O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 15
Capítulo 14: Não somos pessoas normais.


Notas iniciais do capítulo

Eu: Bem-vindos novamente ao OPSV, nesta noite temos apenas um convidado: Arqueiro-Verde. A única pergunta é: Em uma luta corpo a corpo, quem você acha que venceria? Batman ou Arqueiro-Verde?
Arqueiro: Acho que isso depende muito do lugar e das vantagens, mas, Batman parece realmente ser um verdadeiro lutador, creio que acabaria em um empate.
E: Muito obrigada pelas humildes palavras. Agora vamos para um aviso: '' O flashback agora é há SETE anos, pois o tempo está passando ''.



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Você mal sabe que estou tentando melhorar as coisas

Pedaço por pedaço

Você mal sabe que eu, eu te amarei até que o sol morra

Sete anos atrás:

Tudo mudou desde que tive conhecimento da verdadeira identidade do Batman. Recebi ameaças de Bruce caso eu contasse para alguém sobre isso, mas eu sempre conseguia dar as melhores respostas para deixá-lo sem reação. Talvez sua falta de eloqüência era porque eu não tinha medo dele, mesmo sabendo como era e como trabalhava.

Quando ele percebeu que eu não iria contar para ninguém e muito menos usar essa informação para subordiná-lo, ele decidiu me ensinar alguns movimentos de defesa para evitar que eu ficasse em alguma situação ruim. No entanto, as aulas começaram a ficar quentes. Era difícil evitar a atração. Em um treino, em vez de ele me ensinar outra defesa, ele simplesmente avançou sobre mim e me deu um beijo intimidador. E foi desse jeito que passávamos a maioria dos nossos dias, no entanto, nós nunca passamos das preliminares, ficamos apenas em troca de caricias e beijos. Não me sinto preparada para dar o que ele realmente deseja, talvez eu esteja sendo uma mulher imatura, mas será a minha primeira vez e eu preciso ter certeza – muita mesmo – para fazer isso. 

Não entendo exatamente nosso relacionamento, sei que não estou apaixonada por ele, apenas gosto. Não o vejo como o homem da minha vida. Talvez os sentimentos demorarem a aparecer, não acontece rapidamente, podem demorar meses. Nunca tive maestria nesse assunto.

Mesmo nós estando em uma relação estranha, eu continuo a trabalhar para ele, pois quando ele está salvando a cidade ou cuidando de sua empresa, não tenho muito o fazer. Então, decidi me juntar a Alfred na limpeza. Isso mantém minha cabeça ocupada e me ajuda a evitar pensar nas coisas que não estão resolvidas.

Hoje é a minha vez de regar as poucas plantas que nasceram do lado de fora da casa, no entanto me assustei quando uma delas cresceu repentinamente.

— Que merda é esta? – arregalei os olhos e comecei a me afastar. Não demorei em perceber a presença de alguém e me virei. Dei de cara com uma mulher ruiva, com metade do corpo coberto por plantas.

— Não fale palavrão perto dos meus bebês.  – ela abriu um sorriso e se aproximou. Levei poucos segundos para reconhecer que ela é uma da interminável lista de inimigos do Batman.

Eu sei pouca coisa da famosa Hera Venenosa, no entanto sei que sua maior vantagem é a luz do sol, pois a fortalece. Mesmo se eu gritasse, colocaria em risco a vida de Alfred. Aconteceu uma reunião de urgência na empresa e Bruce preciso sair, isso significa que estou por conta própria.

Agarro rapidamente a enorme tesoura e começo a recuar, ficando longe das plantas e da mulher a minha frente. Lutar com ela irá me fazer perder qualquer força que tenho. Nunca ganharei.

— Não vá embora. – escutei uma voz melancólica por de trás de mim.  – Estou começando a brincadeira agora! – a mesma voz riu. Nem tive tempo o suficiente para virar de costas e ver de quem pertence à voz, pois fui acertada com algo duro na cabeça.

Quando retornei a abrir meus olhos, percebi não estar mais no terreno de Bruce. As minhas seqüestradoras nem se quer deram o trabalho de prender minhas mãos e meus pés, mas antes que eu pensasse em me movimentar, observei o lugar para achar uma escapatória. Pareço estar em uma sala, no entanto, desarrumada. O som da TV e do falatório de duas mulheres me fazem ter noção de que elas não sabem que estou acordada, meus olhos percorrem pelo lugar. Mesa, cadeiras, facas e uma porta fechada. Minha chance de sair é pouca, mas eu preciso tentar, pois sinto que elas planejam algo ruim para minha pessoa. Quem iria seqüestrar uma faxineira? Ninguém sabe da minha relação com Bruce. Não encontro motivo para que elas me prendessem, duvido muito que elas trabalhem junto ou para Blue, pois ele é o único que se interessaria em minha pessoa e gostaria de uma bela vingança.

