Mercy escrita por kasume


Capítulo 11
decisão


Notas iniciais do capítulo

Oi, meio que volte não sei se ainda vai ter alguem para ler mas espero que gostem



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Helga on   

 

Evangeline ficou comigo até eu cair no sono. 

... 

TRIMMMM TRIMMMM 

 

Meu despertador toca e eu o ignoro, não quero levantar (é sábado, não sou obrigada) penso virando para o lado, mas minha paz não dura muito quando a porta do meu quarto é aberta de repente. 

—HELGUINHA- Evie  grita pulando na cama fazendo ela balançar- acorda  

—Evie é sábado, me deixa – falo escondendo minha cabeça debaixo do cobertor  

—Não acredito que você esqueceu- (esqueci? Esqueci o que?) a curiosidade fala mais alto e eu abaixo o coberto até os meus olhos e a encaro em duvida  

—Do que eu esqueci?  

—Que hoje é o meu dia de folga- ela sorri sapeca –o que quer dizer... você e eu saindo para se diverti pela cidade- Evie termina de fala dando pulinhos fazendo a cama balançar, jogo o lençol de lado e sento, agora é a minha vez de pular só que para fora da cama  

—Sério mesmo, tia- pergunto entusiasmada, lembro que ela tinha me dito isso, mas por experiencia própria aprendi a nunca criar expectativa quando alguém promete algo para mim, por isso quis confirma mais uma vez mesmo que ela tenha acabado de falar 

—obvio, estou falando muito sério Helguinha – ela faz uma cara seria pouco antes de solta mais uma risada- agora anda, vai logo coloca uma roupa para que possamos ir- corro até o guarda- roupa a procura de algo para vestir, o que não demora muito já que escolho o mesmo vestido  rosa que sempre uso e o laço da mesma cor, pego tudo e saio do quarto rumo ao banheiro para tomar meu banho e me trocar, não demora muito e estou pronta volto para o meu quarto aonde Evie ainda está sentada na cama me esperando 

—Pronta querida? - ela pergunta já se levantando da cama  

—Estou sim- respondo da porta esperando ela chega até mim. 

—vamos – Evie passa por mim saindo do quarto e anda em direção as escadas coloco a mão na maçaneta da porta na intenção de fecha, mas paro sentindo falta de alguma coisa levo minha mão ao pescoço e não sinto o cordão que sempre carrego comigo, entro novamente no quarto e vou até a mesa de cabeceira do lado da minha cama abro a gaveta e tiro de lá o colar em formato de coração com a foto do Arnold nele, e por um momento hesito antes de o colocar, quero parar de gostar dele, e provavelmente levar uma foto dele para todos os lugares não é a melhor maneira de fazer isso, porém não consigo evitar de querer usá-lo. 

—Helga, vamos- Evangeline grita do andar de baixo me tirando daquele impasse, finalmente decido por colocar o cordão e desço as escadas correndo, Evie já está esperando ao lado da porta pronta para sair, finalmente entramos no carro, ela olha para mim sorrindo pouco antes de acelera saindo da garagem, rio sentindo o vento no meu rosto conforme nos afastávamos da minha casa e vamos para..., espera ai! 

—Evie, onde estamos indo? - pergunto fazendo seu olhar se voltar para mim  

—Nossa, verdade eu ainda não te contei o que planejei para hoje, né? - ela fala dividido sua atenção entre mim e a estrada- bem primeiro eu pensei em... - Evie é interrompida pelo telefone que começa a tocar sem parar – Helguinha ,você pode por favor ver para mim quem é? - pego o aparelho que esta encima do painel do carro 

—Dav – leio o nome que aparece na tela em voz alta e Evie bufa enquanto revira os olhos pouco antes de aperta um botão no painel do carro parando a música e atendendo a ligação. 

