Descendentes: Desenvolvendo Sentimentos escrita por Lanan Tannan


Capítulo 10
Capitulo 9 - Evil Like Me


Notas iniciais do capítulo

Então, como a música Evil Like Me é imaginação da Mal, eu pensei em não colocar.
Maaaaas... Se eu cortasse essa cena, teria que cortar Ways To Be W.I.C.K.E.D (que também é imaginação) e eu não quero cortar essa música pq eu A.M.O
E eu escrevi diferente de Rotten. La eu tinha detalhado as cenas e tudo, aqui eu preferi focar no pensamento da Mal

Agora fiquem com esse capítulo grandinho enquanto eu termino meu trabalho de Custos Logísticos
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Local: Auradon Prep., dormitório de Jay e Carlos

Hora: 19h20m, domingo

 

No corredor masculino tudo estava silenciosamente calmo. Alguns garotos estavam em seus quartos, se arrumando para o jantar de Boas-Vindas, outros decidindo se iam comparecer.

Ao contrario destes, Carlos estava em seu quarto com a única preocupação de fazer aquele vídeo game funcionar. O aparelho parecia estar com as configurações erradas, mas isso não era nenhum problema para o garoto.

Ele estava sozinho no quarto há mais de vinte minutos. Jay apenas entrou no quarto e saiu tão logo o filho de Dunga se afastara com Mal e Evie. Carlos nem se incomodou, já que pode vasculhar o cômodo em paz. O primeiro objeto que havia atraído sua atenção foi um celular, mas era diferente daqueles que viu na ilha. Era mais moderno, não tinha nem mesmo botão. Ficou surpreso com a quantidade de aplicativos que era possível ter naquele aparelho e começou a acessa-lo loucamente. Passara alguns minutos desvendando os segredos do celular até que seus olhos se desviaram para a enorme televisão de tela plana que estava fixada na parede.

Com um vídeo game de última geração ao lado.

Foi amor à primeira vista.

Ele não pensou nem duas vezes e colocou o celular no bolso. Agora ele estava ali, configurando o console, quando a porta do quarto foi aberta com um chute.

— Finalmente! – Carlos desviou os olhos da televisão onde o jogo iniciava para observar o amigo que havia acabado de passar pela porta. – Por onde andou?

— Dando uma volta. – Jay respondeu misterioso e foi até sua cama, despejando os objetos que carregava em seus bolsos. – Conhecendo os arredores.

— Não foi visto? – Carlos perguntou, voltando-se novamente para o jogo.

— E quando eu sou? – Jay contrapôs, malandro.

Enquanto Carlos estava entretido em lutar com vilões virtuais e Jay analisando seu “achado”, a porta foi aberta novamente e por ela passaram Mal e Evie. Ficaram surpresas com o tamanho do quarto, parecia ser bem maior que o delas. A disposição dos móveis era basicamente a mesma, apesar de que naquele quarto havia menos janelas.

Mal foi em direção a Jay, ver no que o garoto estava tão focado em observar, curvado sobre a cama.

— Jay. O que fazendo? – Assim que se aproximou, garota pode notar os vários objetos – celulares, relógios, espelhos de mão, braceletes, porta-moedas e até batata frita – que estavam espalhados na cama do garoto.

— Checando o que eu peguei. – Jay respondeu a garota e jogou mais um celular na pilha de objetos.

— Okay. Como assim “pegou”? – Mal questionou vendo o garoto de cabelos longos pegar mais um celular escondido em sua calça. Ela estava tentando imaginar como foi que Jay havia conseguido esconder tudo aquilo em suas próprias roupas.

Enquanto Mal e Jay conversavam, Evie foi até a janela do quarto e afastou as cortinas para observar o ambiente lá fora. Daquele lugar tinha uma visão do pátio central – o mesmo onde ficava a estátua do Rei – iluminado por refletores azuis e amarelos colocando entre as plantas. O resultado era realmente lindo.

— Mal, é como comprar o que eu quiser. – Jay riu e colocou a mão atrás de si e puxou o notebook que escondia entre a calça e a regata vermelha que usava. Mal sorriu surpresa quando ele abriu o aparelho. – Só que sem pagar.

Os dois riram cúmplices. Jay tinha uma habilidade incrível para furtar objetos sem deixar uma única pista para trás. Era um dos melhores ladroes da Ilha dos Perdidos e era por isso que a loja de Jafar ia tão bem.          

— Tudo bem. Você pode fazer isso ou... – Mal inclinou-se e pegou um celular preto dentre todos os objetos. – Pode deixar tudo isso aqui e voltar quando dominarmos o mundo.

Jay revirou os olhos perante o tom de obviedade usado pela garota. Ele que não ia deixar todas aquelas oportunidades perfeitas passar. Se o pessoal de Auradon não queria suas coisas roubadas, então porque não usaram cadeados e trancas?

— Você fala igualzinho a sua mãe. – Evie comentou. Ela estava sentada na cama de Carlos com o Espelho Mágico em sua mão esquerda, retocando o batom e admirando seu reflexo.

— Obrigada. – Mal largou o celular sobre a cama e colocou a mão no peito, virando-se agradecida para a amiga. Pelo menos alguém ali a estava entendendo.

