Amantes da Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Novo cap. gente! Beijos!



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Com o passar dos dias e, eventualmente dos meses, comecei a me questionar sobre o relacionamento do meu chefe com sua esposa. Sasuke agia todo tempo com sigilo absoluto. A princípio, achei que ele não falava sobre a esposa para não me deixar desconfortável, mas, depois de um longo período de avaliação, tive certeza de que ele não tinha o que falar sobre a mulher.

—Não que me incomode não saber nada sobre ela, mas... – Tive um olhar de fuzilamento sobre mim.

—Se você vai falar de coisas que não quero, irei dormir imediatamente.

Ele levou a ameaça ao pé da letra. Vi o champanhe gelado na taça dele ser jogado na pia. Minha falta de maturidade fez com que nossa noite, esperada há três contáveis dias, fosse por água abaixo.

A partir de então, tive todo cuidado do mundo para voltar a tocar no assunto, no entanto, os atritos eram significativamente certeiros.

 

                                           Capítulo 6

 

Abri os olhos devagarzinho... A luz do dia invadia a janela entreaberta. A brisa da manhã estava, consideravelmente, fresca para alguém que precisava se livrar da ressaca da noite passada.

—Que bom que acordou. Trouxe o seu café.

Ao lado da cama uma bandeja fora posta. Carinhoso, Sasuke beijou meus lábios, secos, com demora.

—Obrigada. – Agradeci me enrolando no cobertor fino. –Por que estou sem roupas?

—Levei você para debaixo do chuveiro ontem à noite.

Minhas bochechas queimaram de vergonha. –Menos mal, cheguei a pensar que nós... transamos.

—E você está certíssima. – Disse com toda naturalidade que lhe era possível.

—Mas... – Olhei-o incrédula. –Eu estava bêbada! Como você pôde...?

—Você ainda é uma garota muito ingênua! – Ele tocou minha testa, como de costume quando Eu estava sendo, segundo o humor dele, irritante. –Você dormiu no meio da sala enquanto Eu preparava um café forte. –Disse meio pensativo. –Definitivamente, você não pode sair para beber sozinha.  

Ino sempre dizia que Eu me tornava um alvo fácil na embriaguez.

—Obrigada por ter cuidado de mim. – Ele torceu a cara, com certeza minha bebedeira havia o irritado, profundamente. –Fiquei desnorteada com... – Nossos olhares se cruzaram. –Vi você e Itachi discutindo. Ele...

—Você não deveria se deixar impressionar tanto. Itachi sabe sobre nós, isso é fato, mas ele não pode e não vai fazer nada a respeito.

—Não tenho nenhuma certeza sobre isso. Seu irmão deixou bem claro que não apóia sua infidelidade, ao contrário do que você chegou imaginar.

—Não me importa ter ou não o apoio dele.

Sasuke estava certo de que não se importava com os olhares tortos do irmão, entretanto, no meu íntimo, Eu não concordava com as desavenças familiares que minha aventura poderia causar. Amável ou grosseiro, Itachi só estava prevenindo um tumultuoso desentendimento entre Sasuke, os pais, e a esposa.

—Itachi só está tentando te livrar de um grande problema. – Mesmo me doendo fazê-lo refletir sobre a minha sinceridade, era mais que meu dever também alertá-lo. –É melhor que você me demita da empresa. – Sasuke encarou-me sobressaltado. –Assim, os ânimos acalmarão entre você e seu irmão.

Incorrigível, Ele se refugiou na visão extensa da janela.

—Não vou fazer isso. – Falou austero.

—Nesse caso, cabe a mim entregar minha carta de demissão a Itachi.

A maneira abrupta de vê-lo se virar fora como tê-lo ofendido impiedosamente.

—Se você fizer isso... – Ele pausara, conseqüentemente. –não precisa voltar aqui para buscar as suas coisas.

Vi seu corpo girar em busca da porta, ofegante e célere.  O estrondo na porta sendo fechada deu como encerrada nossa conversa.

