Capítulo 1- 

POV Clary

Olhei para Isabelle impaciente que me olhou da mesma forma, estávamos sentadas em frente à minha tia Maryse mãe de Isa e ela outra vez estava nos passando o sermão sobre como não podemos ir em missões que não foram autorizadas e que nem tudo se resolve na base da pancada.

—Meninas estão me ouvindo?- Maryse chamou nossa atenção, era óbvio que não estávamos ouvindo-a, eu estava olhando pro teto e Isa devia estar mexendo nos cabelos como sempre faz quando brigam com nós- OLHEM para mim- Tudo bem meio que deu medo o seu tom de voz

—Estamos olhando mamãe- Isa disse se arrumando na cadeira e eu fiz o mesmo

— Não estão e eu conheço bem vocês para saber disso, olha eu cansei! - Ela suspirou e jogou as mãos para o alto, eu olhei para Isa com interrogação, o que isso significava?

— Tia pode me dizer o que significa?- Me pronunciei pela primeira vez

— Significa que eu vou seguir um conselho que venho recebido desde a primeira vez que quebraram as regras

—E que conselho seria esse?- Isa tirou as palavras da minha boca

—Vocês iram viver com seu irmão Alec em Nova Iorque

—O QUE?- Gritamos juntas e nos levantamos

— Abaixem o tom- ele diz apontando o dedo- Vocês não são surdas escutaram muito bem o que foi dito

— Mas mãe e aquele papo de que os Ligthwood devem fazer sua própria carreira sem depender de ninguém?

— Você não dependerá Isabelle, eu nem sei porque segui a sugestão da Jocelyn em mandar cada um de vocês pra um instituto

— Tia- eu chamei a sua atenção- Mamãe disse aquilo por que acho que seria melhor para nós fazermos a nossa carreira sem estar perto de parentes, aliás é por isso que estamos em Londres não é?, aqui nenhum Morgenstern e Lightwood vivem ou comandam- Eu defendi a minha mãe, apesar de não ser assim que eu pensava porém eu sabia que era dessa forma que as coisas funcionavam na nossa família, Sebastian estava na Tailândia comandando o Instituto de lá e desde que saiu de casa nunca mais entrou em contato com os nossos pais, as vezes falava comigo mas ambos estávamos ressentidos com a política de nossas famílias. Eu não tinha visto a minha mãe desde que estávamos em Londres e isso são mais de seis meses

— Eu sei Clary, e é assim há um bom tempo, mas vocês não colaboram- exclamou- Eu dei muitas chances para vocês  e as desperdiçaram e agora Jace e Alec serão responsáveis por colocarem juízo e segurarem vocês- Eu dei um pequeno sorriso com a menção de que alguém poderia nos segurar-Pode tirar esse sorriso da cara Clary, você não ouviu a parte de que Jace será responsável também? - eu franzi a testa

— Jace Herondale?- perguntei lembrando do garoto dos cabelos loiros que eu vivia implicando só por implicar e lembrando de algo mais do que eu gostaria agora

— Esse mesmo e você sabe quem é- Eu bufei com a menção do seu nome, Jace seria uma pedra no nosso sapato. Ele não era tão responsável assim, na verdade pelo que me lembro ambos trapaceavam bastante com agente em Idris, mas eu tinha ouvido falar que agora ele era o Líder do Instituto de Nova Iorque e Alec o seu braço direito, é obvio que eles tinham mudado ou a tia não nos colaria no instituto que ele comanda

— Mas mamãe Jace e Alec nem são tão responsáveis assim- Isa tentou argumentar

— É verdade não são- Tia Maryse pareceu pensar e começou a brotar um sorrisinho em nossos rostos- Mas ainda servem para ensina-las e cuidarem de vocês- o sorriso se desfez na hora e eu bufei

— Ah sério isso? então você podia me mandar pra Tailândia onde Sebastian está, aposto que ele é mais responsável que os dois

—Desistam, eu não as mandarei pra Tailândia pois sabem que com o poder de  de convencimento que ambas tem, irão praticamente mandar em Sebastian. Tirando o fato que dois homens são melhores que um só para olhar vocês- disse dando aquele sorriso que eu não gostava- E tem o fato de que terão membro das famílias mais importantes no Instituto, vocês sabem como os sobrenomes de todos os quatro é precioso

— Mas mamãe...- Isa nem terminou de falar

— Sem mais Isabelle Lightwood respeite a minha decisão e vão fazer as malas logo

— Deixa Isa, devíamos saber que não temos o poder de opinar na nossa família, só quando é conveniente ou nos obrigam- eu disse cruzando os braços

— Você sabe que não é assim- Maryse disse me dando um duro olhar

— Eu sei como funciona o legado dos sobrenomes, não precisa me lembrar ou ficar falando disso- eu a alfinetei

