Conforto escrita por CowardMontblanc


Capítulo 1
Conforto


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente não sei como isso aconteceu. Eu simplesmente passei o dia fora, pensei muito nesse ship, e depois de chegar em casa eu apenas sentei e escrevi.

Parece que minha individualidade é conseguir shippar um novo ship a cada dia, e antes que eu soubesse já estava apaixonada por esse casal. Eles são realmente fofos e muito gostosinhos de se escrever, a única coisa que faz falta é ter cores canon pra olhos/cabelo dos dois SHAOSOAHSAOH

Isso e o Rappa sem aquela máscara que faz ele parecer um pássaro gigante moe. SIM, MOE, PORQUE OS OLHINHOS DA MÁSCARA SE MEXEM PRA INDICAR OS SENTIMENTOS DELE E ISSO É ADORÁVEL SIM.

Por isso, eu acabei nem descrevendo esses detalhes porque não tinha como SKDLJDHSAKH Mas não atrapalhou a história, até porque é coisa short and sweet.

Boa leitura!



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Conforto

A primeira vez que Rappa usou aquele casaco foi enquanto ele estava na hospital, esperando dar a hora de seu interrogatório pela polícia. O quarto estava gelado, e nem o roupão ou o cobertor estavam ajudando-o.

Fatgum, que aguardava no mesmo cômodo, notou que ele estava tremendo. Instantes depois o herói estava tirando o casaco de seu uniforme, para então colocá-lo ao redor de seus ombros, usando-o para cobrir suas costas e seus braços que ainda estavam se recuperando.

“Espero que ajude.” Ele disse, e Rappa não foi capaz de reclamar mesmo depois de ver o outro homem - que sequer usava uma camisa - passando a tremer levemente. De qualquer forma, ele não imaginava como poderia convencê-lo a não ajudá-lo; por isso, Rappa resignou-se a acenar positivamente com a cabeça em agradecimento.

O casaco era grande e laranja, confortável como um abraço. Durante o interrogatório, Rappa tentava segurá-lo com a pouca força de seus dedos, sentia-se acolhido por todo aquele tecido que parecia estar ali para protegê-lo. Era uma sensação boa, e quando Fatgum precisou ir embora junto com a polícia, levando a peça de roupa embora, Rappa sentiu-se um pouco mais sozinho e vulnerável.

Sua pena foi reduzida, e logo Rappa estava de volta às ruas. Ele ainda sentia o gosto de sangue, ainda queria lutar - e ainda queria ter sua revanche. No entanto, quando ele achou Fatgum pela segunda vez, agora recuperado e de volta à sua forma gigante de sempre, ele estava sozinho em um restaurante após o fim do expediente.

Rappa se viu indo até sua mesa, e sentou-se na sua frente. Ele queria lutar, mas seu estômago falou mais alto, e ele pediu pelo mesmo prato que o outro homem havia pedido.

Fatgum o observou com olhos cobertos de uma curiosidade que a máscara seria incapaz de esconder. Ele passou a comer mais devagar, e Rappa não soube dizer se era porque ele estava querendo saber o que o levou a sentar-se naquela mesa junto com ele ou se foi por pura vontade de não deixá-lo sozinho.

Ele ainda usava o mesmo casaco laranja, e Rappa teve que se controlar para não querer tocá-lo - naquele contexto seria rude, esquisito, interpretado talvez como um convite para o combate. No entanto, ele só queria sentir aquele acolhimento de antes, passar os braços pelas mangas, esconder seu cabelo comprido com o capuz, subir o zíper até o pescoço.

Por algum motivo, Rappa não teve coragem para falar aquilo - não naquela hora, não naquele lugar -, em um raro momento de embaraço. Seu prato chegou, e ele se viu brincando com os hashis na mão antes de pegar a comida apesar da fome, temendo que alguma besteira saísse de sua boca quando ele a abrisse pela primeira vez.

Rappa decidiu começar com um “oi” e os dois passaram os próximos minutos conversando como pessoas civilizadas - como amigos. Fatgum não pareceu se importar com as manchas em sua camiseta e calça, por mais que já tivesse deduzido que era por ele estar lutando de novo. Rappa não se importou com os olhares curiosos dos funcionários e outros clientes, preferindo fixar-se no outro homem: sua maneira gentil e informal de falar, o pouco do seu cabelo que estava escapando do capuz, seu sorriso com dentes perfeitos.

O encontro - se é que eles poderiam chamar daquela forma - terminou com um convite para uma próxima vez, que aconteceu dias depois, também no mesmo horário. O casaco de Fatgum estava manchado de sangue, e ele pediu desculpas como se por acaso aquilo fosse um sinal de desleixo; para Rappa, era uma prova de que estava cumprindo com seu trabalho.

