Feather escrita por Prince2aeng


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

#Taehyung ganha uma vida melhor
#Yoongi não consegue mais negar seus sentimentos
#Como NamJin se descobriram
#Revelações!!!



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Taehyung não sabia explicar a onda de sentimentos que existia dentro dele nos últimos dias, desde a primeira noite no estúdio. A vida dele tomou uma nova rotina que se resumia aos sorrisos aconchegantes de PJ, que descobriu que era um ano mais velho que Yoongi, sendo o hyung de todos.

 

Jihoon, que Taehyung ainda não entendia porque o garoto insistia em ficar no estúdio até tarde se ele sempre acabava dormindo em cima do caderno de letras dele. Mas ele era uma pessoa agradável, sendo apenas um ano mais novo. O moreno nunca teve um dongsaeng, então ele estava empolgado como havia se dado bem com Jihoon.

 

Também esbarrava vez ou outra com Kihyun, o outro rapaz de cabelo rosa. Ele era da idade de Yoongi e era uma pessoa bastante agradável apesar de ter um temperamento curto. Por sorte Taehyung ainda não havia sido vítima das patadas dele.

 

Ouvia falar bastante de Changkyun, mas ele era dois anos mais novo, e haviam se esbarrado apenas uma vez quando ele estava esperando Kihyun terminar de gravar. Foi engraçado descobrir que apesar de tão grudados um com o outro, eles não eram soulmates.

 

Namjoon era uma pessoa incrível. Taehyung aprendeu que apesar de extremamente desastrado, a profundidade das conversas dele eram muito parecidas com a sua, fazendo com o que o moreno idolatrasse o mais velho. Ainda não havia conhecido o soulmate dele, mas estava ansioso.

 

Yoongi...Yoongi se tornou uma constante na vida dele. De encontros aleatórios no telhado, para parceiros de bancada nas aulas de bioquímica, para amigos. Ainda era estranho dizer com todas as letras o que eram, mas o próprio loiro havia deixado isso claro.

 

Taehyung tinha o mesmo lugar na vida do mais velho, que Jihoon tinha. E isso era incrível na vida do moreno. Ele nunca teve amigos antes, apenas um quando morou temporariamente em Busan. Infelizmente haviam perdido contato.

 

As duas únicas pessoas que se importara com ele em toda sua vida, era sua vó e sua mãe, e ainda assim, sua mãe havia quebrado toda sua confiança ao abandonar ele, fugir porque queria uma vida melhor, sem se importar com o filho.

 

Taehyung ainda a amava, e não a culpava, apesar de desejar que ela tivesse sido menos egoísta.

 

Agora era diferente. O inverno havia chegado com força total, mas Taehyung não estava na rua. Quando ele não estava dormindo em um futon no quarto de Namjoon ou PJ, ele estava no sofá do estúdio. Ele não passava frio. Seus novos amigos haviam doado roupas velhas para ele. Menos Jihoon e Yoongi, que eram muito menores.

 

Ele nunca havia passado fome, propriamente dito, por causa da alimentação inclusa em sua bolsa. Ainda assim, ele podia finalmente se alimentar melhor, com os cafés de madrugada com Yoongi e Namjoon, ou quando o rapaz de cabelo azul trazia marmitas a mais que seu soulmate havia mandado. Isso fazia Taehyung querer conhecer ele mais ainda. A comida dele era um pedaço do paraíso.

 

Estava se afogando em sentimentos, sendo o mais forte a gratidão.

 

—/-

 

Yoongi estava satisfeito com sua vida. Havia finalmente concluído todos projetos dele, tendo apenas uma semana de provas finais. As coisas com sua família havia melhorado consideravelmente, e o principal, Taehyung estava saudável.

 

Mesmo que fizesse apenas um mês, o garoto já não era mais aquele magro doentio, com o rosto pálido contrastando com sua pele morena. Não. Yoongi não podia mais sentir as costelas dele quando o abraçava. A aparência dele estava mil vezes melhor, e sua pele mais bonita. O sorriso mais frequente.

 

Taehyung havia se encaixado em seu grupo tão bem, que não entendia como uma pessoa tão especial não havia ganhado afeto antes. Isso não era algo que faltava agora. PJ era uma pessoa bastante carinhosa, Namjoon era o ídolo do garoto. Yoongi rosnou ao se lembrar disso. Jihoon era quieto, mas educado e sempre presente.

 

O loiro, que nunca foi fã de contato físico, havia se tornado o maior parceiro de cuddles de Taehyung.