—Bom dia, Evangeline - a voz de um homem ecoa pelo carro – hora de levantar da cama, o dia está lindo, bom pelo menos aqui– ele diz em tom de bom humor  

—Sinto muito Dav, mas para a sua informação eu não só estou acordada como também já estou a caminho do museu-  Evie fala com orgulho como se tivesse acabado de vencer o tal “Dav” em algo  

—Espera aí, você não só acordou sozinha como também está pronta e a caminho do trabalho? - a pessoa do outro lado da linha fala com certo ceticismo na voz- não acredito. E agora o que eu vou fazer? Eu não sei aonde coloquei - ouço sons como se ele estivesse procurando algo 

—O que foi? O que você perdeu? - Evie não aguenta de curiosidade e pergunta  

—Meu guarda-chuva é claro- não entendo o que ele quis dizer afinal aquela conversa começou com ele dizendo como o tempo estava bom lá, olho para Evie que parecia ter entendido tanto quanto eu, soltando um “QUE?” – você acordando cedo sozinha, tenho certeza de que vai cair uma tempestade talvez um furacão, ou será que é melhor eu pegar uma colher? já que hoje é o dia do impossível vai que chove sopa, eu definitivamente não quero ser o cara com um garfo na mão – o tal deve solta uma risada ao termina de fala enquanto eu tento segurar a minha. 

—Que droga David, te odeio – ela diz com uma cara meio emburrada, se alguém que não conhece a Evie tivesse ouvido isso talvez tivesse acreditado naquelas palavras, porém para mim era obvio que ela também tinha achado graça da piada e o sorriso que ela deu segundos depois era a maior prova disso – como estão indo as coisas na galeria? 

—Estão indo bem, sem nenhum problema aparente com o andamento da próxima exposição- Dav respondo com ar profissional – estou cuidando de tudo  

—Eu sei – Evi fala de forma serena como se confia de olhos fechados naquela pessoa 

—Agora que eu te dei um breve relatório você pode me dizer o que te levou a acorda cedo em um sábado?  

—é que eu tenho um encontro- Evangeline fala sorrindo de maneira simples olhando para mim devolvo o seu sorriso  

—Ah um... O QUE? - o homem grita meio surpreso  

—Um encontro e é com uma pessoa muito especial para mim - minha tia completa de maneira sapeca quase rindo da reação exagerada do tal Dav- e por fala nisso estou atrasada para ele agora, tchau - ouço um “não... espera” antes de ele termina de falar Evie aperta o botão desligando e só então eu percebo que não falei nada durante toda aquela conversa, não era a minha intensão ficar calada, mas por algum motivo era como se a conversa dos dois forma- se uma atmosfera que não deveria ser atrapalhada mesmo que eles não estivessem falando de nada de mais  

—Quem era ele Evie? - pergunto percebendo a minha curiosidade  

—Quem? O Dav? Ele é... - Ela para um pouco para pensar e finalmente responde rindo – ele é a minha babá - e a minha curiosidade se transforma em dúvida – ah chegamos -minha tia estaciona o carro em frente a um museu – eu trabalho aqui  

—Vamos ficar aqui?  

—Não, quer dizer sim, vamos ficar por aqui, pelo menos durante uma parte da manhã, é que eu tenho que dá uma adiantada no meu trabalho, mas primeiro vamos ali- ela aponta para uma pequena cafeteria que fica ali em frente – estou morrendo de fome Helguinha e eu sei que você também está - Evie diz já me arrastando em direção a ela  

A cafeteria é linda, pequena e calma depois que a garçonete pega os nossos pedidos ela vai embora para logo depois voltar com os nossos cafés da manhã 

—Helga, precisamos conversa? - Evangeline fala me olhando sério pela primeira vez, e minha cabeça começa a pensar em qualquer coisa que nos levássemos a te uma conversa séria e a primeira coisa que vem a minha mente e a mais óbvia é o que aconteceu noite passada e ao lembrar de tudo sinto meu sangue ferver e a vergonha me dominar e vou logo tentando explicar o que aconteceu, mas ela me impede e fala primeiro – Helga estou preocupada com você 

—Se é pôr ontem, não precisa, o que aconteceu foi só... só uma coisa e... e... - Tento me explicar rápido tentando não me enrolar nas palavras, porem falhou e Evie não espera eu consegui inventar uma desculpa convincente e começa a fala 

—Não é só sobre ontem, eu estou mesmo preocupada com você, ontem foi só a gota d’gua, você está tão diferente Helguinha 

—Diferente? Como assim? - pergunto confusa (tenho certeza que agi normalmente)  