Levanto-me cuidadosamente e mantendo minha respiração controlada, nenhuma delas parecera perceber minha tentativa de fuga, pois continuam focadas na televisão. Tento girar a maçaneta da porta, no entanto paro quando percebo que não há nenhum som, nem de vozes. Sinto meu coração acelerar e com isso viro a maçaneta de uma vez e percebo que a porta está trancada. Não, não.

— Pelo que parece a nossa garota acordou. – outra risada exagerada. Soltei minha mão da maçaneta e olhei de soslaio. – Venha cá, não seja tímida. – pediu ela. – Terei que dar alguns tapinhas em você para aprender? – o seu tom já não era mais de brincadeira. Vire-me para encarar ambas as moças. A ruiva continua com o seu sorriso no rosto. Já a loira que reconheço ser mais uma da lista de inimigos do Batman, mantém um rosto sério.

— Então você é a famosa namorada do Coringa. – murmurei para mim mesma. Nunca sequer cogitei conhecer duas vilãs como elas.

— Sente-se conosco! – a loira mudou abruptamente sua expressão. Eu assenti levemente e tento manter a minha calma. Ela é realmente louca.

— Espero que não se importem, mas o que faço aqui? – disse me sentando de frente com as duas moças.

— Ahhh, olha como ela é educada! – comentou Arlequina. – Você é uma gracinha! – ela apertou minhas bochechas com força e depois soltou.

— Não é da sua conta. – respondeu Hera com o maldito sorriso em seu rosto. Do que ela está achando graça? Se ela não tivesse esses poderes sobre as plantas, eu daria um soco em seu rosto.

— Nossa amiga, que grosseria! – advertiu Arlequina. – Está aqui porque alguém pagou uma grana preta por você! Quer chá? – ela esticou uma xícara para mim, olhei para o copo desconfiada. – Não se preocupe, a pessoa quer você viva, além do mais, se fosse para te matar, não seria envenenada. – ela deu um sorriso insano.

— Obrigada. – agradeci neutra e tomei um gole, o gosto é terrível. – Isso aqui está horrível. – deixei escapar e Hera deu uma longa risada.

— Eu digo isso sempre para ela. – a ruiva parou de rir. – Me diga, querida, por que alguém pagaria uma grana altíssima para te pegar? Foi tão fácil te seqüestrar quanto uma criança. – me senti envergonhada e aposto que se Bruce estivesse aqui iria começar a me dar um sermão por não ter usado algum dos seus treinamentos.

— Depende da pessoa que pagou. – percebi curiosidade no seu olhar. No entanto, Arlequina não se aguentou permanecer em silencio e contou por ela:

— Foi um homem velho e ele possui uma marca estranha em seu rosto, como se alguém o tivesse arranhando. – desta vez não consegui conter minha expressão. Será possível que o homem no qual ela descreveu ser meu pai? Se for, ele quer finalizar o que não conseguiu.

— Diga-me o preço que ele pagou, pois eu conseguirei o dobro. – ofereci minha proposta. Em hipótese alguma eu poderia voltar para a mão daquele monstro.

— Isso é interessante. – ela se empolgou. – Mas nos conte porque ele te quer, porque você não parece ser alguém perigosa. – sua testa frisou.  

— Eu possuo um segredinho desse homem que pode acabar com a vida dele.

— Pode nos contar? – incitou ainda mais. – Prometo não contar.

— Se eu dizer, ele terá que seqüestrá-las também. – abri um sorriso. Será que estou tão louca a ponto de ter uma conversar normal com essas duas?

— Duvido que tenha dinheiro, se tivesse, não seria uma faxineira. – concluiu Hera.

— Na realidade, ser faxineira é apenas o meu disfarce, planejo roubar Bruce Wayne. – menti. Minha mente está criando varias maneiras para eu me livrar dessa enrascada.

— Planeja é? – perguntou com sarcasmo que me fez lembrar Sweet. – Como?

— Tenho uma grande habilidade em hackear. – dei de ombros. – Irei roubar a empresa dele e nem saberão quem foi. Estou nessa cidade apenas para isso. – deixei minha coluna ereta.

