente. Ela se virou devagar observando-o de cima a baixo. Parado a uma boa distância da piscina em seu moletom e tênis old school, seus cabelos desgrenhados no rosto. Seus óculos cobrindo os olhos como sempre.

Nina sorriu triste sentindo a dor percorrer cada músculo de seu corpo. Era difícil de respirar.

 

—Você voltou. - Harry soltou em meio aquele silêncio que o fazia sentir em uma completa escuridão.

 

—Voltei. - A voz de Nina tremeu e ela pigarreou para tentar se recompor. A tensão no ar era terrível. - Precisamos conversar - sua voz era mais que estranha. Já embargada pelo choro que apertava seu coração a tantos dias.

 

—Acho que sim - a voz dele não era muito diferente. Harry queria não parecer tão desesperado quanto estava, mas todo aquele silêncio o perturbava. Todas as ligações não atendidas e a completa ausência dela. - O que aconteceu?

 

—Depois que te deixei no quarto... - vacilou por alguns segundos - Encontrei Jimmy no corredor. Descemos para tomar alguma coisa no bar e acabamos não percebendo o tempo passar. - ela cuspiu uma desculpa de merda não conseguindo segurar as lágrimas.

 

—Hm? - ele respirou fundo e Nina secou as lágrimas rapidamente.

 

—Jimmy me beijou, Harry. - Ele apertou as mãos em volta da bengala contraindo o maxilar. Harry mantinha a cabeça o mais erguida que podia. Tentava manter-se firme, mas sabia que aquilo não acabaria bem. E ele estava tão cansado.

 

Não aguentava mais tê-la e logo depois sentir que estava escorregando por seus dedos. Então a imagem de Jimmy e Nina relembrando velhos momentos lhe causou náusea. No entanto, algo naquela historia lhe parecia muito estranho. A conversa com Jimmy na festa, a forma como Nina tinha agido naquela noite. Os fatos não batiam. 

 

—E? - perguntou frio, querendo entender onde ela chegaria 

 

—E... - engoliu em seco tentando não desabar - Ali, naquele momento, eu quis ficar com ele. - Nina decidiu então não parar. Se tinha que fazer, que fosse rápido - mas não consegui parar de pensar em você e em como isso poderia...

 

Alguma coisa fez sua garganta parecer fechar e um breve sorriso percorreu nos lábios de Harry, mas nada que Nina pudesse fazer durar.

 

—Isso não é pra mim. - ele a ouviu fungar podia sentir a dor em suas palavras, mas não entendia porque ela fazia questão de se machucar assim - Eu não sou assim. Não quero precisar pensar em consequências - respirou fundo pronta para dizer algo que o esmagaria - não quero pensar no que estou perdendo... por sua causa.

 

Mas Harry não se deixaria abater tão fácil assim. Ela chorava em cada palavra, ela sentia aquilo, não estava fazendo por simplesmente querer.

 

—Não. Não, Nina. - Harry estendeu os braços tateando o ar á procura dela. - Nova York foi...

 

—Foi bom - sua voz falhou. Nova York tinha sido tudo para ela, mas Louis estava certo. Ela tinha que deixar de ser egoísta - Mas foi só isso.

 

Ela nem mesmo se mexeu quando ele se aproximou devagar, segurando seus braços com delicadeza.

 

—Não faz isso - pediu

 

—É o melhor - aumentou o tom de voz

 

Harry engoliu em seco espremendo os lábios. Sentia tanta coisa que já não sabia decifrar  o que era o que. Balançou a cabeça ainda segurando-a.

 

—Eu cansei disso - suspirou - Cansei, Nina, por favor. Por favor, vamos terminar com isso - Harry implorava. - Chega de tanta resistência. Chega de mentiras!

 

Nina agarrou seu braço com firmeza

 

—Eu não estou mentindo! Somos melhores amigos, eu não quero...

