Caliente escrita por vanprongs


Capítulo 1
El Chef.


Notas iniciais do capítulo

Mais uma one Jily pra vocês! Espero que gostem, não esqueçam de comentar tá? ♥



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A ruiva encarava seu dólmã no cabide que estava pendurado em um dos armários do vestiário do hotel e mordeu levemente o lábio inferior soltando um leve suspiro. Após três anos como Auxiliar de Cozinha do Hog's Head Inn aquele era seu primeiro dia como Chef e por Deus, somente ela sabia tudo o que ela havia feito e vivido para estar ali, naquele momento único de sua carreira.

Lembrava como houvesse passado somente algumas semanas e não exatos cinco anos de sua formatura na faculdade de Gastronomia, de todas as coisas que ela teve de escutar já que era a única mulher da turma e como aqueles homens que dividiram a cozinha com ela por alguns anos eram melhores e tinham muito mais chances de tornarem-se chefs renomados de cozinha, conseguindo ao menos uma estrela Michelin.

Lily Evans revirou os olhos e balançou sua cabeça de um lado para o outro tentando tirar aquele pensamento de sua mente, já que sabia que de um jeito ou de outro ela estava mais perto de conseguir aquela pequena vitória antes de qualquer um de seus companheiros de classe, um sorriso destemido surgiu em seus lábios e deixou sua mão esquerda erguer-se até o tecido pesado e branco de algodão, seus dedos passaram pela pequena bandeira britânica que ficava na gola e desceram para os botões perfeitamente alinhados de seu novo uniforme.

Desabotoou os botões com agilidade e logo tirou-o do cabide, passou as mangas do dólmã por seus braços e ajeitou a gola em seu pescoço, alinhando perfeitamente a peça branca em seu corpo, deixou seu sorriso se tornar ousado e abotoou os botões cuidadosamente enquanto ainda encarava seu reflexo pelo espelho de seu armário. Assim que terminou de passar o último botão pela última casa, Lily levou suas mãos para seus cabelos fazendo um rabo de cavalo e torcendo-o logo em seguida, trazendo-o para perto de seu couro cabeludo em forma de um coque alinhado, pegou o seu toque blanche e ajeitou-o por cima do coque. Avaliou-se por seu reflexo e soltou um suspiro satisfeito. Estava exatamente onde queria estar, e nada poderia estragar seu dia.

Deixou seus passos levarem-na até as portas da cozinha e deu um pequeno sorriso ao ver a, agora, sua equipe lhe encarar e observou o dono do hotel dar três passos até ela, virando seu corpo para os demais membros da equipe da cozinha.

— Eu espero que vocês aceitem a senhorita Evans como sua chef. – a voz de Aberforth Dumbledore saiu em um tom de seriedade.

Houve um murmúrio em concordância com o proprietário e logo Aberforth passou por Lily lhe dando um pequeno sorriso em forma de conforto.

— Espero que você saiba que hoje é um dia importante.

A ruiva acenou com a cabeça e soltou um leve suspiro, encarando-o sem temor.

— Sua cozinha está em boas mãos.

— Nas melhores, eu espero. – Dumbledore comentou levemente e deixou seus pés levarem-no para fora do ambiente.

Evans encarou os rostos de seus colegas de trabalho e soltou a respiração enquanto tentava acalmar seu inquieto coração.

— Eu não quero saber o quanto vocês tiveram que trabalhar ontem, hoje é um novo dia e todos nós temos que dar nosso melhor, principalmente por não sabermos a aparência do crítico que virá ao Inn hoje. Sei que é somente nosso primeiro dia de trabalho com minha liderança, mas todos nós trabalhos juntos há mais de dois anos e eu sei da capacidade de todos os membros de nosso time. Então arrumem seus dólmãs e melhorem essa expressão de eu-não-sei-o-que-estou-fazendo-aqui, estamos aqui para dar nosso melhor, e servir nossos clientes.