Ambas as mulheres se olharam e pareceram conversar apenas pelo olhar.

— Se nos ajudar em algo, deixaremos você sair livre. – declarou Hera.

— O que querem que eu faça?

Atualmente:

Minhas pálpebras se abriram sonolentas igualmente a minha mente, por isso demorei um tempo ao perceber que tinha um corpo se pressionando contra o meu e um braço me envolvendo. Virei à cabeça lentamente e olhei de soslaio para ver Oliver dormindo. Por que diabos ele está dormindo comigo?

Retirei cuidadosamente seu braço e comecei a me livrar dessa a proximidade. Por mais que a sensação tivesse sido boa e passava segurança, eu não poderia ficar para sempre dessa maneira – mesmo que eu desejasse muito -, contra a vontade caminhei até o banheiro e tomei um rápido banho. Me enrolei na toalha e sai do cômodo, pois as roupas limpas estão guardadas no armário.

— Felicity? – escutei uma voz sonolenta me chamar e me virei. Como Oliver consegue ser tão lindo? Mesmo com o rosto amassado, ele não perde sua beleza. Aquiete-se, menina!

— Já acabei de usar o banheiro, pode ir. – disse a primeira coisa que veio a minha mente.

— Podemos tomar café juntos? – questionou coçando seus olhos. Ai, ai.

— Sim, nós podemos. Agora se me da licença, eu preciso me trocar. – o deixei sozinho.

Minha pele inteira está arrepiada. Talvez pelo frio, talvez pelo fato de que, nós estamos ficando mais intimo. Se eu não nos conhecesse diria que parecemos um casal que mora junto. Apesar de não ser exatamente uma casa, e sim a arque. Mas, ainda continua parecido com a situação. 

Para minha felicidade, eu acabei deixando algumas roupas em um dos armários para mim, caso eu precisasse ficar novamente na arque como precisei daquela vez. Eu realmente tive uma boa ideia. Vesti um vestido vermelho, sem mangas e sem decote. Coloquei uma sapatilha preta que na ponta possui dourado. Sequei meus cabelos com a toalha e decidi os deixá-los soltos.

— Pronta para tomarmos café? – Oliver perguntou se aproximando e sorrindo. Não acredito que está sorrindo.

— Está tudo bem? – franzi o cenho.

— Sim, por que não estaria?

— Oliver... – comecei devagar. – Você possui poucos motivos para sorrir, um desses motivos é quando me irrita. Está planejando me irritar?

— Não é esse o motivo. Irei contar para você quando chegarmos logo à lanchonete e tomarmos café. – incitou. Maldito.

— Vai me deixar curiosa? – cruzei os meus braços e o encarei perplexa.

— Vamos? – esticou sua mão para eu pegá-la. Hesitante, peguei-a e uma estranha eletricidade passou por meu corpo inteiro, no entanto a ignorei e saímos da arque. Fomos com a bela moto de Oliver até uma lanchonete, quando ele tirou seu capacete, pude contemplá-lo por mais segundos, apenas faltou uma jaqueta de couro para ele parecer um verdadeiro badboy.

Uma atendente nos indicou a mesa e fizemos o pedido. Eu já vim a essa lanchonete, uma vez, depois que percebi que ela é lotada de pessoas, decidi tomar meus cafés sozinha em minha casa. Depois de a bela moça sair, Oliver começou a me encarar e, inconseqüentemente, me fazer sofrer nervosismos. Oh, céus, por que ele faz isso comigo?

— Estamos na lanchonete, agora pode me dizer o motivo do sorriso? – frisei a testa. Estou quase o implorando para que ele olhe para outra coisa que não seja a mim. 

— Enquanto eu garantia que você dormisse tranquilamente, estive avaliando muitas coisas... – minhas mãos estão suando. Não acredito que ele está brincando comigo. Respirei fundo e não permiti transparecer minha agitação.

— E o que avaliou? – indaguei implorando para que não enrolasse ainda mais.

— Percebi que você também não vive como uma pessoa normal. – deu de ombros como se isso fosse acabar com toda a minha inquietação.

— Eu vivo sim. – revirei os olhos.

— Felicity, quando não está na empresa, você está na arque. – explicou calmo. Isso não é para ser um elogio? Sou uma mulher muito eficiente.