— Faz do seu jeito, que eu faço do meu. – Jay respondeu, fechou o notebook e o pôs sobre a cama antes de ir em direção ao Carlos – que ainda estava jogando –, deixando uma Mal exasperada para trás. Ele bateu propositalmente na mão de Evie que segurava o espelho e ela o olhou irritada por atrapalhar sua visão de si mesma.

— Isso é para aprenderem! – Carlos gritou em direção a televisão onde seu personagem havia acabado de derrotar os inimigos e passou mais uma fase do jogo. O garoto olhou para trás e viu o amigo próximo, aproveitou e estendeu os bastões-controles para ele. – Jay, vem dar uma olhada nesse negócio. É incrível.

O filho de Jafar aceitou e subiu na plataforma. Assim que o jogo começou, ele abaixou-se vendo o seu personagem repetir seu gesto. Era diferente de qualquer jogo que ele já tivesse visto antes, mais real e interessante.

Mal olhou para cada um de seus amigos, abismada. Jay se divertindo no vídeo game com Evie e Carlos o assistindo, animados. Mais cedo, a garota de cabelos roxos havia percebido a expressão deslumbrada de Evie no momento em que viu o quarto delas e agora os três jovens estavam com expressões de contentamento parecidas. Por um instante pareceram verdadeiramente felizes. Mas... O que estava acontecendo? Eles mal tinham chegado em Auradon e já esqueceram o principal motivo para estarem ali?

— Gente! – Mal chamou, apoiando suas mãos sobre a mesa. Seu tom de voz autoritário atraiu a atenção dos amigos para si, apesar de que Jay continuava concentrado no jogo. Com uma expressão firme, a garota continuou: – Eu tenho que lembrar vocês do porque estamos aqui?

— Fada Madrinha, blá-blá-blá. – Jay respondeu, seu tom brincalhão fez com que Mal revirasse os olhos irritada enquanto ouvia as risadas de Carlos e Evie. – Varinha Mágica, blá-blá-blá.

— Essa é a nossa única chance! – Mal ergueu a voz. Não era possível que seus amigos estivessem tão desinteressados naquele plano. – De orgulhar os nossos pais.

Agora ela atingira um ponto crucial. A mudança de expressões em seus amigos fora instantânea. Jay interrompeu seus movimentos assim que ouviu a última frase da garota de cabelos roxos, a imagem de seu pai furioso surgiu em sua mente.

Evie e Carlos apenas encaram a amiga, suas expressões refletindo o temor que sentiam ao perceberem que haviam esquecido completamente sobre o plano maligno. As palavras de Mal fora um choque de realidade para ambos.

— Provar que somos malvados, ferozes, brutais e cruéis. – Mal continuou, sua voz soando mais firme a cada palavra proferida. – Certo?

— Certo. – Responderam em uníssono, acenando afirmativamente.

Os quatro amigos se encararam por alguns segundos, cada um se arrependo de terem desviando-se de seu objetivo. Mesmo com todo o medo que às vezes sentiam de seus progenitores, todos os quatro compartilhavam do mesmo desejo: orgulhar seus pais. Faze-los orgulhos de terem filhos tão malvados ou pior que eles. E aquele plano seria a forma mais eficiente para conseguirem isso.

— Evie. – Mal bateu as mãos e acenou para a garota. – O espelho.

Evie foi em direção a amiga e sentou-se em uma cadeira ao lado desta, o Espelho Magico já em suas mãos. Jay entregou os bastões/controles para o garoto de cabelos brancos e se pôs atrás das cadeiras das garotas, apoiando-se no encosto do móvel.

— Espelho, Espelho na... mãozinha. – Evie quase pronunciou a fala exata que sua mãe costumava usar. Mal e Jay encaravam a garota, ansiosos pela resposta do objeto magico.  – Onde está a Varinha da Fada Madrinha.

Ao terminar de pronunciar seu pedido, Evie afastou o Espelho para que todos conseguissem observar melhor. Os jovens inclinaram-se em direção ao objeto e puderam ver a imagem que aos poucos ia se revelando. Uma imagem em tempo real da Varinha surgiu, o artefato magico cintilando de poder.

— Lá está. – Evie apontou, apesar de que eles não sabiam exatamente onde o ficava. Como o espelho era pequeno, o ambiente em que se encontrava a varinha não estava visível para eles.

— Diminui o zoom. – Carlos pediu e começou a digitar no notebook que estava aberto sobre a mesa. Rapidamente conseguiu acessar o sistema de mapas de Auradon e deixou preparado para descobrir rapidamente onde aquele local ficava. Só precisava de um nome.

— Espelho Magico, não tão de perto. – Evie ordenou novamente. O espelho logo atendeu, mostrando uma imagem do planeta Terra. Vista do espaço.

— O que? – Mal sussurrou, encarando a imagem reproduzida pelo espelho.

— Mais perto. – A garota de cabelos azuis pediu novamente e a imagem aproximou-se o suficiente para eles poderem ver apenas o contorno do continente. – Mais perto. – A imagem no espelho mudou mais uma vez, dessa vez aparecendo o contorno e iluminação da cidade. Só podia ser brincadeira. Mais perto.

A garota começou a ficar sem paciência. Sua mãe não tinha falado nada sobre o grande Espelho Mágico ser temperamental.

Carlos olhou do espelho na mão da garota para o jogo pausado na enorme televisão. Aquele negócio parecia que ia demorar, não custava nada ele voltar a jogar.