—Você sempre foi uma pessoa sensível e emocional ao mesmo tempo que tem uma personalidade forte e inteligente com os seus toques de sarcasmo, porém o que eu vi foi que a sua personalidade forte se tornou agressiva e o seu sarcasmo divertido se tornou uma arma Helga, você quase atacou um colega seu- a última parte ela fala com um olhar assustado  

—Se você tá falando do que aconteceu com o Harold naquele dia eu posso explicar, foi ele que começo tia eu só...-  

—Você só quase agrediu um amigo seu- aquelas palavras soaram como uma repreensão e sem consegui dizer mais nada eu abaixei a cabeça - Helga eu não estou brigando com você, só estou com medo te perde, não quero perde a minha Helguinha que eu amo e nem quero que você volte a se sentir daquele jeito novamente por isso que vou perguntar mais uma vez, Helguinha você quer morar comigo?- Evie pergunta me surpreendendo mesmo que ela já tenha feito essa pergunta ontem eu não levei tão a sério achei que ela tinha dito isso só pelo momento, mas aquilo era sério? 

—Evie... eu... não sei – (como eu poderia me mudar assim?)  

—Eu sei o que você está pensando, mas olha é só por um tempo, assim que você quiser volta eu te trago de volta e outra você nem precisa me responder agora eu tenho até o fim do mês aqui não vou colocar pressão em você Helguinha só pensa com cuidado e vê o que é melhor para você, ok? 

—Ok – respondo e nos duas terminamos de tomar o café e vamos direto para o museu  Evie me leva pelos largos corredores do museu enquanto passamos por diversos quadros e finalmente chegamos a uma sala pequena de chão de madeira brilhante com um quadro no meio da sala e uma mesa ao lado com diversos materiais que não consigo identificar. 

—Você pode me esperar um pouco Helguinha já volto- Evie sai da sala e eu vou até a o quadro presto atenção na obra enquanto ignoro os danos a paisagem de arvores é linda, mas o que chama a minha atenção mesmo é a garota de costa seu cabelo ao vento enquanto encara o horizonte e o fato de não poder ver o rosto dela me fazendo pensar no que ela está pensando será que ela está com problemas? será que tem alguém olhando de volta para ela entre as arvores? Qual expressão ela está fazendo? Feliz, triste ou brava e mesmo sem ter ideia do que está acontecendo com ela eu ainda sinto uma conexão, uma compreensão  

—Helguinha, voltei – Evie entra usando um avental junto com um kit de pinceis - é linda, né?  

—O que? 

— O quadro, ele é lindo- Evie fala com um olhar perdido nos traços do quadro e eu acompanho – eu amo a sensação que ele me passa, mesmo sem saber bem qual é- ela dá um pequeno sorriso ainda olhando para a tela e depois se volta para mim- agora se você puder me dá duas horas... não, não uma  hora só, eu consigo adiantar a parte que eu quero e o resto do dia vai ser nosso, ok?- a pergunta sai meio receosa, balanço a cabeça de forma positiva e ela solta um suspiro aliviado enquanto senta em um banquinho pronta para começa a trabalha no quadro, olho em volta e percebo que não tem muito o que eu posso fazer ali enquanto espero. 

—Evie, posso andar um pouco pelo museu enquanto te espero? - ela volta sua atenção para mim e depois para o cômodo entendendo o porquê da minha pergunta 

—Pode sim – ela se vira novamente para o quadro e eu saio da sala. 

Coloco meus fones de ouvido e começo o meu passeio pelos largos corredores do museu, como ainda faltava duas horas para abrir tudo estava vazio com exceção de um ou outro funcionário que passava, andar por ali, era simplesmente incrível, quase como se tudo tivesse sido reservado para mim, continuo andando e olhando para as obras espalhadas pelas paredes e me surpreendendo ao perceber que posso nomear não só as obras como também os seus pintores e em alguns casos as datas de quando foram pintadas sem olhar as plaquinhas de informação, dou um sorriso, será que devo “culpar” Evie por esse meu talento ou a mim mesma por ser tão competitiva?  