 

Ele ignorava completamente as acusações e brincadeiras por parte de Kihyun, Changkyun, Namjoon e Seokjin.

 

Porque ali, encostado em um canto com um copo de bebida barata, encarando Taehyung rir e se divertir com Changkyun na pista de dança, Yoongi admitia a si mesmo seus sentimentos.

 

Ele, que tanto fugiu da conexão com seu Soulmate. Ele, que havia tido tantas experiências negativas em Ilsan e prometeu a si mesmo nunca mais se envolver com ninguém, nunca mais deixar alguém tirar a liberdade dele.

 

Estava completamente apaixonado por Kim Taehyung.

 

Ele deveria estar muito bêbado nessa cerveja horrível para admitir isso. O loiro suspirou derrotado.

 

A teoria de ser correspondido ia muito além de apenas sentimentos e se darem bem. Taehyung já tinha o próprio passado, já carregava o próprio peso. Yoongi não queria adicionar nada em cima do mais novo.

 

Porque Yoongi por inteiro era um peso, era um problema. Desde seus malditos 7 anos. Ele não podia afogar Taehyung nisso. Além da probabilidade do mais novo querer encontrar o Soulmate dele, principalmente agora que a vida dele estava melhor. O loiro se recusava a ficar no meio do caminho.

 

Yoongi não sabia mais se estava bêbado da cerveja ou de sentimentos e achou que era melhor se retirar do ambiente. Ele não iria embora da festa porque não podia. A carona dele, Namjoon, estava aproveitando ela muito obrigado.

 

Rodou a casa que estava sendo usada, até perceber que havia um parque ligada a ela. De repente ele se sentia o Namjoon. Bêbado com sentimentos e querendo olhar o céu e filosofar a vida. Mas ele o fez mesmo assim.

 

Procurou uma parte do gramado que não estivesse úmido por conta da neve e se deitou, tentando ver algo. Era realmente tão difícil ver estrelas em Seoul.

 

Yoongi não sabia quanto tempo ele ficou ali, em uma linha de consciência duvidosa, o barulho da festa tão distante. Até alguém deitar ao seu lado.

 

—Porque está sozinho aqui, hyung?

 

—Huuun, bêbado demais para socializar. - Resmungou, tentando reconhecer quem estava do seu lado.

 

A risada era familiar e Yoongi finalmente percebeu que era Taehyung. Acabou sorrindo.

 

—E você? Fugindo da festa?

 

—PJ hyung me ajudou a fugir. Changkyun estava tentando me fazer beber com ele.

 

—Alguém precisa controlar esse garoto, já que Kihyun não consegue mais.

 

Eles ficaram um tempo em silêncio, tentando observar as estrelas.

 

—O lugar com estrelas mais bonitas é Busan. Não sei se é a praia, mas lá o céu é lindo.

 

—Eu acho que qualquer lugar é mais bonito que Seoul. - Os dois riram com isso.

 

—Hyung! Agora que você está bêbado, posso me aproveitar e conhecer você melhor? - Taehyung deu seu sorriso mais inocente.

 

—O que você quer de mim, Taehyung? - Ergueu uma sobrancelha.

 

—Por que você escolheu o curso de música?

 

Yoongi se ajeitou no gramado, deitando de lado para poder encarar o mais novo. E mesmo com a leve neblina que rodeava eles, era injusto como Taehyung ficava ainda mais bonito.

 

—Quando eu tinha nove anos eu tive meu primeiro contato com o piano. Aprender sobre o instrumento, entrar em contato com a música, me ajudou muito naquela época. Não estava em uma fase muito feliz.

 

Taehyung estava com um leve bico só de imaginar que seu hyung havia sofrido tão novo assim.

 

—E aos onze eu descobri o rap e encontrei meus melhores amigos. Não foi difícil começar a me inspirar para escrever minhas próprias músicas. E ai estou aqui hoje. Produção musical.

 

—Um dia eu posso escutar suas músicas? - Taehyung também deitou de lado, seus olhos brilhando como se fossem as próprias estrelas.

 

—Hunhun. - Yoongi acabou sorrindo com toda inocência do mais novo, e ele teve que relembrar o que era autocontrole para não beijar o outro. -E você, Tae? Porque três cursos ao mesmo tempo?

 

—Bom… - Ele se ajeitou melhor no gramado, preparado para o discurso. -Eu sempre tive curiosidade em saber como a gente funciona sabe? Não fisicamente, mas mentalmente. Nossas ideias, diferentes tipos de personalidade, o quanto somos influenciáveis. Sempre soube que psicologia seria meu major.