 

—Não somos amigos. - Harry sorriu pra ela engolindo toda sua angústia e continuou tentando manter a voz calma.  - Amigos não se beijam como nos beijamos. - respirou fundo sentindo tudo aquilo que reprimia a tanto tempo subir por sua garganta - Amigos não fodem como nós.  - Harry umedeceu os lábios vermelhos em um meio sorriso, soltou-a por um breve momento e guardou os óculos no bolso do moletom. Secou os olhos úmidos e continuou, em um sussurro agoniado de amor - Amigos não sentem isso. - ele segurou seu rosto entre as mãos e encostou suas testas. Nina fechou os olhos com força sentindo mais lágrimas escorrerem. Sua respiração ficou ofegante e ela podia sentir em cada milímetro de seu corpo o toque da pele dele.  - Você sabe do que eu tô falando. Eu sinto em você. - ele desceu as mãos acariciando seus braços e entrelaçando sua cintura. - Sinto em você tudo o que sinto em mim. - Nina sabia exatamente do que ele falava e mais uma vez juntou todas as suas forças, fechou os punhos agarrada na blusa de Harry.

 

—Eu não sinto nada. - sua voz foi gélida e cortante, ela nem pode acreditar que tinha saído realmente dela. Então sentiu os braços de Harry a soltando decepcionado.

 

Ele lhe deu as costas. Pensou em simplesmente sair, mas não aguentava mais aquela situação. Não tinha nada a perder.

 

—Eu amo você.  - Harry soltou sem esperar qualquer coisa em troca. Só precisava dizer, esvaziar o peito que a tanto gritava por ela.

 

Nina sentiu uma explosão de raiva percorrer todo o seu corpo.

 

—Não! - tentou limpar suas lágrimas, mas outras vieram. Aquilo não podia estar acontecendo. Era errado, era injusto. - Você não me ama! Não pode me amar...

 

Ele virou na direção de sua voz e num golpe de sorte pode alcançar seu braço.

 

—Eu amo você. - ele repetiu com mais certeza ainda

 

—NÃO! - Nina gritou e Harry resolveu que não ficaria atrás

 

—SIM! EU AMO VOCÊ!

 

Ela não respondeu mais, e os dois pareciam derrotados demais para continuar, mas Harry não ia parar por ali, tinha tanto pra dizer. Inúmeros dias e meses guardando coisas das quais se envergonhou tanto, e que ali deveriam ser esclarecidas.

 

Ele sentia, sentia com todo seu coração que ela estava mentindo, havia muito mais coisas por trás de tudo e se agarrava a essa esperança com tudo o que tinha.

 

—Eu te amo. - sorriu de canto e sua voz quase se foi - Amo você e não é de hoje.

 

—Harry, não faça isso...

 

—Você foi a melhor coisa que me aconteceu. - ele a ignorou por completo - Você chegou na minha vida como um furacão. Chegou de repente arrombando portas e levando tudo com você. - uma lágrima escorreu por seu rosto - Você é uma completa bagunça, Nina, mas de algum jeito arrumou a minha vida. Me consertou.

 

—Eu não fiz nada disso!

 

—ME FEZ QUERER VIVER! - ele gritou para que ela se calasse. Respirou fundo sentindo a emoção tomar conta de si - Você é minha luz no fim do túnel. É a esperança que se acendeu no meio da minha escuridão. - Tomou fôlego enquanto a soltava - E eu sei que a garota que se entregou pra mim em Nova York tá aí dentro de você em algum lugar. - Mais lágrimas rolaram e ele pensou que não fosse conseguir dizer - Mas não vou esperar pra sempre, Nina. Se é isso que quer, então acabamos aqui.

 

Harry deu-lhe as costas e entrou no elevador sem nem mesmo exitar.

 

FLASHBACK OFF

 

 

 

 

Então depois de sua conversa, naquele primeiro dia de seu súbito surto de raiva no Joe’s, Harry provocou um cara no bar até levar um murro. E os dias foram passando com mais atitudes descuidadas e totalmente destrutivas.

Em uma de suas noites de farra acabou acionando o alarme de incêndio do prédio por “acidentalmente” ter colocado fogo em uma das almofadas, e em outra uma das garotas precisou ser levada ao hospital com o pé quebrado.

Ele não respeitava os limites, e depois dos últimos acontecimentos Nina não poderia tentar intervir, não de novo.  Então ela viu tudo isso acontecendo durante a última semana e manteve-se de fora, mas nos últimos três dias tudo estava muito calmo. Muito quieto. Aquilo a deixa apavorada. 

Talvez ela nem tenha desligado o telefone direito, nem lembrava de tê-lo soltado, mas logo se viu na frente da porta de Harry. 

