Unidos pelo acaso escrita por May Prince


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Nos vemos lá embaixo!
Boa leitura, meus amores!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/739373/chapter/10

O Sol entrava pela janela do quarto atingindo a cama. Eu amava acordar com a luz do Sol iluminando o quarto. Era assim que eu sempre acordava para trabalhar. Mas hoje acordei resmungando, eu não queria levantar. Não queria sair da segurança que aqueles braços em volta de mim traziam. Sorri ao lembrar da noite passada. Eu e Oliver estávamos fazendo tudo ao contrário. A regra era: Se conhecer, se apaixonar, casar, ter filhos. Esse último item estava acontecendo primeiro, e tudo rápido demais. Mas eu não me importo, eu estava bem. Estávamos bem.

Olhei para Oliver que ainda dormia e sorri. O que estava acontecendo comigo, afinal? Suspirei e sai do seu abraço com cuidado para não acordá-lo. Fui no banheiro e fiz minha higiene matinal e decidi ir preparar o café da manhã para nós dois. Panquecas, melado, ovo e bacon, tudo que o meu apetite de grávida queria. Pensei em esperar Oliver acordar para comer, mas desisti porque o cheiro bom da comida estava me consumindo. Me servi com suco de laranja, enchi meu prato e me sentei na mesa.

Quando estava terminando minha refeição, Oliver aparece já de banho tomado e com as meãs roupas de ontem.

— Bom dia, princesa! – falou com um sorriso no rosto entrando na cozinha, apenas sorri, pois estava de boca cheia. – Meu Deus! Nem pra me esperar para comer. – sorriu dando um beijo em minha testa.

— Já falei para você não implicar comigo, sou uma gestante.

— Desse jeito quando deixar de ser gestante, vai ser obesa. – falou sentando ao meu lado e se servindo

— Tem quem goste – pisquei 

— Eu – piscou de volta

— Você acorda sempre tarde assim?

— Não. Hoje é minha folga, e por isso vou ao médico com você.

— Oi? – como assim ir ao médico? Eu estava ótima!

— Sei que passou mal ontem o dia inteiro, e também sei que ainda não fez o pré-natal. – deu uma pausa para beber o suco – Então liguei agora para Tommy e marquei, será hoje a tarde.

— Tudo bem então... – me senti um pouco culpada, eu havia marcado a consulta para semana que vem, um dia em que Layla e Curtis poderiam ir comigo. Mas eu via nos olhos de Oliver o quanto ele queria aquilo, via a preocupação dele, via que ele queria estar presente. Talvez eu pudesse ir nos dois dias, hoje e na semana que vem. Mas também teriam várias outras ultras ao longo desses nove meses.

— Eu falei com Layla e Curtis, sei que são muito importantes para você. Eles disseram que não se importavam – sorriu – Layla falou que você não foi a nenhuma ultra dos filhos dela

— A Layla é uma mentirosa! – meneei com a cabeça, eu ia a todas as consultas que o John não podia ir - Você pensou em tudo né!? – falei me levando e me jogando em seu colo

— Facilitar e nunca atrapalhar

— Vou ficar mal acostumada

— Eu deixo – beijou meus lábios, e só foi encostarmos os lábio que aquele fogo que se alastra todo vez que ele me toca, voltou a incendiar. Intensifiquei o beijou e passei uma perna em volta de seu quadril, mas ele me parou.

— O que? – perguntei fazendo careta e me levantando

— Tem algo que não contei – apertou os lábios entre os dentes, permaneci calada para que ele continuasse  - Eu marquei um jantar pra gente

— E que mal tem nisso? – bebi meu suco

— Com a minha família – me engasguei, comecei a tossir e Oliver se levantou e começou a afagar minhas costas. – Vai ficar tudo bem

— E aquela história de “esperar para que eu me acostume com a ideia primeiro”? – falei me recuperando e olhando para ele – Você nem me comunicou, Oliver

Eu costumava tomar minhas decisões sozinha, sem ninguém tomando as rédeas ou sem pedir ajuda. Oliver estava bagunçando tudo. Não de um jeito ruim, mas eu não estava habituada a isso, não estava acostumada com alguém tomando a frente por mim, pelo visto Oliver gostava de se manter a frente.