Seu discurso fora o suficiente para que ela visse um pequeno sorriso nos lábios de Remus, o entremetiér que havia se tornado seu melhor amigo, e então ela deixou seus lábios se repuxarem para cima para um sorriso animado.

— Rudolf você e Peter ficarão encarregados do centro do salão. – ela voltou a falar, repassando os postos de serviço de cada um, fosse na cozinha ou no salão que aguardava o horário de abertura para estar lotado de pessoas.

Se lembrou de como era saboroso o doce sabor de liderar uma cozinha e deixou seu pescoço ir de um lado para o outro, como um pequeno alongamento que ela fazia desde que era mais nova.

Percebeu que alguns membros ainda a observando e soltou a respiração em um bufo irritado.

— Nosso horário de serviço já acabou? Você, Mary, comece a cortar os ingredientes para o especial da noite. – falou com seu tom autoritário e observou os garçons parados. – E vocês? Não acho que o salão se arrumará sozinho para receber nossos clientes? Ou por algum acaso temos móveis com vida como no cabelo da Fera? – perguntou com uma sobrancelha arqueada.

Pode-se ouvir um estalo de um dos funcionários e logo cada um estava ocupado com suas funções, fossem elas na cozinha ou no salão.

Remus notou Lily fechando os olhos e respirando fundo e resolveu aproximar-se da amiga.

— Você realmente está levando esse negócio de ser a chef de couisine a sério, Lils.

— Se conseguirmos uma estrela todos se lembrarão de meu nome. Se não conseguirmos também irão.

— Ninguém lembra de todos os fracassos do mundo. – ele a lembrou.

— Você com certeza nunca foi a um jantar na casa dos Evans quando Tuney está lá, ela faz questão de lembrar. – comentou fazendo uma falsa expressão de dor.

— Oh para de reclamar, Evans. Você é a chef de uma cozinha e está na hora de abrir e mostrar para qualquer crítico que entre por aquelas portas que nós do Hog's Head merecemos uma estrela.

— Que você esteja certo, Lupin. – ela murmurou agora abrindo os olhos e encarando a cozinha.

Dez minutos se passaram de total silêncio entre os dois enquanto observavam os outros chefs. Um sorriso surgiu nos lábios de Lily e ela levantou seu braço, dando um leve tapa no ombro do amigo.

— Nenhum prato ficará pronto se nós ficarmos conversando como idiotas aqui, vamos trabalhar.

— É você que manda, chef Evans. – comentou em um tom divertido.

Logo a mente da ruiva estava cheia, ela andava de um lado para o outro na cozinha, provando os molhos que eram preparados e decorando os pratos que saíam em bandejas para serem servidos aos famintos consumidores daquela noite. Mas ela sabia que nenhum daqueles pratos era para o crítico, ele pediria algo mais elaborado, não um simples risoto ou patatas bravas.

No salão Peter Pettigrew caminhava com seu pequeno bloco em mãos e observou-o, atentamente, entrar. Um rapaz em uma jaqueta de couro e os cabelos arrepiados acompanhado do maître. Ele sentou-se na frente da mesa central do salão, deve ser ele, o jovem garçom pensou e rapidamente pôs-se a andar até a mesa. Seu melhor sorriso foi dado a Paul, um senhor de idade que sempre guiava os clientes até as mesas, e passou para o rapaz que observava o menu.

— Boa noite, senhor.

— Eu vou querer uma paella.

O rapaz magro começou a anotar em seu bloco de notas.

— Com muita pimenta ou não? – ele perguntou.

— Caliente.

— Cali... – ele começou e percebeu o olhar de poucos amigos vindo do outro. – Claro. Você gostaria de algo para beber?

— Sangria.

O funcionário do hotel concordou com a cabeça e virou seu corpo deixando seus pés levarem-no até a cozinha. No meio do caminho encontrou com Rudolf e encarou o amigo.

— Caliente quer dizer o que? – perguntou em tom real de dúvida.