— Isso não é verdade. Esqueceu-se que estou ajudando em um casamento? – usei a melhor desculpa que consegui. Por mais que minha função ‘’madrinha’’ esteja apenas sendo usada para disfarçar as minhas saídas repentinas e necessárias. Além de ajudar na empresa, na arque, eu estou tentando impedir Blue, no entanto, isso não vem ao caso. Todo mundo, até mesmo Bruce e Sweet conseguiu arranjar um tempo para aproveitarem como pessoas comuns, aquelas que vemos em programas de televisão.

— Ainda sim, você não vive apenas por você. Quero lhe oferecer uma proposta. – senti um calafrio com a última palavra. Proposta. O que ele teria a me oferecer?

— Qual? – a atendente voltou com duas xícaras de café e algumas rosquinhas. Esperei inquieta enquanto ela colocava as coisas em nossa mesa. Logo quando ela saiu, Oliver respondeu minha pergunta:  

— Vamos passar o dia como duas pessoas normais.

— Parece interessante. – bebi um pouco do meu café. - Como?

— Nós já começamos, estamos tomando café em uma lanchonete como muitas pessoas fazem. Agora é sua vez de escolher o que devemos fazer. Aonde gostaria de ir? – levantou sua sobrancelha direita. Fiquei encarando meu copo por segundos até tomar coragem para dizer algo que ninguém sabia.

— Estamos agindo como pessoas normais, certo? – ele concordou. – Há uma coisa que nunca fiz. – disse evasiva e um tanto envergonhada.

— O quê? – perguntou curioso.

— Nunca fui à praia. – murmurei e coloquei uma mecha atrás da orelha. Mesmo que Oliver não saiba, significa muito para mim, pois nunca contei isso para ninguém, os que sabiam disso estão mortos.

— Você realmente não é normal. – afirmou brincando. Bem, pelo menos pareceu para mim.

— Cala boca! – eu ri me sentindo aliviada por ele conseguir tirar a tensão de mim.

— Por que nunca foi? – mastigou um pedaço da rosquinha.

— Nunca me levaram quando criança e quanto eu tive idade suficiente para me levar, fiquei focada em outras coisas. – dei de ombros. Outra coisa resumiu muito bem tudo que fiz.

— Então é isso que iremos fazer hoje. Vamos ir à praia. – afirmou sorrindo e me fitando. Uma sensação de paz posou em meu peito. Oliver está sorrindo para mim, sorrindo porque está feliz e, comigo. Eu posso me acostumar com isso, pois prefiro ver seus dentes brancos para fora e seus lábios curvados em vez de vê-lo sério e sem nenhuma emoção.

— Parece que vai ser divertido.  – falei exuberada e voltei apreciar meu café com rosquinha.

Continuamos a tomarmos nosso café em silencio, apenas contemplando a companhia um do outro. Somos acostumados com isso, quando estamos na arque, o silencio é bom para todos nós, pois com ele conseguimos manter nossas cabeças concentrada. Mas, desta vez, não há nada para pensar ou esquematizar, estamos apenas em uma lanchonete e bebendo um bom café, como todas as pessoas costumam fazer.

Ao terminamos, Oliver ligou para alguém e pediu um jato particular, no qual nos levara para a praia, em vez de levarmos três horas, iremos levar apenas uma. Isso que é poder de dinheiro. Nós dois decidimos não levar nada, apenas nossos corpos e nossa vontade. Contudo, antes de sair de vez da cidade, encaminhei uma mensagem para Sweet avisando da minha curta viagem, prometi voltar o quanto antes. Estranhamente não obtive resposta. Talvez ela esteja ocupada com alguma coisa ou até mesmo com Bruce.

— Estou me sentindo uma mulher rica. – comentei entrando no belíssimo jato que Oliver conseguiu arranjar rapidamente em apenas 20 minutos.

— Pode se sentir. – sentamos na frente um do outro. - Você merece. – ele pegou duas taças que estavam a nossa espera e as encheu com o champanhe que virá junto. – Um brinde: Primeira vez de Felicity Smoak na praia.

— E a primeira vez que Oliver não está me irritando. – nós brindamos e bebi apenas o necessário. Não quero passar mal, preciso estar em perfeita condição quando eu chegar ao destino. – Diga-me, senhor Queen, como é ter a mim como acompanhante de viagem?

— Olha, senhorita Smoak, um tanto surpreendente. Esta viagem é diferente, não envolve mais nenhuma pessoa além de nós dois. Estamos fazendo isso por nós e ninguém a mais. – ele colocou sua taça de volta a mesa.