Continuo meu passeio passando por réplicas de quadros famoso e originais que descobria a cada novo corredor que passava, me encanto a cada nova obra, e então meus olhos se prenderam em uma especifica, de homem e uma mulher dançando alegremente mas o que me chamou atenção não foi o casal que ocupa a maior parte do quadro mas sim a pequena mulher que assisti a dança dos dois, se alguém passa-se sem prestar atenção não a notaria, ela é ofuscada pela moça feliz dançado nos braços do homem e ali assistindo tudo de longe era visível o quanto ela quer está no lugar da outra mulher talvez ela queira ser aquela que vai estar nos braços do homem e é nesse fluxo de pensamento que eu me pego simpatizando por ela por entende como é difícil não ser a escolhida, ser sempre aquela que observa das sombras, aquele lugar era para as garotas “perfeitas” e isso ela nunca seria, assim como eu. 

Começo a compara o quadro com a minha realidade, Arnold sem dúvida é o homem sortudo que tirar a bela moça para dançar, garotas perfeitas como Layla e Olga são as que sempre são chamadas para bailar pelo salão e eu? Sou aquela que sempre fica no canto olhando, desejando e sonhando que em algum momento e belo cavalheiro vai me ver e eu serei aquela em seus braços...  

— “Dançado no campo de Pierre Auguste Renoir” é realmente uma pena ser somente uma copia já que o original se encontra no de Museu de Orsay em Paris na França, mas você realmente tem um bom olho para as obras Helguinha- tomo um susto quando de repente Evie começa a fala do meu lado e ela ri – Nossa você estava mesmo imersa no quadro, mal passo esperar para saber qual foi a conclusão que você chegou- Evie fala sorrindo  

— É... hum.... qu...- e eu respondo gaguejando, afinal como explicar aquela visão pessimista que eu acabara de ter 

—Hahaha Helguinha é realmente difícil ex... ai meu deus – Evie fala olhando para o relógio em seu pulso- temos que correr, finalmente terminei os preparos que eu queria fazer e agora o dia é nosso – ela me puxa pelo braço e começa a correr me fazendo acompanha-la 

—Evie, estamos em um museu- falo rindo  

—É mesmo- ao se dar conta disso ela para de correr e começa a andar meio envergonhada me guiando para fora, dou uma última olhada para trás aonde está o quadro “posso não ser aquela que é tirada para dançar, mas eu tão pouco continuarei sendo a que te observa” penso ao sair do museu. E assim que colocamos os pés para fora Evangeline volta a correr, mas dessa vez em direção ao carro  

—Coloca o cinto Helguinha por que o nosso dia está só começando- Evie fala virando a chave e pisando no acelerador 

—Afinal tia para onde vamos? - pergunto ainda sem saber para aonde todo esse passeio ia parar   

—Eu ainda não te contei, né? Humm, primeiro vamos até a casa daquela sua amiga, qual era mesmo o nome dela... Phoebe, não é? E depois vamos passar o resto do dia na tan. tan. tan... - Ela faz um pequeno suspense antes de fala- Dinolandia 

—Não acredito – falo quase gritando e dando pulinhos no banco do carro   

—Sabia que você ia adorar 

E assim foi, primeiro buscamos a Phoebe e de lá fomos direto para a Dino landia e andamos no máximo de brinquedos que conseguimos até a hora que nossos estômagos reclamaram e termos que ir come alguma coisa, Phoebe e Evie vão comprar nossos lanches enquanto eu procurava uma mesa com três lugares vagos não demorei muito para encontrar, sentei esperando por elas, olho para os lados e deixo um sorriso escapar e me pego perguntando se meus dias serão sempre assim se eu aceitar ir com a minha tia, quero dizer eu sei que não vai ser idas ao museus e parque de diversão todos os dias, mas se eles serão assim calmos e divertidos, sem que eu me sinta deslocada ou tenha que manter minha guarda levantada o tempo todo, ao  pensar isso me sinto tentada a aceitar ir para longe daqui com minha tia, mas antes que eu possa pensar mais profundamente vejo Evageline voltando com a minha melhor amiga enquanto carregam as bandejas com nossos lanches, levanto e vou na direção delas para ajudar e comemos e vamos novamente em direção aos brinquedos, ao fim do dia já tínhamos ido na maioria dos brinquedos do parque. 

—Certo meninas, está na hora da gente ir – Evie diz olhando para o relógio com uma cara triste, ela estava se divertindo tanto ou mais que a gente. 

