Zauber escrita por magalud
Notas iniciais do capítulo
Nossos heróis vivem momentos de desespero
Capítulo 9 - Ron sem esperanças
- Está melhor?
- Sim, obrigado. Ainda bem que eles mandaram comida para nós.
- Como eles pegaram você?
- Um deles seguiu o som da gaita. E vocês?
- Dumbledore cruzou nosso caminho.
- Ron, o que está acontecendo?
- Bom, acho que a primeira coisa que você deve saber é que não há Princesa Severina. Severus é que é um príncipe, e ele foi raptado mesmo por Dumbledore. Está sendo mantido aqui contra sua vontade. Ele acha que você vai rejeitá-lo e ficou muito triste.
- Ficou triste? - Harry não quis deixar a esperança se alojar em seu coração. - Mas eu sou um homem, não uma mulher.
- E ele também é, ora! - Ron achou o príncipe meio obtuso. - O que tem demais nisso?
- Mas você sabe se ele... gosta de meninos?
- Eu sei que sim. Ele me disse. Ele ficou interessado em você. Mas ele acredita que você goste de garotas, como eu.
Harry não entendeu:
- E por que Lord Voldemort o considera sua filha, sua menina?
- Talvez porque Severus goste de meninos. - Ron fez cara de desgosto. - Ou ele é um lord em negação, ou é um homofóbico.
- Então você não tem problema com isso? Mas isso não é errado? Não é pecado?
Ron franziu o cenho:
- Você é homofóbico, Harry? Não me pareceu que fosse....
- Não, eu não sou.
- Eu tenho dois irmãos que gostam de rapazes. Por mim, tudo bem. E você?
- Não tenho nada contra. Mas... eu queria gostar de garotas...
- Quer saber? Eu acho que você não deveria se preocupar com isso. Se quiser o príncipe, ótimo! Eu acho que ele pode querer você.
- Mesmo?
- Só um palpite. Assim como é só um palpite que todo mundo vai se dar bem, menos eu. Cara, eu não vi UMA mulher até agora. A não ser a baranga meio doida do Lord Voldemort, mas aquela eu estou dispensando.
- Se eu fosse você, meu amigo, não perderia as esperanças.
- Belas palavras - disse uma voz desconhecida atrás deles.
Era Albus Dumbledore, com o mesmo manto púrpura e os mesmos olhos azuis faiscantes. Os dois se ergueram, Ron já tremendo.
- Podem se sentar - sorriu Dumbledore. - Espero que os dois estejam bem alojados.
- O senhor vai nos punir? - quis saber Ron.
- Punir? Por que eu faria isso?
Harry contou a verdade:
- Estou numa missão em nome de Lord Voldemort. Ele está muito angustiado com o que o senhor lhe tirou.
- Fala de Severus?
- Precisamente.
- Mas eu soube que você procurava por uma princesa... É verdade que Lord Voldemort lhe disse que você deveria resgatar a Princesa Severina?
Harry enrubesceu, e respondeu:
- Sim, é verdade. Mas também não é verdade que você arrancou Severus dos braços de seu pai adotivo?
- Sim, é verdade. Não quer saber por quê?
- Não preciso saber seus motivos pérfidos para saber que seu ato é desprezível! - respondeu Harry, exaltado. - O certo e o errado são claros!
- Mas você realmente parece ter muita certeza do que diz. Não é errado mentir?
- Claro que é. Mas você raptou Severus...!
- Eu retirei Severus de uma situação de risco - garantiu Dumbledore. - Lord Voldemort tem planos de matar em Severus toda a capacidade de amar.
Harry ia responder algo com cólera, mas deteve quando se deu conta de que não sabia do que o velho estava falando.
- Como assim?
- Severus tem um grande coração, mas pouca prática de amar e ser amado. Lord Voldemort quer matar isso dentro de Severus. Extirpar-lhe a capacidade, até que ele se transforme numa pessoa amarga, seca de carinho, desesperançada. Ele pretende fazer com que Severus acredite que ele não merece outra fonte de amor que não o próprio Lord Voldemort, para que possa ser manipulado.
- Que horror!- soltou Harry.
- Lord Voldemort nem precisava de tanto trabalho - comentou Ron. - Severus já se acha uma pessoa horrível.
- Horrível? - repetiu Harry. - Por quê?
Ron deu de ombros:
- Não sei. Mas ele não acha que você tenha interesse nele. Acha que você vai rejeitá-lo. Aliás, você não me respondeu se vai ou não vai. Você vai?
- Vai aonde?
- Rejeitá-lo, uai!
Harry olhou para Dumbledore antes de responder:
- Eu nem sei se ele me aceitaria...
- Pelo que eu vi quando você chegou, meu caro Harry, eu não acho que Severus o rejeitaria.
- Viu? Viu? Você tem chance! Eu não tenho nem isso. Não tenho nada, nem ninguém. - Ron parecia a ponto de chorar. - Ninguém me quer.
Dumbledore dirigiu-se a Ron:
- Eu conheço uma moça que poderá lhe interessar, se quiser. Ela se queixa que só os homens muito intelectualizados, como ela, é que a abordam com intenções românticas.
- É? Eu não sou assim! Eu só quero uma mulherzinha que cozinhe para mim, que cuide de mim, que faça bolos...
- E você se casaria com ela? Nada de safadezas sem casamento!
- Mas o que eu mais quero é me casar! - garantiu Ron, maravilhado. - Eu gostaria muito mesmo.
- E posso lhe fazer uma proposta? Na verdade, a vocês dois.
- Proposta?
- A não ser que continue me achando um feiticeiro cruel e traiçoeiro, claro.
Harry o encarou, e os olhos verdes encontraram os olhos azuis faiscando. E, naquele momento, o rapaz percebeu que não achava nada daquilo de Dumbledore.
Severus, porém, era uma outra história. Ninguém sabia o que Severus pensava de Dumbledore.
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Próximo capítulo: Mais dúvidas para Severus