Nothing Lasts Forever escrita por Tatá


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo adicionado de última hora. Mas hoje temos um pouco de domestic Pepperony para aquecer nossos corações...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/739458/chapter/13

Tony sumiu por semanas, totalmente envolvido nas pesquisas em busca da confirmação da localização do esconderijo da Hidra na Amazônia. Pepper só conseguiu ter notícias dele através de Sexta-Feira, que a avisava que ele estava vivo sempre que ela perguntava, e quando finalmente chegaram notícias na tv, após os Vingadores invadirem e destruírem a base escondida no meio da floresta.

...

— O que eu tô dizendo é que isso vai facilitar a vida de todos, não só a minha! Digo, quantas advertências eu dou diariamente pela ausência do crachá?

— Happy, eu entendo a sua ideia; eu mesma já tinha andado pesquisando bastante a respeito disso antes. Mas nós não vamos fazer isso.

— Por que não? É uma ótima ideia!

— E quando houver casos de saída da empresa? Parou para pensar no prejuízo que teríamos se tivéssemos que pagar por uma cirurgia de remoção para cada ex funcionário?

— E se a gente só o desativar?

— E deixar aquela coisa no corpo deles?

— Qual é o problema?

— Eu não quero que se pareçam com cyborgs!

— Eles não vão! Ok, e se eles...se desintegrassem com o tempo?

— E então o que? Nós iríamos fazer reposições a cada ano? Quão caro isso sairia? — Pepper perguntou, então entrou na cozinha e encontrou Tony em frente ao fogão. — Oi, amor! Desde quando está em casa? — ela deixou as sacolas de um mercado de produtos orgânicos no balcão e caminhou até ele.

— Desde umas 2 horas atrás.

— Por que não me ligou? Eu teria chegado mais cedo... — ela o beijou.

— Eu queria te fazer uma surpresa, então preparei o jantar. — ele olhou rapidamente para a enorme bagunça que havia feito. — Do que estavam falando?

— Happy quer que os funcionários da Stark tenham chips implantados em seus pulsos, para substituírem os crachás.

— Ótima ideia! — então ele viu que Pepper o lançou um olhar repreendedor. — Quero dizer, péssima ideia. O que faríamos quando alguém deixasse a empresa? 

— Isso é exatamente o que eu estava falando com ele!

— Sem falar que iria ser apenas uma questão de tempo até que alguém arrumasse um jeito de hackeá-lo.

— E ainda há a questão da invasão! Afinal, estaríamos obrigando as pessoas a botarem um objeto estranho no corpo delas, para que elas possam trabalhar conosco!

— Tudo bem, que tal pulseiras? Como as que Tony usava com a Mark VII?

— Elas são tão fáceis de serem perdidas quanto os crachás. Eu mesmo perdi várias.

— Oh, isso é verdade! — Pepper apontou para Tony com o indicador. — E era muito perigoso, pois até que ele conseguisse desativar a pulseira, qualquer um que a portasse poderia chamar pelo traje do Homem de Ferro.

— Ok, então eu só vou continuar repreendendo todo mundo que não estiver usando o crachá...

— Como se você não gostasse de bancar o chefe mandão com eles... — Tony comentou. Então Happy rolou os olhos e deixou a cozinha.

 

— E então, como foi o trabalho? — Pepper perguntou, após dar uma olhada no que Tony se esforçava para preparar. — Você se machucou?

— Não. E quanto ao trabalho, foi o de sempre. Muitas pessoas tentando me matar.

— Estou feliz que ninguém tenha conseguido... — ela o beijou no ombro. — Então o jantar especial é para celebrar o seu retorno?

— Na verdade eu estava planejando que isso fosse um pedido de desculpas pela última vez que nos vimos.

— Como assim?

— Você provavelmente tinha planejado um jantar especial, e eu estava prestes a te deixar sozinha e ir comer hambúrguer no Central Park com o Happy, quando o Cap me chamou. Então isso é um pedido de desculpas por ter sido um babaca naquela noite.

— Isso ficou remoendo na sua cabeça esse tempo todo, não ficou? — Pepper perguntou preocupada, e o homem nem precisou responder. Então ela o abraçou.

 

Tony deitou a cabeça no ombro dela e fechou os olhos, exausto. E a mulher o acariciou nas costas, distribuindo alguns beijos na lateral do rosto dele.

— Desculpe se dei a entender que estava zangada com você. Mas não estou, ok?