— Posso voltar para o meu jogo? – O garoto perguntou, apontado para trás. Seus amigos nem desviaram o olhar do Espelho. Como ninguém respondeu, ele completou, já seguindo em direção ao vídeo game: – Eu na fase três.

— Para! – Jay exclamou assim que viu a imagem de uma placa escrito “Museu de História Cultural”. Carlos voltou sua atenção ao ouvir a exclamativa do amigo.

— Isso é um museu? – Mal perguntou de forma retorica, segurando o braço de Evie e com os olhos fixos no espelho. – Nós sabemos onde é?

A filha da Rainha Má se preparou para fazer esta pergunta ao Espelho Magico em sua mão, mas antes que fizesse isso, Carlos a interrompeu.

— Quatro quilômetros daqui. – O garoto de cabelos brancos virou o notebook para que os amigos pudessem ver que conseguira a rota definida do lugar. Os três olharam aquilo surpresos e sorriram para Carlos. Estavam orgulhosos que o garoto desenvolvia cada vez mais suas habilidades com tecnologia, o que era sempre muito útil, do mesmo modo como fora agora.

— Mandou bem, Carlos. – Mal piscou para o garoto, sua voz admirada. Ela analisou por alguns segundos a imagem refletida na tela do notebook, tentando decorar, e logo depois cruzou as mãos e inclinou-se para frente. – Eu tenho um plano.

— Que você ainda não me contou. – Evie murmurou, guardando seu espelho dentro da bolsa e não vendo o olhar afiado que Mal lhe lançara por ter interrompido.

— Continuando, o plano é simples. – Mal informou. – Nós vamos até esse museu, entramos e pegamos a varinha. Fácil, fácil.

Os garotos ergueram a sobrancelha, não acreditando no que tinham ouvido da garota. Aquele era o grande plano dela?

— Ah, eu não queria dizer nada, mas... – Carlos começou, sua voz hesitante ao soar contra o plano de Mal.

— Esse plano é uma droga. – Jay completou, prático. Ele andou até o outro lado da mesa e sentou-se na cadeira de frente para as garotas. – Não chega nem a ser um plano de verdade.

— Verdade, Mal. – Evie concordou e riu perante a face contrariada da amiga. – Não pode ser tão fácil assim. Você mesma viu, tem vários alunos andando por todos os lados.

— Oh, podemos dizer que estamos conhecendo o lugar. – Mal argumentou com um sorriso lateral satisfeito.

— Ainda pode ter guardas no museu. – Carlos avisou. Pelo que parecia, o Museu de História Cultural seria um lugar onde estaria exposto diversos objetos relacionados a todos os contos de fadas. Aquele lugar deveria ser de segurança máxima.

— E é para isso que eu tenho o livro. – Mal abriu o zíper de sua jaqueta e pegou o livro que estava guardado dentro dela. – Mais alguma coisa?

— Uma porção de fritas e refrigerante seria bom. – Carlos respondeu, rindo. Ele estava distraído, olhando para o notebook e por isso não percebeu quando Mal inclinou-se para bater nele com o livro. O garoto afastou-se num pulo quando sentiu a força que a garota colocara no golpe. – Nossa, que violência. É por isso que você não arruma namorado.

Evie colocou a mão sobre a boca, escondendo o riso quando ouviu o que o amigo tivera a coragem de dizer. Diferente dela, Jay estava se contorcendo de rir na cadeira, sua gargalhada ecoando pelo quarto.

— Só vou deixar essa passar porque temos um plano para seguir. – Mal falou enquanto levantava da cadeira e apontava um dedo para o garoto de cabelos brancos que se encontrava agora bem longe da mesa. – Então, vamos?

— Vocês querem mesmo fazer isso? – Carlos perguntou, sua voz soando baixa e hesitante. Seus amigos o encararam inexpressivos, mas o garoto de cabelos brancos sabia o que se passava em suas mentes. Eles já estavam longe da Ilha dos Perdidos, longe de seus terríveis pais, o que os impediria agora de seguir uma vida tranquila e divertida que tanto ansiavam?

O medo. Este ainda permanecia. Não importava o quão longe ou o quão seguro eles estavam ali, o medo de seus pais sempre os perseguiriam.

— Dá uma olhada no corredor. – Jay aconselhou, afundando todos os pensamentos contraditórios que passava em cada mente daquele quarto.

Mal concordou e abriu a porta rapidamente, evitando que ela rangesse. Parou por alguns segundos sobre o batente, ouvindo atenta por algum som de vozes. Quando não escutou nada, inclinou seu corpo e encontrou o corredor completamente vazio.

— Barra limpa, vamos. – Anunciou e saiu em direção as escadas, sem fazer o mínimo barulho possível. Jay e Evie seguiram a garota, enquanto Carlos voltava para o vídeo game.

Evie olhou para trás e não viu o mais novo por perto. Revirando os olhos, voltou até o quarto e chamou pelo garoto, com cuidado para não exaltar sua voz e atrair atenção indesejada.

— Já vou. – Carlos respondeu e pegou sua jaqueta sobre a cadeira, correndo para alcançar os amigos na escada.

 

...

