Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 44
É tretaaaaa


Notas iniciais do capítulo

Stelfs:

Boa tarde, minha genten! :}
Finalmente a quarta-feira chegou cambada e a gente vai poder saber o que que tá pegando com o senhor Castiel (ou não D:). Espero que vocês embarquem nessa aventura junto comigo e se divirt... não, pera.
Acho que esse capítulo estará um pouco mais... introspectivo, mas espero que gostem.

Buona lettura :}

Bia:

Hei gente! Tudo certo? Bom, vocês viram que as tretas começaram, né? Pois bem, se preparem porque esse capítulo... Vou deixar no ar. Vocês verão na hora :B
Boa leitura!

Ester:

Hello, Hello peps! Como vai essa quarta feira de vocês? De boinhas? Pelo título do cap, já sabemos o que vai vir, né? Kkkkk.
Será que Castiel realmente se juntou aos ciganos? Descobrimos isso... AGORA!
Boa leitura



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Havia uma semana que Castiel tinha desaparecido.

E aqui estava eu em mais aula de Semiótica pensando na vida.

Aliás, que semana foi essa, alguém me diz?

Descobri que a Ester vai embora em um mês; Lysandre está na “bad” porque a namorada vai embora em um mês; Bia foi para a casa de uma amiga e não deu mais notícias;

E Castiel...bem, esse não adianta nem falar sobre.

Depois da minha conversa com Lys na quinta-feira, eu resolvi ligar mais algumas vezes pra saber se alguma coisa séria tinha acontecido com os pais dele, sei lá. Mas Castiel simplesmente não me atendeu. Também resolvi não perguntar mais nada pro Lys, afinal, já bastava a surpresa de ter a namorada indo embora. Ele não precisava de uma preocupação a mais.

Suspirei, pensando que se essa semana não era indício do apocalipse, então, não sei o que seria.

Escutei a professora encerrar a aula e se despedir da gente. Juntei minhas coisas, querendo sair dali o mais rápido possível e ter um encontro casual com a minha cama, quando Carol parou do lado da carteira.

— E aí? — perguntou, vendo eu guardar meu material com um rosto preocupado. — Como você tá?

— Hum. — Fiz um bico, me levantando da cadeira e colocando a bolsa no ombro. — Tentando sobreviver, né? Porque parece que eu passei de fase e tô no nível hard de tanto problema que apareceu do nada — respondi engraçada, mesmo estando séria e ela segurou o riso.

Caminhamos pela sala e saímos dela, entrando no corredor do prédio.

— E seu ruivo gatão? — me perguntou um pouco receosa, olhando pra mim. — Já deu as caras?

Suspirei, fazendo um bico torto e a olhei meio triste.

— Sinceramente, Carol, tenho medo de que ele nem volte mais — admiti o que já estava me incomodando há tempos.

Todos esses dias tinha tentado não pensar no assunto, mas parecia impossível. Por mais que eu quisesse esperar e saber do próprio Castiel os motivos dele desaparecer assim, não conseguia não imaginar inúmeras hipóteses e fazer muitas conclusões. Uma delas, claro, era essa.

Carol me olhou em um susto.

— Por quê?

— Não sei... Mas algo dentro de mim me diz isso — soltei desanimada, suspirando mais uma vez. — E eu odeio quando tenho essas ideias insistentes... Geralmente elas se tornam realidades — comentei, abaixando a cabeça e dobramos o corredor, saindo na escadaria que dava ao primeiro andar do prédio.

— É mesmo? Pois eu acho que suas ideias tão erradas — Carol comentou em um tom animador e ergueu meu queixo de repente.

Meus olhos pararam naqueles cabelos vermelhos. E paralisei.

Castiel estava parado de costas, observando o quadro de avisos da faculdade. Fiquei alguns segundos encarando aquela cena sem saber o que fazer.

— Te vejo amanhã, amiga — Carol sussurrou do meu lado. — Aproveita — falou divertida e com um sorriso, terminando de descer as escadas.

— Tchau, Carol — me despedi com a voz fraca, enquanto meu cérebro tentava me fazer parecer uma pessoa normal.

Ela desceu o último degrau da escada e cumprimentou Castiel de propósito, que virou o rosto em uma surpresa e a cumprimentou também. Então ela olhou pra mim, fazendo ele acompanhar o movimento do rosto dela e me ver ali na escada.

Carol, eu te odeio.

Ela abriu um sorrisinho e foi embora.

Eu te odeio muito.