O coração disparado, quase saindo pela boca. 

Fechou os olhos com força pensando se realmente era uma boa ideia ELA tentar falar com ele, lembrando da última vez que o tinha visto.

 

 

 

FLASHBACK ON (Uma semana depois do encontro no Joe's)

Era uma terça-feira preguiçosa onde Max tinha arrumado a manhã de folga para ela quando Layla passou por sua cozinha apressada.

Nina esperou na porta até que ela voltasse pelo corredor para perguntar o que estava acontecendo, mas quando viu sua caixa de primeiro socorros nas mãos da amiga o coração já disparou. Layla sorriu incomodada e disparou:

 

—Não precisa se preocupar…

 

—Lay… - Nina a olhou ameaçadoramente

 

 

 

 

***

 

 

 

 

 

—Acho que não foi nada demais. - Niall disse ainda examinando a cabeça de Harry enquanto Gemma lhe entregava uma toalha limpa

 

—Eu disse que não era - Harry concordou entediado com a situação. Era irritante como tudo em sua vida se tornava um maldito espetáculo.

 

—Saiu muito sangue - Amy, a garota da noite passada, disse ainda preocupada.

 

Então a porta da frente abriu em um estrondo

 

—E então? - Nina andou até os quatro e tentou olhar o lugar onde Niall pressionava com a toalha.

 

—Ah, não - Harry bufou

 

—Foi só um cortinho, acho não vai precisar de ponto, nem nada - Gemma explicou 

 

—Que bom - Amy respirou aliviada, mas percebeu que deveria ter ficado quieta quando recebeu o olhar fulminante de Nina.

 

—Você ainda continua aqui?

 

—E-eu... - A menina gaguejou 

 

Nina observou de cima a baixo

 

—Me diz uma coisa, você tem algum problema ou só é burra mesmo? 

 

—Nina! - Harry chamou seu nome prevendo a merda, mas ela o ignorou 

 

—Não parece meio óbvio que não se deve deixar coisas jogadas na casa de um pessoa cega? Talvez você seja estupida demais pra entender que ele não enxerga o que tem na frente. 

 

—E-eu s-sinto...

 

—Sente muito? E se tivesse sido algo mais grave, sua imbecil? - ela se aproximou de Amy com nojo estampado no rosto. Queria esfregar a cara dela no chão.

 

Todas elas, as garotas que Harry levava pra casa, tinham a mania idiota de deixar roupas e sapatos espalhados pela casa, e não tinham o costume óbvio de voltar os móveis para seus devidos lugares. Isso causava tropeços e roxos desnecessários.

 

—Ela não fez de propósito - Quando Harry a defendeu Nina ponderou jogá-la pela janela. 

 

—Caralho, elas têm que tomar cuidado. 

 

—Ela tá certa. - Gemma deu de ombros.

 

—Eu achei que podia agir normalmente... - impossível uma frase mais infeliz 

 

—Você pode - Harry a interrompeu irritado demais para disfarçar. Por mais que precisasse pra algumas coisas, não queria ter tratamento especial pra nada, principalmente das meninas com quem saía. 

 

—Essa discussão é tão inútil quanto você - Nina entrou pelo corredor pisando duro e logo voltou com roupas, pegou os sapatos da menina ainda jogados no chão, provavelmente no mesmo lugar onde tinham feito Harry tropeçar e cair de costas batendo a cabeça na quina da mesa da sala de jantar. - Eu chamei um táxi que já deve estar te esperando lá embaixo - jogou os sapatos sem delicadeza nenhuma no peito de Amy e a puxou pelo braço. 

 

—Nina! - Harry tentou fazê-la parar mais uma vez, mas ela estava louca da vida 

 

Abriu a porta e colocou Amy pra fora 

 

—Pode ficar com a camisa - ela apontou para o corpo da menina coberto apenas com uma das camisas de Harry. - E não espere que ele te ligue, ele não faz essas coisas. 

 

Fechou a porta antes que Amy pudesse dizer qualquer coisa. 

 

—Mas que porra você acha que tá fazendo? - Harry levantou da cadeira em que estava irado 

 

—Não entendi - Nina continuou se fazendo de louca

 

—Por quê você pensa que pode entrar na minha casa e armar esse circo todo?