— Não fiz por mal – falou me enlaçando pela cintura e beijando meu pescoço. Fechei os olhos para sentir melhor aquela sensação maravilhosa. Mas eu sabia o que ele estava fazendo!

— Para de tentar me distrair – disse me afastando dele – Porque não me avisou?

— Amanhã temos um evento no hospital, minha mãe quer leiloar um dos quadros da coleção dela para arrecadar fundos para a ala infantil dos Glades.

— Hmm?

— Você prefere conhecer minha família em um jantar casual ou em um evento cheio de gente? Porque amanhã você será minha acompanhante.

Eu não tinha pra onde fugir, eu queria Oliver na minha vida, então eu tinha que me fazer presente na vida dele, me fazer presente nos assuntos que interessavam a ele. Negar o pedido dele de acompanhá-lo no evento estava fora de cogitação, porém ele tinha razão. Era melhor conhecer sua família em um jantar do que no meio de desconhecidos e da imprensa. Então e simplesmente aceitei.

(...)

— Me contem isso melhor, eu achei que vocês iam se odiar – perguntou Tommy enquanto preparava o endocavitário para fazer a ultra.

E novamente aqui estava eu de pernas abertas para Tommy, só que dessa vez Oliver estava do meu lado. Na verdade Oliver estava com uma cara bem esquisita.

Oliver tinha ido em casa antes de me buscar para virmos ao consultório. Voltou em menos de uma hora, e eu senti faltada sua presença enquanto esteve fora.

— Você vai passar isso na barriga dela, não é? – franziu o cenho

— Claro – falou ligando o visor – Que não, Oliver. Você sabe que é muito cedo pra fazer pelo abdômen, a ultra é transvaginal

— Você vai enfiar isso nela? Não tem necessidade. Foi uma péssima ideia. Vamos para outro médico, uma mulher de preferência. – Era só o que me faltava, pensei

— Você não é o único em enfiar coisas nela aqui – falou posicionando o equipamento.

— Hey, eu to aqui gente! – falei rindo

— Felicity, vamos trocar de médico

— Cala a boca! – falei olhando-o

— Eu gosto dela, pulso firme – sorriu Tommy e Oliver bufou olhando para o visor que começava a aparecer uns borrões – Muito bem, casal. Com um pouco de sorte ouviremos o batimento cardíaco.

— É aquela coisinha ali? – perguntei emocionada apontando para o visor

— Sim – Tommy olhou de mim para o visor, e do visor para Oliver

— O que foi, cara? Está tudo bem? – Oliver perguntou segurando a minha mão

— Está tudo bem... É que... – e então começou, parecia um batuque rápido de tambor, frenético e acelerado. O batimento do meu bebê preencheu a sala e meus olhos encheram de lágrimas, olhei para Oliver que olhava para o visor abobalhado, e logo em seguida me deu um beijo na testa – Vejo outro coração batendo – Tommy sorriu

— Meu Deus! – Oliver sussurrou quase inaudível. Sua voz tava tensa. Ele já sabia o que estava acontecendo!

— Ele tem dois corações? – perguntei assustada – Eu não sabia que isso era possível

— Não, Felicity – sorriu – Você que tem dois bebês

Fiquei boquiaberta, e agora? Se eu já estava com medo de não conseguir dar banho e um bebê, imagina em dois? Como eu ia cuidar de dois? Tudo em dobro. Um dormia e o outro acordava, e quando eu colocasse aquele que acordou pra dormir, o outro que estava dormindo iria acordar. E se eles fossem idênticos, como eu ia saber quem era quem? Como eu ia saber quem já mamou e quem não mamou ainda?

Eu estava em pânico.

Me levantei da maca sem dizer nada, eu ouvia as conversas de Oliver e Tommy, mas não prestei atenção.

Dois bebês!

DOIS bebês!

DOIS BEBÊS!

Eu literalmente estava em pânico!

Coloquei meu vestido rosa no pequeno banheiro e ajeitei meu rabo de cabalo e meus óculos, eu estava suando de nervoso.

