I I escrita por Biax


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoinhas! Olha quem está aqui de volta com uma one-shot de AD!

Eu tive essa ideia em um momento ontem, e consegui escrever em menos de meia hora! Fiquei tão feliz :3

Espero muito que vocês gostem.

Boa leitura!

Ps: Usei essa planta para me basear no apartamento do casal!



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Meu corpo gelou por inteiro.

Senti minhas mãos começarem a tremer de leve, enquanto minhas pernas bambeavam. Engoli seco e tentei clarear minha mente.

Ok, calma. Não é o fim do mundo. Isso... isso... Meu Deus...

Passei as mãos no cabelo e olhei para o meu reflexo no espelho, extremamente pálido e com os olhos arregalados. Me encarei, sentindo o estômago afundar de uma forma desconfortável enquanto me apoiava na pia com as duas mãos.

Por mais que tentasse, eu não conseguia pensar em outra coisa. Não era para isso estar acontecendo. Não era.

Uma música familiar preencheu o silencio da casa. Meu celular estava tocando em cima da mesa. Tentei me endireitar e me virei, abrindo a porta e saindo para o corredor. Virei para a esquerda e dei alguns passos até a mesa de jantar. Peguei o celular e olhei a tela, vendo que Rosa estava me ligando.

Eu não queria falar com ninguém. Absolutamente ninguém. Eu só queria me deitar e acreditar que eu estava sonhando, mas não podia simplesmente ignorá-la, ou sofreria as consequências mais tarde.

Deslizei a seta, dando início à ligação.

— Oi, Rosa — disse em um tom normal.

Ai meu Deus, Maya, essa sua voz me deixou no chão. E então?

— Rosa... — Me virei e olhei pela sala, sem enxergar nada. — Eu... eu não sei o que fazer. — Senti minha garganta apertar e minha voz saiu estrangulada.

Maya... quer que eu vá aí? — perguntou em um tom preocupado.

— Não. E-eu preciso ficar sozinha. — Fechei os olhos, querendo evitar as lágrimas.

Tem certeza? O Leigh não vai se importar se eu não fizer o jantar...

— Tenho, Rosa. Não se preocupe. Eu realmente preciso ficar sozinha...

... tudo bem. Você não quer falar sobre isso. Se precisar de algo, me liga, tá?

— Pode deixar... Obrigada, de verdade.

Por nada — falou com tom carinhoso. — Tchauzinho.

— Tchauzinho. — Sorri de leve e desliguei o celular. Olhei para a tela, vendo a foto que eu tanto amava como papel de parede.

Logo, essa foto completaria cinco anos. Cinco anos desde que Nathaniel me pedira em casamento. Essa foto representa tudo o que eu senti naquele dia. Nervoso, ansiedade, amor, carinho, alegria...

Era uma foto nossa tirada de longe, quando Nathaniel estava ajoelhado com a caixinha do anel e me pedindo em casamento. Ele sorrindo, e eu, com cara de surpresa exagerada, como sempre. Sorri ao olhar aquela imagem pela, sei lá, vigésima vez só hoje. Eu nunca me cansaria dela. Nunca.

Me arrastei para o sofá e me sentei com as pernas dobradas. Olhei para o teto, pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo. Algumas lágrimas vieram, sem que eu pudesse as deter. De repente, um barulho me assustou. Alguém havia batido na porta.

Funguei e rapidamente passei as mangas da blusa pelo rosto e olhos. Larguei o celular ali e fui até a porta. A abri e um vulto passou por mim.

— Cadê ele?

— Oi pra você também, Castiel — disse em um tom irônico, fechando a porta. Ele foi até a sala e se jogou no sofá, sem cerimônias.

— Pode sentar, fica à vontade — falei de forma gentil, indo para a cozinha, não querendo encará-lo.

— Valeu. — Ele respondeu de lá. — Ele ainda não chegou?

— O que você acha? — Peguei um copo e o enchi com água gelada, tomando tudo em dois goles.

— Puts, hoje ele chega mais tarde, não é? Esqueci disso.

— Pois é... — Deixei o copo na pia e o encarei, sem expressão.

— Está tudo bem? — Ouvi a voz do Castiel perto.

— Claro, por que não estaria?

— Uma hora dessas você teria me abraçado e tal, por isso estou perguntado.

— É que eu cansei de ir te abraçar, você que tem que me abraçar quando vem aqui.

Ele começou a rir. — Eita, está de TPM, é? — Ele bagunçou meus cabelos. Quem dera se fosse isso. — É sério. — Puxou meu pulso e me fez olhá-lo. — O que foi?