Eu comecei a descer as escadas e Castiel me esperou.

— Oi. — Ouvi ele me cumprimentar, mas não sorriu.

Encarei seu rosto e vi que ele não parecia bem. Ao contrário das expressões debochadas que geralmente ele tem e aquele sorriso meia boca fantástico que me mata do coração em dois instantes, Castiel parecia... triste. Eu nunca o tinha visto dessa forma.

Ali, toda a minha raiva foi pro saco. Alguma coisa tá acontecendo.

— O-Oi... — respondi àquele cumprimento, sem saber como agir.

Ele não me beijou. Ele não me puxou pela cintura. Ele continuou não sorrindo. Ele não fez nenhuma piadinha. Ele não estava sendo Castiel...e isso me preocupou. Por mais que eu quisesse atropelá-lo de perguntas e desejasse inúmeras explicações, me remoía pensando se era a melhor hora.

— Você tá... bem? — perguntei meio insegura.

Mas Castiel não respondeu à minha pergunta. Apenas disse:

— Olha, — Escutei e ergui meu rosto, olhando em seus olhos cinzas. — Eu só preciso ficar sozinho — disse sério.

Senti meu estômago se revirar.

Como assim?

— Você não quer me contar o que tá acontecendo? — perguntei imediatamente, pensando no que poderia estar abalando Castiel.

Ele cruzou os braços.

— Não tô a fim de conversar sobre isso com você agora — respondeu com a voz calma e essa frase entrou como uma facada dentro de mim.

— Tudo bem — soltei no automático.

Não, não tava nada bem.

A pessoa desaparece por uma semana, me ignora durante todo esse tempo e volta pra me dizer que quer ficar sozinho? Co - mo eu poderia ficar sossegada com isso?

— Okay, então. — Ele fechou aquele assunto com poucas palavras e já ia me dando as costas pra ir embora, quando segurei o pulso da sua blusa.

— Espera aí. — Castiel me olhou resignado.

E o abracei de repente, fazendo ele se assustar. Estreitei meus braços na sua cintura, colando meu rosto nele e fechando os olhos. Ele correspondeu ao meu abraço com ainda mais força, bagunçando meus cabelos com uma mão e amparando meus ombros com a outra.

Eu nem sabia como me sentir.

Foram tantas emoções nesses últimos dias que meu cérebro não conseguiu catalogar todas. A raiva que eu tinha sentido todo esse tempo, se esvaiu agora, quando vi que Castiel não estava bem. Alguma coisa tinha acontecido, mas ele não queria falar. Ainda não conseguia entender como ele simplesmente some e não me diz nada. Volta e continua não me dizendo nada, como se eu fosse um caso à parte na vida dele.

Eu tentava não me sentir indignada com isso. E tentava não mostrar isso pra ele.

Não era o momento.  

O soltei e encarei seu rosto.

— Pode me ligar quando quiser conversar. — Era a única coisa que eu podia fazer.

Ele riu fraco e acariciou meu pescoço.

— Tudo bem, mocinha — disse e foi embora, me deixando ali.

Senti meus olhos marejarem e segurei o choro, saindo o mais rápido possível dali. Enquanto andava sem rumo pela rua, pensava em tudo que tinha acabado de acontecer. Não sabia o que me incomodava mais nessa história toda: a falta de explicações, as palavras soltas, a sua tristeza ou seu silêncio.

Eu simplesmente odiava lacunas abertas. E Castiel estava deixando muitas.

Fiquei vagando pela rua, até que resolvi entrar em uma cafeteria só pra me distrair. A verdade é que eu não queria voltar pra casa. Não nesse estado. Não enquanto eu não entendesse o que estava acontecendo comigo. Até porquê, não conseguiria conversar direito com qualquer pessoa que fosse e não queria preocupar a Ester.

Estava sem fome, mas resolvi comer só pra minha gastrite não reclamar mais tarde.

Voltei pra casa mais tarde que o normal, só pra ter a certeza de que a Ester já teria saído.

E acertei.

Entrei no apê, escutando o silêncio e fechei a porta atrás de mim, jogando a bolsa no sofá. Andei até a entrada do corredor e vi a porta do quarto da Ester aberta com algumas caixas já empilhadas perto dela.

Suspirei.

Que vida bugada é essa que eu tô levando?

Balancei a cabeça, tirando o casaco e pendurando na cadeira da sala, já indo pro meu quarto, quando escutei alguém bater na porta. Meu coração deu um salto. Será que... seria Castiel? Talvez ele resolveu voltar atrás e me dizer tudo, talvez ele só... sei lá. Corri até a porta e a abri com ansiedade, dando de cara com Nathaniel.