— Acho que sem pimenta. – o outro informou enquanto dava os ombros, sem se importar muito.

Peter concordou e anotou em seu bloco de notas, deixou um sorriso satisfeito tomar seus lábios e entrou na cozinha.

— Chef Evans, eu tenho o pedido do crítico.

E então a cozinha que estava a todo vapor parou repentinamente e a ruiva andou até Pettigrew.

— Paella sem pimenta e sangria? – ela perguntou enquanto lia a anotação. – Essa estrela é nossa. – informou com um sorriso nos lábios e olhou para os membros da cozinha. – Vamos fazer esse crítico provar a melhor paella que ele já teve o prazer de colocar em seus lábios.

Cinco minutos depois Lily estava em frente ao fogão industrial e tinha uma paellera em sua frente, pegou o azeite ao seu lado direito e deixou uma pequena quantidade atingir a panela, colocou o vidro no balcão e esticou sua mão para Mary pegando o pequeno bowl com rodelas de polvo, jogou-as na panela e esperou que fritassem. Cento e vinte segundos se passaram e então a chef acrescentou a lula, também em rodelas e com seu pão duro de silicone mexia rapidamente os anéis na panela.

Passaram-se dez minutos, a cozinha estava a todo vapor, mas para a ruiva parecia que só existia ela e aquele prato. Apanhou o bowl de vidro com camarão e ervinhas e adicionou os ingredientes na panela.

— O pimentão já está pronto? – perguntou enquanto observava o camarão tomar cor.

— Alice está terminando de pica-los. – Bob, do outro lado da cozinha, informou.

Remus pode ver ela fazer um barulho em concordância e incorporar açafrão nos frutos do mar que eram fritos naquele momento.

— Mary, por favor, pode completar até a borda da paellera de caldo e ajuste somente o sal. – falou para a loira e andou até Remus. – A sangria já foi?

— Fique tranquila, já foi.

Após vinte minutos a loira (que tomara conta do prato enquanto chef de couisine finalizava outros pratos) chamou a ruiva, avisando-a que a lula já estava macia. Rapidamente ambas adicionaram o arroz, já pronto e os outros mexilhões. Lily mexia sem parar enquanto a água do caldo secava, assim que aconteceu pediu um prato de porcelana escuro e iniciou a montagem.

Preencheu o prato com a paella e o decorou com mexilhão meia casca, algumas fatias de pimentão e lagostins já fritos.

Observou por poucos minutos e encarou Peter com um sorriso nos lábios.

— Sirva, rápido.

Mais de quarentas minutos depois, ela estava sozinha na cozinha. O movimento do salão havia diminuído e os outros chefs pediram dez minutos para tomarem um ar e descansarem, o que a ruiva concordou que eles tivessem sem nem questionar.

Ouviu o barulho da porta de acesso a cozinha para o salão e continuou a olhar o menu da próxima semana.

Até que ela pôde ouvir um barulho e olhou para trás, encarando-o.

— Por algum acaso você poderia me informar se a chef de couisine desse Inn sabe o que uma comida caliente significa, corazón?

Evans encarou-o e sua expressão petrificou, ela reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

James Potter.

— James?

— Sim, pedazo de cielo?

— Lily. – ela apontou para si mesma e ele deu um sorriso divertido.

— Eu sei que é você, jengibre.

— Eu sou a chef de cousine. – informou e então Potter fez uma careta.

— Eu não te ensinei o que raios caliente significa nas nossas aulas particulares? – ele perguntou indignado com um sorriso malicioso nos lábios. – Eu sempre soube que você só me queria como tutor por causa do meu corpo, mas isso é um ultraje.

— Espera... Você é o crítico? – ele concordou com uma falsa expressão feliz no rosto e mulher soltou um suspiro frustrado. – Foi você quem pediu sem pimenta.

— Eu sei o que eu pedi, guapa, e eu não gosto de nada em minha vida sem um bom tempero picante.

