Doce Vingança escrita por Haruno Patthy
Notas iniciais do capítulo
Tenham uma excelente leitura.
Sakura ligou para ele assim que chegou em casa e sentiu-se em desespero quando percebeu que o telefone havia sido desligado e o e-mail, deletado. Uchiha Sasuke, o especialista em computador e amor de sua vida acabara de cortar todos os meios de comunicação com ele. Depois de uma noite de insônia, assim que amanheceu, ela foi ao quarto que ele alugava e descobriu este havia pago tudo e partira. E até aquele breve encontro, nunca mais o viu.
O timer do forno apitou, arrancando Sakura do passado. Encheu o carrinho e o empurrou para a sala de jantar, então se juntou aos outros para avisar que o jantar estava servido.
— Já era hora – reclamou Tsunade, se levantando. – Estou morrendo de fome.
— Mas, como sempre, nem mesmo lhe ocorreu oferecer ajuda. – A aspereza se fazia presente na voz de Sakura, sua atitude usual que os três a olharam, assustados.
— Dia difícil? – Havia cautela na voz do pai.
Temari ficou indignada.
— Também estive ocupada, quero que saiba. Shikadai me deixa exausta.
Kizashi, inquieto, olhou para Sakura.
— Alguma coisa errada?
— Não mais do que o de sempre. Vamos comer antes que a pobre Temari morra de fome.
Temari abriu a boca para responder, mas viu o olhar duro do pai e se sentou aborrecida, à mesa da sala de jantar, como os outros. Sakura ficou contente com a taça de vinho que o pai lhe servira, mas o problema que teria que enfrentar a fez perder o apetite. Para sua surpresa, Tsunade tirou os pratos vazios de salada e mandou que Temari distribuísse os pratos nos quais Sakura serviria o ensopado. Kizashi pareceu deliciado ao ver as filhas trabalhando juntas.
— Então, por que nos chamou aqui, papai? – perguntou Tsunade, assim que voltaram à sala de estar.
— Foi ideia de Sakura.
Temari ergueu as sobrancelhas para a irmã.
— Por favor, não me diga que esqueci alguma data importante, Sakura.
— Não. – Sakura abriu sua pasta de couro.
— Oh, droga! – gemeu Tsunade. – Não me diga que temos que assinar papéis.
— Não. – Sakura colocou alguns documentos sobre a mesa de café. – Mas é importante que você e Temari participem desta discussão.
O pai a olhou, zangado.
— Sakura, se isso é sobre a contabilidade, devia ter conversado comigo primeiro!
— Se eu tivesse feito isso, sabe muito bem que teria descartado minhas descobertas como se fosse uma tolice pessimista. – Não havia emoção na voz de Sakura.
Tsunade começou a protestar, mas Temari a fez se calar com um gesto de mão.
— Esta é a contabilidade do ano financeiro, Sakura ?
— Sim. Posso não ter conversado antes com papai, mas garanto a vocês que tentei muitas vezes lhe dizer como estão às coisas antes de finalmente convocar vocês.
Kizashi ruborizou.
— A garota está sempre me dizendo para economizar. Mas, maldição, tenho uma vida muito simples, não posso cortar mais despesas.
Sakura atirou para matar.
— Venda a casa, pai.
E pela primeira vez na vida, Tsunade e Temari tiveram a mesma expressão enquanto olhavam de Sakura para o pai em total horror.
— Vender a Haruno House? – arquejou Tsunade.
— É assim tão ruim? – perguntou Temari, ao mesmo tempo.
Sakura olhou para o pai, desafiadora. Ele finalmente admitiu que suas finanças não fossem nada boas.
— Como outras pessoas honestas, perdi muito dinheiro no mercado de ações. – Serviu-se de outra dose de conhaque.
— Qual é a situação, Sakura ? – exigiu Temari.
— Como as coisas estão papai não tem dinheiro para continuar a viver aqui. Precisa de outra fonte de renda. A manutenção desta casa exige muito dinheiro.
— No tempo do seu avô, constavam na folha de pagamento dois criados, um pedreiro e dois jardineiros. Agora, Orochimaru é contratado para a manutenção apenas quando é absolutamente necessário e o filho dele vem uma vez por semana para cuidar do jardim. – Kizashi se mostrou desanimado.
— E você está ficando sem dinheiro até mesmo para isso. – A voz de Sakura era firme.
Tsunade virou-se para ela, zangada.
— Tem certeza do que está dizendo? Você é inexperiente, devia deixar a contabilidade da casa para alguém mais velho da firma.
Haruno Kizashi olhou-a com desaprovação.
— Peça desculpas a Sakura imediatamente, Tsunade!
— Desculpe, desculpe. – Tsunade começou a chorar. – Mas não suporto o pensamento de vender a nossa casa.
— Como Sakura é uma contadora qualificada – Temari era sempre justa –, seus números certamente estão corretos.
— Foram examinados por Kakashi, um dos sócios mais velhos, e ele concordou comigo em tudo. – Sakura estava cansada de tudo aquilo. – Há necessidade urgente de mais dinheiro ou papai não terá escolha. Precisará vender.