—Ah tia, vamos ficar mais um pouco- falo ficando um pouco chateada por termos que ir 

—Aí Helguinha eu também quero ficar um pouco mais, mas prometi para os pais da Phoebe que entregaria ela cedo já que amanhã ela tem aula de esgrima- Evie fala e Phoebe e eu colocamos nossas melhores caras de pidonas - há, mas uma hora a mais não vai fazer mal, não é? - e com essa pergunta ela nos guia para irmos em mais brinquedos  

   ... 

MANHÃ DE DOMINGO  

Acordo de bom humor, o dia de ontem foi incrível não me lembro a última vez que me divertir tanto em um único dia, faço a minha higiene matinal e desço as escadas pronta para tomar o café da manhã, mas ao me aproximar da cozinha começo a ouvir as vozes dos meus pais e minha irmã conversando, paro ao lado da porta e olho para dentro, vejo ali uma perfeita família de comercial de margarina e mesmo que eu sempre tenha sentido que não me encaixava ali eu nunca me senti tão deslocada como agora, por algum motivo sinto que se eu me juntasse a eles seria um erro, encosto na parede e solto um suspiro frustrado  “acho que depois que todos comerem posso fazer um sanduiche para mim” penso pronta para volta para o meu quarto. 

—Que droga Dav, é domingo- Evie fala descendo as escadas- me deixa dormir- ela diz fazendo beicinho como se a pessoa ao telefone pudesse ver ela e antes que ela terminasse de descer eu corro por impulso e a abraço a assustando de início  

—Ah, bom dia meu amor- ela fala com ternura colocando a mão livre sobre meus cabelos fazendo um breve carinho e naquele momento sinto como se pudesse me encaixar, aquele carinho me conforta e posso sentir que talvez exista um lugar para mim no afinal - tenho que desligar - e consigo ouvir um pequeno protesto do outro lado da linha antes de ela encerrar a ligação- O que foi Helguinha? Vamos tomar o café da manhã- ela me puxa pelo braço me levando de volta para a cozinha êxito pouco antes de entrar talvez eu não me encaixasse ali, mas quando minha tia está por perto é como se eu tivesse um lugar no meio de tudo isso. 

... 

Segunda feira  

Aula de matemática 

  

Mesmo tendo decidido não continuar sendo a observadora do Arnold velos hábitos não somem só porque queremos, então aqui estou sem conseguir evitar de olhar para ele a cada exercício terminado meu, volto minha atenção para a questão quatro do livro me concentro e não demoro para encontrar a resposta, e como por um imã meu olhar vai em direção ao Arnold, mas dessa vez no lugar de ver ele fazendo contas com os dedos em busca das respostas me deparo com um par de olhos verdes me olhando de volta me assusto ao ser pega por ele meu rosto esquenta e viro novamente para frente dividindo a minha atenção entre o professor a meu livro, tentando ao máximo não me virar. 

... 

As aulas acabam, mais um dia fugindo de todo e qualquer lugar em que o Arnold pudesse aparecer, e finalmente é hora da saída, guardo as minhas coisas e pego a minha mochila, vou em direção a porta e passou pelo belo casal, Arnold e Leyla já faz uma semana que eles não se desgrudam, ela não estava mentindo para mim quando disse o que sentia por ele tinha mudado, agora ela está sempre junto com ele, e ele adora ela por perto, isso é algo que se nota em seu olhar, nos sorrisos... passo rápido por eles e vou para a saída, Evi me envio uma mensagem mais cedo dizendo que não poderia vir hoje, algo sobre o diretor querer saber detalhes sobre a restauração do quadro e Phoebe vai ficar até mais tarde para termina um projeto de ciência, prefiro ir andando me ajuda a pensar qualquer coisa é melhor do que ir no ônibus escutando a voz da Layla, começo o meu caminho e meu celular toca, olho para a tela e é minha irmã, sinto uma grande vontade de recusar a ligação, mas atendo  

—Alo  

—Alo, Helga ainda bem que você atendeu- Olga fala meio ofegante do outro lado da linha - você pode fazer um favor par mim? 