Lily fechou os olhos ainda mais frustrada.

— Pettigrew... – resmungou e ouviu a porta se abrir, fazendo com que os outros chefs entrassem na cozinha. – Ele não...

— Vocês não treinam seus garçons e maître para conhecerem seus menus e o que cada palavra espanhola significa? – o tom de voz de James era mais alarmante, chamando a atenção dos outros membros da equipe. – Por Dios! Vocês são o único Inn em Londres que serve esse tipo de comida, se alguém vier a pedir uma tarta de manzada y crema vocês vão servir o que? Um petit gateau?

— Agora você está soando ridículo. – ela se defendeu.

— A Estrela Michelin e minha crítica não se dão somente ao seu prato, mi amor. – ele informou.

Lily levou as mãos ao toque blanche tirando-o.

— O que está acontecendo? – Remus perguntou.

— ¿Qué sucedió? Usted tiene un servicio mediocre y no estoy contento con eso. – James falou sem pausar para respirar e encarou Lily.

— Nós não temos um serviço medíocre. – a mulher defendeu aproximando seu corpo do dele e encarando-o com raiva.

— Talvez você devesse ser mais crítica com sua equipe, corazón. – o moreno comentou rudemente aproximando seus rostos.

— Talvez você devesse saber ser um bom crítico. – ela soltou com a respiração pesada e então percebeu seu rosto à menos de um palmo do de James.

Era possível qualquer um que estava presente naquela cozinha perceber a tensão entre Lily Evans e James Potter. Inquestionavelmente ela era palpável e ardente. Até que a ruiva se distanciou e tentou controlar sua respiração, porque por uma fração de segundos tudo o que ela queria fazer era juntar seus lábios aos dele e sentir o sabor daquele crítico idiota mais uma vez.

— Um dia, lírio, quem sabe um dia você esteja preparada para ser uma grande chef.

E então o homem de óculo retirou-se da cozinha do Hog's Head e a mulher ruiva sentiu seu rosto ficar tão vermelho quanto seu cabelo, ela soltou um suspiro frustrado e sem que desejasse lembrou-se de uma das aulas particulares que tivera com ele.

Os lábios carnudos de James em sua nuca trilhando um caminho até seu ombro coberto apenas com uma alça de sua regata preta, o corpo dele contra o seu fazendo a pequena cozinha de seu velho apartamento ficar ainda mais quente do que já estava e as mãos dele em sua cintura apertando-a com cuidado. Evans lembrava de como ele soava idiota e egocêntrico pedindo para que ela o chamasse de Rames, pois para o moreno seu nome soava ainda mais sexy quando ela o pronunciava daquele jeito com os lábios entreabertos e o olhando de forma maliciosa.

Balançou a cabeça negativamente e pode ver que Remus a observava com um sorriso divertido nos lábios, Lily fechou sua expressão e levantou o dedo apontando-o para o amigo.

— Nenhuma palavra.

— Eu não falei nada. – ele disse divertido levantando suas mãos até os ombros em uma falsa pode de inocência.

 

[...]

 

Duas semanas após Hog's Head Inn ter perdido sua oportunidade de ter uma grande oportunidade no ramo da Gastronomia. Toda a equipe arrumava a cozinha e aquilo que seria usado para o menu do dia quando Remus Lupin entrou pela porta do salão com uma expressão preocupada, ele soltou o ar vagarosamente e se aproximou de Lily.

— Lily? – chamou-a com um expressão confusa.

— Sim?

— Sabe o restaurante dos Black? – ele perguntou e ela parou de cortar os legumes e encarou Lupin.

Seria difícil não se lembrar do restaurante dos Black. Sirius estava na turma dela quando cursava a faculdade e qualquer um podia ver como ele era horrível na cozinha. Sua mente vagou também para o mês anterior quando Remus começara a sair com uma prima de se ex-colega de faculdade, Nymphadora, uma pâtissier talentosa que ela adorava o trabalho.