— Eu fecundei dois de uma vez – Tommy se gabava sentado na sua cadeira

— É, mas o esperma é meu. – Oliver falou e quando percebeu minha presença me lançou um olhar tenso. Eu sabia o que viria quando saíssemos do consultório.

— Mas eu quem fecundei, sou pai também – piscou – Se não fosse por mim você não teria filho

— Pai o cassete! Eu só te perdoei porque a Felicity mandou, mas eu ainda te odeio

— Odeia ele por ter te dado um... Um não, dois filhos? Você ainda pode correr, ainda da tempo – falei séria olhando para o nada. Eu já falei que eu estava em pânico?

— Então, mamãe, como está se sentindo? – Tommy me cortou sorrindo da cara de Oliver.

— Amedrontada ainda não é a palavra. Um nível maior, talvez.

— É normal – sorriu – falou assumindo um olhar profissional -  Pelo que eu pude ver, seus gêmeos são bivitelinos, dois óvulos e dois espermatozóides diferentes, eles não são necessariamente idênticos, podem simplesmente ser muito parecidos ou ter algumas similaridades, como qualquer outro par de irmãos, com a diferença de ter nascido juntos.

— Eu não ficar em dúvida de qual já se alimentou? – perguntei e Tommy sorriu. Oliver estava com uma expressão indecifrável

— Não, Lissy, não vai – Tommy falou e começou a receitar diversas vitaminas para melhor desenvolvimento dos bebês, ele explicou tudinho e passou uns remédios.

Nos despedimos e pedi para tomarmos um sorvete na praça em frente a clínica, Oliver prontamente atendeu meu pedido.

— Você ta muito calada – Oliver falou sério me puxando para sentar no banco da praça

— É agora que você vai embora? – olhei para ele -  Isso é muito, Oliver. Isso é muito mais do que eu imaginava, do que eu planejava. Muito mais do que você esperava. Eu comprei um berço na internet sabia? Um berço grande, mas eu comprei só um. O outro bebê vai dormir aonde? E se eu esquecer um deles no parquinho, ou no mercado?

— Felicity, não pira. – segurou a minha mão – Você vai ser uma mãe maravilhosa, mas... - ele cruzou os braços e se acomodou no banco

— É agora que você vai embora?

— Olha... Um filho já é bastante. Dois é uma multidão. – franzi o cenho e ele segurou minha mão – Eu to me acostumando em sermos um casal ainda, agora você vai ter uma multidão. Ta pronta pra isso?

— Oliver...

— Não, deixa eu terminar. Eu não vou embora, nunca. Eu só...

— Só precisa se acostumar com a ideia? – Eu entendia ele, eu também precisava. Tudo que estava acontecendo era novo demais, Oliver não estava acostumado em estar em um relacionamento, Oliver nunca planejou filhos e agora estava vindo dois.

— Sim – enfiou a mão no bolso e me estendeu as chaves do carro – Vou tomar um ar, te encontro mais tarde para irmos ao jantar. – dizendo isso ele levantou e saiu

Eu estava morrendo de medo que aquilo fosse o fim de algo que estávamos começando. A decepção me tomou, achei melhor ir embora ao invés de ir atrás dele. Oliver precisava de um tempo, precisava digerir, eu também precisava.

POV OLIVER

Tentei a todo custo não demonstrar meu desespero na frente dela, tentei a todo custo me manter calmo. Eu sabia que ela estava assustada, sabia que ela precisava de mim. Mas ela não precisava do Oliver aflito, ela precisava do Oliver calmo para acalmá-la. Preferi sair de perto, me acalmar e então voltar para Felicity. 

Eu, Oliver Queen, com medo? Quem diria!

Dois bebês!

DOIS bebês!

DOIS BEBÊS!

Eu não estava preparado nem para um. Mas eu estava tentando, tinha comprado até uma roupinha amarela para o bebê, mas eu comprei UMA. Eu teria que voltar na loja...

