Proibida Pra Mim escrita por TessaH


Capítulo 35
29.


Notas iniciais do capítulo

Accio_Pudim, minha linda, pra vc! Amo seus comentários e me perdoe a demora em respondê-lo! Mas com certeza terá minha resposta!!



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{E eu lhe disse para ser paciente

E eu disse para você ficar bem

Eu te disse para ser equilibrado

Eu te disse para ser gentil

E agora todo nosso amor está desperdiçado?

Então quem diabos era eu?

Agora estou destruindo todas as histórias

 

Quem vai te amar?

Quem vai lutar?

E quem vai ficar para trás?}

Skinny Love - Bird

 

 

29|

Scorpius Malfoy

— Vou sair daqui - Rose murmurou ao meu lado, ainda enlaçada em minha mão, com seu tom demonstrando sua confusão. Eu estava do mesmo jeito, sem saber o que fazer ou como fazer, afinal todos nos olhavam, esperando uma resposta. Esperando algo.

— Ainda bem que tudo ficou explicado pra você, né? - o babaca que falou pela primeira vez se levantou em sua mesa. Eu o reconheci, era mais um dos amigos que Scott que tinha feito no colégio.

Não olhei pra Rose, não tentei acalmar seu olhar envergonhado e confuso, só soltei sua mão e marchei até ficar frente a frente com o imbecil que abriu a boca.

— O que você sabe disso? Você não sabe de nada, ninguém sabe de nada! Foi seu amiguinho expulso que mandou imprimir isso, por acaso? Me responda!

— Acho que é autoexplicativo, mas sim, foi, Malfoy, do que tem medo agora? Não vai mais comer a ruivinha e...

Eu não sabia do poder que as palavras tinham sobre mim, ainda mais sendo sobre outra pessoa. Eu já estava em cima do cara, sentindo o prazer irradiar por minhas veias ao bater seu corpo no chão e socá-lo.

— Larga ele, Scorpius, sai de cima! - a voz de Thomas me alertou, mas nada me parava. Levei um soco, mas revidei, tentaram nos separar, mas nada era mais forte que nossa própria raiva.

— Scorpius, para! Para! - Rose entrou no coro atrás de mim.

— Não posso, olha o que esse verme anda falando de você! Diga ao seu amigo que estarei esperando ele para resolvermos entre nós dois e mais ninguém, me ouviu? Me ouviu, caralho?!

O imbecil cuspiu sangue, mas sorriu.

— Vai poder falar com ele depois, agora só aproveita seus últimos minutos com a Puritana.

Eu odiava a forma como o apelido agora soava como uma ofensa a Rose. Me ofendia de uma maneira inimaginável e acho que por isso não parei de tentar socá-lo e desviar de sua defesa.

— Scorpius, pirou?! Thomas, me ajuda! - Alvo apareceu e tentou pegar meu braço, mas me soltei dele.

— Para, Scorpius, não dá ouvido a isso, vem! - a voz de Rose estava chorosa e me virei para fitar seu rosto, me distraindo da briga, mas vi os olhos azuis afogados em lágrimas.

— Isso, se torne um fraco! - e outro soco veio de surpresa que me desnorteou.

— Scorpius! Alvo, para essa briga! Meu Deus, separem eles! - Rose gritou, vi que tentou se aproximar, mas alguém a segurou para longe. Era melhor que ficasse longe de nós.

O imbecil ficou por cima de mim e agora era ele quem me socava.

— Chamem os professores!

— Briga, briga, briga!

— Quem aposta no Malfoy?!

As vozes se tornavam ruídos cada vez mais altos. Thomas tentou me levantar e levou um soco, mas revidou. Alvo aproveitou a chance e me pôs de pé.

— Vou deixar você bater só mais um pra ele se arrepender de falar da minha prima. Mas chega.

Afastei-me de meu amigo e minha visão borrou. Limpei os olhos, mas as mãos estavam com sangue. Gritaria, fui puxado pelo colarinho e já estávamos trocando socos novamente.

Havia gente pedindo para parar, gente gritando para continuar. Alguns começaram a entrar para nos separar, porém se machucavam aleatoriamente então revidavam da mesma forma e já era mais de uma briga que rolava.

Meu rosto latejava, mas eu não conseguia apagar as palavras que ele ainda ficava pronunciando sobre Rose, potencializando minha força.

— Vai engolir tudo que disse dela, ouviu? Vai pedir desculpa! - rugi para ele, mas continuou rindo. Dei mais um soco. O nariz estava em um ângulo estranho, os dentes manchados de vermelho.

— Não posso... Não posso fazer nada se ela merece todos esses rótulos!

Vi vermelho novamente ao partir pra cima.

— Para com isso, Scorpius! Está todo machucado!

— Sai daqui, Rose! Não ouça o que eles tentam te dizer!

— Você quem deveria não escutar, estão te provocando, tem muito a perder! SCORPIUS!

A voz ficou mais próxima, mas eu só queria que se afastasse. Levantei o braço na mesma hora que sua mãe pequena me tocou e, com o movimento brusco, só escutei o baque de seu corpo no chão atrás de mim.