Soltou um leve suspiro e encarou o amigo com as sobrancelhas levantas como se esperasse que ele terminasse.

— Nymphadora me disse que James foi lá sábado passado e eles conseguiram.

A expressão de Evans fora de descrença para surpresa em uma fração de segundos, sua boca fora aberta quatro vezes até ela a fechar de vez e parar de olhar para o outro chef. Levantou a mão algumas vezes e fechou os olhos virando o rosto de lado como se houvesse recebido uma notícia de falecimento. Faleceu a noção que tinha de Gastronomia, ela pensara.

— Você está me dizendo que Sirius Orion Black conseguiu uma estrela? – perguntou em um tom de voz agudo chamando a atenção de toda a cozinha para si.

— Eu não sei se ele conseguiu a estrela, mas Potter realmente gostou de como foi servido e até mesmo elogiou eles.

O próximo movimento de Lily fora algo que nenhum dos membros de sua equipe esperava (e se quer tinha visto ela fazer): ela riu. Riu como se aquela fosse a melhor piada que já tinha ouvido na história e esperou o rapaz rir com ela. Por Deus, aquilo só podia ser piada. Alguns minutos depois sua risada cessou e ela olhou para ele em choque.

— Você não está brincando?

— Que tipo de humor doentio você acha que eu tenho? – Remus perguntou em um tom rude e suspirou – Lils, eu não tô brincando.

A ruiva murmurou algo que ele não entendeu e levou a mão até seu avental branco, limpando-a.

— Cuide da cozinha por hoje, sim? Eu preciso cuidar de algo mui importante hoje.

E como se fosse um raio ela saiu da cozinha e foi para o vestiário, alcançou seu celular e achou o contato de James, lhe mandou uma rápida mensagem convidando-o para um jantar em seu apartamento, enquanto tirava seu dólmã e colocava-o no cabide seu celular apitou avisando que uma nova mensagem havia chego. Sorriu ao ler a confirmação dele e digitou o endereço e o horário.

James Potter iria se arrepender de não ter lhe dado uma oportunidade. Nunca que naquele universo Black cozinharia melhor que ela, isso era um fato e Lily Evans não estava disposta a transformá-lo em mito.

 

[...]

 

Evans se encarou no espelho e deixou um sorriso malicioso tomar conta de seus lábios que estavam vermelho-escuro por conta do batom. Usava um vestido preto curto de alças e nos pés sua sandália vermelha da Gucci, levou as mãos nos cabelos ruivos levemente presos e ouviu Marlene entrar em seu quarto.

— Você vai pegar quem hoje? - a loira perguntou com um tom malicioso.

Lily revirou os olhos e virou seu corpo.

— James virá para casa e eu irei mostrar para ele que eu posso cozinhar.

— E que você pode ser impecável na cama também, né? Ah qual é Lily, você não se arrumaria toda para receber ele aqui se não quisesse algo a mais.

McKinnon comentou enquanto ambas andavam até a cozinha. A ruiva mexeu os ingredientes na panela preta grande e soltou um suspiro ao que virou seu corpo e encarou a amiga.

— O ponto principal aqui é provar para ele que foi algo injusto. O que vier a mais, é lucro.

A loira riu e pegou uma colher no balcão perto da pia, levou-a até a panela e provou o que a amiga estava preparando, fechou os olhos em aprovação e Lily lhe deu um pequeno tapa na mão.

— McKinnon, isso não é para você!

— Credo, você realmente tá precisando de uma transa. - comentou com um tom brincalhão e jogou a colher na pia.

Marlene viu a outra ligar o rádio em uma música do Maluma e revirou os olhos, pegou sua jaqueta preta e antes de virar-se para sair voltou e ficou ao lado de Evans.

— Eu espero que Rames Potter te deixe menos estressada, chica caliente. - murmurou fazendo a outra rir e aumentar mais o volume do rádio.