As únicas crianças que eu tinha contato eram os filhos do Dig, e eu via o quanto a Sara era  uma criança educada e calma, JJ ainda era um bebê. Mas eu sabia que nem toas as crianças eram iguais, eu já me assustava o fato de ter um pestinha bagunçando a casa, AGORA SÃO DOIS PESTINHAS!

— Sai daqui agora, meu irmão – um cara moreno baixinho e forte veio na minha direção com umas bolsas de criança penduradas no seu ombro. Então olhei em volta e reparei onde eu estava, no parquinho. – Eu não quero fazer escândalo – meneou com a cabeça – Então tira as mãos do seu bolso e cai fora daqui - Ele estava falando comigo? Olhei para os dois lados achando que tinha alguém próximo a mim. – Não adianta se fazer de desentendido não, meu irmão, é contigo mesmo que eu estou falando. O único pervertido com as mãos no bolso.

— O que? – perguntei sem entender – Eu não sou nenhum tarado não – tirei as mãos do bolso

— Se você não tem filhos, então suma!

— Eu tenho filhos, ok? Dois.

— A é mesmo? – cruzou os braços

— A duas semanas eu nem sabia da existência dela, eu nem sabia que ela estava grávida, mas aí ela me aparece, e com gêmeos. E meu melhor amigo que é o ginecologista que fecundou ela. Meu melhor amigo viu a vagina da minha mulher primeiro que eu. – soltei tudo de uma vez só

— Eu sei bem do que você precisa. – sentou no banco que estava ao nosso lado e depositou a bolsa ali, tirando de lá uma caixinha de suco de uva e me estendendo.

— Como minha vida virou de cabeça para baixou do nada? – suspirei e coloquei as mãos na cintura

— Pega o suquinho – balançou a caixinha. Me dei por vencido e sentei ao seu lado pegando a caixa de suco

— Como abre essa coisa? – perguntei rodando com a embalagem na minha mão

— Tira a camisinha – falou tirando o canudo do plástico - e enfia no buraquinho que tem o feixe – falou enfiando o canudo na caixa.

— Depois eu que sou pervertido – falei fazendo o que ele disse. Ele gargalhou. Comecei a beber o suco – Eu estou zonzo.

— Isso é normal, bro. Piora depois

— Você não está ajudando. – cocei a testa – Qual é o seu?

— Eu tenho três

— Três? – Eu estava em desespero, pois teria dois.

— Isso – apontou para o escorrega onde uma menina morena de cabelos enrolados estava pronta para descer – Aquela lá é a mais velha, Elizabeth – Apontou para o balanço – Aquele ali é meu do meio, Bill – apontou para o cercado de areia – Aquele ali é o Jack, o mais novo

— Mas o Jack ta comendo areia – falei franzindo o cenho

— Eu sei... Depois de ter o terceiro, você não vai ligar nem um pouco pra isso – assenti ainda de cenho franzido

— Como é esse isso de ser pai?

— É ótimo! – falou com uma voz que demonstrava que queria dizer ao contrário – Exceto pela falta de sono, de tempo livre, de sexo com a minha mulher, sinto falta das sextas pelados na sala... O vinho...

— Não era isso que eu queria ouvir. Sério mesmo.

— Então... – virou para mim – A melhor palavra para descrever é... Horrível – o olhei assustado – É horrível, horrível, horrível. Mas e aí – levantou o dedo indicador – Acontece algo incrível! E depois vira horrível, horrível, horrível. Aí vem a coisa incrível de novo, e ficamos nessa todos os dias. É assim todo dia. E eu fico querendo a minha vida antiga, de sexta pelados. – olhou pro menino comendo areia – Mas aí eu vejo um pequeno momento, um momento mágico, tão cheio de vida que faz tudo isso valer a pena – virou pra mim e me deu dois tapas no ombro – Vai ser a melhor coisa que você já fez – voltou a beber o suco. Sorri com isso, do jeito dele, ele quis dizer que ser pai tinha seus altos e baixos, mas olhar para o seu filho feliz e cheio de vida, fazia todo momento ruim valer a pena. Mas que tudo agora eu queria correr para Felicity e dizer que amava aqueles dois bebês com toda a minha força e que eu estaria com ela em todos os momentos ruins, dizer que os momentos ruins fariam os momentos bons valerem a pena.

