Unidos pelo acaso escrita por May Prince


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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 Senti mãos grandes e grossas acariciarem minha barriga, não queria abrir os olhos, abrir os olhos significava encarar a realidade e eu não queria sair daquela bolha.

— Eu sei que você está acordada, mocinha! – gemi por ter sido pega e ele riu. 

— Só mais cinco minutos – falei ainda com olhos fechados

— Que tal aproveitarmos esses cinco minutos de outra forma?– falou me puxando para mais perto e ficando por cima de mim

Abri os olhos e encarei seu rosto. Lindo! Passei a mão por sua barba rala e ele sorriu.

— Pode babar, é todo seu!

— Acho bom mesmo! – sorri e ele me beijou. O beijo começou calmo, uma simples carícia de lábios, mas eu não queria ficar brincando. Pedi passagem com a língua que foi cedida rapidamente. Ele foi descendo a mão pelo meu corpo até encontrar a barra da minha calcinha e enfiar a mão na mesma tocando a minha intimidade. A boca fez o percurso para o meu busto e encontrou meu seio direito facilmente. Era uma sensação maravilhosa ter ele junto a mim, tão perto. Cada toque fazendo o meu corpo estremecer.

— Oliver... – gemi

— Felicity!

— Oliver...

— Felicity, acorda! - Abri os olhos e uma mistura de decepção e constrangimento tomou conta de mim. Decepção porque era tudo um sonho, e constrangimento porque eu estava no meio da estrada a caminho de Coast City, sentada no banco do carona, com Oliver olhando pra mim com cara de quem estava se divertindo com tudo isso. Olhei para ele e fiz careta.  -  Estava sonhando comigo? – sorriu

— Você nunca vai saber – emburrei a cara e olhei para a janela

— Acredito que sim, estava gemendo meu nome. – corei descontroladamente

— Mentira!

— Oliver... Oliver – tentou fazer uma imitação barata da minha voz

— Eu não falo assim – revirei os olhos

— Não... É bem mais sexy. – piscou

— Já estamos chegando? – tentei mudar de assunto

— Estava sonhando o que comigo?

— Que você era ótimo em trocar fraldas – Trocar fraldas eu não sei, mas tocar em outro lugar ele era maravilhoso, pelo menos no meu sonho era.

— O seu sonho eu era o que?

— Não interessa, Oliver 

— Você que esta falando ai, “pelo menos no meu sonho era” – Ótimo! A gravidez estava deixando a minha boca sem filtro.

— Oliver, eu quero fazer xixi – eu não queria nada, só queria mudar de assunto

— Ainda vou arrancar essa informação de você.

— Vou fazer xixi no seu belo carro.

— Ta bom, chata, vou parar nesse posto – apontou para o posto que se aproximava. – Bom que abasteço. – assenti e ele parou no posto.

Desci do carro e fui em direção ao banheiro. Eu não queria fazer xixi, mas quando sentei no vaso parecia que uma cachoeira estava jorrando de mim. Bem que a Layla disse sobre a bexiga solta.

Sai da cabine e parei em frente a pia, liguei a torneira e joguei água no rosto. Eu estava suando, hoje estava extremamente calor. O final de semana todo ia ser assim. Mas eu não estava suando devido ao clima, eu estava suando devido aquele sonho que ainda estava causando efeitos desconhecidos no meu corpo. Layla tinha falado algo do tipo também. Disse que os meus hormônios estariam à flor da pele. Disse que eu iria querer transar o tempo todo. Então era isso? Eram só os hormônios? Ou era a presença de Oliver? Ou eram os dois? Acho iria descobrir esse final de semana.

Suspirei e me encostei-me a pia. Eu estava disposta a dar uma chance ao Oliver se ele realmente a quisesse. Uma chance de ser pai. Eu não iria forçar nenhuma barra, até porque ele foi pego de surpresa tanto quanto eu. Mas ele estava aqui, fez questão da minha presença na viajem e ainda não tinha saído correndo. A vovó tinha razão, eu devia parar de arrumar desculpas para afastar as pessoas e começar a ver os motivos pelas quais elas deveriam ficar. Oliver tinha um motivo para ficar, Oliver tinha um filho a caminho também. Eu não podia, eu não tinha o direito de tirar isso dele. Se ele jurou que não tiraria o bebê de mim, eu também não podia tirar o bebê dele. Então... Se ele quisesse, eu também iria querer. Mas se ele não quisesse tudo bem também.