 

—Harry... - Gemma segurou o braço do irmão querendo que ele se acalmasse, mas ele se soltou em um solavanco 

 

—Não. Ela não tem o direito de entrar aqui e fazer o que bem entende com quem eu convido para minha casa.

 

—Harry... - Nina deu um passo para toca-lo, mas ele se virou para o lado oposto

 

—Eu não preciso de você aqui. - ele apertou os punhos do lado do corpo - Você não pode mais se intrometer na minha vida, eu não vou mais permitir que você faça isso. Eu não quero você aqui.

 

FLASHBACK OFF

 

 

 

Em um estalo ela voltou a si com as duras palavras de Harry ecoando em sua cabeça.

No entanto, pouco importava aquela merda, ela precisava saber se ele estava bem. Bateu sem a menor paciência três vezes e na quarta decidiu tentar a maçaneta que pra sua surpresa cedeu. A porta estava destrancada.

Ela sentiu o coração acelerar como nunca antes e o estômago revirar bruscamente. Queria desesperadamente cair no choro, mas ainda não podia se dar a esse luxo.

Estava paralisada, completamente apavorada com o que podia encontrar lá dentro. A única luz que entrava no apartamento era da pequena fresta que ela abrira na porta, o resto mergulhava na escuridão.

Nina fechou os olhos e respirou fundo.

 

"Por favor, por favor, por favor, esteja bem"

 

Empurrou o resto da porta e entrou.

 

—Harry? - sua voz saiu falha e trêmula. Voz de choro.

 

Acendeu a luz conseguindo ouvir a própria respiração e levou um susto ao se deparar com a sempre impecável sala de estar completamente destruída. Quase todos os móveis revirados e o chão coberto por cacos de vidro. No chão, Harry estava sentado com a cabeça recostada no assento do sofá, segurando uma garrafa de whisky quase no fim, no meio de toda a bagunça.

 

Ela pulou os cacos e se agachou ao lado dele serrando os pulsos. Seus olhos estavam abertos e seu peito subia e descia com sua respiração. Nina cobriu o rosto com as mãos sem conseguir lembrar de um momento em que se sentiu tão grata quanto agora. Limpou a lágrima solitária que escorreu por seu rosto voltando a olhar para ele.

 

—Você quase me matou - ela sussurrou e ao ouvi-la de novo, Harry levantou a cabeça se ajeitando devagar no chão, fazendo com que Nina visse os arranhões no lado direto de seu rosto - O que aconteceu?

 

Ele apenas deu de ombros

 

—Foi você? - sua voz passava de aliviada para um tom irritado

 

—Ta vendo mais alguém aqui? - ele riu sem muito humor - Depois eu que sou o cego.

 

Nina passou os dedos pelos machucados com sangue já seco, sem acreditar no que ele fizera a si mesmo. Acariciou seu rosto com os lábios comprimidos de dor, e o sorriso de zombaria de Harry sumiu. Seu olho roxo apesar de ainda marcado, estava mais brando. Ela desceu a mão por seu peito nu e braço até chegar em sua mão também coberta por sangue seco de pequenos cortes. Sentiu os olhos arderem, não ia conseguir segurar as lágrimas então os fechou rapidamente. Não ia aguentar aquilo por mais três meses, não podia continuar. Mas então, no meio desses pensamentos sombrios, Nina sentiu os dedos de Harry tocando cuidadosamente sua bochecha, percorrendo seu rosto com curiosidade, contornando seus lábios e logo se afastando como se ele voltasse a si, se dando conta do que estava fazendo.

 

—É melhor você ir - Harry virou o rosto fechando os olhos

 

—Vamos dar um jeito em você primeiro - Nina respondeu levantando

 

—Nina... - ele não queria ter que discutir, não queria se manter firme, ainda estava com raiva. Queria apenas que ela o deixasse ali.

 

—Harry...

 

—Só... - ele parecia exausto - Vai embora, tá?

 

Ela cruzou os braços e sentiu a raiva subir a cabeça

 

—Se você não levantar daí agora, eu vou embora, mas vou ligar pra sua mãe.

 

Harry não se mexeu por alguns segundos e queria continuar ali, sentir o gostinho de ouvi-la sair pela porta derrotada pelo menos uma vez. Mas aquilo era sério. A filha da puta sabia em que calo pisar para conseguir as coisas e só de imaginar o escarcéu que Anne faria com aquilo tudo...

