Carpe Diem escrita por Heloisa C


Capítulo 4
Lembranças obscuras




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/738393/chapter/4

Carpe Diem

França, 1922

Julie chorava tanto, que chegava a soluçar

—O que foi, Julie – Perguntou Horrende, olhando no fundo dos olhos de Julie.

— A minha irmã, falou que você bateu na mamãe.

—É mentira, dela!

—Jura por Deus? – Perguntou Julie

— Juro – Disse ele cruzando os dedos.

França, 1935

—Temos que pensar numa estratégia – disse Carmen

—Mas que estratégia?

—Ah! Você deve saber algum podre dela, Lauren – respondeu.

Lauren pensou por alguns instantes, revirou cada pedaço da sua mente, e se lembrou de um evento, marcante na sua vida, na vida de Lauren...

E na de Heloise

França, 1921

As carteiras, estavam devidamente limpas, os alunos completamente comportados, só estavam esperando, a professora entregar a prova.

—Que nota eu tirei? – Perguntou Lauren – estou com medo.

—Deixe de ser assim tão idiota, é só uma prova – respondeu Carmen.

A professora chegou, parecia nervosa, como se estivesse sofrendo algum tipo de pressão.

—Bem, a pessoa aqui que tirou a maior nota foi A Heloise e a Carmen, parabéns as duas.

—E eu professora, tirei quanto? – perguntou Lauren.

—A pior nota da classe.

—Eu não acredito! – Desesperou-se Lauren.

—Pelo menos você tem um rostinho bonito – relevou Carmen.

—Vocês três: Carmen, Heloise e Lauren, vão para a diretoria, Carmen, Heloise receberão uma recompensa e Lauren uma punição – Anunciou a professora.

Heloise, seguiu em frente a diretoria, confiante e pronta para ganhar a sua recompensa, deixando Carmen e Lauren que por sinal estava se esgoelando, por tirar a pior nota, as duas eram melhores amigas, sempre grudadas.

Agora Heloise, sempre ficara sozinha, não tinha amigos e nem queria os ter ela podia conquistar a França e o mundo se quisesse, e podia mesmo, afinal ser filha de um bilionário, presidente da França, meu Deus! Que vida difícil, não é mesmo!

Eles estavam quase, na diretoria, quando começaram a ouvir barulhos, muito altos, ignoraram, e continuaram seguindo o caminho que levava até a diretoria, quando chegaram, foram surpreendidas pela presença da dona da escola, Lauren já quase desmaiando, já começou a se explicar.

—Olha, não tive tempo de estudar e tive a pior nota escola me desculpa.

—Já era esperado – respondeu a diretora olhando no fundo dos olhos de Lauren.

—Já eu tirei a maior nota – Enfatizou Heloise.

—E eu também – Lembrou Carmen.

—Também, já era esperado – respondeu a diretora rindo.

— Vocês, esperem na biblioteca, trarei a recompensa e falarei o seu castigo, Lauren.

As três saíram da sala, e foram na biblioteca, chegando lá se sentaram nas poltronas, Lauren chorava, e Carmen e Heloise pegaram um livro, até que um som absurdamente alto, estalou pela escola.

—O que foi isso? – desesperaram Lauren e Carmen.

Heloise só ficou quieta, e suspirou, um vento fortíssimo abriu a janela, que logo as duas foram fechar, e Heloise nem saiu do lugar, só ficou ali sentada, lendo um romance e que estava na melhor parte, as janelas davam visão aos prédios da escola Pariel, que por sinal era um colégio bem grande, ela estava se envolvendo na narrativa, leve e doce do livro, quando foi assustada por um grito de Lauren.

—O prédio B, está pegando fogo, uma bomba acabou de atingir o outro prédio D! – disse ela gritando.

—O que? – disse Carmen se aproximando da janela.

— vão atingir o prédio onde está a nossa sala! – gritou Lauren.

—E atingiram. – completou Carmen.

O choro de Lauren e Carmen, não abalou a leitura de Heloise, já as duas só pensavam na morte de todos os seus amigos e colegas.

Lauren, por um segundo concentrou o seu olhar, na Heloise, e se irritou pelo fato de ela ter ignorado os acontecimentos, ela não se aguentou jogou o livro de Heloise, a mesma a olhou com uma calma estupidamente esnobe.

—Você, nem derruba uma lágrima se quer! Tinha que ser uma excluidinha qualquer! – disparou Lauren, para Heloise.

—Com, licença – disse ela, se levantando pegando o seu livro e voltando a ler.

—Você não tem coração! – disse ela voltando para o seu lugar e voltando a chorar.

A diretoria acabara de ser atingida, e por mais que tudo aquilo só tivesse acontecido, há alguns segundos atrás, pareciam horas para elas, que estavam passando por toda aquela situação, mas mesmo assim, a tranquilidade de Heloise não a deixou a abalar.

Até...

Uma bomba estourou, na biblioteca, que por ser grande não foi totalmente destruída, mas o maldito fogo começou- se a se espalhar pela biblioteca, e enquanto isso Carmen e Lauren desmaiaram.

—Essa é a última vez que lhes salvarei, vadias! – disse Heloise olhando para os corpos delas,

Heloise os pegou colocando uma em cada ombro, levando até onde podia levar, até o corredor.

Lá Heloise as largou e ela seguiu caminho até a saída, mantendo é claro a sua calma onipresente.

Carmen, abriu os olhos, e piscou algumas vezes para tirar a visão embaçada, Lauren o fez o mesmo, as duas viram Heloise andar até o portão, porem o corredor iria cair em cima dela, as duas correram o mais rápido possível em sua direção.

—Heloise a parede! – gritou Lauren.

Heloise, acordou da sua calma, e começou a correr e parou na frente do portão, quando olhou para trás e viu a parede caída, e com muita poeira no ar, quando o ar ficou mais limpo, Heloise conseguiu ver a imagem de Carmen e Lauren, atravessando a parede caída no chão, Heloise ficou as encarando até que chegassem onde estava.

—Está trancado – disse Carmen batendo no portão.

—Ali tem ajuda! – gritou Lauren apontando para um portão com a emergência posta.

As duas correram até lá, enquanto Heloise ficou parada, observado e analisando toda a situação, e andou lentamente, até o portão, respirando fundo a cada passo, quando chegou lá, Carmen e Lauren, estavam chorando sendo atendidas pelos médicos, pelos seus machucados, Heloise passou bem na frente das duas, e as olhou com um olhar de desgosto e raiva.

Ela seguiu, andando, mas nem parecia que estava andando, parecia que estava flutuando, Carmen e Lauren a olhava sem qualquer tipo de raiva, mas sim surpresa daquilo tudo, e lá estava ela andando para o infinito, sentindo cada vento tocar no seu corpo, com a mente totalmente vasta, pensava em muita coisa, mas não se abatia, porem ela olhou para trás, e seus lábios secos formavam uma palavra para Lauren e Carmen.

—Desculpe.

—Eu já sei o que podemos falar, tenho uma ótima estratégia – Respondeu Lauren 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Qual será a estratégia de Lauren? Diga sua opinião.
espero que tenham gostado.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Carpe Diem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.