—Não - falo rápido pronta para desligar o a ligação, mas posso ouvir a voz exaltada da minha irmã do outro lado da linha  

—Por favor irmãzinha, é urgente Helga – Olga fala quase como uma suplica e eu sedo  

— Ok, fala logo antes que eu mude de ideia 

— Eu preciso que você vá ao trabalho do pai pegar para mim uma pasta que esqueci com ele de manhã 

— Só isso? porque você não pega com ele a noite- pergunto sem entender a urgência de uma simples pasta  

— Não posso, preciso dela para assim que chegar em casa, é nelas que estão guardadas as medias dos alunos e se eu não passar hoje mesmo para o diretor não só eu como o Sr. Guzman vamos estar em problemas sérios- ela fala meio ansiosa- por favor Helga a sua escola fica perto da loja, vai  

—Droga... ok, mas não se acostuma- falo um pouco emburrada desligando o celular antes que ela pudesse termina o agradecimento 

Continuo o meu caminho, porém ao invés de seguir reto viro a esquina em direção a loja do meu pai, três equinas mais a frente e já posso ver a faixada entro e passo reto pelos vendedores que tentam me aborda e vou direto ao escritório do Bob no segundo andar e encontro Sandra, a secretaria do meu pai  

— Ora nossa, se não é a pequena Helga, a quanto tempo eu não te vejo- ela fala ajeitando os seus grandes óculos vermelhos como se procurando um modo melhor para que pudesse me ver, propagando por todo o ambiente o som do chacoalhar das pedras presas na correte de seus óculos e pulseiras- veja, quando foi que você cresceu tanto? 

— Bem, já tenho dez anos agora- respondo à pergunta da velha senhora- Sandra, posso entra para fala com Bob? - pergunto tentando ir direto ao assunto, conhecendo Sandra ela logo me encheria de perguntas tentando entrar em uma conversa 

—Ah, minha pequena adoraria dizer que sim, mas agora ele está em uma reunião e eu não sei quan... 

Sandra mal pode terminar de falar quando a porta do escritório do meu pai se abre saindo de lá três homens de terno e meu pai  

—Oh... senhor Big, sua filha está aqui a sua esperar – Sandra anuncia a minha presença  

—Sério, onde? - o olhar de Bob percorre o ambiente a procura obviamente de Olga, solto um suspiro e levanto a mão para chamar a sua atenção- ah, você está aí...- posso ver a decepção no olhar de Bob  

— Será que essa é a famosa filha da qual você tanto fala? - um dos homens de terno pergunta para o meu pai  

— Ela realmente parece uma garota excepcional e forte- outro dos homens completam os elogios 

— Não, eu estava falando da minha filha mais velha a Olga- mas claro que Bob não deixaria ninguém pensar que a filha que ele tanto se orgulha sou eu, não poderia me deixar receber aqueles elogios então ele foi logo esclarecendo aquele grande mal entendido- essa é a minha filha menor a... a... - Ele engasga ao tentar lembrar meu nome eu solto um suspiro e me viro para o meu pai  

— Olga me pediu para pegar uma pasta com você - ele entra na sala novamente e pega a pasta me entregando, me viro para sair, mas sem conseguir evitar volto meu olhar para os homens parados atras de mim – e eu sou a Helga Bob, a filha que não vale a pena ser citada – falo e vou embora sem olhar para trás, ignorando todo e qualquer grito que pudesse ser ouvido. 

Entro em casa e entrego e encontro Olga correndo para cima e para baixo se arrumando e pegando coisas para o seu encontro com o diretor, entrego a pasta na sua mão e subo para o meu quarto, fico deitada até a hora que Evie chega e praticamente me arranca de lá para que a gente pudesse fazer algo juntas. 

 

Quarta –feira  

Última aula: inglês  

O sinal toca começo a guarda minhas coisas me preparando para sair da sala quando ouço meu nome ser chamado pelo Sr. Simons, faço um sinal para Phoebe que já estava na porta me esperar. 