 

Suspirou.

 

Seu corpo inteiro doía, não comia a um tempo e só de pensar em se levantar já ficava cansado. Realmente cogitou deixá-la ir, mas já conseguia ouvir os gritos da mãe entrando.

 

Então começou a se mexer devagar, não tinha certeza se ia conseguir se levantar, já não tinha nem ideia de quanto tempo tinha ficado ali na mesma posição. Nina segurou em seu braço para ajudá-lo. Ele não queria sua ajuda, não queria precisar dela, mas estava tão cansado.

 

—Wow! - Sentiu o mundo girando ao seu redor ao ficar em pé e teve que se apoiar totalmente em Nina para não cair.

 

Ela o amparou até o banheiro e colocou-o no banho.

 

Depois de uns cinco minutos debaixo d'Água virado de costas pra ela Harry disse:

 

—Vai ficar ai me olhando o tempo todo?

 

Ela tinha muito pra falar. Podia responder de mil jeitos diferentes, mas preferiu ficar quieta. Saiu do banheiro e voltou para a sala onde pegou uma vassoura e começou a limpar.

 

Pouco tempo depois Harry apareceu lá só de shorts e o cabelo molhado.

 

—O que você tá fazendo? - perguntou pouco antes de esbarrar na TV que estava jogada no chão -Ai! - gemeu passando a mão no joelho

 

—Fica aí. Eu não consegui tirar esse troço do chão e não terminei de por tudo no lugar.

 

—Não precisa fazer isso - ele disse meio irritado. Estava cansado de todo mundo achar que podia arrumar sua bagunça. Ele não queria mais ser arrumado, muito menos por ela. - quinta a Maria vem e...

 

— Até quinta você se arrebenta nessa porcaria toda - sua voz já estava alterada

 

—E POR QUE VOCÊ SE IMPORTA TANTO? - Dessa vez ele gritou

 

—PORQUE EU ME IMPORTO, DROGA! - ela gritou de volta surpreendendo-o - Eu me importo demais! Me importo pra caralho!

 

Ela virou de costas pra ele não conseguindo parar todo o choro que tinha segurado na última semana. Veio tudo de uma vez e quando percebeu estava soluçando.

 

—Ah, não - Harry soltou quase como um suspiro - Você não tá chorando.

 

Nina revirou os olhos voltando-se para ele irritada

 

—Droga, Harry - limpou as lágrimas que escorriam por seu rosto

 

Ele passou a mão pelo cabelo nervoso, irritado por aquilo o incomodar. Não queria ouvi-la chorar, não queria se sentir mal e deixar sua raiva de lado. Mas óbvio que não aguentou.

 

Ele deu um passo à frente estendendo os braços em sua direção procurando por ela. Nina os segurou, deixando que ele a puxasse para perto. Ela envolveu sua cintura não contendo mais seus soluços.

 

—Eu não aguento ver você assim. - sussurrou contra seu peito

 

—Me desculpa - Harry finalmente começava a perceber a gravidade de suas atitudes - eu não pensei...

 

Nina se afastou para olhá-lo irritada

 

—Você NUNCA pensa, Harry.

 

Ele riu.

 

—Penso demais. - soltou uma longo suspiro - E o pior é que só consigo pensar em você.

 

—Mas que droga! - ela o abraçou mais forte com um pouco de ódio - Eu disse pra você não se apaixonar.

 

Harry levantou seu queixo e ela roçou seus narizes devagar sentindo seu corpo todo se aquecer. 

 

—Eu já estava apaixonado, Nina. Mesmo que fizéssemos tudo diferente, eu ainda ia te amar.

 

Eu posso dizer que naquele momento Nina Scott lutou com todas as suas forças. Tentou ao máximo resistir, mas não conseguiu. Não poderia sair daquilo nem mesmo se quisesse, era tarde demais. Seu coração era dele há muito tempo e ela não queria mais lutar contra isso, então o beijou, sem medo ou nervosismo. Nada nunca havia parecido tão certo quanto aquilo. Seus pés deixaram o chão e todos os dias torturantes das últimas semanas se tornaram fumaça.

