—Por onde andou? – Charlie perguntou assustando Bella que tentava entrar em casa sem ser percebida. A aventura deles tinha durado muito mais tempo do que o planejado e já estava quase na hora do jantar quando chegou em casa. – Seu cabelo está molhado.

—Estava com o Edward, fomos nadar.

—Eles iam ter uma aventura. – Alice explicou se aproximando deles.

—Aventura? O que isso significa? – Charlie cruzou os braços e ficou esperando a explicação.

—Querido não seja enxerido. – Sue saiu em defesa da enteada. – Vou preparar o jantar, o que querem comer?

—Eu voto na Bella para cozinheira oficial da família. – Seth gritou da sala e depois foi para corredor onde a família estava. – Sua comida é péssima mamãe. Estava pensando que a Bella poderia me ensinar a cozinhar, assim passamos um tempo juntos, só teremos mais três meses juntos e quero aproveitar bastante.

—Também estou ansiosa por isso Seth. – Bella não soube se ele conseguiu perceber o sarcasmo.

—Que legal. – ele deu um soco no ar. – E já que vamos passar um tempo juntos, você poderia me dar umas dicas. Tem uma menina na minha sala e eu gosto muito dela, mas não sei como conquista-la.

—Não vou falar sobre vida amorosa com você. – Bella foi em direção à cozinha.

—Qual é Bella? Você precisa me ajudar. – ele foi atrás dela. – Preciso sair da friendzone. Acho que posso pegar umas dicas com o Jacob. – Bella riu.

—Se você quer conquistar uma garota, deveria perguntar ao Edward. Ele é o melhor namorado do mundo. Romântico, conquistador e sabe das coisas.

—Eu ouvi isso Isabella. – Charlie gritou da sala e Bella baixou o tom de voz.

—Vai por mim. Converse com o Edward que vai se dar bem.

—Me passa o telefone dele que vou o chamar no whatsapp.

—Primeiro vamos preparar o jantar. Pegue um bloco e caneta. – Bella se animou com a ideia, ela gostava de ensinar, mesmo que fosse ensinar a cozinhar.

[...]

—Oi amor como foi o seu dia? – Bella abriu a porta e Edward estava escorado na varanda segurando um livro.

—Se estivesse falando com você, diria que meu dia foi ótimo, mas como estou bravo com você, não vou dizer nada. – cruzou os braços fazendo bico e Bella ficou na ponta dos pés para beija-lo.

—Está com raiva de mim? – ele passou os braços em volta da cintura dela.

—Um pouco. – ela deu outro beijo nele.

—Posso saber o que fiz para te deixar com raiva?

—Você passou o meu número para o Seth. Ele ficou me mandando mensagem a noite toda. Me mandou áudio de 15, 20 minutos. Seu irmão é muito chato. – Bella riu da cara de desespero dele.

—Desculpa, mas ele queria uma ajuda e você é o melhor namorado do mundo, pensei que pudesse ajuda-lo.

—Eu sou o melhor? – perguntou sorrindo.

—O melhor dos melhores. – ela deu um abraço nele. – Você é incrível baby.

—Está perdoada então.

—Se não veio me ver, o que está fazendo aqui? – perguntou sentando no balanço.

—Vim trazer esse livro para o Seth. – ele carregava Diário de Uma Paixão do Nicholas Sparks. – Não me olhe assim, eu disse que o cara sabe das coisas.

—Não estou te criticando. – bateu no espaço ao lado dela pedindo para ele sentar. – Quero que conte como foi o seu primeiro dia de trabalho.

—Foi legal. – deu de ombros.

—Só isso? Quero detalhes.

—Vejamos. Depois de ficar até às 2 da manhã conversando com o Seth meu pai me acordou às 6 da manhã.

—Hora de acordar garoto. – Edward gemeu ao olhar as horas.

—Está de brincadeira comigo? – se arrastou até o banheiro e tomou um banho rápido, ele sabia que se não descesse logo o pai subiria para busca-lo. – Bom dia. – resmungou sentando a mesa.

—Bom dia! – Esme estava particularmente muito feliz e Edward se perguntou quem era feliz às 6 da manhã de uma segunda-feira.

—Tome rápido o café que vamos nos atrasar. – Carlisle anunciou com a chave do carro em mãos.

—A clínica abre às 6 da manhã?

—Só às 8, mas precisamos ajeitar algumas coisas. Vamos. – Edward pegou um sanduíche e foi atrás do pai. – Essa vai ser a sua mesa. – apontou assim que entraram na clínica. – Você vai preencher a ficha dos pacientes e encaminhar para os médicos. Somos cinco que vão atender aqui. Aqui estão os nomes. – entregou uma pasta para ele. – Acha que dá conta?

—Acho que sim, qualquer coisa te chamo. – Edward estava com tanto sono que nem conseguia raciocinar direito. – Carlisle desejou boa sorte e foi para a sua sala deixando o filho na recepção, ele pensou em tirar um cochilo, mas seus planos foram frustrados assim que uma mulher entrou carregando uma criança nos braços. A criança chorava e Edward se colocou de pé em alerta total.

—Acho que ele quebrou o braço. – a mulher estava desesperada.

—O coloque aqui na maca e preencha esse formulário que vou chamar um médico.