O encarei e me controlei, querendo despejar tudo o que me afligia. Mas eu não podia.

Castiel sempre foi, digamos, meu porto seguro. Eu sempre contei tudo a ele, todos as minhas tristezas e alegrias, minhas dúvidas e certezas. Assim como ele a mim. Desde a escola nunca ficávamos sem nos falar, e mesmo depois que o ensino médio acabou, nunca perdemos contato. E eu ainda fiz ele e Nathaniel voltarem a se falar... e ainda se tornaram grandes amigos.

Mas dessa vez era diferente.

— Ah, só estou meio carente. Sabe como é. — Dei de ombros.

— Não, não sei, e nem quero saber. Chega de carência pelo resto da vida. — Levantou as mãos, como se rendesse.

Sorri. — Okay, pode ficar longe de mim.

Ele havia acabado de terminar um relacionamento de incríveis três meses porque a garota era extremamente carente.

— Não precisa sofrer por isso. Não estou tão traumatizado assim. — Deu seu sorriso de lado e abriu os braços, me convidando.

Revirei os olhos e dei os poucos passos até ele, e o abracei pela cintura, deixando a lateral do meu rosto colado em seu peito.

Ele me abraçou de volta. — É só isso mesmo?

— É sim. Relaxa.

— Ainda bem que você tem o Nathaniel pra acabar com a sua carência.

— E se eu não tivesse você estaria aqui pra isso — brinquei.

— Vai nessa... Mas e aí, não vai fazer o jantar?

— Você é um interesseiro. — O larguei, fingindo estar ofendida. — Só vem aqui pra comer! — Dei risada.

— Claro que não... Eu venho para conversar também.

— É, claro... — Fui até a geladeira e olhei, pensando no que fazer de comida.

Então mais uma vez, ouvi alguém batendo na porta. Castiel prontamente foi atender.

Pelo menos eu estou conseguindo não pensar nisso. E nem sei o que vou fazer quando estiver sozinha... ou pior... com o Nath por perto.

Ouvi passos rápidos e logo senti alguém me abraçando. Só de sentir o perfume, dei um sorrisoi.

— Decidiu aparecer, é?

— Me perdoa, eu não fiz de propósito, juro! — Alexy se defendeu.

— Fez sim! — Ouvi a voz do Armin entrando na cozinha.

Alexy me largou e eu olhei para seu irmão, e Castiel apareceu também. — Virou festa?

— Sempre! — Alexy riu, e então me olhou, como se me analisasse. — Você está meio diferente...

Meu coração palpitou. — Impressão sua. Ficou tanto tempo longe que acha que eu estou diferente.

Ele encarou Armin. — Ela não está diferente?

Armin segurou o queixo teatralmente e me olhou dos pés à cabeça. — Sei lá.

Alexy resmungou. — Não sei porque ainda te pergunto alguma coisa.

— Olha, se vocês estão aqui pra comer, igual o Castiel, vão ter que me ajudar a cozinhar.

— Pode deixar, madame! — Alexy ficou do meu lado. — O que tenho que fazer?

— Bom... acho que vou fazer uma macarronada. Todos de acordo?

— Sim — disseram juntos.

— Ótimo.

Coloquei Alexy para cortar os tomates, Armin para encher a panela com água e Castiel para dar apoio moral porque ele não quis fazer nada. Comecei a cortar cebolas e alhos enquanto Alexy começava a contar suas aventuras em outro estado com a equipe da revista onde trabalhava. Ele cuidava dos figurinos de todos os modelos, então sempre tinha assuntos engraçados.

Fiquei rindo enquanto ele contava e separei as cebolas já cortadas. Eu estava chorando de rir, mas também era pelas cebolas. Peguei um pano de prato e sai da cozinha para respirar e secar os olhos ardidos. Parei perto da mesa e enxuguei as lágrimas. Quando tirei o pano do rosto, vi Castiel me olhando com uma cara estranha.

— O que foi?

Ele abriu a boca para falar, mas nada saiu. Então, de relance, vi a luz no banheiro acesa, e congelada, o olhei de volta. Castiel abriu de novo a boca, com os cantos levantados, mas eu dei um passo até ele.

— Não. Não fala nada, por favor — pedi, apertando o pano em minhas mãos.

Ele parecia perdido. Mais perdido do que eu, apesar de ter entendido. Então, balançou a cabeça.