— Isso provavelmente é só a porra da minha ansiedade falando mais alto... — ele suspirou. — Mas você deveria estar zangada. — acrescentou. — Te deixar sozinha não foi legal. Eu sou um completo babaca.

— Se você fosse um babaca, não estaria me preparado um jantar. — Pepper o corrigiu, e então notou que uma das bocas do fogão estava acesa. — Aliás, você deveria checar a frigideira, antes que seja lá o que for queime.

— Merda! — Tony entrou em pânico, desfazendo o abraço. Então soltou um suspiro de alívio quando abriu a frigideira e viu que o peixe não estava arruinado.

— Salmão, hum? — a mulher observou, se encostando na pia.

— É. Para que não corramos risco de pegarmos alguma doença caso fique cru por dentro.

— Ótima escolha... — ela sorriu, e o observou trabalhar. Então Happy voltou à cozinha, com mais sacolas em mãos.

— Ainda está aqui? — Tony se surpreendeu. — Vai embora!

— Você iria tirar as coisas do carro se eu fosse embora? — o segurança retrucou, tendo certeza que ele não iria. — E você não é meu chefe, não pode me expulsar.

— Mas ela pode! — Tony apontou para Pepper, que inclinou a cabeça para que pudesse olhar para o amigo.

— Happy, é noite de sexta. Vá descansar. Deixe tudo aí, eu peço para alguém resolver isso depois. — ela pediu educadamente.

— Tem certeza?

— Sim. Você esteve comigo todo esse tempo em que Tony esteve fora. Nada mais justo do que ter um descanso. E também...

— Vocês querem ficar sozinhos. Eu entendi. — ele a interrompeu, então guardou a garrafa de leite na geladeira e pegou uma lata de refrigerante. — Então eu vou deixar vocês sozinhos.

— Obrigada...

— Hey. — Tony o chamou. — Obrigado por cuidar da Pep enquanto eu estava fora.

— É pra isso que servem os amigos. E também: esse é o meu trabalho. — ele disse, abrindo a lata de refrigerante. — Me liguem se precisarem de algo.

— Claro. Obrigada, Happy.

— Boa noite.

— Boa noite...

— Boa noite! — Tony disse, concentrado em virar as peças de salmão sem quebrá-las.

 

— E então, você...Oh! Ele esqueceu o doce... — Pepper se agitou. — Sexta-Feira, onde estão as balas de alga?

— Na segunda sacola à sua direita. — o programa avisou, e a mulher começou a vasculhar.

— Então você comprou doces para que ele ficasse quieto no mercado, como fazem com crianças? — Tony perguntou, a observando.

— Não precisa ficar com ciúmes, eu comprei para você também. — ela o avisou, antes de sair da cozinha com o pacote de balas em mãos. E voltou pouco tempo depois, descalça e verificando um bolo de cartas abertas, a maioria com mensagens de pequenos fãs do Homem de Ferro.

 

— As fotos que minha mãe tirou na Islândia finalmente chegaram... — ela disse ao se sentar em uma das cadeiras da mesa da cozinha e pôr os pés em outra.

— Eu vi o envelope. Só não consigo compreender porque ela revelou as fotos e nos enviou pelo correio, quando poderia apenas enviar um e-mail... — Tony comentou, enquanto abria uma garrafa de vinho branco e o servia em duas taças.

— E também chegaram convites para o baile dos bombeiros de Nova York. Me acompanha?

— Claro que sim. Eu sou todo seu agora.

— Bom saber... — ela o puxou para um beijo e apertou a bunda dele, antes de deixá-lo se afastar. Então Tony acendeu as velas que enfeitavam a mesa e voltou ao balcão para pegar os pratos, já arrumados do jeito dele.

— Eu já disse o quão sexy você fica de avental?

— Amor, por favor. Eu sou sexy até vestindo um saco de batatas.

— Egocêntrico.

— É, e você sabia disso quando aceitou namorar comigo. — ele respondeu, servindo os pratos. Então Pepper tirou os pés da cadeira, para que Tony pudesse sentar lá.

 

— E então, o que temos esta noite?

— Hoje nós temos salmão grelhado, purê de batatas e aspargos com um molho de ervas que eu aprendi a fazer assistindo um tutorial no YouTube durante o meu vôo para casa. De sobremesa temos uma caixa de bombons afrodisíacos que eu comprei na França... E após o jantar temos um compromisso lá em cima que eu gosto de chamar de "sexo até o dia clarear".