— Ah, oi, Stelfs — ele me cumprimentou com um sorriso mais ou menos.

Ihhhhhhh.

— Tudo bem, Nath? — perguntei, sentindo que boa coisa não ia sair daí.

— Hã... Está sim — ele disse, mas não me convenceu. — A Bia tá em casa? — perguntou logo depois e eu estranhei.

— Não, tá não — rebatei na mesma hora.

— Que estranho... — Nathaniel pensou alto. — Você tem notícias dela? Ela não estava na faculdade nem ontem e nem hoje. Eu estou começando a me preocupar... — disse.

Respirei fundo. Ah, meu Deus, mais uma. O que você tá fazendo, Bia?

— Olha, ela saiu no domingo, falando que ia pra casa de uma amiga e depois disso, desapareceu — comentei, já me preocupando.

— Domingo? — Nathaniel perguntou pensativo.

Concordei com a cabeça.

— Droga, só faltava ela... — disse inquieto, passando a mão pelos cabelos e deixando ela na testa.

— Aconteceu alguma coisa? — Depois, dessa, era a única pergunta que eu poderia dizer.

Ele tirou a mão da testa e me olhou.

— É isso que eu quero saber também — respondeu um tanto engraçado, mas eu sabia que ele estava mais preocupado que eu. — Você sabe o endereço dessa amiga? Ou o número da casa dela?

Neguei com a cabeça.

— Não mesmo — respondi, mordendo os lábios. Essa conversa estava me deixando aflita. — Ela não me disse que amiga é essa que ela foi. — Segurei a porta, começando a brincar com ela pra passar o nervosismo.

— Se você souber de alguma coisa, você me avisa? — Estava sério.

— Hum Hum — respondi com um murmúrio e parei de abanar a porta. Por que, né?

— Obrigado, Stelfs — agradeceu com um sorriso simpático e se afastou, indo pro elevador.

Fechei a porta do apê de novo com uma vontade louca de gritar.

O QUE ESTAVA ACONTECENDO COM A VIDA?!

Mas fiquei em silêncio.

Cada dia era uma novidade pior que a outra.

Fui até a minha bolsa e peguei meu celular, agora pensando em como estaria a Bia. Mandei uma mensagem pra ela perguntando se ela estava bem e o tinha acontecido, porque Nathaniel a tinha procurado. Eu queria ligar. Mas não tinha condições de conversar. Deixe o celular por ali mesmo e fui pro quarto, me jogando na cama.

Eu só queria dormir. Pra ver se isso tudo passava.

A quarta-feira chegou. Vivi minha vida normalmente, mesmo que não conseguia parar de pensar em tudo. Tive que selecionar um problema por vez, senão, não conseguiria chegar à conclusão nenhuma.

Primeiro, Ester. Resolvi ajudá-la a procurar emprego através de um site da cidade e também iria conversar com o Rodrigo hoje pra saber se ele não teria uma vaga pra ela na cafeteria. Pronto. Menos um. Fora isso, só tentar não estar muito na bad perto dela. Idem pro Lysandre. 

A Bia não tinha me respondido ainda. E eu resolvi deixar pra ligar pra ela na quinta. Eu não sei se ela iria querer conversar comigo, mas se quisesse, que eu tivesse tempo disponível pra isso. E quinta era minha folga.

Agora, Castiel...esse, bem, eu não queria nem pensar mais.

Escutei o barulho de chave na porta e vi Nívea a abrir.

— Você chegooooouuuuu — Ela disse divertida e eu não pude deixar de rir.

Como não queria pensar no que estava acontecendo na minha vida, resolvi ir pra casa da Nívea e afogar as mágoas de que forma?

Quem pensou em bebida, errou.

Ela me deixou passar e eu entrei no apartamento, encontrando Armin sentado no sofá.

— E aí, pronta pra uma rodada de Resident Evil? — perguntou divertido.

— Prepara logo minha shot gun que eu quero explodir a cabeça de uns cem hoje — respondi com uma risada engraçada e Nívea me olhou com uma cara de nojo/susto.

— Eeee menina, que você tá arrumando? — Me encarou, enquanto eu sentava no sofá no lado do namorado dela e ele me entregava a manete.