Até que Harry a afastou. Deu-lhe as costa precisando se apoiar na mesa que estava um pouco atrás dele. Sentia-se tonto, respirou fundo tentando melhorar a repentina falta de ar que o abateu, sem ter muito sucesso. A verdade é que não aguentava mais essa situação. Ele tinha falado sério no outro dia. Não continuaria para sempre ali. Ou fariam isso, ou não. O meio termo não lhe servia mais.

 

—Harry...

 

Nina ia se aproximar, mas ele levantou a mão para que ficasse longe.

 

—Espera! - ele pediu e Nina franziu a testa sem entender. - Se você for fugir, fuja agora - a voz de Harry estava trêmula assim como todo o seu corpo - Porque se chegar mais perto... - respirou fundo tentando pegar todo o ar que tinha sobrado em seus pulmões - Eu nunca mais te largo.

 

Nina soltou um suspiro longo e seu coração pesou como se fosse feito de pedra. Queria se jogar em seus braços, mas sabia que no final daquela história eles não ficariam juntos.

 

Por que aquilo tinha que ser tão difícil? Por que ela tinha que negar tudo e despedaça-lo tantas e tantas vezes?

 

—Harry... - ela voltou a chorar desesperada, não tinha mais forças pra continuar com aquilo. Foi então que invés de negar resolveu jogar a última cartada que tinha na manga. A única realmente verdadeira. - Eu vou me mudar.

 

—O que?

 

—Meu Deus! - Sophia tapou a boca chocada ao abrir a porta do apartamento e ver os móveis que ainda estavam fora do lugar.

 

—Que porra aconteceu aqui? - Liam perguntou mais bravo do que preocupado, mas nem Harry nem Nina pareceram se importar com as duas novas presenças ali.

 

—Quando assinei o contrato com a Vogue o acordo foi que a sede da minha marca fosse em Nova York. Eu preciso estar lá pra fazer isso - Harry parecia um pouco confuso com a novidade - No final das contas não importa o que eu sinto por você, eu vou estar do outro lado do oceano.

 

O silêncio tomou conta de todo o lugar como se o real peso de toda aquela história que não teria espaço pra acontecer finalmente se tornasse real. 

 

—Há quanto tempo você sabia disso? 

 

O nó na garganta de Nina só aumentava, ela precisava gritar, mas sentia como se apenas meias palavras pudessem sair de sua boca.

 

—Nove meses. 

 

Harry passou a mão nos cabelos com os olhos cheios de lágrima, então cobriu a boca sem conseguir demonstrar o quando se sentia traído. 

No final das contas ela nunca seria dele. No final das contas aquilo tudo nunca teria um sentido, um porquê. Cada palavra e sentimento tinham sido em vão. E o pior é que ela sabia. Desde  sempre, ela sabia. 

No final a luz se apagaria de novo, ela o amando ou não. E ele estaria sozinho com o que tinha se tornado e com meras lembranças do que ela havia lhe causado. Mais uma vez ele teria que aprender a sobreviver sozinho.

 

—Vá embora. - sussurrou sem conseguir respirar direito. 

 

Ele esperou por um protesto ou uma súplica, mas tudo o que teve foi o som da porta se fechando delicadamente e o silêncio com o qual teria que se acostumar. 

 

—Que merda, Harry! - Liam esbravejou e ao mesmo tempo ele sentiu o toque suave de Sophia em seu braço 

 

—Tudo bem, querido. - ela o ajudou a chegar a salvo até o sofá

 

—Pelo amor de Deus! Isso tem que acabar. - Liam continuou sem se importar no que Harry sentia naquele momento - Toda essa merda tá valendo a pena? 

 

—Liam! - Sophia tentou contê-lo.

 

—Ela vai embora! - ele disse com todas as letras - Olha o que ele fez. - Voltou-se para Harry outra vez - Vai continuar com isso? Vai se destruir por ela? Porra! 

 

—Não - ele balançou a cabeça completamente lucido de toda a situação. Não se destruiria por ela. Muito pelo contrário, iria se refazer por inteiro. Seguir em frente sem olhar pra traz, pela primeira vez.

 

 

 

 

***

 

 

 

 

Nina desembarcava em Londres as 09:37 da manhã, em um dia nublado e com a temperatura típica de dezembro.

Seus louboutins estalavam no chão frio do aeroporto lhe deixando incomodada. Eles lhe serviam bem em Nova York, mas ali ela estava em casa, era hora de se sentir como ela mesma outra vez. 