 

Se Yoongi era um terço do que Taehyung era explicando sobre a paixão dele pelos cursos que ele escolheu, ele finalmente entendia os comentários dos seus amigos sobre quando ele falava de música.

 

—Química e medicina vieram como um complemento. Para entender o ser humano a gente tem que aprender ele como um só. Então foi basicamente isso...E na verdade, meu projeto que me deu acesso a minha bolsa integral, é sobre Soulmates…

 

O loiro sentiu um nó no estômago. Ele odiava esse tópico. Ainda mais se Taehyung fosse falar sobre o sonho dele de encontrar sua outra metade. Ainda dava tempo de sair correndo mesmo bêbado?

 

—Eu queria entender exatamente o que acontece. Em todos os casos. Mark, non mark. E é incrivel, hyung. Porque nós consideramos soulmates como aquela pessoa indispensável na nossa vida, como um amor único e que é tudo sentimental. Mas não é. Soulmates tem uma ligação química tão forte, que é como uma dependência. Tão forte quanto nicotina.

 

Ok, ouvir sobre o assunto vindo de Taehyung não era o fim do mundo, e Yoongi se viu realmente interessado na explicação, mesmo que soubesse que não lembraria de nada no dia seguinte.

 

—É por causa dessa dependência química que eles dizem que soulmates de mark podem morrer se ficarem um tempo muito prolongado afastados um dos outros. Para non marks é algo mais tolerável. É inacreditável pensar que a ideia de viver para o resto da vida com uma pessoa, é como uma droga. Que não é saudável.

 

O moreno respirou fundo antes de passar para a próxima parte do discurso. Ele não percebeu que Yoongi já estava com os olhos semi-cerrados.

 

—Meus pais eram non marks. Hoje eu entendo que a ligação deles foi cem por cento química, porque eles nunca se amaram. E por sorte, eles não tinham a tatuagem e puderam se separar sem sofrerem ou morrerem. Eu só ainda não aprendi se a ligação entre pais define qual vai ser a ligação dos filhos.

 

Taehyung se sentou, abraçando as pernas e tentando não chorar.

 

—Porque não é justo eu ser um Non Soul e saber que eu vou viver o resto da minha vida sozinho…

 

—/-

 

—Min Yoongi! - Seokjin escancarou a porta do estúdio, e uma careta automaticamente achou espaço em sua expressão ao ver o estado do lugar.

 

—Não grita. - O loiro respondeu entre dentes cerrados.

 

—Grito. Eu sei que você não pretende passar o natal em Daegu, mas se trancar no estúdio por 5 dias seguidos? Não sob meu plantão. - O mais velho começou a recolher o lixo espalhado pelo lugar.

 

Yoongi ignorou o mais velho como ele estava fazendo com o mundo desde a festa. Ele não se lembrava de nada, mas Namjoon disse que ele estava dormindo bêbado no gramado do parque ao lado da casa. A informação parecia incompleta já que o loiro tinha essa leve sensação que alguém o fez companhia.

 

Eles ficaram nesse silêncio enquanto Seokjin limpava todo estúdio. Yoongi não sabia se era a falta de sono, a má alimentação naqueles dias ou sua depressão passando para falar um oi, quando decidiu se abrir com o mais velho.

 

—Jin…

 

—Hun?

 

—É muito errado amar alguém que não me pertence?

 

Jin largou tudo que fazia com a pergunta sussurrada do amigo, uma expressão preocupada. Yoongi não falava de relacionamentos. Ele definitivamente não falava de Soulmates.

 

—Yoon, o que aconteceu? - Se aproximou da cadeira, agachando em frente ao amigo.

 

—Taehyung aconteceu. - O loiro riu, mas era uma risada amarga.

 

Era uma ação que lembrava a infância deles e Seokjin sentiu um arrepio descer sua espinha.

 

—O que te faz pensar que Taehyung não pode ser seu? Namjoon disse que ele ainda não encontrou o Soulmate dele.

 

Outra risada amarga do loiro.

 

—Pelo mesmo motivo que nunca encontrei o meu até hoje. Eu não sou digno de ser Soulmate de alguém, Jin. Muito menos do garoto. - Negou com a cabeça, os olhos ardendo. -Tae merece muito mais do que eu…

 

—Yoongi! Não diga isso! - Segurou os ombros do mais novo. -Você sabe que isso não é verdade, por favor, não faça isso com você mesmo.