— Bom, — Eu comecei, olhando pra ela, que agora sentava do meu lado. — O Castiel voltou, a Bia brigou com o Nathaniel e a Ester continua deprimida dentro de casa — falei rápida. — Quer mais ou tá bom assim? — Usei de sarcasmo, mas tinha um riso meio fraco, meio engraçado na boca.

— Nossa — ela soltou de repente.

— Pois é — falei, fazendo uma cara de “Tá vendo”.

— Espera, você disse que o Castiel voltou? — Armin interrompeu a nossa “conversa”. Concordei com a cabeça. — Isso não seria uma coisa boa? — Me olhou intrigado e eu suspirei.

— Seria, né? — Continuei sendo irônica. — Só que...

E não pude evitar. Comecei a contar o que tinha acontecido na terça-feira, falando também de como eu me sentia diante daquela situação e de tudo que eu tinha trazido durante toda a semana que ele estava fora. Aproveitei e contei sobre o Nathaniel e a Bia também. Pelo menos, não vou morrer entalada com esses sentimentos.

— Se eu fosse você, dava um chega pra lá nesse garoto. — Foi o primeiro comentário da Nívea. — Que folgado...

— Ah, sei lá...não é assim não tão fácil... — Remediei.

— Por que, não? — Ela rebateu.

— Porque ela gosta dele, né? — Armin entrou no assunto, olhando pra namorada com cara de: “Isso não é óbvio? ”. — Apesar de também achar que você não deve ficar esperando o tempo passar... — completou depois.

Soltei um suspiro.

— Eu sei, é justamente isso que me deixa estressada! — reclamei, aumentando o tom da minha voz e gesticulando muito. — Não poder fazer nada!

— E se você tentasse falar com ele mesmo assim? — Ele me impulsionou.

— Hum, sei não — Nívea opinou, com uma cara que só Deus.

— Mas ele me disse que queria ficar sozinho e não queria conversar sobre o assunto — respondi com uma cara triste. — Achei que vocês homens fossem objetivos: sim é sim, não é não — disse confusa e Armin riu.

— Ué, mas é isso mesmo — falou, ainda rindo da minha fala. — É só... sei lá, todo mundo gosta de saber que tem alguém se preocupando com você — soltou, saindo do sofá e indo se sentar do lado da Nívea e a abraçando pelo ombro. — Né, não, Peach? — E deu um beijo na bochecha dela, fazendo a pobre coitada ter um susto e rir logo depois.

Eu balancei a cabeça, achando muita graça daquele momento dos dois.

É, acho que ele tem razão.

Depois disso, resolvi encerrar o assunto e começar logo o jogo pra não ficar a tarde inteira nisso. Passei a tarde lá e acabamos indo juntos pro café.

Mais tarde, a Nívea veio conversar comigo de novo. Menina da lógica como ela é, me fez explicar TODA a situação pra ela poder pensar também junto comigo. Amigas são pra isso. No fim de tudo, chegamos à conclusão de que talvez eu devesse realmente mostrar o quanto eu tava preocupada. Talvez isso ajudasse Castiel a se abrir. Mesmo que ele não quisesse.

O trabalho encerrou e fui pro apê mais tranquila.

Sentia uma ponta de esperança surgir dentro de mim.

As aulas da quinta-feira tinham demorado mais que o último capítulo de Ao No Exorcist. Bem, convenhamos que eu já tava ansiosa pra chegar de tarde e poder colocar meu plano em prática. E junto a isso, nervosa porque não sabia como começar uma conversa com o Castiel.

Saí da aula na maior correria, nem dando tempo da Carol vir falar comigo. Eu tinha atualizado ela das informações do dia anterior e ela já tava ciente. Então, acabou aceitando na boa. Dei uma passadinha na padaria antes e comprei um rocambole. Se for pra aparecer do nada, que seja com comida, né, não?

Cheguei em casa, tirei a chave da bolsa e abri a porta, já entrando, quando me deparei com isso:

Somewhere in time I will find you and haunt you again...

Ester e Lysandre cantavam com a maior emoção, juntinhos na beirada do fogão, enquanto o celular tocava a música.

Oun, quanto amor.

Like the wind sweeps the Earth. — Lys arrematou aquele verso sozinho, soltando a voz maravilhosa dele que a gente já conhece.

Ester riu.

— Nossa, tá querendo competir com o Roy, é? — disse engraçadinha e pôs as mãos na cintura. — Mas continua que tá bom. — Continuou sorrindo.

Pelo menos uma coisa boa, Jesus.

— Continuem o dueto. Tava ótimo! — brinquei, terminando de entrar e os dois me olharam ao mesmo tempo, OS DOIS, corados.

