Zauber escrita por magalud


Capítulo 15
Capítulo 15 - Getsêmani


Notas iniciais do capítulo

Os momentos de dúvida e angústia atormentam Severus



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Capítulo 15 - Getsêmani


Durante muito tempo, Severus vagou, meio sem destino, dentro da grande Floresta Proibida. Estava confuso, triste e deprimido. Não sabia o que fazer. Seus pensamentos eram os mais sombrios possíveis: se Harry não o amava, de que adiantava qualquer coisa? Sua vida perdera todo o sentido.


Não podia voltar para Voldemort, nem para Dumbledore. A dor da decepção parecia querer rasgar o coração.


Ele sentou-se num tronco de árvore caído. Estava sem saída. Sentia que tudo desmoronava à sua volta. Não havia saída, não havia alternativa. Jamais Severus se sentira tão sozinho, tão vulnerável. As lágrimas escorriam por usas faces sem que ele percebesse.


Seus pensamentos vagueavam por estes perigosos caminhos quando, no meio de suas vestes, sua mão encontrou a adaga que Lord Voldemort lhe entregara. Ele encarou o objeto com repulsa, sabendo que jamais faria o que o Lord das Trevas lhe pedira. Não, matar Harry era inconcebível. Ele amava Harry. Mesmo que Harry jamais o amasse de volta.


Amargo, Severus encarou a adaga, imaginando que poderia usá-la em si mesmo. Na verdade, a idéia parecia muito atraente. A morte não seria de todo uma má solução para o seu caso infeliz. Esquecer toda essa dor certamente seria uma bênção e, se Severus soubesse manejar a arma com um mínimo de destreza, tudo seria rápido e indolor.


Severus ergueu a adaga, olhando-a com atenção. A lâmina parecia afiada. Só um golpe resolveria tudo, pensou. Um único golpe e talvez ele pudesse esperar Harry, numa vida além desta.


Oh, Harry. Como eu amo você. Quem sabe possamos ser felizes numa próxima vida...


As lágrimas pareciam não ter fim.


Seria tudo tão rápido. Ele teria paz.


- Que faca bonita - disse a voz feminina atrás dele.


Severus deu um pulo. Olhou para a mocinha de grandes olhos a encará-lo com curiosidade, e indagou:


- Quem é você?


- Pode me chamar de Luna. Eu vim aqui brincar com os Trestálios.


Só então Severus percebeu a presença dos animais esqueléticos, de grandes asas, parecidos com cavalos, de aparência decididamente fantasmagórica. Severus ficou tenso ao ver as feras, mas notou que as criaturas pareciam calmas ao lado da moça, que tinha um ar aéreo e distraído.


- Nunca tinha visto animais assim.


- Você pode vê-los? Eles só podem ser vistos por quem viu alguém morrer. - Houve um silêncio. - Lamento por sua perda.


- Foi meu pai - explicou Severus, sem saber direito por que dizia isso à garota. - Não foi uma grande perda.


- Bom, ao menos agora você pode ver Trestálios. Mas eu fiquei com a impressão de que você não veio aqui para vê-los. Você estava tentando usar essa faca bonita em você mesmo?


Severus ficou vermelho:


- Eu... Eu... estou triste...


Um dos cavalos estranhos se aproximou de Severus e esfregou o focinho no braço dele. O homem não resistiu e acarinhou a criatura. Luna tentou animá-lo:


- Ah, não fique assim. Vai ficar tudo bem. Acredite. Viu? O Tetê gostou de você. Vai ficar tudo bem, no final.


- Mas não vai ficar bem. Ele não me ama. Assim, quem sabe, se eu morrer, eu posso voltar numa outra vida, e aí eu volto melhor, mais bonito, e ele vai me amar.


- Não é assim que funciona. Se você morrer assim, vocês vão ficar separados. Vão passar a eternidade longe um do outro.


Severus se horrorizou.


- Não! Não é verdade!


- Se fosse mentira, você não acha que teria gente se matando a torto e a direito? Não íamos dar conta de enterrar todo mundo que se mata por amor.


- Não! Não! - Severus não queria acreditar. - E agora? Nem isso vai dar certo! O que posso fazer?


- Por que não fala com ele?


- Eu tentei. Ele não quis falar comigo.


- Tem certeza? Talvez ele não pudesse falar.


- Claro que podia. Ele estava logo ali.


- Você perguntou para alguém? Uma outra pessoa?


- Não, eu...


Ela nem o deixou terminar:


- Então você precisa fazer isso!


- Eu não sei...


Luna olhou para o alto.


- Se não quiser, tudo bem. Vai dar tudo certo. Mas se você não vai mesmo se matar, você tem uma chance única. Podemos fazer uma descoberta fantástica! Você tem que vir comigo procurar o roncafedes-do-chifre-amassadinho!


- Roncafede do quê?


- Vamos, vamos! Ele pode aparecer a qualquer momento! Por ali, venha!


Ela saiu saltitando, feliz, e as criaturas tenebrosas a seguiram a passos lentos. Severus ficou olhando até eles sumirem na floresta. A moça e as feras seguiram na mesma direção por onde Severus tinha vindo, então ele não se sentiu disposto a segui-los.


A adaga ainda estava em sua mão. Estranhamente, ele sentiu uma súbita aversão pelo objeto. A repulsa cresceu a tal ponto que ele largou a arma no chão e pôs-se a correr, correr. Sem rumo, sem se dar conta do que fazia, preocupado apenas em imprimir a maior distancia que conseguisse entre seu corpo e aquele objeto maldito.


Distraído, ofegante, Severus não se deu conta de que entrava mais e mais na Floresta Proibida. Até o momento em que ele deu um encontrão num obstáculo à sua frente, um que o derrubou no chão. Atordoado, Severus ergueu-se nos cotovelos para ver o que tinha atingido.


Ele teve que erguer a cabeça. Havia um gigante à sua frente, os olhos pretos fixos em Severus.




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Notas finais do capítulo

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Próximo capítulo: Ron, por que não te calas?



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