Sai do banheiro e fui em direção ao carro, Oliver já tinha abastecido e estava no acostamento me esperando.

— Achei que tivesse fugido – falou quando entrei no carro

— Ainda não.

— Comprei uns sanduíches, você quer? – apontou para um pacote em seu colo

— Não, não estou com fome. – e então minha barriga roncou e ele sorriu

— Tem certeza?

— Passa logo isso!

Ele me entregou o pacote e voltou a dirigir, comi o sanduíche e bebi o suco calada. Meia hora depois a placa escrito “Bem Vindos a Coast City – Lar do Ferris Airlines”

—  O evento beneficente é algo haver com a Ferris? – perguntei com os meus olhos brilhando com esse pensamento. Ferris Aircraft era uma das melhores empresas de tecnologia da aviação, uma das mais avançadas.

— Sim, espertinha! Carl Ferris é um amigo antigo do meu pai e está promovendo esse evento para ajudar a área mais pobre de Coast City. E meu pai está quer fazer um posto de saúde público lá, me pediu para vir resolver sobre as burocracias.

— Gesto nobre seu pai.

— Sim, ele criou um nos Glades também, junto com o pai do Tommy. – me encarou – na verdade essa idéia de postos de saúde vem da minha mãe.

Ele sabia, ele sabia meu receio em relação a mãe dele. Sabia que eu tinha medo que ela tomasse meu bebê de mim, afinal ela era rica e tinha contatos. Quem eu era comparado a Moira Queen? Eu não era ninguém. Mas eu não permitiria que ela tirasse meu bebê de mim. Eu pediria fugir antes que ela colocasse os olhos no bebê. Ela podia ser caridosa com os outros, ajudar os necessitados. Mas ela era matriarca de um império e mesmo assim eu estava disposta a ir à guerra.

— Chegamos – Oliver me tirou dos meus devaneios parando o carro em uma enorme casa branca de dois andares, no lugar das janelas eram enormes vitrais. Aqui de fora nós não conseguíamos ver o que tinha lá dentro, mas com toda certeza de lá de dentro conseguiríamos ter uma linda visão do lado de fora. – Gostou? – perguntou quando saímos do carro

— Oliver a casa é linda

— Eu sei, eu quem escolhi – sorriu abrindo a porta malas do carro, hoje ele estava com um carro diferente de quando ele bateu no meu. Era um Mustang Conversível vermelho, exagerado, porém lindo.

— Como assim escolheu?

— Uma hora você iria descobrir, não é. – colocou as pequenas malas na porta da casa – Afinal não tem uma foto de família lá dentro, nada.

— Você está querendo dizer que...

— Eu comprei a casa só para passar o final de semana com você. – sorriu amarelo

— Oliver, vamos embora agora! – falei voltando para o carro

Como assim ele tinha comprado uma casa só para passar o final de semana comigo? Aceitei vir porque ele foi claro quando disse que a casa era de família. Eu toparia ter ficado em um hotel, ou na minha casa mesmo. Imagina o valor dessa casa. Oliver literalmente era maluco.

— Hey, hey – puxou minha mão – Calma!

— Isso é sem lógica, Oliver! – bufei – Você disse que era uma casa da sua família.

— Agora é – levantou a sobrancelha – Eu comprei não foi? – apontou para a casa – Essa é a mais nova casa de praia dos Queen.

— Oliver... – Ia questioná-lo sobre esse “mais nova casa” que ele tinha dito. Mas ele me cortou.

— Para de ser chata, Felicity. Já está comprada, já estamos aqui. E eu não tenho planos de voltar agora. Permita-se. – Piscou

Revirei os olhos.

— Tudo bem, mas não faça mais essas gracinhas novamente. Ok?

— Sim, mamãe. – sorriu. Eu não acreditei nele. – Já é mais de meio dia, que tal um almoço-lanche da tarde? – falou brindo a porta da casa

— Almoço-lanche da tarde parece ótimo para mim.