Sorriu feliz quando avistou a garota de roupas pretas e botas brilhantes falando ao celular distraída enquanto tentava ajeitar o gorro em sua cabeça.

Layla não era muito fã do frio, fugia do inverno gelado de Londres sem vontade alguma de olhar para traz, mas especificamente esse ano ela tinha um motivo especial para ficar. E acreditem, aquele ato era uma verdadeira prova de amor. Ela sorriu largo ao ver Nina e balançou uma mala toda alegre. 

Nina correu para o banheiro e quando se olhou no espelho de novo pode finalmente se ver. Nada de muita maquiagem, apenas um rímel. Uma legging preta, um moletom e sua jaqueta de couro. Um tênis confortável e uma vontade doida de chegar em casa. 

Nina também tentava fugir do inverno, mas não importava o lugar em que estivesse, dezembro sempre seria o pior dos meses pra ela. 

Se olhou dos pés à cabeça. Não tinha mudado muito por fora, mas por dentro era uma pessoa completamente diferente. 

Entrou no carro prata estacionado bem em frente à saída do aeroporto quieta demais. Mas Lay não estranhou. Dezembro era um mês difícil.

 

—Como estão as coisas? - Lay perguntou tentando demonstrar toda sua empolgação

 

—Quase tudo pronto - Nina sorriu fraco - Vai adorar à vista do meu apartamento novo.

 

—Central Park? 

 

—Como sempre sonhamos - as duas trocaram olhares de cumplicidade. Layla prometeu que estaria onde Nina estivesse pra sempre, mas isso agora era uma questão delicada. - Como estão as coisas aqui? 

 

—Lydia e Jamie não param de perguntar quando você volta. - ela contou - Niall tem me ajudado como pode no abrigo, mas a directioners já descobriram que ele bate ponto lá - ela riu - fica um pouco complicado 

 

Nina riu pela primeira vez de verdade. 

 

Observou a paisagem pela janela e engoliu em seco sentido todo o baque que a existência de Niall causava em sua vida. Pensou quinze mil vezes antes de perguntar, mas não se aguentava mais.

 

—E ele? - sua voz saiu baixa, Lay podia até fingir que não tinha ouvido - Como ele tá? 

 

Lay pigarreou um pouco estranha

 

—Harry esta bem. – ela foi bem evasiva, não queria falar daquilo e isso despertou um sorriso curioso em Nina. Ela olhou a amiga.

 

—Bem? – riu – Sabe que pode fazer melhor que isso né? 

 

—Eu... – Lay parou por um segundo – Por que precisamos fazer isso agora?  Passou dois meses sem querer ouvir o nome dele, por que agora quer saber como ele está? 

 

—Sério?  Eu preciso de um motivo? 

 

—Nina... – Lay suspirou – Ele está bem mesmo. Até... – parou de novo – Conheceu uma garota.

 

—Conheceu uma garota?  - Nina não alterou seu tom de foz ou demonstrou qualquer tipo de emoção – Como ela é? 

 

—Bonita, inteligente... – Lay balançou a cabeça negativamente. Sabia que Nina não estava bem, e não demonstrar não ajudaria em nada. – Ela não é você. – Nina riu – Mas eles estão se conhecendo. – Ponderou por alguns segundos – Bacana.

 

—Bacana – Nina repetiu com um sorriso divertido.

 

—Vou parar pra gente tomar um café, você está muito devagar, muito quieta, precisamos levantar tudo aí.

 

Nina continuou com um sorriso meio satisfeito no rosto, mas extremamente calada. Pela primeira vez depois de muito tempo, não pediu seu café duplo e sim um café descafeinado com leite desnatado. Isso foi a prova de que aquela maldita época do ano finalmente tinha chegado.

 

Nina amava café, mas naquela época não conseguia dormir nem com remédios, então evitava ao máximo.

 

—Leite? – Layla parou ao seu lado em frente a porta, mas não a olhou. – Não tem dormido direito, não é? - E mais uma vez Nina sorriu daquele jeito assustador antes que saíssem no frio outra vez.

 

E em um movimento que poderíamos chamar de destino, assim que pisou do lado de fora um homem esbarrou no ombro de Nina derrubando toda sua bebida no chão.

 

—Ah, que merda.