— Guarda pra mim, por favor — pedi e ele afirmou, saindo enquanto eu voltava pra cozinha, como se nada tivesse acontecido, e continuamos a cozinhar.

Enquanto o molho cozinhava, coloquei o macarrão na panela de água fervente.

— Cadê o Nathaniel? Não era pra ele ter chego já? — Armin perguntou, pegando pratos no armário.

— Acho que sim... — Olhei para o relógio que ficava na parede da sala, acima da TV. — Ele deve ter pego trânsito. Castiel, manda uma mensagem pra ele.

— Ok — respondeu do sofá.

Ao mesmo tempo que eu queria que ele chegasse, também não queria. Eu não ia conseguir esconder dele por muito tempo. Por muitos minutos. Ele saberia que algo estava errado comigo. Ele sempre sabe.

Armin arrumou a mesa e eu passei o macarrão cozido para o molho. Misturei, coloquei folhas de manjericão picados e levei a panela à mesa.

— Nada dele? — perguntei ao olhar para Castiel.

— Ele disse que estava preso no trânsito, mas que chegaria em dez minutos. Bom, já faz sete que ele mandou essa mensagem — falou enquanto levantava e sentava em um dos lugares na mesa.

Me sentei no lugar ao seu lado, meio apreensiva. Senti minha mão direita ser pega por ele e o olhei. Seu olhar poderia parecer frio para quem não o conhecia, mas eu sabia que ele estava tentando me confortar. Dei um meio sorriso, e ele soltou minha mão quando Alexy e Armin apareceram com os copos e uma jarra de suco.

Alexy serviu todos enquanto Armin ia até o escritório pegar uma cadeira, e quando voltou a colocou do meu lado esquerdo, na ponta da mesa.

— Hoje eu pago! — Ele disse batendo a mão em punho de leve no tampo.

— É, tá bom. — Dei risada.

Alexy sentou na cadeira de frente a Castiel, e mais uma vez olhei o relógio da parede. Eles começaram a se servir. Ouvi um barulho de chaves abrindo a porta e meu coração disparou.

— Ei, está tendo festa sem mim? — Ouvi Nathaniel parando atrás de mim e dando um beijo no topo da minha cabeça. Mesmo depois de cinco anos, e quatro desde que começamos a morar juntos, ele ainda conseguia me fazer corar com um simples gesto.

— Foi mal, estávamos morrendo de fome e não conseguimos te esperar. — Armin disse, enrolando o macarrão no garfo.

— Tudo bem, eu demorei mais do que devia. — Riu e saiu de vista no corredor dos quartos.

Imaginei os passos dele. Ele entraria no quarto, deixaria a bolsa na poltrona, tiraria os sapatos enquanto puxava a gravata, e depois trocaria as calças jeans por uma de moletom e a camisa por uma camiseta cinza de algodão. Iria até o banheiro, e depois de lavar as mãos, voltaria para cá.

Nathaniel apareceu de volta e tomou o lugar na minha frente. — O que está rolando hoje? — Observou a todos.

— Nada demais. — Alexy disse, comendo. — Resolvemos vir e aproveitar nossa sexta.

— Ele só quis vir aqui porque estava cansado demais pra ir para a balada. — Armin disse.

— Ei, para de ser mentiroso.

Olhei para Nathaniel enquanto ele se servia, e quando ele colocou o prato cheio na mesa, me olhou. — Não vai comer? — perguntou com um sorriso leve nos lábios.

Ai meu Deus, como eu amo esse homem...

Peguei meu prato e me servi de macarronada, e voltei a me sentar de novo. Percebi que Castiel estava me olhando. Trocamos olhares significativos e comecei a comer, fingindo estar tudo maravilhosamente bem. Nathaniel nos analisou, parecendo curioso, mas voltou prestar atenção em Alexy, que contava alguma coisa interessante.

Foquei na conversa e participei, rindo e comentando.

Ficamos horas ali, mesmo depois de ter terminado todo o macarrão e o suco. Estávamos totalmente entretidos na conversa.

Alexy recolheu os pratos e se voluntariou para lavar a louça, e puxou Armin para secá-la.

— Como estão as coisas? — Nathaniel perguntou para mim e Castiel.

— Bem. — Nós dois respondemos juntos.

— Já superou a senhorita carência? — perguntou, sorrindo para o amigo.

— Ah, fala sério. — Ele riu. — Superei no segundo ataque de carência dela.

Nathaniel riu. — Coitada.

— Você fala isso porque não convivia com a peste. Você tem sorte dela não ser assim. — Apontou pra mim. — Apesar que ela tem os dias dela...