—_________****__________

Não voltei para casa naquele dia. Usei meu tempo para refletir, como há muito tempo não acontecia.
No dia seguinte, acordei cedo para trabalhar. Diferente de tantas manhãs, não dei muita importância a vaidade, tampouco ao horário já apertado.

—Posso te oferecer uma carona?

Distraída, virei para trás, e lá estava Naruto, com seu carro grande em destaque.

—Err... Bom dia. – Acenei feliz por vê-lo. –Vou aceitar sim.

—Beleza! – Correu animado para abrir a porta. –Já que estamos aqui, poderíamos tomar café juntos. O que você acha?

—Eu adoraria, mas já estou atrasada. O senhor Sasuke...

—Não se preocupe! Vou ligar agora mesmo para ele. – Pegara o celular imediatamente.

—Naruto... – Fiz menção de barrar seus planos. –Não acho que...

—Sou Eu. – Tarde demais! Só me restaria concertar o estrago depois. –Ele desligou na minha cara, mas sei que ele não vai se importar muito se você chegar atrasada hoje, já que está comigo.

Sorri embaraçada. O Uzumaki não imaginava que Sasuke já estava se importando mais que o necessário com seu aviso repentino.

—_________****__________

—... com toda a certeza não vou voltar a morar em outro país, já tive experiência demais para toda a vida. – Confessou o loiro, em meio ao riso espontâneo. –E você? – Ele esquecera os talheres para me dá atenção.

—Eu? Bem... – Refleti sobre o que seria útil aos ouvidos dele. –Posso resumi tudo que fiz na minha vida em três palavras: casa, estudo e Tókio.

Contei embaraçada. Assim como Sasuke, Naruto era mais um jovem rico a desfrutar os prazeres do mundo. Minha história, diante da dele, parecia um poço sem fim de puro tédio.

—Você é tão culta e inteligente... não parece ter levado uma vida simples em um vilarejo.

—Obrigada. – Encarei o comentário com lisonjeio.

—Não é a toa que Sasuke a escolheu dentre tantas garotas com currículos incríveis. –Disse pensativo. –Você foi comentário entre os Uchiha. Foi um tanto surpreendente a rapidez de sua contratação, Sasuke não costuma contratar alguém de imediato. – Meu corpo incendiou-se de privilégios. –Ouve comentários de que sua beleza exótica se sobressaiu mais que suas qualidades acadêmicas, mas fora uma forma de espicaçar o humor de Sasuke. – Ele riu levando a xícara aos lábios. –Claro que Mari não gostou nada, nada dos comentários envaidecidos ao seu respeito.

Minhas mãos tremeram. Havia alguém, finalmente, disposto a falar sobre Mari, e ele estava bem na minha frente, consciente de sua indiscrição.

—A esposa do meu chefe ainda é um grande mistério para mim. Não sei nada sobre ela. Nunca ouvi alguém falar sobre ela detalhadamente. E o senhor Sasuke é como um túmulo. – Olhei-o esperançosa.

—Ah! Provavelmente, você verá a Mari poucas vezes em sua vida, a não ser que a encontre por meio da internet ou outros meios de exposição.

—Esquece. Não se fala nada sobre Mari Uchiha na internet ou...

—Procure por Mari Watanabe. Você vai encontrar algo sobre ela.

Fora como Ino mencionou. –Fiquei imaginando se era mesmo possível ela não usar o sobrenome Uchiha publicamente. O que ela faz?

—Mari é médica. – Disse vendo-me surpresa. –Você deve está acostumada a ver médicos plantados em clínicas, hospitais, consultórios... mas a Mari não é uma médica comum. Viaja todo o país, praticamente.

O mistério parecia ter sido desvendado. A profissão atarefada da esposa refletira conseqüentemente na vida de Sasuke.