Entrei e fiquei boquiaberta com o lugar, a sala era enorme – acho que meu apartamento era do tamanho daquela sala - com sofás e uma espreguiçadeira, não tinha muitas paredes, apenas pilastras o que dava todo o charme do lugar e no fundo tinha uma cozinha americana branca que dava até pena de usar.

— Linda não é? – o olhei. Ele me encarava de um jeito indecifrável me fazendo a pensar se ele falava realmente da casa.

Subimos as escadas e Oliver me mostrou os quartos. O meu ficava de frente para o dele. Ele já tinha tudo programado na mente e eu só conseguia pensa “O que eu to fazendo aqui?”. Mas eu prometi a vovó que me permitiria. E eu não podia ser egoísta e privar meu filho de ter um pai, mesmo que esse pai tenha vindo de pára-quedas e sem aviso. Oliver não tinha culpa. E ele estava tentando. Mas se estava tentando se aproximar de mim ou do bebê, ou de ambos, eu só ia descobrir tendo esse tempo com ele.

Como eu havia dito, ele já tinha tudo programado, disse que hoje ficaríamos em casa, amanhã iríamos à praia e na segunda teria o tal evento.

Oliver cismou que iria cozinhar, mandou eu ir ajeitar as minhas coisas e descansar a viagem que quando estivesse tudo pronto, ele me chamaria. Quem diria... Oliver Queen cozinhando! Fiz o que ele mandou sem reclamar, entrei no banheiro e vi ali uma banheira maravilhosa, não resisti e a enchi. Coloquei a água quentinha e fiquei la dentro até ela esfriar pensando nos pós e nos contras desse final de semana. Cheguei a conclusão de que iria parar de ser tão negativa em relação as coisas e as pessoas.

Decidi que já estava com fome e vesti um short preto e uma regata branca, desci as escadas apressada para ver o que o Master Chef tinha preparado. Quando cheguei na cozinha dos sonhos,  as panelas estavam em cima do fogão, porém nenhum sinal de Oliver. Conclui que ele deveria estar no banho e me sentei no banco que tinha ali para esperar.

Sabe quando você tenta resistir, mas não consegue? Quando a coisa te chama e você não resisti? Então... Foi isso que aconteceu quando eu levantei em disparada resistindo ao cheiro da carne que estava na panela. Tirei a tampa das panelas e vi ali um arroz a piemontese com medalhão ao molho madeira. Foi Oliver mesmo que fez isso? Eu não sei nem deixar a carne no ponto sem queimar a panela.

— Uma colher, uma colher – olhei ao redor procurando uma colher para que eu pudesse ao menos provar o molho da carne, mas tudo que tinha eram pães em uma cesta. Peguei um pão e melei no molho, enfiando na boca logo em seguida. Meu Deus, aquilo estava divino! Peguei a cesta de pães e coloquei ao lado da panela com a carne. Peguei carne com um pão e coloquei o outro pão por cima, fico um lindo sanduíche de medalhão. Lambi meus dedos que estavam todos melados e molho. Peguei outro pão na cesta e passei na minha boca para limpar o excesso de molho.

— Você quer um guardanapo, Felicity? – estagnei com a boca cheia e me virei para olhar para ele – Um prato? Uma colher? Um garfo? – falou se aproximando e rindo. Sorri de boca cheia. Minha dignidade já tinha ido embora a muito tempo mesmo, neguei com a cabeça e continuei comendo. – Pelo visto vou comer sozinho na mesa – neguei com a cabeça de novo – Foi o que pensei. – e riu. – Olha, umas crianças vestida de escoteiras vieram aqui na porta vender uns biscoitos e ganhava um chaveiro de brinde, peguei pra você – só então eu percebi que ele estava com duas caixas de biscoito de chocolate nas mãos. Minha mente entrou em combustão de alegria ao ver aquilo. O que estava acontecendo comigo? Ele colocou as caixas no balcão e enfiou a mão no bolso provavelmente para puxar o chaveiro. E o eu vi me emocionou. Ele tinha em mãos dois chaveiros de coroa, um rosa e outro amarelo. Ele havia pensado em mim, e no bebê também.

— Ah, Oliver...