— Não posso ajudar, ainda estou pagando a hipoteca do meu apartamento e as prestações são muito altas.
— E não posso pedir dinheiro ao Shikamaru! – Temari pareceu alarmada. – Foi horrível comigo sobre a última conta do cartão de crédito.
— Mesmo se alguma de vocês pudesse contribuir, seria apenas uma ajuda temporária. No entanto – Sakura fez uma pausa e quase riu quando os três a encararam com esperança –, se não consegue enfrentar a perspectiva de vender, pai, pode haver outra forma de contornar o problema.
Ele se animou.
— Pensou em alguma coisa?
— Não pode pagar um aluguel mais alto pelo chalé? – Tsunade se animou.
— Se não pode ser sensata, cale a boca, pelo amor de Deus! – Temari estava realmente irritada. – Só para registrar, quanto você paga, Sakura ?
Kizashi ficou ruborizado de novo, quando Sakura revelou o valor do aluguel.
— Sei que é demais…
— Demais mesmo! – Temari ficou ainda mais indignada. – Ninguém pagaria tanto para viver naquele lugar… Não que você não o tenha transformado numa casinha encantadora, Sakura, e sei que foi a sua custa. Mas sabe que poderia alugar um apartamento na cidade por esse valor.
— Então, por que fica aqui? – Tsunade era sempre a criança mimada.
— Porque preciso cuidar da mansão e impedir que deixe de pertencer à família. Quando me formei, ofereci meus serviços profissionais de graça ao papai, o que significa que faço toda a contabilidade, cuido para que as contas sejam pagas em dia e converso sempre com Orochimaru sobre a manutenção básica da casa. Mas se alguma coisa não for feita logo, não haverá mais dinheiro nem para isso. Terá que despedir Kurenai, pai, fazer todo o serviço doméstico e cuidar dos jardins. E vender o carro novo – acrescentou impiedosa.
O homem ficou pálido.
— Então, o que sugere? – Havia uma humildade incomum na postura e na voz.
— Yamanaka Ino, minha cliente, tem uma agência imobiliária e trabalha com pessoas que alugam suas casas como cenários para filmes, festas, fotos, comerciais e por aí vai.
— Está sugerindo que alugue minha casa para uma equipe de filmagem?
— Se eles acharem a casa adequada, sim.
Os olhos de Tsunade brilharam.
— Oh, que excitante!
— Na verdade, é uma ideia brilhante. – Havia respeito na voz de Temari. – Pode cobrar o que quiser por um dia de filmagem. E posso ajudar mandar meu pessoal fazer fotos aqui, encontrar também outros interessados.
— Ótima ideia. – Sakura se virou para o pai. – Uma outra alternativa é você se hospedar na cidade e alugamos a casa no verão.
— Deus me livre!
— Então não tem escolha. Posso alugar um quarto enquanto a casa estiver sendo usada e você se muda para o chalé, pai.
Tsunade acenou pensativa.
— Só os jardins valem uma fortuna em aluguel. Estilistas ficarão entusiasmados com este lugar… Modelos fotografadas entre as trepadeiras de glicínias na varanda ou no terraço do meu quarto.
Sakura olhou para o pai.
— Então, o que diz?
A boca do pai se contorceu.
— Você já decidiu por mim.
— Devemos votar? – perguntou Sakura.
— Desnecessário. Temos uma maioria de três a um. – Temari se mostrou firme.
— Oh, está bem, vou tornar a decisão unânime, mas com uma condição. Você fica no chalé quando estas pessoas invadirem a casa, Sakura. Encontrarei um lugar na cidade. E agora, Tsunade – o tom de voz mudou –, sugiro que ajude Temari a tirar a mesa e a encher a máquina de lavar pratos. – Virou-se para Sakura. – Acha mesmo que vai funcionar?
— Tem que funcionar, o telhado precisa de reparos urgentes. Já conversei com Orochimaru.
— Por que não comigo?
— Porque você se finge de cego para o que não quer ver!
Ele suspirou.
— Você mudou tanto, Sakura.
— Há muito tempo. Você apenas não percebeu.
— Percebo mais do que pensa, inclusive o motivo por que se recusa a viver comigo.
Sakura ficou calada e apenas a volta das irmãs rompeu o silêncio tenso. Logo depois, Tsunade pegou o carro para voltar para casa e Sakura se retirou agradecida, para seu chalé, sem mencionar que já havia alguém interessado em alugar a Haruno House para um projeto. Pareceu-lhe melhor deixar o pai se acostumar à ideia.
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Primeiramente peço desculpas pela demora, porém minha rotina esta bem corrida. Peço a compreensão de todos. Agradeço ao carinho de Fransb pelos comentários, e peço de coração que quando lerem, possam deixar nem que seja um ' legal ' pois isto incentiva qualquer um, e sem falar que é sempre bom ver que tem alguém que esta acompanhando, gostando e deixando registrado seu carinho.
Espero que tenham gostado do capítulo, até a próxima.