— Cala boca, seu besta! — Dei risada e bati nele. — Não tem problema ser um pouquinho carente, viu? Seu antigo amor que era exagerado demais.

— Exagerado é pouco. — Levantou.

— Onde você vai? — Virei para olhá-lo, sendo completamente ignorada. Senti Nathaniel segurando minha mão em cima da mesa.

— Tudo bem? — Ele sorriu de leve. Afirmei. — Como foi seu dia?

— Hm... bom. O restaurante estava cheio. — Tentei ser convincente.

— E quando não está? — Riu.

Sorri. — É... Bom, estava bem cheio, como sempre.

Ele olhou para nossas mãos e voltou a me olhar. — Está cansada?

— Um pouco. E você?

— Nada que me impeça de fazer algo. — Sorriu e levantou. Abaixou ao meu lado, segurou meu rosto e me beijou carinhosamente. — Tem certeza que está tudo bem?

Corei e o olhei nos olhos. — Sim, está sim.

— Quer que eu expulse os convidados? — perguntou mais alto.

— Ei, estou aqui fazendo um favor e você vem com essa? — Ouvi Alexy exclamar.

Rimos e Nathaniel levantou, segurando minha mão, me puxando para a porta da cozinha.

— Depois de encher a barriga tem que ajudar com a louça, é o mínimo.

— E o que eu estou fazendo? — Alexy mostrou a língua pra ele.

Castiel estava encostado no armário, com os braços cruzados e me olhou, perguntando silenciosamente se estava tudo bem.

— Como está aquele jogo, Armin? — Nathaniel indagou, começando outra conversa.

Ficamos o resto da noite conversando enquanto os gêmeos trabalhavam. Meu nervosismo foi crescendo conforme o número de bocejo dos três convidados aumentavam. Cedo demais, o que eu temia aconteceu. Armin levantou do sofá.

— Vamos, Alexy, está tarde. — O irmão, que estava quase dormindo, se espreguiçou e levantou também. Me despedi deles e Nathaniel os levou até a porta.

Castiel, que estava largado na poltrona, se endireitou e me olhou. — Quando você vai falar?

— Não sei. — Continuei olhando para a TV, sem saber o que estava passando.

— Você sabe que não pode demorar, não é? Porque...

— Eu sei, Castiel. — O cortei. — Eu só... não sei como fazer isso. — Olhei para ele, com o medo estampado na cara.

— Ué, não complica. Só fala logo.

— Não é assim tão simples.

— Como não? Quanto antes você falar, melhor.

— Você quer que eu chegue e fale? Está louco? Ele vai surtar.

— Você não sabe.

— Castiel, até parece que você não conhece. Não sabe que ele ficaria em pânico — esbravejei baixo.

— Bom, não adianta muito agora, não é? — perguntou friamente. — Ele vai ter que superar esse medo agora.

Me inclinei pra frente, apoiei os cotovelos na perna e tapei o rosto com as mãos. — Vai ser como um tapa, Castiel.

— Ele aguenta um tapa, Maya. Ele não é o mesmo adolescente que você conheceu na escola.

— Eu sei...

— Eu não sei qual o seu medo, mas ele nunca ia te deixar, independentemente do tamanho do medo que ele sentisse. Você sabe disso tanto quanto ele.

— Mas eu tive um ótimo exemplo. Eu não tenho medo disso, Castiel.

— Eu sei, eu sei que você sempre quis isso, mas vocês vão ter que se ajudar. Não tem outro jeito.

Ouvimos o barulho da porta se fechando e olhei para o corredor. Nathaniel andou até nós e nos olhou, estranhando aquele clima.

— Aconteceu alguma coisa?

Castiel levantou. — Não. Eu vou indo também. — Estendeu a mão para mim. A peguei e ele me levantou, me dando um abraço de urso.

— Me liga se ele desmaiar — sussurrou.

Dei risada. — Tá.

Ele me soltou e ficou ao lado do amigo, colocando a mão no ombro dele. — Abre a porta pra mim.

Nath, que estava olhando pra mim, o encarou. — Claro. — Assim, foram para o corredor.

Senti minhas mãos ficando geladas e corri para o quarto. Peguei minhas roupas e fui para o banheiro e tranquei a porta. Encostei nela, sentindo o coração acelerado e vi meu reflexo mais uma vez no espelho grande acima da pia. Estava tudo silencioso no apartamento, tirando meus batimentos cardíacos acelerados. Esperei, e quando ouvi Nathaniel passando pelo corredor, fui escovar os dentes, e depois tomei um banho demorado.