— Como não sabemos o sexo eu peguei dois. Eu quero o rosa – sorriu – E eu sei que você não tem preferência, então peguei o amarelo que a menina que estava vendendo disse que é unissex – ele estendeu o chaveirinho. Limpei as mãos e peguei. Olhei em a coroa bem atenta, era a primeira coisa relacionada ao bebê que eu ganhava. Nem eu havia comprado algo ainda. Oliver fora o primeiro. Meus olhos encheram de lágrimas.

— Uma coroa, Queen, bem original – falei tentando disfarçar a minha emoção

— Para de fingir que não está emocionada, Smoak. – disse se aproximando mais

— É a primeira coisa relacionada ao bebê que ganho. Eu mesma não comprei nada ainda.

— Então eu acertei

— Sim – assenti e não resisti, o abracei. Fui retribuída com força – Obrigada.

— Eu realmente quero tentar, Felicity, não é fogo de palha não. Talvez minha mãe tenha razão afinal. – falou saindo do abraço para olhar nos meus olhos

— Eu só...

— Ninguém vai tirar a bebê de você.

— A bebê? – sorri – Então você faz parte do time adversário a Layla e John?

— E quem é do meu time?

— Curtis e vovó. – falei indo abrir um dos armários – Onde tem pratos aqui?

— Você ainda vai comer? – fingiu surpresa

— Não me julgue, estou grávida.

Ele riu e veio me ajudar a arrumar a mesa.

A refeição foi agradável e passamos o tempo jogando conversa fora. Ele me contou que quase foi noivo uma vez, porém traiu a futura noiva com a irmã dela um dia antes da festa de noivado. Desde então, isso a cinco anos atrás, não tem relacionamento sério com ninguém.

Eu já havia escutado essa história da Layla, disse que o chefe do John tinha traído a futura noiva. Porém toda vez que ela falava “chefe do John, eu pensava em um coroa. E não nessa perfeição em forma de gente.

O sol estava quase se pondo quando decidimos dar uma volta na cidade. Oliver disse que no píer tinha um parque de diversões e que queria ir lá. Concordei de primeira. Coloquei um vestido branco, um cardigan florido e uma rasteirinha. Pendurei o chaveiro que Oliver havia me dado no zíper da minha bolsa com um sorriso bobo no rosto. 

— Sabe de uma coisa? – Oliver perguntou dando a partida no carro

— O que? – perguntei o olhando

— Eu estou feliz


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Notas finais do capítulo

Já vou avisando que no próximo cap tem treta!
Amei escrever esses momentos deles dois.
O que vocês acharam? Me digaaaaaaaaaaaam!
Comenteeeeeeeeeeeem!
Até quinta eu tento postar outro, MAS NÃO PROMETO NADA NÃO!
Espero que tenha gostado.

PS: Comecei outra fic semana passada, não vou publicar os caps. constantemente igual a UPA não.
Vou por o link aqui, deixem a opinião de vocês lá também.
https://fanfiction.com.br/historia/740262/Secret_Vices/

Sinopse: Felicity Megan Smoak é uma adolescente ingênua, que sempre sonhou com a carreira de modelo. Após a separação dos pais, muda-se para a badalada Star City com a mãe, Donna, e vai morar com uma tia. Quando as dificuldades financeiras começam a aumentar, Felicity vê no seu grande sonho uma oportunidade de melhorar as condições de sua família. Não demora até a ambiciosa empresária Isabel Rochev se encantar com o perfil de Felicity e convidá-la para sua agência de modelos. Nesse novo universo, Felicity recebe uma transformação completa, não só no visual, mas também no seu modo de ver a vida. Só que por trás de todo o glamour das passarelas, existe um esquema de prostituição comandado pela imoral Isabel: o “book rosa”. Felicity vê-se obrigada a participar do esquema para pagar as dívidas da casa onde mora com a família. O seu primeiro encontro é com o poderoso empresário Oliver Queen, que desenvolve uma obsessão imediata pela menina. Felicity deixa-se envolver nos seus jogos de sedução e acaba quebrando a regra mais importante do universo da prostituição: nunca se apaixonar pelo cliente.

PS2: Comenteeeeeem!