O menino, Jack, que estava comendo areia se aproximou de nós sorrindo.

— Papai! Papai!

— Oi, filhão... – pegou o pequeno no colo sorrindo

— E esse é um dos momentos incríveis, não é? – sorri

— Sim, esse é um deles! – assentiu – O que você tem na mão, filho? -  perguntou olhando para a mão fechada do menino

—Cocô. – abriu a mão mostrando.

— Ou nem tão incrível assim – me olhou com cara de nojo, a feição dele devia ser o reflexo da minha. – É cocô de gato filho?

— Não

— É seu cocô, né?

— Não

— Aí meu Deus, o cocô nem é dele! – me olhou assustado – Tenho que ir, cara – assenti olhando-o assustado - Lizzie, Bill, encontrem comigo no banheiro! – gritou se levantando e saiu

E o que eu acabei de aprender? Nunca deixar meus filhos brincarem no cercado de areia.

Suspirei e me levantei. Precisava ir até Felicity. Eu não ia deixar ela sozinha, nunca. Eu queria ela e meus filhos ao me lado. Se a duas semanas atrás você me perguntasse como eu via meu futuro, eu te diria "Me vejo solteiro, sem ter com o que me preocupar e saindo com belas mulheres", se você me perguntasse hoje como eu via meu futuro, eu te responderia "Sentado em uma varando com Felicity vendo nossos filhos correrem". Eu já sabia o que eu tinha que fazer, não podia deixar ela ir embora da minha vida, e ela precisava saber disso. 

POV FELICITY

Dois bebês.

Oliver fugindo.

Dois bebês.

Oliver fugindo.

Essas frases rondavam a minha mente me causando claustrofobia. Eu precisava desesperadamente me acalmar. Então fui ao grupo de mães solteiras e contei sobre os gêmeos.

— Porque esta tão chateada, Felicity? – a grávida de roupas largas que descobri se chamar Talia me perguntou – Teve muita sorte! Engravidar na primeira tentativa é raro... E de gêmeos? É quase inédito!

Peguei um saco e comecei a respirar com ele para ver se me acalmava. E se Oliver fosse embora?

— Tudo bem! Tudo bem! – falou Isabel balançando os braços – Deixem ela se acalmar. Alguém gostaria de falar algo?

— Eu! – uma mulher negra ao meu lado falou – O Bryan tem dificuldades, ele sempre pergunta porque os amigos tem dois pais e ele, um. – toda a sala murmurou um “ah” de pena – Sabia que isso ia acontecer, mas não esperava que fosse tão rápido.

— Eu conheci o pai do meu bebê, ele é incrível, ele cuida de mim como ninguém mais...

— Ei, era a minha vez de falar...

— Shiiiii, agora eu – falei para não perder a coragem – Ele é o tipo de cara que eu nunca imaginei conhecer. Descobrimos que ele era o pai e depois foi tudo tão rápido, e agora para que ele vai fugir porque descobriu ser gêmeos e... Eu estou com tanto medo...

— Felicity, o grupo de chama “Mães solteiras com Orgulho” – interrompeu a mãe de Willian

— Eu sei, abaixei a cabeça, eu seu disso – suspirei – Me desculpem. – mordi o lábio – Eu não planejei nada disso, aconteceu. Oliver apareceu de paraquedas e eu já estou completamente apaixonada por ele. - Sim eu estava, por mais que eu tentasse negar, eu estava perdidamente apaixonada pelo pai dos meus bebês, cada toque dele me arrepiava, cada gesto dele para comigo me derretia por completo, e eu estava apavorada com a possibilidade dele ir embora. Eu queria ele comigo, queria que essa família que poderíamos construir desse certo. – Eu estou com medo de que ele não fique. O que eu faço? – Olhei para Isabel

— Querida, eu não sei – ela suspirou por fim – Isso esta fora da minha especialidade

— É, somos um grupo de mães solteiras – Talia falou – Não temos como dar conselhos ara fazer o pai do seu filho se comprometer – acariciou a grande barriga

— Eu sei, desculpe.