Gente, que coisa mais fofa. Ainda bem que shippei certo.

— ... Olá, Stelfs — Lys me cumprimentou, tentando disfarçar a vergonha.

— Oi, gente — cumprimentei de volta, deixando minha bolsa no sofá e guardando o rocambole na geladeira.

— Que é isso? — Ester perguntou quando me viu fazendo isso.

— Rocambole — respondi normal, prendendo meus cabelos em um coque e lavando minhas mãos.

— Pra sobremesa? — perguntou animada.

— Desculpa, my lady, mas dessa vez não — falei com um bico e uma tristeza na voz. E dei um tapinha no ombro dela como consolo. Eu poderia ter trazido pra gente também, né? Mancada. — Em que eu posso ajudar aí no almoço?

— Poderia cortar essas alfaces pra salada, por favor? — Lys me pediu e concordei com a cabeça, já colocando as verduras na bacia pra lavar.

— Então pra quem é aquele rocambole? — Ester voltou a me perguntar. Indignada.

— Pro Castiel — falei sem delongas e os dois me olharam. Ainda bem que estava fingindo que prestava atenção nas alfaces. — Vou levar pra ele pra ver se resolve o momento vampiresco dele — brinquei e Ester riu. Lysandre continuou em silêncio.

Opa, mau sinal.

— Que você acha, Lys? — Resolvi perguntar, já que já estávamos falando do dito cujo mesmo.

— Não acho que seja má ideia — respondeu, olhando pra mim com um sorriso consolador. — Vai ser bom para ele — prosseguiu, fazendo meu coração vibrar.

Yes, um ponto a favor.

— Traz um pedaço pra mim depois? — Escutei Ester falar e comecei a rir.

— Não prometo nada — disse, levantando as sobrancelhas e dando de ombros. — Você conhece o Castiel — soltei essa e ela começou a rir.

Nem precisamos dizer mais nada, né?

Almoçamos naquele clima de colegagem e depois me ofereci pra lavar as louças pro casalzinho poder namorar um pouco (compreensiva, eu, magina?).

Então, chegou a hora derradeira. Escovei meus dentes rapidinho e passei na cozinha, pegando o rocambole. Saí do apartamento e fui até a porta do lado, batendo nela com os nós dos dedos.

— Lysandre, eu não te falei pra levar a cha... — Castiel já abria a porta reclamando, pra variar, quando me viu.

— Oi. — Escondi minhas mãos atrás das costas e abri meu sorriso menininha.

— Ei — Ele me respondeu com a voz fraca e baixa.

Ficamos nos olhando em silêncio por algum momento, até eu resolver falar de novo:

— Ah, eu... Hum... Vim te trazer isso. — Estendi a embalagem com o doce e ele olhou pras minhas mãos na mesma hora.

Ele pegou o rocambole e o analisou. E suas expressões pareceram piorar.

— Obrigado — Agradeceu, me olhando rápido, voltando a encarar a embalagem.

— Será que... eu posso entrar? — Arrisquei, o observando.

— Melhor não — Castiel respondeu com seriedade e certeza.

Suspirei.

— Até quando a gente vai ficar nisso? — Perguntei de repente, sentindo que minha raiva começava a transparecer.

— Quê? — Ele rebateu em um susto, me olhando surpreso.

— Até quando você vai ficar escondendo as coisas de mim desse jeito e me evitando? — Joguei pra cima dele, me repreendendo mentalmente por isso, mas vendo que eu já tinha acabado com tudo. — Que tá acontecendo? — Uma pausa e outro suspiro. — Caramba, sabe, será que é tão difícil assim me contar? — Falei em um tom mais baixo, tentando controlar minha raiva. — Você simplesmente desaparece, não me dá notícias, não atende meus telefonemas, volta, me diz que quer ficar sozinho, me evita, não me conta o que tá acontecendo e você quer que eu fique aqui, assim, esperando a sua boa vontade? — Despejei tudo de uma vez, falando pausadamente e tentando não me exaltar. — Que droga, Castiel! — exclamei logo depois, colocando a mão na testa.

Poderia não parecer, mas eu estava nervosa.

— Será que você não entende que isso é um problema que EU preciso resolver? — Escutei ele dizer, percebendo que tom dele começava a subir.

Bufei.

— E eu tô aqui pra quê, então? — Ironia, não, Stefany... — Só pra ser uma bonitinha a mais que tá na sua lista, é isso? – indaguei com mais raiva ainda.

