Até o fim escrita por Opelon


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

- ANTES TUDO:Eu tentei escrever com os fandons que você colocou na tabela, but deu muito ruim pq eu vi Castle uma vez na minha existência e eu não gosto de HIMYM. Aí eu pensei "okay, vamos para as originais" e bem, passei um mês nisso e nada de sair um plot bom para a fanfic.

— Eu particularmente não gostei do resultado, então eu peço desculpas do fundo do meu coração se não te agradar. Eu tentei de trocentas formas diferentes, eu juro.

— AHHHHHHHHHHHH, eu escrevi a história pelo celular, então é certeza que vai ter algum erro. (~eu revisei, mas sou muito cega para ver os erros quando sou eu quem escrevo~), mas eu vou esperar a cabeça esfriar do AS e irei passar mais um pente fino.

—É isso. Não me odeie, please /3



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bip, bip, bip

O dia amanhecera frio. Embora estivesse agasalhado, ainda sentia o corpo tremer embaixo das grossas camadas de roupas. Em algum canto do quarto o som do celular vibrava e tocava, o informando da ligação que recebia.

Luciano fez questão de ignorar o celular e continuou ali, em pé, tagarelando como se não ouvisse o som insistente do aparelho.

— ... e então ele disse que eu devia parar com tudo isso, você acredita? — Riu, bagunçando os cabelos. Sua risada era alta e contagiante, do tipo que se destaca na multidão. — No geral, foi uma noite divertida. Nós bebemos, dançamos, falamos sobre futebol e a Laura ligou furiosa para o Antônio, sabia? Eu conseguia ouvir os gritos dela no telefone do outro lado da mesa!

Lílian continuava deitada, ouvindo o marido tagarelar sobre a noite anterior. Os cabelos estavam espalhados pelo travesseiro, a tinta vermelha já desbotava e a raiz começava a ficar evidente.

Ela sempre fora uma boa ouvinte, a única pessoa no mundo todo com quem Luciano realmente se sentia confortável para conversar.

— Hm, deixe-me adivinhar como foi sua noite… — Luciano continuou — Clarisse veio te ver, certo? Consigo sentir o perfume daquela anã aqui. Coisa enjoativa, eca. — Franziu o cenho e coçou o nariz, aquele perfume realmente o irritava. — Ah!, você não vai acreditar, mas o Jon está saindo com alguém. Ou dando uns amassos por aí, no mínimo. Ele está muito feliz para quem vai para conferências “sobre as melhoras na produção de grãos”. Qual é, ninguém fica feliz ouvindo alguém falar por horas sobre a produção do arroz!

Tirou o cachecol e o jogou de sobre o criado-mudo, ao lado da fotografia de casamento deles dois, sentou na poltrona ao lado da cama, de frente para Lily.

O celular ainda tocava em algum lugar do quarto.

bip, bip, bip

As mãos tremiam quando segurou o pulso dela. Lílian tinha perdido peso e a pele estava pálida, Luciano notou, sentindo a bile subir pela garganta.

O pedido de perdão estava preso na garganta, mas nunca saiu de lá. Não acreditava em Deus, mas passou a rezar com frequência, pedindo apenas uma faísca, algum sinal de que as coisas voltariam a ser como antigamente, onde sua vida era preenchida por Lílian.

E assim o tempo passou: dia após dia, semana após semana, mês após mês e nada, nenhum sinal de melhora, nem um mísero sinal.

Levou a mão dela até a boca e a beijou com ternura, tentando sentir que a mulher que amava estava ali, com ele, naquele quarto.

“Esta é sua realidade, Luciano, e você não pode mudá-la.”

ele sentia tanto tanto tanto tanto

só não o suficiente para desistir dela

deles

Entrelaçou suas mãos, as unhas de Lily estavam pintadas de vermelho

— Senhor? — Ouvir a voz de Clarisse nunca era uma coisa boa, na maioria das vezes eles acabavam discutindo e ele a expulsava do quarto aos gritos.

— Sim? — respondeu e logo em seguida inspirou com força, prevendo o que aconteceria.

bip, bip, bip

Como a poltrona ficava de costas para a porta, Clarisse precisou andar até o outro lado do quarto para poder olhar diretamente para Luciano.

Uma prancheta nas mãos, cabelos pretos, jaleco branco bem passado e um crachá na altura do peito: “Clarisse Sales – Enfermeira”

— Olha, eu sei que você está animada para a nossa dose diária de gritos, só que hoje não estou com disposição para isso, tudo bem? Em outro momento a gente grita, mas hoje não. — Disparou antes que a mulher começasse a falar, a voz estava embargada e os olhos vermelhos.

— Só não é justo. Nem com você e nem com ela. — Ela não precisava explicar os motivos ou sobre como aquilo era cruel. Ele sabia.

Soube no momento em que a notícia fora dada.

bip, bip, bip

Luciano sorriu, apertando a mão de sua esposa e olhando para as várias máquinas que ficavam atrás da cama e depois para os fios e tubos que ligavam Lily a elas.

— Feliz aniversário de casamento, meu amor.

As máquinas mantinham Lily viva e assim seria.

Até o fim.

Ou o mais próximo disso que conseguissem.

 

uma vez ela disse que tinha medo de dormir sozinha

e ele falou que não deixaria os monstros a pegassem

Luciano se viu perguntando em que momento ele se tornara o monstro.

 

 

 

 

 

 


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