Tudo bem. Não preciso contar hoje. Isso, vou contar outro dia.

Desliguei o chuveiro, me sequei e passei meu hidratante, vestindo meu pijama em seguida. Peguei a toalha molhada, destranquei a porta e sai rapidinho para a lavanderia. A pendurei no varal e passei na cozinha para beber água.

Todas as luzes da casa estavam apagadas, menos a do nosso quarto, no final do corredor. Comecei a tremer, apesar de estar quente do banho. Devagar, andei pelo corredor e parei na porta do quarto. Nathaniel estava sentado na ponta da cama, com os cotovelos apoiados na perna e olhando para o chão, e percebendo minha chegada, me olhou com uma expressão de...

— Maya... — Ele sussurrou.

Então eu vi. Ao lado dele, no colchão, havia um objeto que parecia um termômetro à bateria. Pela segunda vez no dia, gelei dos pés à cabeça. Não consegui sair do lugar e meus olhos se encheram de água.

Por que isso não podia ser uma notícia boa pra nós dois? Por que só eu parecia querer soltar fogos de felicidade? Por que isso tinha que ser bom só pra mim?

Abaixei a cabeça e comecei a chorar. Tapei meu rosto com as mãos e logo senti os braços dele me envolvendo.

— Maya... — Ele disse de novo, com a voz trêmula. — D-desde quando você sabe disso?

— E-eu descobri h-hoje — balbuciei enquanto chorava.

Ele suspirou e me puxou para a cama depois de apagar a luz. Se sentou no colchão e me fez sentar em seu colo.

— M-me desculpe...

— Não, Maya. Não... — Segurou meu rosto e me beijou. — Isso é culpa de nós dois. Não peça desculpas. Eu... eu sei.

— M-mas... Você...

— Era por isso que o Castiel estava daquele jeito? Ele sabia?

— Sim... Ele viu o teste no banheiro... Eu tinha esquecido de jogar fora.

— Você que colocou debaixo do travesseiro?

— Não. Deve ter sido ele... Eu pedi pra ele guardar... Eu... eu nem queria te contar hoje.

Nathaniel ficou em silêncio por um tempo. — Maya... você sabe... — começou em um tom preocupado.

— Eu sei. Eu sabia que você não ia gostar.

— Não é que eu não gostei. — Segurou meu rosto e me fez o olhar. — Você sabe do que eu tenho medo...

— Eu sei... Mas... — Comecei a chorar de novo. — Nath... eu estou tão feliz... E-eu queria tanto... Tanto...

— Shh... — Distribuiu beijos delicados por meu rosto.

— E-eu entendo o seu medo... Mas não podemos deixar isso nos influenciar, não acha? Eu sei que você nunca seria igual ao seu pai, Nath.

— Eu não sei, Maya, queria ter certeza de que você está certa... Mas e se eu ficar igual a ele? E se essa criança sofrer o tanto que eu sofri...

Levantei a cabeça. — Não, Nath... Você é doce, gentil, carinhoso e uma pessoa maravilhosa. Qualquer um pode te dizer isso.

Ele passou os polegares em minhas bochechas, secando as lágrimas. — Eu já te disse como te amo hoje?

Sorri de leve, — Só uma vez.

— Eu te amo. Te amo muito, mais do que tudo.

— Eu também te amo, demais.

— Eu estou feliz... Eu... eu serei pai. Como não poderia estar feliz em formar uma família com a mulher da minha vida? — Sorriu.

— Você será um ótimo pai, Nath. O melhor de todos os pais, eu não tenho dúvida alguma disso.

Nathaniel pegou minha mão e beijou a palma dela. — Se você acredita nisso, eu também acredito. Eu estou sim com medo... mas... eu sei que vamos passar por isso juntos.

— Sim, juntos e grudados. — Sorri.

Ele riu, parecendo realmente feliz e me abraçou, nos jogando para o lado.

Deitamos e ficamos ali, trocando carinhos, abraços e beijos, felizes como eu sempre sonhei estar.


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Notas finais do capítulo

:3

Vocês demoraram para descobrir do que a história se tratava? Em qual momento vocês pararam e pensaram "AHÁ ENTÃO É ISSO!"?

Quero muito saber! xD

Espero que tenham gostado. Deixem seus comentários :3

Talvez eu faça uma pequena continuação com a reação do pessoal. Vai depender de vocês :B

Bye o/