 

—Meu Deus, me desculpa! – O homem desesperado pegou o copo virado no chão e assim que Nina o observou levantando de volta, ela o reconheceu.

 

Rick não tinha um rosto comum, nem de longe poderia ser confundido com outra pessoa. Ele era bonito e barbudo, uma combinação realmente perigosa.

 

—Nina?  - ele a reconheceu também, duvidando um pouco se realmente era ela.

 

—Mas que porra... ?  - Lay olhou a bebida no chão e então para o homem.

 

—Lay. – ele sorriu tendo a certeza de que aquela era Nina

 

—Ah não. – Layla exclamou sem pensar muito

 

—Ok. – Rick riu fingindo se ofender

 

—Não. – Lay pois a mão na testa com vergonha de ser tão rude – Desculpa, é só que... – ela olhou para Nina que ainda observava o rapaz em choque – O que faz aqui? 

 

Rick não precisou responder, apenas sorriu para Nina com gentileza. As duas sabiam bem a única coisa que o levaria de volta para aquela cidade.

Os olhares de Nina e Rick se fundiram em um só. A última vez que tinham se visto tinha sido a quatro anos atrás, enquanto Kyle finalmente descansava de sua devastadora luta.

Naquele dia sombrio, onde Nina perdeu metade de seu coração, Rick estava lá para ampara-la, assim como em todos os outros momentos em que o fardo era pesado demais. Eles eram primo e namorada, cumplices, babás, enfermeiros, pais. Eles, juntos fizeram o possível e o impossível para que Kyle vivesse um pouco mais, e juntos assistiram ele partir.

Quando Nina pulou em seus braços Rick a acolheu da mesma forma que a anos atrás.

 

—Como você está? – ele perguntou perdido no meio de seus cabelos e Nina respirou fundo engolindo o grito de emoções que ameaçava despejar para fora. Eles se soltaram e voltaram a se olhar novamente – Está bem? – ele olhou bem no fundo dos olhos de Nina e ela desviou o olhar

 

—Eu tô bem. – fungou rapidamente disfarçando o choro que lhe ameaçava.

 

—Nix... – ele tentou olha-la de novo, mas ela se esquivou

 

—Sua tia? Ela está bem?  Aconteceu alguma coisa?  - perguntou preocupada

 

—Não aconteceu nada – respondeu prontamente – Essa época do ano não é fácil, mas ela sabe levar.

 

—Que bom.

 

—Ela tem perguntado por você.

 

—Tem?  - Nina estranhou, mas sem saber o porquê. Sempre tivera uma boa relação com a mãe de Kyle, mas depois da morte dele ela simplesmente preferiu sumir e não lidar com nenhum tipo de luto além do dela, não aguentaria. Talvez isso a tenha feito pensar que a tinham esquecido também.

 

—Sim. – Rick pareceu pensar por alguns instantes, então disse – Ela queria falar com você, está com uma ideia meio doida sobre esse ano, ainda não explicou direito.

 

—Não é uma boa ideia – Layla interrompeu tomando a frente da situação.

 

—Lay... – Nina segurou seu braço.

 

—Essa época não é fácil para ninguém, mas eu não a quero imersa nisso de novo. – Lay respirou fundo com os olhos cheios de lagrimas – Não, senhor. Não vou deixar.

 

—Eu não...

 

—Não, Rick.

 

—Lay, já chega. – Nina interrompeu – Precisamos ir. – Passou pela amiga e abraçou Rick de novo – Diga a sua tia que vou até lá. – Sussurrou para que Lay não escutasse

 

Se soltaram outra vez e as duas sumiram no meio das pessoas.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito bem, queridas, não da pra acreditar nessa autora safadenhaaa neé?

O drama ainda vai ter seu espacinho, mas calma que o amor ta chegando bebê, CAAALMA. JÁ TA CHEGANDO.

Talvez esteja mais próximo do que vocês imaginam.

Depois de ler esse caps imenso, fiquei meio preocupada dele não estar exatamente claro, então se ficou confuso me deem um toquezinho que eu tento melhorar. Ou se tiverem alguma dúvida também.
Ou se vcs simplesmente quiserem dizer algo, ou sobre como a fic é mara. Pode também hahaha

Me digam o que acharam

beijinhoss



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Purple Light" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.