A menina que dividia o apartamento a chef começou a andar até a porta do apartamento ao que a abriu viu um homem com uma jaqueta de couro preta, uma sacola de papel em mãos que aparentava ter um vinho e um sorriso torto nos lábios. Os dois ficaram se encarando até ele abrir a boca.

— Esse é o apartamento de Lily Evans?

Então esse era James Potter. Marlene sorriu maliciosamente e deixou a porta aberta após passar para o corredor.

— Sim. Ela está na cozinha, pode entrar. - tentou soar o mais natural possível.

James sorriu e passou pela porta, fechando-a logo em seguida. Deu alguns passos até a cozinha e encarou sua jengribe tentando cantar alguma música em espanhol e enrolando-se nas pronunciais enquanto mexia seus quadris e balança levemente aquele vestido preto que usava.

Talvez fosse tortura por não ter dado outra chance, Potter pensou e seu sorriso tornou-se malicioso, ela seria ainda pior quando descobrisse a verdade.

Começou a se aproximar dela e deixou a sacola no balcão que separava a cozinha da copa, assim que se viu próximo o suficiente de Lily, ele aproximou sua boca no ouvido da menina.

— Então você me chamou aqui para me seduzir, corazón?

Um sorriso ainda mais safado surgiu nos lábios do moreno quando viu os pelos da nuca dela arrepiarem-se.

— Potter! - ela ralhou virando-se e colocou a mão em cima de seu coração tentando acalmar sua respiração.

Menos de sessenta segundos depois ela recompôs sua postura e levou seus lábios a bochecha dele deixando um leve e demorado beijo ali. Ele soltou um sorriso e a viu mordeu o lábio inferior.

— Então, eu fui convidado para que você me provasse que sabe fazer um prato espanhol?

— Você foi convidado para que eu te provasse que eu sou uma excelente chef e para que você me dê outra chance.

— Se a outra chance for de eu e você em sua cama... Sabe que não precisa disso tudo, é só pedir. - murmurou em um tom de malícia.

Lily revirou os ombros e deu um tapa leve no ombro dele. Apenas com uma troca de olhares James virou seu corpo e pegou o abridor de vinho que estava em cima do balcão, junto com duas taças, enquanto ele abria a garrafa que havia trazido, a ruiva voltou sua atenção a panela, acrescentou um pouco de sal e pimenta e misturou tudo com uma colher.

O crítico levou uma taça para ela e ambos trocaram um sorriso fechado, não precisavam falar nada, era como se tudo o que precisasse ser dito eles conseguissem traduzir com um olhar.

— Eu posso experimentar? - ele perguntou cortando o silêncio.

— Claro, pegue aquela colher.

James pegou a colher e Lily lhe deu espaço para que ele pudesse chegar perto da panela, ele conseguiu pegar um pouco do caldo e colocou a colher na boca. Deixou aquilo passear por sua boca e dois minutos depois levou sua taça aos lábios tomando todo o líquido escuro.

— Eu posso te dar uma dica? - indagou virando seu corpo para ficar de frente com ela.

Evans concordou com a cabeça e levou sua taça até a sua boca tomando um generoso gole.

— O que te falta na cozinha e na vida, Evans, é tempero. - murmurou maliciosamente antes de colocar sua taça no balcão e levar suas mãos a cintura de Lily para um beijo quente.

A ruiva soltou um suspiro surpreso e deixou seus pés darem alguns passos para trás encostando-se na parede, antes de levar suas mãos aos cabelos de James ela conseguiu depositar sua taça em um local seguro.

As mãos da mulher foram ao cabelo dele e logo passeavam pela nuca de Potter, arranhando-a. Ele soltou um suspiro assim que o ar se fez necessário e Lily desceu seus lábios para a clavícula de Potter, suas mãos foram ao peitoral dele e em um movimento rápido fez com que a jaqueta preta que James usava parasse no chão de sua pequena cozinha. Em questão de segundos os dedos dela desabotoavam a camisa preta que o crítico usava e antes que a ruiva pudesse levar seus lábios ao pescoço do rapaz, ele tratou de juntar seus lábios aos dela novamente em um beijo forte.

