O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 4
Capítulo 3: A madame.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Olicity e Delena pelo comentário ♥



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Mal você sabe

Estou tentando me reerguer

Pedaço por pedaço

Você mal sabe que preciso de um pouco mais de tempo

Oito anos atrás:

Uma sirene começou a tocar, eu não sabia o significado, mas as meninas sabiam, tanto que me fizeram correr para voltarmos ao lugar onde nos tínhamos se conhecido.

Todas as mulheres estão aqui e formavam fila. Eu tinha que ser a ultima da fila, talvez significasse a ordem das mulheres que foram chegando neste lugar. Eu queria tanto perguntar o que estava acontecendo, mas os rostos dessas mulheres me explicavam que o melhor era ficar quieta e deixar tudo acontecer. Apenas uma mulher não foi para fila, tinha cabelos ruivos e pele branca. O seu rosto demonstrava confiança, sua voz tinha o sotaque de russo e ela pedia para que todas as mulheres colocassem um sorriso no rosto. O som da sirene parou e o homem de terno entrou.

— Ola moças. – cumprimentou.

— Ola Blue. – elas responderam.

A única pessoa que não respondeu tinha sido eu. Ele me encarou e se aproximou de mim, a nossa distancia era pequena, eu conseguia sentir sua respiração e ele a minha.

— Repita comigo Babydoll: Ola Blue. – ele pediu.

— Ola Blue. – falei o que ele tinha pedido. Eu não sabia o que ele poderia fazer.

— Muito bem. Sweet Pea, como está o procedimento com ela? – seus olhos não saiam de mim apesar dele estar falando com outra pessoa.

— Nós já explicamos como funciona, se ela fizer tudo correto poderá ficar conosco e mostramos a ela o quarto que dará o primeiro show particular. – apesar da sua arrogância, Sweet Pea também tinha medo dele.

— A senhorita é virgem? – agora a pergunta era direcionada a mim.

— É algo particular meu. – respondi sem hesitação.

— Eu não perguntei se é algo particular seu. A senhorita é virgem? – insistiu novamente, só que dessa vez mais agressivo.

Eu não sabia o que fazer. Olhei para as meninas e os seus rostos demonstravam preocupação. Rocket fez um movimento com a cabeça, aquilo indicava que era para eu contar, senão algo de ruim poderia acontecer.

— Sim, eu sou. – afirmei desviando os olhos.

— Isto é maravilhoso! – começou a rir histericamente. – Os nossos clientes pagarão uma grana preta em você. - ele puxou o meu rosto para perto dele, lambeu minha bochecha e se distanciou. A minha vontade era de limpar, passar desinfetante. Mas acho que se eu fizesse, só iria irritá-lo ainda mais.

— Agora garotas eu entregarei os nomes dos clientes que vocês irão agradar hoje. – começou a entregar papeis para cada uma das garotas. Elas apenas continuavam a sorrir como se não fosse nada demais. – Amber e Rocket vocês duas estão encarregas de deixar Babydoll irresistível, provocativa e sedutora nesta noite antes de vocês atenderem os seus clientes. Mas não iremos deixar nenhum cliente tocá-la, porque ela será apenas algo para se olhar e desejar. Ela será a nossa chance de trazermos mais pessoas e quem sabe até o próprio prefeito.

— Mas senhor nós também precisamos se arrumar para hoje. – falou Rocket um pouco irritada.

— Não se preocupe minha querida, Babydoll tem a beleza natural. Não levará muito tempo não estou certo, Amber? – Blue disse dando um sorriso maléfico.

— A deixaremos irresistível, linda e sedutora. Não se preocupe Blue. – Amber confirmou.

— É o que eu espero. Senão, já sabem. P-u-n-i-ç-ã-o. – aparentemente era algo ruim, todas tremeram em escutar aquelas palavra que fora dita devagar. Ficamos em silencio até Blue sair. Aparentemente tínhamos que respeitá-lo ou pelo menos ficarmos com medo suficiente para não tentarmos enfrentá-lo. Mas eu não ficaria aqui por muito tempo. Eu arranjarei uma maneira de escapar. Talvez se eu tentasse convencer algum cliente do quanto isto era errado. Ainda não sei, mas tenho tempo para pensar em algum plano.

— Ei, vamos se preparar para grande noite? – Rocket falou desanimada.

— Por que vocês fingem estar tudo bem?

— Porque não queremos ser punidas. – ela me puxou para um canto e sussurrou.

— O que acontece nessa punição? Você já foi punida? – comecei a falar baixo também.

— Eu nunca fui. Mas conheço pessoas que foram, olhe para aquela morena.