 

Mas o outro não respondeu, os olhos já vazios e mente distante.

 

Jin não desejava muitas coisas nessa vida. Ele já tinha mais do que achava o suficiente para lutar por seus sonhos. A única coisa que ele realmente queria, é que seu melhor amigo tivesse um pouco mais de amor próprio.

 

Ainda não conhecia Taehyung pessoalmente, apenas por tudo que Namjoon e PJ contavam para ele, e ocasionalmente coisas que Yoongi deixava escapar. E mesmo assim, o mais velho sabia que o garoto novo tinha um encanto único pelo loiro.

 

Seokjin aproveitou o estado que o amigo estava, o puxando pelos ombros para que se levantasse. Era horrível ter que se aproveitar dele quase sem vida em seus braços para finalmente o tirar do estúdio? Bom, ele não se importava.

 

—/-

 

Aquela noite Taehyung estava acampando no quarto de Namjoon. Ele aproveitou isso para pedir ajuda em uma parte de seu projeto que envolvia física demais para quem cursava química.

 

O mais velho ajudou sem nenhum problema ou esforço. Ele era inteligente e adorava Taehyung como um irmão mais novo. Kihyun teve a audácia de dizer que ele era o filho adotivo de Namjoon e Seokjin.

 

A única pessoa que ocupava esse espaço estava em um intercâmbio fora do país e eles preferiam não mencionar para evitar a dor da saudade.

 

—Joon-ah~ - Taehyung rolou no chão, saindo de cima do mapa mental que ele estava fazendo sobre moléculas.

 

—Hun? - O mais velho respondeu sem desviar o olhar do livro que estava lendo.

 

—Como você descobriu que o Jin hyung era seu soulmate?

 

O rapaz de cabelo azul abriu um enorme sorriso com isso, marcando a página e fechando o livro, deixando o objeto de lado.

 

—Bom, eu estava atrasado para uma aula, descendo as escadas que nem um louco.

 

—O de sempre. - Taehyung interrompeu ele.

 

Namjoon respondeu com um grunhido antes de retomar.

 

—Jin estava subindo as mesmas escadas. Nós sentimos o famoso choque da ligação, que eu tenho certeza que não preciso te explicar sobre.

 

—Uhun. - O mais novo tinha os olhos arregalados e brilhantes.

 

—O problema é que os efeitos colaterais foram tão fortes que Jin acabou rolando escada abaixo. O sentido dele era tato e a primeira coisa que ele sentiu na vida, foi um braço quebrado.

 

Taehyung se afastou do seu projeto para que a risada descontrolada dele não amassasse os papéis. Isso era digno de um primeiro encontro do rei da destruição, Kim Namjoon.

 

—Yoongi gritou tanto comigo naquele dia, que é meio nublado os restos do acontecimento após cair das escadas. Mas assim que ele saiu do hospital com o gesso, ele bateu na porta do meu quarto e me beijou.

 

Taehyung soltou um grito.

 

—Jin hyung te beijou primeiro?!

 

—Yup!

 

O mais novo estava rolando no chão de novo.

 

—E no fim, Jin era amigo de infância de Yoongi, eles se reconheceram e foi ai que nosso pequeno grupo começou a nascer.

 

Eles ficaram alguns minutos em silêncio. Namjoon dando tempo para o mais novo absorver a conversa, mas ficou preocupado ao ver o sorriso de Taehyung sumir e os olhos dele refletir solidão e tristeza.

 

—Tae?

 

—O quão é triste que eu nunca terei uma cena assim para contar a alguém?

 

—O que você quer dizer com isso?

 

—Eu sou um Non soul, hyung… - O mais novo deu um sorriso triste para o outro.

 

Namjoon atravessou o quarto em segundos, deitando ao lado de Taehyung e abraçando ele.

 

—O quão irônico é eu estudar sobre pessoas morrerem uma pela outra, terem essa ligação, compartilharem a essência delas, quando eu vou morrer sozinho, hyung? - Ele terminou com um soluço, encolhendo nos braços do mais velho.

 

—Shhh, Tae. Esta tudo bem. Eu tenho certeza que mesmo sem essa ligação, você ainda pode amar e ser amado.

 

Isso pareceu piorar, o mais novo finalmente quebrando e chorando alto toda dor que ele tinha dentro de si. Namjoon se sentia pequeno, inútil, conseguindo apenas apertar mais o moreno em seus braços, esperando passar um pouco de conforto.


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