— Não tem ninguém por aqui. – Jay comunicou aos amigos que esperavam por uma confirmação para saírem do castelo. O pátio central estava completamente vazio, assim como todos os corredores que passaram até chegarem ali.

— Vamos rápido, antes que alguém apareça. – Mal avisou, já começando a correr na direção em que lembrava de ter visto no mapa de Carlos. Seus amigos a seguiram e, após alguns minutos, puderam ver uma grande construção parecida com um castelo menor, mas com o designe de antigos templos gregos. – Chegamos.

— Espera. – Carlos pediu parando de correr, assim como seus amigos. – Não é estranho a gente não ter encontrado ninguém? – Perguntou ao mesmo tempo em que olhava em volta à procura de algum sistema de segurança.

— E vocês ainda disseram que não seria fácil. – Mal sorriu satisfeita consigo mesma e voltou a correr em direção as escadas do museu. Evie a seguiu.

— Fica de olho nas câmeras. – Carlos aconselhou Jay e os dois seguiram as garotas.

— Vamos. – Mal apressou os amigos. Jay e Carlos estavam mais atrás pelo fato de estarem olhando todos os lugares em busca de qualquer equipamento de segurança que pudessem alertar a presença dos quatro. Eles diminuíram a velocidade, até estarem apenas caminhando vagarosamente. – Olha o seu espelho.

A partir dali eles não tinham ideia de por onde seguir e agora iriam precisar de instruções do Espelho Magico.

— Meu rímel está borrado? – Evie perguntou preocupada.

— Sim. – Mal mentiu e viu a amiga erguer o espelho rapidamente para ver sua preciosa maquiagem. – Ah, e enquanto isso... – Mal ofegou, descendo as escadas, mas sem nunca deixar de impor um tom irônico em sua voz ao se dirigir a garota de cabelos azuis. – Por que não vê se encontra a varinha?

bom. – Evie respondeu, ignorando a provocação de Mal. Não precisou nem mesmo perguntar ao objeto mágico, a rota que deviam seguir simplesmente apareceu refletida. – Por aqui!

A filha da Rainha Má virou à esquerda e Mal ergueu os braços exasperada, antes de segui-la. Os quatro correram por alguns metros e deram a volta no lugar, parando em frente a segunda entrada do museu. Aproximaram-se das portas de madeira e tela de vidro e sorriram satisfeitos.

Lá dentro, puderam ver um guarda de uniforme azul sentado numa cadeira e checando várias telas que reproduziam imagens de alguns artefatos históricos – a rosa mística do Rei Fera, o tridente do rei Tritão, a lâmpada mágica do Gênio, os sapatinhos de cristal da Cinderela e outros objetos que os jovens não conseguiram identificar.

Os quatro continuaram admirando os objetos, mas assim que perceberam que o guarda estava virando-se em direção as portas, se afastaram rapidamente. Mal pôs um dedo sobre os lábios, num claro sinal de silencio. Esperaram alguns segundos antes de voltarem a olhar pela porta novamente.

Jay apertou os olhos tentando ler a placa de um objeto que estava disposto bem no centro, em frente a porta. Parecia uma roda pregada numa tabua de madeira com uma agulha na porta, bem estranho. Quando o garoto conseguiu ler o que estava escrito, não aguentou e soltou uma risada zombadora.

— Aquela é a Roca da sua mãe? – Ele apontou para a placa onde se lia “Roca de Fiar da Malévola”.

— É, que coisa cafona. – O garoto de cabelos brancos concordou com o amigo, se pondo a rir do objeto.

Mal e Evie reviraram os olhos perante a falta de bom senso dos garotos.

— É magica, não tem que parecer... assustadora. – Mal respondeu e resolveu não entrar em discussão sobre aquilo. Apenas abriu seu livro e procurou pelo feitiço que ajudaria a se livrar do segurança. Encontrou uma página onde tinha alguns feitiços de comando e ordem, seriam perfeitos para usar junto com a roca de sua mãe. – Agulha mágica, sem demora. Fure o dedo da vítima, agora.

Esperaram ansiosos, mas a única coisa que aconteceu foi o guarda se inclinar para trás na cadeira, mal erguendo um dedo em direção ao artefato magico.

— Impressionante. – Jay comentou, sarcástico.

— Me arrepiou. – Carlos completou e os dois garotos caíram na risada novamente.

— Tudo bem. Quer saber? – Mal perguntou retoricamente. A garota respirou fundo e concentrou-se, impondo força em sua voz ao pronunciar o próximo feitiço. – Fure o dedo, bem profundo. Que ele durma num segundo.

Dessa vez o encanto fora mais forte e como resultado logo puderam ver o segurança levantar-se da cadeira e encaminha-se para o objeto magico. Mal sorriu aliviada quando o dedo do homem encostou na agulha da roca. Como imaginara, a magia ainda estava presente naquele objeto.

— Não é tão cafona agora, não é? – A garota de cabelos roxos sorriu confiante, ao encarar os garotos com sua expressão prepotente. Mal colocou a mão esquerda sobre a maçaneta e puxou, mas a porta estava trancada. Forcou novamente e não conseguiu abrir.

— Pra trás. – Jay pediu, seu tom de voz prepotente. Ele afastou-se para pegar impulso, no mesmo momento em que Mal voltou sua atenção para o livro de magia.