— Quê, garota? — ele rebateu indignado e fez uma expressão carrancuda. — Deixa de ser maluca.

— Maluca?! — soltei com deboche, destilando sarcasmo. Ah, que saco... — E agora querer ser apoio de alguém é maluquice?! — Lancei toda a minha indignação pra cima dele. — Eu não sei que tipo de gente você andou namorando, Castiel, mas eu preciso dizer que comigo as coisas não funcionam assim – Falei chateada, sentindo meu coração doer.

— E por acaso você me conhece pra saber com quem eu namorei? — Castiel rebateu irritado, fazendo meu sangue ferver.

— Claro que não, você não fala sobre você, esqueceu? — Rebati a altura e senti que ele ficou com ainda mais raiva.

— Vai embora, Stefany. — Eu escutei ele dizer em uma voz baixa.

— Quê? – perguntei no impulso, olhando pra ele com estranheza.

— Eu tô mandando você cair fora, será que não deu pra entender?! – Castiel levantou o tom de voz e eu me assustei.

Fechei a cara na mesma hora.

— Você é um idiota, Castiel — Falei em meu tom normal, balançando a cabeça em negação e o encarei mais uma vez, dando as costas pra ele.

Mal andei alguns passos e escutei a porta bater com violência. E levei outro susto, soltando um suspirei resignado.

Cara, eu estraguei tudo.

Voltei pro apê apressada. Mais uma vez, não queria falar com ninguém e me enfiei no quarto sem deixar que a Ester soubesse que eu estava ali. Me lancei na cama de bruços e enfiei a cara no travesseiro, repassando aquela conversa horrível na minha cabeça, sem me cansar de dar replay.

Não cérebro, para... eu não quero pensar nisso.

Tentei fuçar na internet, assistir filme, estudar, dormir, mas não consegui fazer nada. Escutei Lysandre ir embora e só então fui ver que já era seis horas. Tomei banho, comi alguma coisa e voltei pro quarto. Me preparava pra ligar pra Bia, quando um chiado de guitarra estremeceu tudo.

Não, só pode ser brincadeira.

Isso me subiu nos nervos.

Escutei a Ester bater na porta e fui abrir. Ela tava com a mão na testa e uma cara não muito boa.

— Stelfs, você vai lá falar com o Castiel? — perguntou. — Eu mandei mensagem pro Lys, mas minha cabeça tá latejando.

Fiz um bico.

Não adiantava mais tentar ficar calma. Ele tinha estourado meus limites.

— Tá, eu vou lá — Respondi curta e séria.

Bati na porta dos meninos e Lysandre veio me atender.

— Desculpa, Stelfs, eu tentei falar com ele, mas... — Ele começou, me deixando entrar e fechando a porta.

— Tá tudo bem, Lys. — Cortei a frase dele. — O problema é comigo — Falei séria e dei as costas pra ele, caminhando em direção ao “estúdio”.

A guitarra alta vibrou nos meus ouvidos, me deixando ainda mais com raiva. Me aproximei com passos largos e duros até lá e apareci no batente da porta, fazendo Castiel me olhar no mesmo instante.

— Será que não dá pra agir feito homem pelo menos dessa vez, não?


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Notas finais do capítulo

Stelfs:

EITAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA D:
Preparem suas pipocas, suas apostas e seus assentos que o show vai começar -q.
Então, gente, alguma teoria AINDA sobre esse bendito problema do Castiel? D:
p.s: Diamara, bora conversar? xD

Bia:

Aaaaaaaaaaaaaa esse Castiel é um brutamontes! Ok, ele deve estar passando por algo ruim, mas caramba O que custa explicar um pouco pra Stelfs, né?
Ele perdeu todos os dois pontos que ganhou comigo quando parou de fazer barulho shaysgasha
Esperamos que tenham gostado (ou não) da treta.
Até sexta o/

Ester:

A bola chega pra área, Stelfs domina, passa por um, passa por dois. Olha a treta! Olha a treta! Ela chuta... Goleiro Castiel toma um frango e é treeeetaaaaaaaaaa, éééé do Brasil-sil-sil! Treta muito essa menina Stelfs! ~narração Galvão Bueno off.
A única coisa que peço é.... Não nos matem kkkk Qualquer coisa, reclamem com a Stelfs -q
Logo logo vamos saber o que que deu dessa barulhada e se Stelfs marcou mais um gol... opa! Se marcou mais uma treta xD
Até sexta o/



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