—Agora entendo porque Eu nunca a vejo ou sequer a vi na empresa. – Bebi do chá, quase frio. –Mas, Sasuke deve gostar muito dela, pois imagino que Ele tenha conhecido a esposa já comprometida com muitas viagens.

Naruto se consolidou em devaneios. Ele não me diria que o casamento do amigo estava por um triz de acabar, no entanto, Eu estava cada vez mais certa de tal verdade.

—________****_________

Fiz um último aceno antes de atravessar a porta giratória. Naruto fizera questão de me deixar no trabalho, mesmo Eu não me importando de pegar um táxi.

—Agora entendo tanta mudança. – Karin entrou no elevador fazendo questão de falar asneiras. –Você está dormindo com o amigo de seu chefe!

—Só porque você me viu saindo do carro dele? – Perguntei ironicamente. –Vi você uma vez aos beijos com o jovem aprendiz da contabilidade e nem por isso deduzi que você estava transando com ele. – Karin se intimidara. –Olha lá o que você vai falar por aí, hein?

As portas do elevador se abriram, saí dele pacientemente. Atrás de mim, o salto quinze de Karin martelava sobre o piso encerado.

—O seu chefe me pediu para avisá-la que ele quer vê-la imediatamente em sua sala, assim que você chegasse. Recado dado. – Disse ocupando a cadeira com deselegância. Seus olhos castanhos faiscavam ódio.

—Obrigada. – Agradeci desdenhosa. Pus minha bolsa na mesa e caminhei à sala de Sasuke. Antes de bater, preparei-me para entrar.

—Pode entrar. – Falou Ele, em um tom de voz sério.

—Com licença. – Fechei a porta sem tirar os olhos dele. –Karin disse que você...

—Não importa se é com Naruto que você saiu, não pode existir esse tipo de descuido no horário de trabalho.

—Você conhece seu amigo melhor que ninguém. Foi difícil dizer não a ele.

—Você consegue dizer não a mim com muita facilidade, deveria fazer o mesmo com Naruto. – Suspirei irritada. –Não posso acobertá-la o tempo todo. – A verdade era outra! –Além do mais, você acabará dando falsas esperanças a ele.

—Naruto está convencido de que não pode haver nada além de amizade entre nós.

—E você acreditou?

—Claro que sim.

—Pura ingenuidade sua. – Acusou ocupando sua cadeira. –Ele está apaixonado por você e pelo visto manterá esse sentimento unilateral se Eu não interferir.

—Vai contar para ele?

—Não vejo outro jeito. – Respondeu categórico. –Sobre o que conversaram?

Indagou calmamente enquanto indicava a cadeira para que Eu sentasse.

—Falamos um pouco sobre nós. – Dei de ombros.

—E sobre Mari, certo? – Interrogou certo de que Eu não correria de sua firmeza. –Eu já esperava que Naruto fosse falar mais que o necessário.

Observei meus dedos entrelaçados. –Não há nada de surpreendente em ter uma esposa dedicada à profissão.

—Exatamente. Não há sequer o que comentar. – Disse pensativo. –Consegue entender o porquê de Eu não me sentir casado? – Olhamo-nos. –Confesso que Eu esperava outra definição de casamento. – Ele suspirou contido. –Sinto-me cem por cento casado com você que com minha própria esposa.

Soara como um comentário infeliz, embora Sasuke se sentisse envaidecido com o dito. Não havia dúvidas de que nossa relação estava alcançando laços relevantes.

—Pedirei o divórcio um dia depois da festa. – Olhei-o surpresa, completamente. –Quero apresentá-la de uma vez por toda aos meus pais.

Ele se aproximara de mim e, apaixonadamente, me levara ao encontro de seu corpo. Meus braços enlaçaram sua nuca e, imprudentemente, violamos todas as leis de ética dentro de uma empresa. Além de carícias, entregamo-nos aos beijos.

—Perdão por atrapalhá-los.

Assustada, me afastei de Sasuke, recompondo a postura. Itachi já tinha visto mais que o necessário para nos encarar com desagrado.

 


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