— Bem, eu também estou achando isto aqui muito surpreendente. Jamais pensei que fossemos fazer esse tipo de viagem. Só se fosse para negócios, não há nenhum, certo? – fingi estar desconfiada.

— O meu único negócio é fazê-la se divertir e relaxar. - seu olhar focou-se na janela de fora e eu fiz a mesma coisa. Não quis comentar algo, pois não consegui encontrar nada que respondesse sua afirmação. Me divertir e relaxar? Esse dia é para nós dois fazermos isso e, por incrível que pareçamos, nós está fazendo. Ou pelo menos eu estou. Oliver parece estar relaxado, sua expressão está calma e relaxada. Nesses últimos dias ele pareceu sobrecarregado, mas hoje? Nem parece ser a mesma pessoa. E eu gosto muito disso.  

Em apenas uma hora chegamos ao nosso destino, desci do jato e o cheiro do mar invadiu minha narina. Pelo menos penso que esse cheiro pertence a ele. Oliver pediu para os nossos pilotos esperarem e os dois homens apenas assentiram. Uma animação me preencheu por dentro e começamos a andar em direção ao mar! Eu já posso vê-lo. Incrível a perfeição que o sol e o mar ficam. Ambos parecem combinar muito bem, querendo ou não, juntos atraem mais pessoas. Seria interessante vir aqui ao anoitecer.

— Espere um pouco, animadinha. – disse o meu deus-grego. – Vamos almoçar antes. – uma de suas mãos pousaram em minhas costas.

— Não. Eu preciso ver essa maravilha. – insisti calmamente. – Por favor.

— Uma proposta.

— Está bem.

— Vamos almoçar em frente com o mar, pode ser? – eu concordei, pois concordaria com qualquer coisa que me oferecesse, eu apenas quero ver ainda mais de perto. Nós fomos a uma lojinha perto e compramos o suficiente para um almoço. Quando conseguimos tudo, fomos finalmente à praia.

Uma unica palavra: perfeição.

— Oh, céus, Oliver! – falei animada. – Não acredito que eu perdia uma maravilha dessas! – sorri para ele de orelha a orelha e o mesmo me devolveu um sorriso tímido. Se eu não tivesse tão impressionada com a visão a minha frente, me encheria de perguntas por ele ter ficado um tanto estranho. 

— Fico contente em ser o cara que te fez conhecer a praia. – comentou rindo.

— Você é o melhor! – sentei-me na areia e avistei uma concha a peguei e fiquei parecendo como uma criança que acabara de ganhar um prêmio. – Guarde-a, por favor.

— Claro. Vai entrar na água depois? – Oliver sentou-se ao meu lado e colocou um pano para pôr nossos alimentos.

— Por hoje é suficiente, quero apenas admirar. – começamos a comer e não consegui tirar meus olhos da perfeição que é o mar.

No entanto, o dia não é apenas para mim e com isso consegui convencer Oliver a fazermos um passeio na cidade, pois queria retornar quando a lua aparecesse e com isso irei comparar se o mar combina com o sol ou com a lua. Enquanto esperávamos chegamos a fazer compras, Oliver me deu um colar que há uma lua e um sol junto. O coloquei na mesma hora e para recompensá-lo, pedi a uma mulher que colocasse minha conchinha em um cordão para que Oliver pudesse carregá-lo com ele. Depois de vermos o sol se pôr e jantarmos. A lua apareceu e percebi que, ela combina muito mais. Talvez pela escuridão, por deixar tudo muito mais misterioso e perigoso.

— Não é lindo? – perguntei saindo da hipnose que é o mar.

— Desculpe, eu acabei me distraindo, estou vendo uma coisa mais linda do que o próprio mar. – disse me fitando.

— E o que é?

— Você.

Suas mãos acariciaram o meu rosto e seus olhos desceram para minha boca. Lentamente ele aproximou seu rosto e seus lábios se encontraram com o meu. O gesto me surpreendeu, no entanto, não me impediu de correspondê-lo. Inclinei a minha cabeça melhor para que consigamos ter um encaixe perfeito. Nossas mãos se encontraram e entrelaçaram. Tudo parece estar em perfeita sintonia. Aquele sentimento de paz retornou em mim e, conseqüentemente, me faz perceber que, Oliver Queen é a minha paz e o meu mar. Ele consegue me acalmar perfeitamente, é como se fosse meu sedativo, como se fosse o meu mar particular, no entanto ele é o único que consegue me deixar irritada, furiosa e agitada. Gosto de como me sinto ao seu lado, quando sinto seu toque e quando seus lábios se encontram com os meus. As coisas entram em perfeita sintonia.