—Helga posso falar um pouco com você? - ele pergunta ao me aproximar da sua mesa  

—Claro, Sr.Simons- respondo tentado lembrar de qualquer coisa que eu possa ter feito  

—Helga, eu só quero te entregar isso- ele estende uma folha de papel em minha direção e eu a pego, reconhecendo o ultimo poema que escrevi  

—Ele estava lindo e bem construído como sempre, mas pude notar um ar de tristeza nele, quase como uma despedida- me surpreendo com as palavras dele, pois escrevi ele antes de desistir dos meus sentimentos pelo Arnold – ainda assim ele consegue transmitir um sentimento sincero de amor 

—Você achou? - pergunto meio desinteressada, afinal eu sabia exatamente da onde vinham aqueles sentimentos escritos no papel- obrigada, Sr.simons por sempre corrigir meus poemas 

 – Não precisa me agradecer, eu simplesmente amo seus poemas e me sinto horado por você confiar em mim para lê-los- Sr. Diz com um sorriso terno no rosto  

—Por isso tenho que agradecer – falo retribuindo o seu sorriso  

Vou para o meu lugar dobro e coloco a papel sobre a mesa, sinto meu telefone vibrar tiro ele do bolso era uma mensagem da minha tia avisando que estava esperando por mim e pela Phoebe olho para o que eu ainda não avia guardado e empurro tudo qualquer jeito para dentro da mochila e saio correndo passando por Layla e Arnold pego a mão da minha amiga e a puxo para vir comigo, posso ouvir ao longe meu nome sendo chamado, mas não paro pois a voz que chama por mim é a única que não quero ouvi. 

...  

Evie e eu estamos na frente da minha casa, ela termina de estacionar o carro e seu telefone toca, minha tia acena para que eu vá na frente, entro e antes que eu pudesse subir para o meu quarto ouço duas vozes conversando e rindo vindo da cozinha Mirian e Olga estão preparando o jantar entre risos, a harmonia entre elas era visível, me pego sentindo ciúmes da minha irmã afinal eu nunca tinha tido um momento como aquele com a minha mãe com ou sem Olga estando aqui, dou alguns passos pelo corredor e por uma fresta consigo ver o rosto da minha mãe alegre e sorridente, a presença de Olga faz bem para ela, um bem que eu nunca pude fazer, afinal desde que minha irmã voltou Mirian não tocou em...  

A porta abre de repente interrompendo meu raciocínio, Evangeline entra como sempre nada discreta e todos os sentimentos ruins que me atingiam desaparecem e me pego pensado na pergunta que ela havia me feito dias antes “Helga, você quer morar comigo?”  eu ainda não tinha uma resposta, mas afinal o que me prende aqui?  certamente não a minha família 

 

Sexta- feira  

Recreio: pátio  

Parece que a cada dia está mais difícil fugir do Arnold, parece que não importa aonde eu vá ele está lá, quase como se ele me...  procura- se, claro eu até poderia me iludir pensando isso se não fosse pela cabeleira ruiva que o acompanhava como uma sobra para todos os lados, solto um suspiro chamando a atenção da minha melhor amiga. 

—O que foi Helga?- Phoebe pergunta  

— Nada, só pensando – respondo distraída  

— Pens...- ela começa a fala, mas é interrompida por Sid que vem correndo em nossa direção  

— Hey, meninas vocês não estão afim de jogar basebol com a gente está faltando duas pessoas para o time ficar completo  

—Por mim tudo bem e você Helga- minha amiga me pergunta e eu deixo meus olhos passearem pelo pátio a procura de algum sinal do Arnold e não o vejo em lugar nenhum 

—Por mim também – falo acompanhado Sid para o local aonde jogaríamos. 

Me posiciono, como sempre fico como apanhador atras do Eugene que vai ser o primeiro a rebater, Harold se prepara do outro lado para arremessar a bola ele joga e Eugene erra a primeira bola, pego e jogo de volta para o Harold e ele lança a bola mais uma vez e Eugene não consegue rebater de novo, volto a devolver a bola para Harold mais uma vez e ele se preparar para arremessar posso ver no olhar dele que ele ia aprontar alguma coisa e foi exatamente isso que ele fez o garoto de boné azul se prepara e arremessar uma bola com toda a sua força e Eugene não só acerta a bola como ela passa reto por mim indo parar quase não outro lado do pátio. 