— Sem demora, um, dois, três. Abra a porta de uma vez! – Mal ordenou e a porta foi aberta num rompante de magia. Jay, que vinha correndo, chutou a porta e só encontrou o vazio, caindo pesadamente no chão.

Por alguns segundos ficaram em silencio, até não aguentarem e começarem a rir do amigo estatelado no chão.

— Anda. – Mal deu um chute fraco nas costas de Jay quando entrou dentro do ambiente, rindo. Evie seguiu a amiga, passando a mão sobre a cabeça do garoto, sua risada suave.

— Vem cá, Jay. – Carlos abaixou-se para ajudar o moreno a se levantar.

— Eu de boa. – Jay se ergueu e afastou o amigo.

— Eu só quis ajudar. – Carlos respondeu, erguendo as mãos ao ver o amigo sair irritado.

Mal pediu silencio à medida que passavam ao lado do guarda dormindo. Quando Carlos fazia seu caminho, acabou batendo nos pés do homem. Este começou a se mexer, murmurando palavras incoerentes. Jay correu até as garotas, enquanto o garoto de cabelos brancos permaneceu parado como uma estátua.

— Carlos! – Evie chamou o garoto, sua voz baixa, porém firme. – Venha!

— Já vou. – A passos vagarosos o garoto saiu dali de perto.

— Presta mais atenção, Oscar. – Mal grunhiu para o garoto, chamando-o pelo seu tão odiado nome do meio.

— Mal! – Evie censurou a amiga, sua voz autoritária. A garota de cabelos azuis raramente utilizava esse tom de voz, e foi isso que fez Mal a encarar compassiva. – Não o chame assim.

— Foi mal, Carlos. – Mal disse e desviou o olhar do garoto, tamborilando os dedos na parede ao seu lado. – Estamos perdendo tempo aqui.

— É por esse lado. – Evie anunciou olhando em seu espelho, e seguiu pelo corredor onde apontara. – Está perto.

Aceleraram o passo até chegarem em uma escadaria com duas colunas em frente, onde exibiam placas de orientação – Coroas de Auradon, Galeria dos Vilões e Galeria dos Heróis. Pararam brevemente para que Evie pudesse checar o espelho.

— Lá em cima. – Evie informou e subiu as escadas, seguindo a placa que indicava a Galeria dos Vilões.

— Vai, vai, vai. – Mal apontou para os garotos seguirem a azulada e olhou ao redor para se certificar de que ninguém estava por perto. Aquele guarda da entrada deveria ser o único que estava para garantir a segurança daquele lugar enorme. Patético.

Continuaram correndo, seguindo as instruções que o Espelho Magica mostrava para Evie. Chegaram em um corredor que, diferente dos demais, possuía uma iluminação diferente, mais escura.

— Nossa. – Jay respirou fundo, puxando a mão de Evie e fazendo-a parar. A garota logo percebeu o motivo da exclamação surpresa do amigo. Carlos e Mal logo os alcançaram, curiosos para saberem o porquê de estarem parados com expressões receosas.

Os quatro jovens da ilha encaravam estupefatos as estatuas de cera em tamanho real de seus pais. A baixa iluminação contribuía para que as expressões tão detalhadas se tornassem assustadoramente reais.

— Mamãe? – Evie disse, seus olhos fixos na expressão de superioridade expressada pela estátua. A garota abriu a boca levemente, sua respiração se tornando irregular a medida em que se aproximavam cautelosamente. Parecia que seus pais estavam bem ali e não do outro lado da barreira.

— Nossa. – Jay repetiu, sem desviar os olhos daquela expressão enfurecida que tantas vezes já havia presenciado e sido alvo dela. Jafar não era conhecido pela sua calma, muitas vezes já fora agressivo com o garoto. Desde que era uma criança, Jay fora vítima de suas ameaças e agressões, uma forma de transforma-lo em um homem forte. Era isso que seu pai dizia antes de acerta-lo com a força de seus punhos.

— Eu nunca mais vou esquecer o Dia das Mães. – Carlos engoliu em seco, desejando que seu corpo se mexesse para ele sair dali o mais rápido possível. Aquela visão de sua mãe o lembrou da vez em que esqueceu aquele feriado – foi, possivelmente, o começo de seu tormento. Ter que dormir no armário de casacos de sua mãe junto com todas aquelas armadilhas fora só o começo.

— Bom, a Varinha não está aqui. – Jay bateu as mãos, disfarçando seu incomodo. – Vamos embora!

Eles ainda continuaram encarando aquelas horripilantes e amedrontadoras figuras, sendo interrompidos de seus transes negativos quando Jay os chamou pela segunda vez.

Carlos e Evie seguiram Jay de volta pelo corredor. Já a garota de cabelos roxos deu alguns passos à frente, em direção a estátua de cera da sua mãe.

A figura imponente de cera não transmitia nem um terço do poder da verdadeira Malévola, mas era o suficiente para que Mal se sentisse miserável diante sua presença. Assim como sempre se sentia.

“O futuro do mundo livre está nos seus ombros. Não pisa na bola”. As últimas palavras de Malévola repetiram-se em sua cabeça à medida em que se aproximava mais e mais.

A garota não queria ser fraca como seu desconhecido pai, que Malévola uma vez mencionara. Porém, ela também não conseguia se tornar a garotinha malvada que sua mãe tanto queria que ela fosse.