—Tá doendo muito.

—Aguente firme que vai ficar bom logo. – Edward ligou para o pai. – Pai tem um garotinho aqui com uma possível fratura no braço.

—Leve para a sala 5. – Edward pegou o garoto no colo e o levou até a sala 5. – Não se preocupe que vai ficar tudo bem. – tentou acalmar o garoto.

—Meu braço doí.

—Eu sei, já quebrei o meu duas vezes.

—Sério? – o garoto por um momento esqueceu a dor.

—Sério, mas eu fiquei bem e você também vai. Aguenta aí que o médico já vem. – ele deixou o garoto com a mãe e voltou para a recepção, onde uma fila já se formava.

Apesar do fluxo intenso de pessoas, ele conseguiu se sair bem e até ajudou alguns médicos em pequenas tarefas.

—Então correu tudo bem? – Bella ouvia atentamente cada palavra que ele dizia.

—Não exatamente. Ouve um pequeno incidente. Vomitaram em mim.

—Pode me ajudar? – Edward estava comendo o sanduíche de forma discreta na recepção quando foi interrompido por uma mulher segurando uma criança. Aquela imagem estava se tornando marca registrada do local. Onde estavam os homens daquela cidade?

—O que ela tem? – perguntou guardando o lanche e se colocando de pé.

—Ela está com febre e enjôo. – Edward ligou para o pediatra de plantão e pegou a garotinha no colo para que a mãe pudesse preencher a ficha.

—Oi lindinha. Você se parece com a minha cunhada. Fica tranquila que vou te levar para o médico examinar e você vai ficar boa logo, logo. – ele a levou até a sala 4 e quando foi colocar a garota na cama, ela vomitou nele, sujando completamente a camisa dele. Ele teve que segurar a ânsia de vômito que se formava e retirou a camisa para se limpar.

—O que houve? – Caius, o pediatra, perguntou entrando na sala.

—Ela vomitou em mim. Tem uma camisa por aí?

—Tem uma no meu escritório pode pegar e sugiro que fique a uma distância segura dos pacientes. Vai ter muito disso hoje. – e Caius não estava mentindo, mais três crianças quase vomitaram nele, ele teve que usar toda a sua habilidade de luta para fugir a tempo.

—Não acredito nisso. – Bella ria do relato dele.

—Pode acreditar que é verdade. Tenha cuidado com a Alice parece ser algum tipo de virose que está atacando as crianças.

—Pode deixar, vou ficar de olho nela. Mas tirando isso, foi tudo bem então?

—Incrivelmente, foi sim. Eu gostei de trabalhar lá. Achei que seria bem chato, mas tem muita emoção naquele lugar e estão me deixando ajudar, não sei se por acharem que sou capaz, ou se é por falta de pessoal mesmo. A clínica vai funcionar três vezes por semana. Tem muita gente que precisa de ajuda e não tem condições de pagar, acho legal o que o hospital de Forks está fazendo.

—Também acho. Na sexta vou até lá ajudar com alguns exames.

—Vai ser bom trabalhar com você e como foi o seu dia?

—Eu amei demais. Fiz algumas análises e foi incrível. E está decidido, quero ser geneticista. Como já sou formada em biologia, já posso atuar nas áreas de pesquisas, mas também quero fazer consultas, então preciso do curso de medicina. E quem sabe depois eu não atue em outra área também. Estava pensando em oncologia.

—Acho que você pode trabalhar nas duas coisas e uma complementa a outra. Estive pensando e... – ele se virou para ela. – Quero ser pediatra.

—Pediatra? – Bella perguntou tentando assimilar a informação.

—Eu sei que não tem muito a ver comigo.

—Não é isso querido. – segurou as mãos dele. – Só fiquei surpresa com sua escolha. Me diz o que te motivou a escolher isso?

—Ainda não estou certo da minha escolha e sei que um dia trabalhando na clínica não pode determinar o que vou fazer da vida, mas hoje eu percebi que gostei do que fiz. Não que tenha feito muita coisa. Mas eu gostei de ajudar aquelas crianças e quero ajudar mais.

—Se é isso que você quer, então é isso que deve fazer. Estarei de apoiando no que decidir e estou muito orgulhosa de você. – deu um beijo nele.

—Obrigado. Ainda preciso pensar direito nisso, mas acho que é isso o que quero.

—Faça o seguinte: converse com um pediatra e peça para ele te falar sobre a profissão e que ele te deixe ajudar mais. Então saberá se é isso mesmo o que quer.

—Já conversei com o Caius e vou ajudar em pequenas tarefas. – confidenciou.

—Isso é maravilhoso e vejo o brilho nos seus olhos. Você vai ser um excelente pediatra.

—Isso quer dizer que vamos fazer o mesmo curso?

—Seremos médicos. – sorriu para ele. – Não vamos fazer todas as matérias juntos, mas teremos algumas aulas juntos.

—Eu amo estudar com você. – se inclinou para beijá-la e Seth apareceu os interrompendo.

—Oi Edward que bom que chegou. Entre que temos muito trabalho pela frente.

—Você ainda me paga por isso. – sussurrou para a namorada e foi até o cunhado. – Vamos trabalhar então garoto.