Procurei por uma morena e encontrei. Ela está horrível, vários hematomas, desde o rosto até seus braços. Eu não entendo. Como ela irá agradar seus clientes desse jeito? Nenhum irá querê-la.

— Ela está horrível. – deixei escapar.

— Sim, ela está. Mas pelo que eu escutei, ela não só apanhou como foi abusada de três homens. – disse ela ainda sussurrando.

— O Blue que abusou? – eu não ficaria surpresa.

— Não. O Blue nunca tocou nas garotas desse jeito, ele apenas as torturas. – para mim ele ainda continua o monstro que é.

— Como sabe que ele não abusa delas?

— Porque Sweet Pea pegou punição uma vez por minha causa. – falou um pouco triste.

— Por sua causa? – eu queria saber o resto da história.

— Uhum... Quando cheguei aqui, eu não queria vender meu corpo. Então o Blue resolveu me punir, mas a Sweet Pea não deixou, pediu que deixassem trocar de lugar comigo. Em vez de eu levar a punição, ela levou.

— Ela foi abusada?

— Sim. Mas não conte a ela que eu te disse isso. Poucos aqui sabem dessa história. Ela não gosta que os outros tenham pena dela. – forçou uma risada.

— Como você foi parar aqui? – falei curiosa.

— Eu fugi de casa porque meus pais me odiavam, mas acabamos ficando sem lugar para ir, infelizmente Blue nos encontrou e nos arrastou para este lugar.

— Sua irmã também fugiu?

— Sim, mas não pelo mesmo motivo que eu fugi. Ela fugiu para não me deixar sozinha, para cuidar de mim, é isso que ela faz desde que chegamos aqui. Eu sou uma irmã horrível. – disse com pesar.

— Eu também tinha uma irmã. – meus olhos lacrimejaram.

— O que houve com ela? – Rocket perguntou curiosa.

— Ela morreu.

— Sinto muito. – podia se perceber que ela realmente sentia.

— Eu também. Sweet Pea te protege porque acha que esta é a missão dela, se ela falhar, ela se sentirá uma irmã horrível. Então não se preocupe. Ela não deve te culpar por nada.

— Eu irei acreditar em você. – deu um sorriso de lado.

— Você sente medo do Blue?

— Morro de medo. – ela tremeu.

— Tem chances de nós fugir? – perguntei sincera.

— Zero de chances. Ninguém nunca fugiu e as que tentaram, morreram por não agüentar a punição. – deu de ombros.

— Quem é a mulher ruiva que não demonstrou medo do Blue? – eu nem precisei apontar para ela saber de quem eu estava falando.

— Nós a chamamos de Madame. Ela comanda aqui. – começamos a olhar para ela.

— Aquela Madame, ela comanda o que aqui? – Será que ela era mulher do Blue?

— Ela ensinar a gente a ter mais coragem, nos incentiva a ficar vivas. E também nos ensina danças para conseguimos ser mais sexy com os clientes. Falando em clientes, vamos você tem que estar preparada para esta noite. – Rocket me puxou para longe das garotas e me levou a outro cômodo.

— Ela é por acaso é mulher do Blue? - eu queria entender como uma mulher daquela estaria fazendo aqui.

— Não, mas chega perto. Ela quem ajudou Blue a criar este lugar.

— Ajudou? – falei indignada.

— Sim. Blue deu a ideia e ela financiou algumas coisas, ninguém sabe o verdadeiro nome dela, mas eu acho que talvez ela seja apaixonada pelo Blue.

— Para alguém ser apaixonado por ele, tem que ter problema. – meu tom de voz saiu um pouco irritado, mas na verdade eu estava com raiva, como uma mulher podia fazer mal a outras mulheres?

— Para alguém vir neste lugar, tem que ter algum problema, Babydoll.

Atualmente:

— Que porra foi aquela Sweet Pea? – perguntei com raiva.

Fiquei esperando o dia inteiro para perguntar isto. Ela não tinha nem sequer me avisado que iria aparecer na empresa e me deixar com uma cara de trouxa. Agora Oliver vai querer saber mais do meu passado. E eu odiava ficar dando desculpas ou contar mentiras. Depois de ele ter falado para mim que não iria poder ao casamento comigo, ele me evitou o dia inteiro e por mais que eu tivesse sido bom para mim, eu não gostei ao mesmo tempo. Quando ele me evitava era porque estava na companhia de outra mulher. E eu tinha ciúmes, o que não é algo normal. Não pode sentir ciúmes de algo que não é seu. No máximo somos colegas de trabalho.

— Ah qual é, você gostou. E ai o bonitão ficou feliz em ser seu acompanhante no meu casamento? – perguntou animada.