— Talvez você deva procurar um grupo diferente – a mulher que eu interrompi falou

— Ah, na! Eu gosto de vocês – falei

— Eu acho – Isabel estalou os dedos – Eu acho que nós devemos votar sobre isso. Você está em um momento, em um ambiente muito – estendo a palavra -  diferente do nosso. Vamos ter que voltar! – todas assentiram

— A votação é agora? – perguntei

— Ah não! Terei que contatar todas as mamães e entrarei em contato com você.

— Ok!

Me despedi de todas e sai. Era melhor eu ir embora, eu estava exausta. Meu emocional estava exausto. Entrei no carro de Oliver e dirigi até em casa.  Quando estacionei o carro, me assustei com Oliver sentado nos degraus de entrada do prédio.

— Hey – ele falou quando me viu , sorri. Ele ainda estava aqui afinal – Senta aqui. – Fiz o que ele pediu reparando nas sacolas ao seu lado

— O que é isso?

— Sua comida preferida do Big Belly

— Cheddar?

— Esse mesmo – sorriu e retribui o sorriso

— Olha, eu não espero que você fique. – falei me levantando e ficando de frente para ele que se levantou e acariciou meu rosto.

— Eu não espero que você espere que eu fique. Vou ficar porque eu quero, porque eu amo esse... esse não, esses bebês mas que tudo. Eu quero ficar porque não me imagino mais sem eles ao meu lado, ou sem você. – sorri e o abracei e ele me apertou com força

— Eu estava com medo de que você fosse embora.

— Você nunca mais vai se livrar de mim. – deu um beijo em meu pescoço - Eu sempre estarei aqui.

— Que bom – me afastei – Agora me passa esse hambúrguer aí – estendi a mão e ele pegou me puxando e me dando um beijo demorado.

— Lá em cima! - sorriu - Vamos nessa? – seu sabia que ele não estava falando sobre subir pro apartamento.

— Com certeza!

(...)

Olhei meu reflexo no espelho, vestia um vestido azul e com detalhes brancos e um saltinho preto, deixei meus cabelos soltos e fiz uns cachos na ponta, maquiagem leve. É, eu estava bonita.

Suspirei e coloquei uma mão em minha barriga. Eu estava mais calma com a ideia de ter gêmeos, agora eu só precisava de uma casa maior, com um quarto maior, um carro maior, uma conta bancária maior... Eu já estava entrando em pânico de novo. A campainha tocou me tirando do meu pequeno ataque. Era Oliver. Peguei minha bolsa e fui para a porta.

— Você está linda, princesa! – falou me dando um selinho assim que eu abri a porta

— Obrigada! – sorri

— Vamos?

— Sim!

O percurso até a casa dos pais de Oliver foi tranquilo, ele contava histórias engraçadas sobre as crianças que atendia, e sobre as mães que davam em cima dele. Eu não gostei da última parte.

— Chegamos – ele falou parando o carro em frente ao enorme portão de ferro e apertou um pequeno controle para que a porta abrisse.

— Eu subestimei o quanto a sua família é rica – murmurei olhando para a enorme mansão. – Isso aqui é enorme, Oliver.

— É sim, eu me escondia muito por aí pra fugir da minha mãe. – falou estacionando o carro

— Deus queria que os bebês não puxem a você – sorri

Oliver deu a volta no carro e abriu a porta para mim. Sorri agradecendo e enlaçamos nossas mãos. Ele abriu a grande porta de madeira e me puxou para dentro.

— Chegamos! – gritou . E em questão de segundos três pessoas apareceram com um esbanjando beleza – Onde está meu querido cunhado?

— Roy ficou preso no trabalho – falou a garota, essa devia ser Thea Queen – Nos apresente ela, Oliver, não fica ai com essa cara de lesado!

 - Mamãe, pai, Thea – falou sorrindo – Essa é...

— Sou Falicity – sorri nervosa – Mas vocês já devem saber disso.

— Oh! Sabemos sim, queria – disse a mulher mais velha, Moira Queen – Eu estava muito ansiosa para conhecê-la – falou vindo até mim e esticando os braços – Posso?