Aquilo se repetiu mais algumas vezes, sempre em lugares diferentes, durando cada vez mais. Eventualmente os dois acabaram em um bar, trocando risadas por entre uma lata de cerveja e outra, flertando com as pernas se cruzando embaixo da mesa.

A noite acabou com Rappa no quarto de Fatgum, tendo o prazer de retirar seu uniforme com suas próprias mãos. Apesar de ainda estarem soltos pela bebida, os dois ainda estavam cientes de suas ações, e sabiam que se recordariam de tudo que aconteceu na cama grande e espaçosa na manhã seguinte.

Rappa certamente se lembrava perfeitamente de como Fatgum o despiu, o beijou, de tudo que ele foi capaz de fazer com suas mãos e sua boca, de como ele o tocou nos lugares certos da maneira certa ao ponto de fazê-lo gemer como um adolescente e se perder em um mar de prazer enquanto ele correspondia da melhor maneira que era capaz. Ele se lembrava da sensibilidade do corpo de Fatgum, da maciez de sua carne, do cheiro de seu cabelo, da melodia que era escutá-lo gemer seu nome.

Ele acordou abraçado ao outro homem, coberto não apenas pelos lençóis como também pelo seu casaco. Naquela manhã, ele cheirava a uma mistura de cerveja e suor, mas Rappa não se incomodou com isso, não enquanto ele estava usando-o para se proteger do frio da manhã.

Ambos souberam que aquele não era um caso de uma única noite - elas se multiplicaram, assim como os encontros, e aos poucos Rappa se tornava uma parte da casa grande de Fatgum, uma segunda figura ocasional que se tornou constante e então cresceu para o permanente quando o herói o convidou para morar junto com ele.

Quando Rappa se mudou definitivamente, ele já sabia muitas coisas sobre Fatgum: onde ele sentia cócegas, seus restaurantes favoritos, pequenos contos sobre sua adolescência e até mesmo de quando ele já trabalhou como policial. Era fascinante escutá-lo falando sobre tudo isso, como se ele estivesse contando uma história para uma criança, prendendo sua atenção com seus gestos enquanto ele falava.

Era fácil para Rappa achar o outro homem quando ele também usava o mesmo uniforme praticamente todos os dias, e era bom ter a desculpa de poder usá-lo em casa - primeiramente com desculpas esfarrapadas como “estou com frio” até ele admitir que era simplesmente por gostar da roupa.

Ele o usava enquanto cozinhava, enquanto assistia televisão até tarde nas noites em que o outro demorava para voltar. Usava para lembrar-se dele - do seu calor, do seu cheiro, do seu acolhimento. Usava durante o sexo, mesmo que o fizesse suar mais, pois era como se Fatgum estivesse tocando-o mesmo sem as mãos, e porque ele sabia que aquilo também excitava o parceiro.

Algumas vezes, Rappa buscava o seu abraço quando se sentia carente. Fatgum não apenas retribuía o gesto com carinho como também o deixava acomodar-se com seu casaco, colocando-o ao redor de suas costas e braços como se estivesse repetindo o que aconteceu no hospital.

Para Rappa, sempre parecia como se fosse a primeira vez.


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Notas finais do capítulo

Rapgum limpou minha pele, regou minhas plantações, hidratou meu cabelo. Que ship LINDO. Literalmente o ship herói x vilão que eu tava pedindo pra BNHA me dar desde que eu comecei a acompanhar a série. Agradeço ao Horikoshi por tamanho presente.

E ELES AINDA SÃO OPOSTOS COMPLEMENTARES COM SIMBOLISMO DE LANÇA E ESCUDO HAHAHAHAHA MANO DO CÉU EU SOU MUITO PREVISÍVEL COM MEUS OTPS

Eu amo como eles dois são canonicamente enormes, literalmente dois gigantes sendo soft..... Eu amo personagens altos, se juntas já causa imagina juntas -q

Tenho inveja do Rappa por ter acesso ao casaco fofinho do Fatgum. Talvez um dia eu faça cosplay dele só pra ter um AOSHSAHOSAH E porque eu acho o Fatgum super adorável e carismático!! Ele é um ótimo personagem, e eu choro só de pensar que ele e o Rappa vão demorar a aparecer no anime :'D

Como eu não presto, obviamente pretendo escrever mais desse ship sim. Aqui a gente shippa rarepair mas cria conteúdo pra não sofrer na solidão SOAHHSOAOHAS

Espero que tenha gostado! ♥



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