— Longe disso. Depois dele falar que é para eu avisar a você que ele não vai ir, ele me evitou o dia inteiro. Obrigada pela vergonha. – revirei os olhos.

— Relaxa. Eu conversarei com ele. Se ele não for acompanhando com você, eu terei que ser obrigada a pedir para o Bruce processar a empresa. – ela sorriu.

— Mas por que você quer que eu vá acompanhado com ele? Tipo, eu passei o dia inteiro buscando um motivo. – E o pior é que eu fiquei mesmo. Chegaram a me dar dores de cabeça.

— Está tão na cara! Eu quero que você e ele se peguem!

— Você quer que eu fique com ele, para recompensar por você ter roubado o Bruce de mim? – falei sínica.

— É claro. Apesar de você não ter ficado nem um pouco abalada com o término do relacionamento de vocês, eu fiquei!

— Mas o meu relacionamento nunca iria para frente e você sabia o motivo.

— Babydoll, babydoll, você ainda não confia em nenhum homem. Acho que deveria seguir a minha dica: Arrisque.

—Só porque a senhorita arriscou com o Batman não significa que terei que arriscar com o Arqueiro.

— Mas desta vez é diferente, eu vejo. – ela falou confiante.

— Como assim diferente? - ergui uma das minhas sobrancelhas.

— Você trabalha com ele. Quando era com o Bruce, você não tinha o deixado saber das suas habilidades de hacker. - disse como se aquilo realmente significasse uma baita diferença.

— Olha só, que diferença! – falei irônica.

— Fazemos o seguinte: A senhorita irá com ele acompanhado para o meu casamento, se nada rolar, você provou para mim que não é diferente. – esticou sua mão para fecharmos o acordo. E eu selei com a certeza de que nada irá rolar.

— Agora temos que focar em nossa missão. Novidades? – peguei meu tablet da bolsa para ver se havia qualquer movimento estranho nas ruas.

— Eu tenho, lembre-se que ontem as coisas estavam calmas de mais? – concordei com a cabeça. – O motivo era que estava acontecendo uma reunião de vilões. E hoje também acontecerá.

— E como você sabe? – ela me olhou incrédula. Como eu poderia ter esquecido os meios que ela usava para conseguir informações?

— Conversei com alguns caras maus. – sorriu para mim. Quando ela diz conversar, significa torturar. – Trouxe a sua roupa?

— Claro. Não posso deixar que eles saibam de mim. – falei algo obvio.

— Então vá se vestir. Temos que conseguir mais informações.

Tirei meus óculos, soltei meus cabelos, coloquei uma máscara preta e vesti o traje. Olhei no espelho e confesso que senti falta, ficar apenas sentada vendo os outros fazerem não era tão emocionante quanto você mesmo praticando a ação. Eu carregava duas armas para defesa: Uma pistola e uma espada. Às vezes eu usava as duas armas por diversão. Então nada melhor do que voltar a ação com um pouco de diversão.

Eu e Sweet Pea fomos ao lugar que marcaram o encontro da reunião, realmente haviam muitas pessoas. O plano era para nós conseguir informações e quando estivesse preste a chegar ao fim iríamos dar uma surra neles. E eu sentia falta disso. Bater nas pessoas, descontar tudo nelas e quando apenas faltassem alguns socos para que elas morressem, eu pararia. Mas eu não sou mais assim. Apenas daria uma surra neles para que se assustassem.

— Psiu, o que aquelas copias mal-feitas de nós estão fazendo aqui? – Sweet apontou para duas loiras caminhando em nossa direção. São Sara e Laurel. O que significa que Oliver não está aqui.

— Temos que dar um jeito nelas, senão irão nos atrapalhar. – ativei um aplicativo para que nossas vozes mudassem.

Elas começaram a se aproximar, aparentemente não iriam nos atacar. Elas iriam tentar tirar informações e saber se somos as garotas boazinhas também.

— O que vocês duas fazem aqui? – perguntou Sara.

— Eu que perguntou a vocês. – falou Sweet irritada.

— É melhor vocês pararem de tentar bancar as vigilantes e darem um fora daqui. – falei abrindo um sorriso. Eu não tinha nada contra as duas, porém elas tiveram um caso com Oliver, e hoje não estou com paciência.

— Escute, vocês só saíram daqui após dizer o que estão planejando. – afirmou Laurel.

— Não é da sua conta querida. Saiam antes que eu precise tirar vocês daqui à força. – Sweet perde em requisito de ser educada.

— Vocês não nos dão outra opção. – o tom de voz da Sara saiu ameaçador. Um aviso do que estava prestes a acontecer.

Uma luta.


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Notas finais do capítulo

Apareçam fantasminhas! Bjs.



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