— Sim! É claro! – falei a abraçando. Seu abraço era aconchegante

— Eu estava doido pra conhecer a moça que colocou rédeas no meu filho – disse me cumprimentando

— Não começa, Robert – falou Moira

— Na verdade eu não fiz nada, ele mudou sozinho, Sr Queen. – sorri

— Ah, não Felicity. Somos Moira e Robert – Moira disse sorrindo – Sem essas formalidades, afinal agora somos da mesma família.

— Vocês são muito chatos, deixem ela em paz – Thae disse parando na minha frente – Enfim eu tenho uma cunhadinha. Vem cá – me puxou para um abraço

— Só Felicity que ganha abraços e beijos? Estou sendo trocado, mãe?

— Está, querido. – assentiu me olhando – Vamos jantar, só estávamos esperando vocês.

Eu achei que iria encontrar uma mulher fútil, que se achava superior a todas as outras, mas Moira era completamente diferente do que os tablóides nos passavam. Ela tinha um olhar terno e maternal - me fazia lembrar a minha mãe -, seus olhos azuis passavam calmaria, e seu sorriso era aconchegante. Thea não saia muito em manchetes, ela era linda, uma versão feminina de Oliver. E Robert era um Oliver mais velho. Um a cara do outro, nem precisava de exame de DNA algum. A família Queen tinha traços fortes.

— E então... – Moira começou quando já estávamos todos sentados á mesa – Oliver disse sobre o bebê. Como ele está?

— Você não contou a ela o que descobrimos hoje, Oliver? – perguntei o olhando, ele meneou a cabeça sorrindo

— Contou o que? Está tudo bem com o meu neto? – Robert perguntou preocupado

— Não, Sr. Qu... Robert – falei – É que... – olhei para Oliver

— São gêmeos, pai

— Oh meu Deus! – Thea e Moira falaram juntas e Robert abriu um grande sorriso.

— Eu vou ter dois quartos pra arrumar – Thea bateu palmas

— Oh, querida – Moira se levantou da mesa e veio até mim, me coloquei de pé – Você não sabe a felicidade que você está trazendo pra nossa família. – segurou minhas mãos – Eu não podia estar mais feliz. Robert, ganhamos uma nora linda e dois netos tudo de uma vez. – seus olhos encheram de lágrimas e então me abraçou.

Ainda abraçada a Moira eu olhei para Oliver, que me encarava com um sorriso no rosto e um olhar de “Eu te disse”. Sim, ele disse que Moira nunca ia me fazer mal em relação ao neto, aos netos. Ela nunca tomaria meus filhos de mim, percebi isso quando eu a peguei encarando os filhos durante o jantar. Ela os olhava como se fossem as coisas mais preciosas do mundo, e na verdade no mundo dela eles eram. Moira nunca deixaria uma mãe sem seu filho, porque ela não se imagina sem os dela. Porque mais que ela tenha armado tudo com o Tommy, ela só estava fazendo o que achava certo para ver Oliver feliz. E eu via no olhar de Oliver que ele estava feliz, assim como eu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então????????
O cara da praça eu me inspirei no Rene, o Cão Raivoso. Porém no filme o cara da praça não se apresenta, só em outra cena. Então... ainda veremos mais Rene por aí. Eu gosto dele na série, e vcs?
Posso adiantar que Thea vai ganhar mais destaque, EU AMO ELA!
Eu queria colocar um draminha na fic, eu adoro drama kkkkk Gravidez de risco talvez? Um princípio de aborto que rapidamente vai ser solucionado? Um atropelamento? Sei que no filme não tem nada disso, mas... Deixem opiniões e ideias.

Genteeeeeeeeeee, eu gosto de compartilhar música. Sou uma pessoa muito eclética, vou do rock ao sertanejo kkkkkkkkk

Ultimamente essas músicas não saem da minha mente:

— https://www.youtube.com/watch?v=78UWI8GBbQA (essa é tão maravilhosa ♥)
— https://www.youtube.com/watch?v=W7njkMu1SnQE (essa aqui abala com o meu emocianaaaal)

Não esqueçam de comentar!!!!
Beijos!

Ahhh!! Comentem!