— Oliver. – suspirei e nem se quer me dei conta que havia fechado os olhos para aproveitar o momento. Abruptamente soltei suas mãos e me levantei. O que acabou de acontecer? – Está bem? Ah, não. Outra droga no champanhe, só pode ser isso. – a única explicação que veio a minha mente.

— Felicity. – disse erguendo-se da areia. – Não estou drogado.

— Está bem... – comecei a andar em circulo. – Há apenas dois motivos para ter feito o que fez. Primeiro motivo: está drogado. Segundo motivo: Está morrendo. – o encarei com preocupação. – Oliver, você está morrendo?

— Eu não estou morrendo. – respondeu rindo. Não acredito que ele está achando isto engraçado.

— Então, por que me beijou? – perguntei cruzando os braços.

— Por que correspondeu? – seus lábios se curvaram em formato de um riso.

— Ahãm... – senti uma vontade de me jogar no mar e deixar as ondas me arrastarem para longe desta confusão. – Por que pessoas normais costumam fazer isso? Quer dizer, não importa! – foquei meu olhar na água a minha frente. – Não devia ter feito isso.

— Por qual razão?

— Eu... – abaixei minha cabeça sem ter o que respondê-lo. Não precisei pensar mais em uma resposta para sua pergunta, pois alguém começou a ligar no seu celular. Oliver apenas ficou escutando, não questionou e seu maxilar ficou rígido. Isso só quer dizer uma coisa: má noticia. Por hora, minha preocupação não é mais o beijo que ele me dera há minutos atrás. Quando o vi desligar a ligação não hesitei em perguntar: - O que aconteceu?

— Precisamos voltar. – seu olhar entristeceu. – Pelo que parece, chegaram informações novas naquele sistema que você conseguiu hackear.

— Que informação? – senti um peso em meu coração. Não queria que esse dia, no qual estávamos agindo feito pessoas normais, acabasse. Achei que fossemos ter mais tempo para nós mesmos. Talvez tenha sido bobagem termos feito uma coisa dessas. Nos iludimos em pensar que podemos agir como pessoais normais, nós estamos longe de ser como elas. Suas preocupações são diferentes das nossas.

— Acho melhor eu contar quando chegarmos a arque. – ele se sentou no chão ao meu lado. – Podemos aproveitar mais alguns minutos aqui. Se quiser.

— Muito gentil. – sorri sem mostrar os dentes. – Mas, sei que, quando conseguirmos resolver esses problemas, poderei retornar aqui. E aproveitar ainda mais... Quem sabe na próxima vez eu decido mergulhar? – uma forte brisa passou por nós. Por um instante desejei esquecer a ligação que Oliver recebeu. No entanto, há vidas dependendo de nós. – Obrigada por hoje.

— Eu quem agradeço. Felicity, você me lembrou que eu também possuo uma vida própria. Não sou apenas o Arqueiro e um empresário.

— Nunca se esqueça disso. – o fitei. – Jure para mim que quando achar que está apenas existindo, lembrará de mim e que a vida é muito mais do que parece ser.

— Juro até minha morte. – colocou sua mão sobre a minha. – Agora é sua vez.

— Minha vez? – franzi o cenho.

— Quero que jure para mim que, quando ver algo terrível virá até mim, não importa quando e onde.

— Eu juro até o meu último suspiro. – continuamos nos encarando. Eu poderia ficar horas o observando. Mas, o nosso tempo acabou. Hora de voltar à realidade. – É melhor irmos. – ele concordou.

Dei um último olhar para o mar a minha frente e o memorizei. Talvez essa seja a minha primeira e última vez que eu esteja vindo aqui. Espero que não, porque pela primeira vez em muito tempo, esperança de um futuro diferente surgiu em meu peito.

Definitivamente nunca poderei esquecer-me disso. 


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Notas finais do capítulo

A atriz que imagino interpretar Hera: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/cf/b2/b2/cfb2b2457305f5e6afe3023a9cc3879c--holland-roden-photoshoot-holland-roden-hair.jpg
O colar que Oliver deu: http://images.tcdn.com.br/img/img_prod/493927/colar_lua_e_sol_10_4_20161105170843.jpg
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Trecho do próximo capítulo:

'' - Isso será muito divertido! ''

'' - Pare de querer me controlar! ''



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