A mão dela subiu até o rosto de James, tirando os óculos que ele usava e colocando-o junto a taça. E mais uma vez o ar foi necessário. Nesse momento ambos se encararam e tinham sorrisos simples no rosto, as respirações descompassadas e os olhares de luxúria, até que Lily mordeu o lábio e James encarou-a enquanto lambia seus próprios lábios. Sem pensar duas vezes ela juntou-os novamente e no segundo seguinte havia deixado o moreno contra a parede, descendo suas mãos pelos braços dele até chegar ao cós da calça.

O beijo que seguiu fora feroz e ainda mais quente, James apertou mais a cintura de Lily e levou seus dedos até as costas da mulher fazendo um leve carinho ali. Logo os lábios do rapaz desceram para o pescoço dela fazendo-a soltar um leve gemido de prazer ao sentir ele dando leves mordidas e chupadas. Em um movimento rápido Potter puxou as pernas de Lily para cima e ela entrelaçou-as na cintura dele. Deu alguns passos e a colocou no balcão, ao lado da garrafa de vinho.

As coxas de Evans estavam a mostra e ele deixou suas mãos vagarem por ali enquanto ela beijava mordia seu maxilar. A ruiva empurrou James e desceu do balcão.

— Eu não vou fazer o que eu quiser com você na cozinha, Potter. - murmurou em um tom malicioso e divertido, e andou até o fogão, desligando-o de forma rápida.

Eles se encararam e o crítico colocou as mãos no bolso de sua calça, sentia sua excitação tomar ainda mais parte de todo seu corpo e soltou um suspiro pesado ao notar um sorriso safado brincar nos lábios da ruiva a sua frente que se aproximava em passos lentos e praticamente ensaiados, quando seus corpos estavam próximos o suficiente ela entreabriu seus lábios e levou-os até o pescoço do moreno deixando ali uma pequena mordida.

— Lily, eu preciso...

— Me contar que você não era o crítico que iria dar a estrela Michelin, mas sim um crítico de um artigo d'o Quibbler? - ela o interrompeu com um sorriso nos lábios.

— Como você... - sua sobrancelha arqueou e ele soltou a respiração - Usted es muy inteligente, pedazo del cielo.

— Nah, Sirius me contou. - deu os ombros e ele soltou uma gargalhada - Nunca mais ouse brincar com a minha carreira desse jeito, Potter. - ralhou em brincadeira e entrelaçou seus dedos ao juntar suas mãos.

— Então eu vou ter mais oportunidades de brincar com você, Evans?

— Cale a boca, Rames, eu tenho coisas mais interessantes que você pode fazer com ela. - soltou em um murmúrio e ele a observou morder os lábios.

— Me leve ao seu quarto, jengribe, e eu posso te relembrar todas as coisas que eu posso fazer com a boca. - disse malicioso - Além de te irritar.

Lily soltou uma risada divertida e juntou seus lábios aos dele em um beijo leve e rápido, eles se encararam por alguns segundos e logo a ruiva puxou James para seu quarto. Alguns beijos eram trocados no meio do caminho e algumas peças de roupas que ainda estavam em seus corpos jogadas ao chão, os sapatos de Evans ficaram jogados perto da porta de seu quarto que fora encostada após a mulher empurrar Potter em direção a cama.

Seus corpos entrelaçados se amando mais uma vez, os murmúrios de prazer e os gracejos latinos ou não saídos dos lábios de James para ela fizeram com que ambos chegassem ao ápice juntos incontáveis vezes naquela noite.

Algumas horas depois eles se encaravam com carinho e a ruiva deixou um sorriso leve tomar conta de seus lábios.

— Era esse o tempero que faltava em minha vida, Potter?

O moreno riu e puxou-a mais para perto calando sua boca com um beijo quente e amando-a mais uma vez.

 


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