 

Look at you (olhe para você)

Look at me (olhe para mim)

I don’t know who to be (eu não sei quem ser)

Mother (mãe)

 

Pela primeira vez, Mal admitia em voz alta seu medo de desapontar a Fada Má. Medo de não conseguir provar o seu valor, de nunca conseguir o apreço e carinho que intimamente ansiava.

 

Is it wrong, is it right? (Isso é errado, isso é certo?)

Be a thief in the night (ser uma ladra na noite)

Mother (mãe)

 

A falta de segurança presente naquele lugar fez com que a garota refletisse o modo de agir dos auradonianos. Era tudo tão diferente da Ilha dos Perdidos, ali não havia assassinos a sangue frio em cada esquina ou ladrões correndo à solta pelos corredores.

A não ser por eles.

Parecia simplesmente errado.

 

Tell me what to do (me diga o que fazer)

 

Na única vez em que Mal queria um conselho de sua mãe, ela não estava ali por ela. Assim com nunca esteve.

— Mal. – Evie chamou pela amiga. – Vamos.

A garota de cabelos roxos apenas observou enquanto Evie saia, esperando que ela a seguisse. Mal não o fez, virou-se novamente para a estátua de sua mãe, fitando aquela expressão majestosa.

Uma risada maléfica soou e Mal arregalou os olhos surpresa ao ver que vinha direto da estátua.

— Não seja tão séria, meu bem. – Malévola riu desdenhosa. Sua mãe estava ali?!— Desculpe.

 

I was once like you my child (eu já fui como você, minha criança)

Slightly insecure (um pouco insegura)

Argued with my mother too (discutia com minha mãe também)

Thought I was mature (achava que eu era madura)

 

Mal abriu a boca surpresa pelas palavras de sua mãe. Malévola insegura sobre alguma coisa era difícil de se imaginar, mas... aliviou o coração da garota de cabelos roxos saber que sua mãe já se sentira um dia o que Mal estava sentindo agora.

 

But I put my heart aside (mas eu coloquei meu coração de lado)

And I used my head (e usei minha cabeça)

Now I think it’s time you learned (agora eu acho que é hora de você aprender)

What dear old mama said (o que a velha mamãe disse)

 

Colocar o coração de lado e usar a cabeça. Não era isso que a garota vinha fazendo? Nunca teve o desejo de vir para Auradon e ali estava ela agora. E mesmo assim, não foi por sua própria escolha.

 

Don’t you wanna be evil like me? (Você não quer ser má como eu?)

Don’t you wanna be mean? (Você não quer ser malvada?)

Don’t you wanna make mischief your daily routine? (Você não quer fazer da maldade sua rotina diária?)

 

Maldade todos os dias? Era um sonho de criança. Mal havia sido ensinada a vida inteira que aquele seria seu mundo, cheio de crueldade e perversidade. Nunca tinha conhecido o oposto do que sua mãe lhe ensinou.

Até chegar em Auradon.

 

Well you can spend your life attending to the poor (bem, você pode gastar sua vida atendendo aos pobres)

But when you’re evil doing less is doing more (mas quando você é mal, fazer menos é fazer mais)

Don’t you wanna be ruthless and rotten and mad? (Você não quer ser implacável, podre e louca?)

Don’t you wanna be very, very good at being bad? (Você não quer ser muito, muito boa em ser má?)

 

Ela queria. Ela realmente queria ser daquele jeito. Mas aquilo era um desejo de sua mãe ou verdadeiramente seu?

 

I have tried my hole life long to do the worst I can (eu tentei toda minha vida fazer o pior que eu pude)

Clawed my way to victory (agarrei meu caminho para a vitória)

Built my máster plan (construí meu plano mestre)

Now the time has come my dear (agora chegou o momento, minha querida)

For you to take your place (de você tomar o seu lugar)

Promise me you’ll try to be na absolute disgrace (prometa-me que irá tentar ser uma desgraça absoluta)

 

O plano mestre. Seria ela, a grande “carta na manga” de sua mãe? Será que a grande Malévola confiava e acreditava tanto assim para depositar sua vitória nas mãos da filha?

Era uma das coisas que Mal mais queria. E ela estava conquistando isso.

Não seria agora que ela iria estragar tudo.

 

Don’t you wanna be evil like me? (Você não quer ser má como eu?)

Don’t you wanna be cruel? (Você não quer ser cruel?)

Don’t you wanna be nasty and brutal and cool? (Você não quer ser desonesta, bruta e legal?)

And when you grab that wand that’s when your reign begins (e quando você agarrar aquela varinha é quando o seu reinado começa)

Who wants an evil queen without a sack of sins? (Quem quer uma rainha má sem um saco de pecados?)

Don’t you wanna be heartless and hardened as stone? (Você não quer ser sem coração e dura como uma pedra?)

Don’t you wanna be finger-lickin evil to the bone? (Você não quer estar lambendo o mal até o osso?)

 

Sim. A resposta veio em sua mente, firme e absoluta. Roubar a Varinha da Fada Madrinha era o principal, o mais importante passo para concretizar aquele plano e provar de uma vez por todas que Mal era digna de ser chamada de filha da vilã mais poderosa de todos os tempos, Malévola.