— Interesante... — Pepper sorriu, e bebeu um pouco de vinho.

— Está bom pra você?

— Sim...muito bom... — a mulher já parecia alterada só de ouvir como a noite seria. Então olhou para baixo e começou a comer.

— Se a comida estiver uma porcaria é só falar e eu mando trazerem uma pizza, ou o que você quiser. — ele disse apreensivo.

— Está ótimo. Obrigada. — ela acariciou a coxa dele, então Tony começou a comer. — A Maria te falou que...

— Pep, o momento. Curte o momento.

— Oh, eu estou! E é exatamente por isso que tenho que falar disso agora, já que sei que estarei muito ocupada nas próximas horas... — ela passou o pé na perna dele.

— Touché. — Tony disse, antes de morder um aspargo.

— Então: a Maria te falou que a Fundação Stark já está preparada para a limpeza na área da explosão?

— Ela me disse que o Controle de Danos está lá.

— Eles estão. A previsão é que liberem a área na noite de segunda. Na manhã de segunda eu tenho uma reunião final com um pessoal da Fundação Stark, e todos partem para o Brasil logo em seguida, para que possam descansar um pouco, antes de começarem a trabalhar.

— E o que eles vão fazer lá?

...

— ...Plantar árvores e plantas locais, ajudar na restauração das aldeias atingidas, distribuir mantimentos e tratar a água! Eu quero um resultado rápido, mas acima de tudo eficiente, limpo e seguro. Tenham extremo cuidado com a água! A última coisa que precisamos são doenças se espalhando por aí. Lembrando que os que prestarão atendimento médico ficarão em Manaus por mais algumas semanas, fazendo um monitoramento, para garantir que ninguém na floresta ou na cidade tenha pegado alguma doença. Alguma pergunta? — Pepper encarou os funcionários sentados ao redor da mesa, e todos eles permaneceram calados. Então ela viu a porta da sala de reuniões ser aberta discretamente e Bambi pôr metade do corpo para dentro, chamando pela chefe em silêncio.

— Estão liberados. — a CEO ergueu o corpo e tirou as mãos da mesa, onde se apoiava. Então os funcionários da Fundação Stark começam a juntar seus pertences e se levantar.

— O que houve? — ela perguntou, assim que se aproximou de Bambi.

— Achei que iria querer saber que o Sr. Stark está lá fora como o Homem de Ferro de novo.

— Agora? Mas ele me ligou de casa, pedindo por Cheetos, meia hora atrás! — Pepper pegou o starkpad que a assistente a entregava e assistiu o Capitão América, o Homem de Ferro e o Máquina de Combate lutando com pelo menos 10 robôs gigantes, em Manhattan. E ela perdeu o ar quando viu Tony sendo atingido e jogado longe por um daqueles robôs.

— Eles são chamados de Dreadnoughts. Ao menos é o que está escrito em cada um deles. — Rhodes explicou pelo telefone, dias depois. — Difíceis de atingir; mas depois que o Visão chegou, tudo ficou mais fácil. Tony está os estudando no laboratório. Não se preocupe! Todos estamos de olho nele. Não vamos permitir que um Ultron 2.0. aconteça.

— Tenho certeza que ele não tentaria fazer isso de novo… — Pepper comentou, enquanto guardava alguns documentos em uma pasta. — Acha que isso foi um contra ataque da Hidra, após vocês destruírem o esconderijo deles?

— A nossa suspeita é que sim.

— Não acha que eles vão tentar atingir o Tony através de mim?

— Não, mas estamos de olho. A qualquer sinal de perigo, alguém te levará a um local seguro.

— Obrigada por ligar... — ela suspirou, fechando um holograma de um gráfico com informações das finanças das Indústrias Stark.

— Não foi nada. Eu sabia que você estaria preocupada, e que Tony está tão concentrado no que está fazendo que não lembraria de te ligar. Agora você já pode dormir tranquila. Ou pelo menos tentar.

— Eu vou. — a mulher bebeu mais um gole de seu café ao dizer. — Obrigada Rhodes.

— Fica bem, Pepper. — ele disse antes de desligar.

...

A mulher passou mais algumas horas enfiada no escritório da mansão Stark, trabalhando sem parar. Aquilo foi necessário, já que, com os últimos acontecimentos, surgiram muitos problemas para serem resolvidos por ela. Mas também foi ótimo para ocupar a cabeça e não pensar tanto nos riscos que Tony estava passando no momento.