— Vou ignorar o seu tom Clary- eu dei de ombros sem me importar

— Quando vamos então?- Isa quem perguntou dessa vez

— Amanhã mesmo, não vou dar espaço para vocês fazerem outra bagunça, e é por isso que deixarei um guarda na frente do quarto de vocês e nem pensei em pular a janela por que ela estará selada- piscou e eu abri a boca incrédula

— QUAL É?- eu gritei levantando os braços, mas tia Maryse me calou com um olhar e apontou pra fora da Sala, Isa pegou o meu braço e saímos em direção ao nosso quarto, sim dividíamos um quarto pois não íamos ficar sozinhas em um ambiente estranho. No caminho várias pessoas nos olhavam de baixo a cima e eu me estressei

— AH QUAL É! Vão mesmo ficarem nos olhando descaradamente? - Isa apertou meu braço com força e eu a ignorei

— Não fomos nós que seremos transferidas- uma garota loira disse e nem sei o nome dela

— É e não são vocês que carregam um dos melhores sobrenomes também- eu disse gesticulando com braços, só pra cala-los de vez- Aliás pelo que eu me lembre somos melhores que todos vocês juntos- Isa sorriu e dessa vez eu a puxei para o quarto, eu sei que calei todos, ao mesmo tempo que odiava o legado do meu sobrenome eu o amava pois as pessoas sempre ficavam com medo de nós. Chegamos no quarto e sentamos na cama, nos olhamos e começamos a rir ou melhor gargalhar

— Eu- Isa tentava respirar-Não acredito nisso- ela exclamou com uma voz estranha

— No que exatamente?

— Em tudo que aconteceu, como Maryse pode nos transferir para Nova Iorque?- Isa quase não chamava tia Maryse de mãe

— Nossos pais podem tudo e são imprevisíveis quanto a isso, você os conhece bem, Sebastian teve que acatar a ordem de ir para Tailândia que nem é um lugar que tem tanto demônios assim- eu bufei

— Não, e todo aquele papo de que cada um deve fazer o seu nome sem interferência? Onde foi parar?

— Jogaram no lixo- eu respondi dando de ombros- Agora teremos que aturar Jace Herondale e seu irmão Alec no nosso pé- Jace era como um mini tormento pra mim, e mais uma vez as lembranças que não queria vieram à minha mente

— Tem uns dois anos que não o vejo, ele nem aparecia mas em casa

— E eu deve ter uns sete anos que não os vejo- disse fazendo uma careta

— Quantos anos tínhamos mesmo quando eles foram para Nova Iorque?- Isa me perguntou

— Tínhamos dez já que eles são dois anos, mas velhos que nós- Disse meio óbvio- Isso é um absurdo meninas terem de ficar em Alicante até os dezesseis e só depois ir para os Institutos – Eu bufei me levantando

— Não são todas as meninas, você sabe- Isa levantou também-Só as famílias que são de extrema importância dentro nosso mundo, afinal os seus descendentes são importantíssimos- Eu ri da imitação de Isa da mãe dela, tia Maryse sempre dizia isso pra nós quando questionávamos o porquê de ficarmos em Idris

— Vem vamos logo arrumar as malas e nos prepararmos pra detonar em Nova Iorque- Rimos batemos os nosso quadris, esse era nosso cumprimento.

POV Jace

Ainda não acreditava na carta que tinha acabado de receber da tia Maryse, como ela nos diz que cuidaremos da Clary e da Isabelle de agora pra frente por uma carta? Ela nem se dignou a vir pessoalmente. Meus pensamentos foram interrompidos quando alguém bate na porta do escritório

—ENTRA- eu gritei dando a permissão, sabia que era o Alec pois tinha mandado chama-lo

— Ei porque mandou me chamar? - Alec perguntou, mas eu só apontei pra cadeira a minha frente, ele se sentou com um olhar de interrogação

— Escuta só o que a querida Maryse nos mandou- “Boa tarde Jace e Alec, sinto muito não poder comunicar isso pessoalmente, mas as coisas se complicaram aqui no Instituto de Londres onde Clarissa Morgenstern e Isabelle residem, elas passaram dos limites dessa vez, não obedecem a nenhuma regra, são insubordinadas e meio rebeldes por dizer assim. Rebeldes de verdade não só na brincadeira, vocês devem ter ouvido algo sobre elas, e é por isso que resolvi manda-las para vocês em Nova Iorque, sei que só são dois anos mais velhos e sei também que já estão acostumados a esse mundo, as meninas só saíram de Idris a seis meses e mal conseguem seguir um caminho sem questiona-lo primeiro. Sei que vocês a treinaram e resolverão a situação. ”

— E agora? Oque faremos? – Alec fez a mesma pergunta que eu quando vi a carta