Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 33
Capítulo 33




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— Não me sinto mais sozinho. De certa forma eu sabia que você ia mudar tudo.
— Sabia?
— Desde o dia da sua entrevista, quando você derrubou o meu porta lápis e fez uma bagunça nos meus contratos. – ele riu. – Acho que você chegou na minha vida pra me tirar do caos, embora tenha gerado caos também – eu ri – Sei lá, tudo é diferente agora, é mais leve, mais fácil. Eu não tô tendo mais forças pra ficar longe de você.
— Então não fica.
— Mas é...
— Já sei. É perigoso. Você tá precisando trocar o disco.
— Se você me ouvisse eu poderia trocar.
— Tô começando a achar que você é o Edward Cullen.
— Por que raios você tá falando de Crepúsculo? – ele riu.
— Ah, então você também leu o livro?
— Não, eu vi o filme, mas não por uma escolha minha, minha irmã me arrastou pro cinema na estreia de cada filme. Achei que essa saga não ia terminar nunca.
— Então, você sabe que o Edward disse no primeiro filme que era perigoso pra Bella, e no final eles se casaram, tiveram uma filha e viveram felizes para sempre.
— Ele era de fato perigoso. – ele abriu um sorriso divertido com se estivesse zombando de mim. Talvez ele estivesse de verdade.
— Ah para. Sério?
— Muito sério. Graças a ele, ela engravidou, e morreu. Ele matou a própria mulher.
— Ela já estava morrendo no parto.
— Não importa, se ele tivesse se afastado definitivamente no segundo filme como planejou, ela teria ficado com o lobinho, se casaria, poderia ter filhos e o melhor estaria viva! E obviamente teria me poupado de ter que ver todos aqueles outros filmes
— Tá bom, falar de Crepúsculo não foi uma boa ideia. – mas deixou o clima mais leve com certeza, já que ele estava rindo.
— Não mesmo. Isso é decepcionante, estou apaixonado por uma mulher que gosta de Crepúsculo.
— Não é nada decepcionante. – disse sorrindo pelo fato dele reafirmar que estava apaixonado por mim. – Que tal isso: Nós nunca mais falaremos de crepúsculo se você nunca mais disser que é perigoso para mim. Não quero ouvir mais isso. Porque você tá errado. Não me sinto em perigo com você Rafael. Aqui – passei os braços pelo seu pescoço e ele envolveu minha cintura com os seus braços – é o lugar que eu mais me sinto segura. E eu não me sinto segura há um bom tempo.
— E o que a gente faz agora? Além de não ver os filmes da saga crepúsculo. – eu ri
— Eu não faço ideia. Mas você é o chefe aqui, você dá as ordens.
— Não que você obedeça – ele riu e me puxou – eu... eu quero tentar. Quero fazer isso acontecer, quero viver isso. Mas se as coisas saírem do controle, se eu ver que o perigo...
— Não vai ter perigo. – ele sorriu.
— Você é tão cheia de si, cheia de certezas. Como pode saber?
— É porque eu quero que dê certo.
— Eu também quero. – e então ele aproximou o rosto do meu e quando nossos lábios estavam quase unidos uma voz chamou a minha atenção.
— Eles tiveram a mesma ideia que tivemos meu bem – levantei o rosto e vi a senhora que estava no restaurante, ainda com o mesmo vestido vermelho, mas que agora estava com os cabelos um pouco bagunçados pelo vento, acompanhada pelo marido, eu presumi. Ela ficou corada quando me viu. – desculpe, eu não queria atrapalhar o lindo casal.
— Imagina, não atrapalhou. – eu sorri e ela se afastou.
— Você a conhece? – Rafael perguntou.
— Não. Ela estava no restaurante, não se lembra?
— Não, a única mulher que chamou a minha atenção naquele restaurante foi você. Aliás, não só no restaurante, já tem um tempo que eu só vejo você. – eu corei, e ele me beijou.

Vinte e cinco minutos mais tarde, estávamos entrando em casa. Encontramos Daniel deitado no sofá como se estivesse em casa. Ele parecia grande demais para aquele sofá e quando Rafael se sentou no outro sofá, percebi que a casa era pequena demais pros dois.
— Pensei que vocês tinham morrido no caminho – Daniel disse.
— Cadê a Alice? – perguntei.
— No banho.
— Então, o que era tão importante que não podia esperar até amanhã? – Rafael perguntou.
— Eu ouvi sem querer uma conversa da Juliana no telefone. Ela falava com alguém que atendia pelo nome de Guto que em breve essa sem graça – apontou para mim – seria figurinha fora do baralho e que estaria fora do caminho dela.
— Tem certeza de que você não sabe de nada do que está acontecendo? – perguntou pra mim Rafael.
— Calma meu amigo, ainda não acabou – interferiu Daniel – ela disse que essa viagem para a Holanda ia ser um divisor de águas e que você – apontou pra Rafael – logo estaria nas mãos dela.
— Mas que interesse ela teria em mim? Ou nessa viagem?
— Isso eu não sei. – Daniel respondeu, e então as duas cabeças daqueles gigantes se viraram para mim e eu me senti como se estivesse em um beco sem saída.
— Dan, a pizza chegou? – Alice perguntou chegando na sala, com a toalha enrolada nos cabelos e me dando alguns segundos para pensar. – Ah, vocês chegaram. Demoraram.
— A recepção foi um pouco longa.
— O Daniel estava impaciente esperando. E então, qual o problema com a Ju? E por que você não me contou nada?
— Você tava ocupada.
— Eu nunca estou ocupada pra você.
— Mas agora ela tem a oportunidade de explicar – Daniel disse.
— Eu não sei muita coisa. Ela começou a falar umas coisas sem sentido pra mim.
— Tipo o que? – Rafael ajeitou a postura, e então eu logo vi o chefe em ação.
— Desde que eu virei sua assistente ela tem se comportado de um jeito diferente. Tá fazendo algumas acusações e me tratando de um jeito meio hostil.
— Que acusações? – perguntou Daniel impaciente.
— Ela acha que eu estou interessada no Rafael. Na verdade, ela acha que eu estou interessada no dinheiro do Rafael, e... sei lá de onde ela tirou isso. A questão é que isso já vinha me chateando há um tempo.
— E por que não me contou nada? – Rafael repetiu a pergunta de Alice
— Porque eu achei que com o tempo ela me conheceria melhor e mudaria de ideia. Não queria te incomodar com uma coisa boba.
— Não é uma coisa boba. – disse Rafael
— Não mesmo. Mas ainda não faz sentido – disse Daniel olhando diretamente para Rafael, e eles pareciam conversar em silêncio, da mesma forma que eu e Alice fazíamos.
— Mas ela já te conhece há bastante tempo. – disse Alice.
— Eu também estou tentando entender.
— É só isso mesmo? – Rafael perguntou desviando o olhar de Daniel.
— É só o que eu sei.
— Tudo bem. Daniel, você fica? – perguntou Rafael.
— Não, vou nessa.
— A gente se vê amanhã. – Rafael nem esperou eu abrir a porta e se foi levando Daniel que também não se despediu de Alice
— Eu odeio quando eles viram os homens de negócios. Viu como ele saiu? Nem um beijinho de despedida. Tudo bem que o Rafael não sabe do nosso namoro, mas ele podia ter sido mais carinhoso – reclamou Alice, eu não disse nada.

Continuei sentada, pensando na conversa de Juliana que Daniel havia ouvido. Quem era Guto? Como Juliana teria Rafael em suas mãos? E o pior, como ela iria me tirar de seu caminho?


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