 

Mas com o tempo a exaustão falou mais alto, e ela teve que dar uma pausa. Então enviou um último e-mail e saiu do escritório, decidida que iria tentar relaxar um pouco. Em seguida foi até a adega, sofrendo um pouco ao passar pela bagunça e cheiro de Tony na oficina, e escolheu um vinho. E estava indo para o quarto, quando encontrou Happy na sala de estar do segundo andar.

 

— Acabei de falar com Rhodes. — ela disse, e o homem virou o rosto para encará-la. — Eles estão bem.

— É claro que estão bem, eles são os Vingadores… — ele disse, voltando a encarar a tv. Então, com o comando de voz, deu pause no filme que assistia; antes de olhar novamente para a chefe, que agora estava de costas para ele, parada em frente à janela. — Como você está?  

— Eu vou ficar bem... — foi o que ela respondeu. Então ele encarou as costas dela por mais um instante, antes de voltar a assistir o filme.

 

Pepper bebeu um pouco de vinho enquanto observava a vista da janela, que ocupava toda uma parede da sala. Era possível ver o céu, o enorme jardim da mansão, a estrada que descia a colina e levava até o portão, e muitos seguranças caminhando por toda parte.

Com o tempo seus pensamentos começaram a se desviar, e logo ela não estava mais enxergando o que estava à sua frente, mas sim as preocupações e problemas que provavelmente tomariam seu sono por mais uma noite. Então, antes que fosse tarde demais, ela afastou esses pensamentos e deu meia volta, passando a olhar para o amigo:

 

— O que está assistindo?

— Algum documentário sobre golfinhos. Pipoca? — ele ofereceu, erguendo o balde quase vazio.

— Obrigada… — a mulher sentou ao lado dele, pegou um punhado e comeu. — Você bebeu todos esses energéticos? E comeu todos esses salgadinhos? — ela perguntou, encarando as latinhas e sacos abertos na mesa de centro. — Happy, como vai seu coração?

— Eu estou ótimo, não se preocupe.

— Oh, eu estou preocupada!

— Não precisa ficar. Eu estou ótimo. Vamos focar em você. Esse é o meu trabalho, certo?

— Certo...

— Eu realmente acho que deveríamos ir para um esconderijo.

— Odeio ser trancada em lugares estranhos, sabe disso… — ela bebeu um pouco de vinho. — E Rhodes disse que estamos seguros. Se houver o menor sinal de perigo, seremos alertados.

Então o celular da mulher vibrou em seu bolso.

— É um alerta? — Happy se alarmou.

— Provavelmente não... — Pepper disse, então ergueu o celular para o amigo, exibindo a notificação de nova mensagem de voz. — É do Tony.

— Oh...então eu provavelmente não vou querer ouvir isso. — ele comentou um pouco envergonhado, e então encheu a boca de pipoca, voltando a encarar a tv.

 

— Eu vou para o meu quarto… — ela avisou, se levantando. — Você pode dormir em qualquer quarto de hóspedes, se é que vai conseguir dormir... — ela olhou para as latas de energético vazias.

— Essa é a intenção.

— Você realmente devia fazer alguns exames.

— Além dos que o trabalho me obriga a fazer todo ano? — ele reclamou, e a mulher nem tentou discutir.

— Boa noite, Happy.

— Boa noite. — ele respondeu; e a observou até ela sumir de vista.

Assim que se viu sozinha, Pepper deu play na mensagem de Tony; e a ouviu enquanto caminhava pelo quarto, indo até o banheiro e começando a preparar a banheira:

“Pep, sou eu. Desculpe por só te mandar essa mensagem. Eu não posso te ligar, ou no segundo em que ouvisse sua voz, iria querer largar tudo aqui e voltar pra você. Mas eu não posso fazer isso. O trabalho me chama. Tenho certeza que você está acompanhando as notícias. Tem algumas merdas acontecendo, e eu não posso voltar para casa agora. Não posso pôr sua vida em risco. Me desculpe.

Mudando de assunto: por que tem tantos operários por todo o complexo? Não me lembro de te ouvir me avisando que faríamos uma reforma... Você provavelmente disse. É claro que você disse. Desculpe por não lembrar. Enfim, nós podemos conversar sobre isso depois. Eu te amo."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nas cenas com mapas, na versão brasileira de Guerra Civil, há uma marcação bem no meio do Amazonas. Alguém reparou?

Como estou indo? Comentem comigo! É sempre bom receber um feedback.

Até semana que vem :)