 

This is not for us to ponder (isso não era para nós ponderarmos)

This was pre-ordained (isso já foi predestinado)

You and I shall rule together (você e eu podemos governar juntas)

Freedom soon regained (liberdade em breve recuperada)

Mistress of the universe powerful and Strong (senhora do universo, poderosa e forte)

Daughter hear me, help me, join me, won’t you sing along? (Filha, ouça-me, ajude-me, junte-se a mim, você não cantará sozinha?)

 

Governar o mundo juntas. Isso a fez se sentir poderosa. Fazer o que bem entender, quando quiser e com quem ela preferir. Causar destruição, dor e sofrimento ao lado de Malévola.

E, um dia, o cetro de sua mãe seria seu.

 

Now we’re gonna be evil (agora vamos ser más)

Its true, never gonna think twice (é verdade, nunca vamos pensar duas vezes)

And were gonna be spiteful (e vamos ser rancorosas)

Yes, spiteful, that’s nice (sim, rancorosas, isso é bom)

In just an hour or two our future safe and sure (em apenas uma ou duas horas nossos futuros estarão salvos e certos)

This mother/daughter act is going out on tour (este ato de mãe e filha vai sair em turnê)

If you wanna be evil and awful and free (se você quer ser má, horrível e livre)

Then you should thank your Lucky star (você deve agradecer sua estrela da sorte)

That you were born the girl you are (que nasceu a garota que você é)

The daughter of an evilicious queen like me (a filha de uma rainha malvada, como eu)

 

A risada maléfica de sua mãe soou em seus ouvidos, alta e estridente. Parecia ecoar por cada canto do museu, e fez a própria Mal sorrir maldosamente.

— Hey. – A voz de Evie a chamando fez a garota se virar assustada. No mesmo instante o riso de Malévola desapareceu. – Achei a varinha. – Evie avisou, sorridente com seu feito. Mal a encarou, confusa consigo mesma. – Vamos.

Assim que a garota de cabelos azuis saiu da galeria, Mal encarou a estátua novamente. Estava do mesmo jeito de quando a encontraram. Nem um milímetro fora do lugar.

Tudo que sua mãe lhe falara...

Ela havia apenas... imaginado tudo aquilo?

Imaginação ou não, tinha ajudado sua mente a focar no plano. A dúvida que sentira antes desapareceu, ou pelo menos havia sumido por hora.

Mal encarou a estátua uma última vez antes de sair atrás dos amigos. Ela iria orgulhar sua mãe, nem que para isso fosse preciso acabar com cada pessoa e destruir cada cantinho daquele lugar.

 

...

— Está ali. – Evie apontou para o grande feixe de luz azul que se erguia até o teto. Os quatro jovens se inclinaram para observar o centro daquele espaço redondo por onde a luz se elevava.

A Varinha Mágica. Estava bem ali, embaixo deles, no centro do campo de luz translucido. A ansiedade tomou conta deles que se entreolharam, sorrindo.

Jay bateu as mãos animado na bancada e saiu, entreabrindo um portão dourado que levaria as escadas para o andar de baixo. Carlos foi atrás dele, parando apenas para abrir o portão o suficiente para as garotas passarem.

Assim que chegou na parte onde estava disposta a Varinha Mágica, o garoto de cabelos longos deu a volta ao redor do cercado de proteção, seus olhos admirando o incrível objeto flutuante. Seus amigos logo chegaram, o entusiasmo borbulhando no rosto de cada um.

Era notável o poder que o artefato mágico transmitia; o brilho incandescente e vibrante que emanava foi o suficiente para que os quatro ficassem apenas assistindo maravilhados.

Só precisavam esticar a mão e pegar, mas aquela luz estranha fez Mal repensar essa ideia. O que era aquilo? A garota desviou o olhar da varinha quando percebeu um movimento de Jay. O garoto tinha se abaixado e Mal já sabia o que ele ia fazer.

— Jay, não! – Mal advertiu, mas o garoto apenas sorriu travesso e passou por baixo do cercado, esticando a mão para apanhar o objeto de desejo. – Espera! Não, não, não, não... ah!

Assim que Jay tocou no feixe de luz seu corpo foi jogado violentamente para trás. Uma sirene alta soou e os jovens rapidamente colocaram as mãos sobre seus ouvidos tentando abafar aquele som agonizante de se ouvir.

— Um campo de força e uma sirene?! – Carlos gritou, tentando se fazer ouvido em meio aquele agudo alarme.

— Acho que isso é um pouco demais. – Jay comentou ofegante enquanto arrastava seu corpo dolorido pelo chão.

— Vamos, antes que alguém nos pegue aqui. – Mal virou-se e saiu em direção as escadas que tinham subido antes. Assim que chegaram próximos da escadaria, viram um feixe de luz branca refletindo irregularmente sobre a parede. Uma lanterna! Pelo jeito a magia presente na roca havia enfraquecido com o tempo. – O segurança!

Não perderam tempo e deram meia volta, correndo mais rápido ainda até chegar no outro lado do corredor onde encontraram mais uma escada. Desceram por ela apressados, pulando alguns degraus para chegarem mais rápidos. Quando finalmente chegaram no térreo, o lugar estava deserto.

Um telefone começou a tocar, o que chamou a atenção de Carlos que estava mais atrás. O garoto parou, quase caindo quando seus tênis deslizaram, e atendeu o telefone.