— Mais que droga garoto cor de rosa – falo irritada tirando a luva e o capacete antes de ir atras da bola, ela tinha parado entre a grade e a parede da escola da escola, me aproximo e me abaixo pronta para pegar a bola, mas detenho minha mão ao ouvir a voz da Layla 

—Sabe Arnold, quando eu te vi salvando o bairro te achei tão legal e comecei a pensar que talvez eu goste de você e depois de todo esse tempo que passei ao seu lado percebi que eu não só gosto de você eu gosto, gosto de você, entende? - aquelas palavras me paralisam e um temor toma conta de mim ela estende a mão e segura a dele.  

—V-você g... gosta de mim? - o choque e a animação na sua que sinto na voz dele me jogam no chão, pois eu sabia as palavras que ela receberia em resposta, elas não poderiam ser outras além de ...- eu gosto de você Lila, cara eu gosto mesmo de você Lila... eu a-a  

—O que foi Helga? Pega logo a bola – Sid diz vindo atras de mim gritando e finalmente minha mão alcança a bola fazendo finalmente os dois notarem a minha presença levanto calmamente tentando organizar meus sentimentos e pensamentos  

—Hey Hel... OQUE? ARNOLD E LAYLA ESTÃO DE MÃOS DADAS, VOCÊS ESTÃO NAMORANDO? - Sid grita após chegar ao meu lado me tirando do meu transe, Layla e Arnold se olham com os rostos vermelhos de vergonha e balançam a cabaça de maneira positiva confirmando tudo o que eu tinha ouvido mesmo eu implorando para ser mentira- GALERA O ARNOLD E A LAYLA ESTÃO NAMORANDO – o garoto de botas de discotecas ao meu lado anuncia fazendo que todos comecem a se reunir ao nosso redor meus olhos ardem prontos para se derramarem mas eu seguro, não quero chorar, não na frente de todo mundo. Tento me apegar a um pensamento qualquer pensamento racional que pudessem impedir de descer qualquer lagrima dos meus olhos e o único que me vem é “ aja normalmente” e eu repito isso para mim mesma até que as palavras consigam sair da minha boca, respiro fundo e deixo sair  

—Rá, não acredito que o otário do Arnold finalmente conseguiu ficar com a sonsa da Layla hahahahaha- não penso e deixou qualquer palavra maldosa sair da minha boca – olhando bem vocês fazem um lindo casal... de perdedores hahaha  

—Helga, eu não permito que você fale assim com a Layla, retira agora o que você disse- Arnold fala me encarando enquanto olha nos meus olhos mordo meu lábio inferior em uma tentativa de segurar qualquer emoção que ameaçasse escapar, não sustento o olhar dele e viro o rosto   

— Tanto faz- falo me virando e saído de lá empurrando alguns dos meus colegas para saírem da minha frente, enquanto dou as costas para toda aquela situação sinto que algo se rompeu. 

Volto para a sala me sento na minha carteira e assisto o restante das aulas como se estivesse no modo automático querendo que o tempo passe o mais rápido possível, finalmente o sinal toca e recolho minhas coisas vou em direção da minha amiga e nos duas vamos para a saída, durante o caminho consigo ver que Phoebe quer tentar falar sobre o que aconteceu, mas não sabia como eu também não a incentivo, realmente não quero falar sobre o que aconteceu, encontramos Evie e entramos no carro primeiro deixamos Phoebe e seguimos para minha casa, sentada naquele banco vários pensamentos me passam pela cabeça olho para minha tia que dirigia enquanto balança no ritmo da música “Run the world (girls) da Beyoncé” um sorriso aparece em meus lábios e eu finalmente tenho uma resposta. 

—Evie – chamo e ela se vira para mim – eu já sei o que quero  

— Como assim? – ela pergunta dividindo sua atenção entre a estrada e eu  

— Eu quero morar com você- falo para ela de maneira simples e vejo sua cara de choque, ela joga o carro para direita de repente estacionando e desliga a musica  

— O que você falou? Repete – ela fala mais para confirma pois sei que me ouviu da primeira vez 

— Eu quero morar com você tia – repito e Evie pula encima de mim me abraçando e sacudindo  

— Você está me sufocando –falo devolvendo seu abraço 

— Eu juro que você não vai se arrepender Helguinha – a aperto ainda mais forte “eu sei”


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Notas finais do capítulo

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