— Ah, alô? – Perguntou o mais tranquilo que conseguia com sua ofegante respiração.

Central da Terra do Nunca. — Uma voz masculina respondeu do outro lado da linha. – Recebemos um sinal de alerta.

— Ah, ah... – Pensa, Carlos. Pensa! Os olhos do garoto se encontraram com uma prancheta ao lado. Ele sorriu. – Me dá um segundo, só um segundo.

Ele afastou o telefone e começou a correr o dedo sobre a prancheta. Ali continha alguns códigos de objetos e do sistema de segurança do museu e, com sorte, o garoto conseguiria encontrar o do alarme antes que o segurança o pegasse.

E ele conseguiu.

Digitou o código que encontrou num controle numérico ao lado da prancheta e instantaneamente o ruidoso alarme agudo foi interrompido.

— Ah... – O garoto pôs o fone de volta ao ouvido. – Foi só um alarme falso.

O que aconteceu? — A voz do homem soou impaciente.

— Deu defeito no... – Carlos olhou na prancheta, procurando alguma informação sobre os objetos que tinha naquele lugar. – Chip LM174, no circuito protótipo.

É a terceira vez só nesse mês. — Houve um suspiro e logo a voz continuou, firme. – Vou ordenar uma vistoria para solucionar esse problema.

— Okay, diga oi aos Perdidos.

Carlos desligou o telefone e, no momento em que se virou em direção a porta, viu uma Evie ofegante entrar no recinto.

— Carlos! – Ela o chamou. Seus amigos estavam do lado de fora tendo que esperar o mais novo no que quer que ele estivesse aprontando. Eles já deviam estar nos dormitórios, do contrário seriam pegos pelo segurança.

— Não tem de que. – Carlos respondeu irônico. Ele tinha acabado de salvar a pele deles e nem recebe um agradecimento? Que belos amigos.

— Por que demorou? – Jay perguntou quando viu o garoto de cabelos brancos correndo de encontro ao grupo.

— Desativei o alarme, enganei um segurança.... Nada demais. – O garoto respondeu com um largo sorriso em seu rosto.

— É melhor irmos. – Evie aconselhou. – Ainda podemos ser pegos aqui.

Os garotos concordaram e desceram as escadas correndo, seguindo de volta para o castelo onde ficavam os dormitórios.

— Mandou bem, Jay. – Mal falava enquanto corria, sua respiração arfante a cada palavra. – Agora vamos ter que ir para a escola amanhã.

Jay resolveu não argumentar, apenas continuou correndo.

Passados alguns minutos, os quatros filhos de vilões já se encontravam no pátio central, aliviados que conseguiram chegar sem serem flagrados por ninguém. O local ainda continuava deserto, para a sorte deles.

— Okay, okay. – Mal parou próxima as portas do castelo e chamou a atenção de seus amigos. Ela respirou fundo antes de continuar: – Cada um para os seus quartos e amanhã a gente ver outro plano.

— Certo. – Os três concordaram.

Jay empurrou a porta lentamente para não fazer nenhum ruído e passou por ela, encontrado o corredor com a mesma quantidade de alunos do lado de fora, ou seja, zero. O filho de Jafar segurou a porta aberta para seus amigos passarem, quando ouviu passos de alguém descendo as escadas. Eles se viraram para ver quem estava vindo...

E deram de cara com Mino.

— O que vocês estão fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

#EspelhoGPS

GEEENTE, eu ouvi a música Alphabet Boy da Melanie esses dias e Aaaaaaahhh!!! Que música!!! Tô viciada
Ela já tá na lista pra aparecer na fic, só tenho que pensar em que parte kk

.
.
.

Eu não queria ter que escrever isso, porém....

Desculpe gente, mas é muito provável que não tenha capítulo nessa semana e talvez nem na próxima.

Eu sinto muito, muito mesmo...

Meu professor de Adm de Materiais pediu um trabalho sobre Custos Logísticos bem complicado de se fazer e o prazo é apertado pra fazer a fundamentação teórica, entrevista na empresa, análise de dados e comparação teórica x prática, montagem de gráficos...
E ainda tem apresentação.

Estamos correndo contra o tempo, tentando fazer o mais rápido possível e, devido a isso, eu mal consegui escrever coisas para o próximo capítulo. Apenas o rascunho dele está feito.

E, como se não bastasse esse trabalho, ainda vai ter o interdisciplinar onda vamos ter que fazer todas as etapas da administração: produção, logística, marketing, financeiro...

Ou seja, montar plano de negócio, fazer pesquisa de mercado, criar produto, criar marketing do produto, calcular custos logísticos, vender o produto e fazer um relatório sobre todos os processos. E ainda tem várias pequenas etapas entre isso.

Até a primeira semana de novembro já tem que estar vendendo o produto, ou seja, o mês de outubro vai ser bem corrido. Mas eu vou tentar escrever MUITO depois desse 1° trabalho, pra ter capítulos reservas.

Enfim, espero que tenham entendido e me desculpem novamente. Eu não vou abandonar a fic, amo o que estou escrevendo e amo saber que tem pessoas lendo e a comentando também.

Eu ainda vou responder os comentários de vocês, assim que tiver tempo

Vou ficar um tempinho sem postar, mas a culpa não é minha. A culpa é da faculdade

Beijinhos amados leitores



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