— Rose!

— Isso mesmo, bateu na namoradinha!

— Circulando todo mundo, parou já com essa briga!

— Rose! Rose, meu Deus, fala comigo.

— Se afasta, Scorpius. Rose, consegue falar? - Alvo já estava com sua cabeça em seu colo, comigo ao lado, paralisado.

— Vem, Scorpius, precisamos ir - Thomas tentou me levantar.

— Não! Rose! Eu não quis... Eu não queria bater nela, foi sem querer e ela não devia se aproximar e...

— Vai embora, Scorpius, a diretora vai falar com você! - Alvo gritou pra mim. Vi meu medo refletido nele. Rose estava com um lado do rosto vermelho, inchando, e não respondia a ninguém. Não abria aqueles olhos azuis por nada!

— Meu Deus, o que eu fiz?

— Não fez nada, não viu a ela, entrou atrás de você, vem, Scorpius, levanta. - Thomas me puxou pelo ombro. - Leva ela pra enfermaria, Alvo.

— O que aconteceu aqui, senhores? Todos para minha sala agora!

A diretora apareceu furiosa com seus seguranças. O imbecil foi amparado por seus amigos e escoltado para a sala da diretora. Thomas me puxou novamente, não consegui desviar os olhos de Rose caída no chão, todos olhando a cena.

— Os não envolvidos saiam agora! Agora! - a diretora tentou eliminar a audiência. - Envolveram até a senhorita Weasley? Senhor Potter, ela não responde?

— Foi nocauteada, diretora, vou levá-la para a enfermaria.

— Rose! - Hugo Weasley apareceu, empurrando quem ainda estava dando uma de curioso. - O que houve?

— Vou levar na enfermaria.

— Não, Alvo, eu levo, vem - O irmão a pegou no colo, e eu só queria fazer esse papel. Mas fui eu quem a tinha machucado, deixando-a daquela forma.

— Vem comigo, puto, não fica assim.

— Fui eu, Thomas, fui eu e...

— Scorpius! - Kellen surgiu, arfava, e nos olhava com olhos arregalados. -  Soube da briga, meu Deus, você está péssimo!

— Rose foi atingida sem querer. - murmurei ainda sem realmente acreditar na cena. Minha Rose estendida no chão, com o primo e o irmão ao lado, sem que eu tivesse o direito de me aproximar dela. Não podia, eu quem tinha levado toda desgraça pra ela.

— Eu quem bati nela, meu Deus, como fui fazer isso?

— Como é?! - minha amiga perguntou, alarmada, notando a cena que se desenrolava atrás.

— Vamos agora, rapazes! - a diretora rugiu novamente.

— Vai atrás dela na enfermaria, Kellen, vou com ele - Thomas pediu, ela acatou e se afastou. - Precisa se acalmar, te disse pra não sair batendo em todo mundo!

— Até você ganhou alguns socos hoje também. - murmurei quando tentei andar, a perna latejou e quase caí.

— Vem, seu idiota, te ajudo. Olha só o que fizemos, seu supercílio está destruído. Minerva está uma fera, deixaram o chão dela vermelho de sangue. Acho que vão chamar os pais.

— Só quero saber de Rose. Vá atrás da Kellen pra saber notícias e me diga, ok? Consigo suportar essas dores. Só em saber que aquele imbecil está sentindo mais do que eu já me alivio.

— Para com isso, vou ficar com você. Rose só desacordou pela força da batida, caiu no chão e bateu a cabeça, mas deve estar bem. Você quem parece um caco, vamos logo que terei que responder por você para que não seja expulso!

Caminhamos silenciosamente atrás da diretora. Thomas ainda parou em um armário pelo corredor e encontrou gaze e remédio.

— Vem limpar esse rosto imundo agora, Malfoy, vamos aparentar uma cara mais bonita pra seduzir essa diretora, ok? Deixa de ser ranzinza.

— Ai! Faça isso direito, Thomas!

Meu amigo riu de minha desgraça. Limpou algum sangue de meu rosto, eu sabia que iria ficar com o rosto inchado, já doía. As mãos estavam marcadas e manchadas, minha camisa branca já não era imaculada.

— Veja bem, seu babaca. Não duvido dessa palhaçada de aposta que está escrita nesse panfleto que circulou, mas te conhecendo, vejo que algo mudou com a Weasley, está namorando com ela e se preocupando, então tente mostrar esse lado para a diretora, entendeu? O idiota do Charlie vai tentar te provocar da mesma forma, então não seja burro!

— Não vou ser, não tem como ser de novo. Será que Rose já acordou?

— Scorpius, já te disse, ela está sendo cuidada! Vem comigo e pensa numa desculpa boa pra convencer a Minerva!

— Não acredito que a meti nisso, Thomas... Estava tão assustada, eu sou um idiota.

— Me conte uma novidade. - meu amigo me olhou e suspirou.  - Olha, se você se comportar direitinho, prometo que vamos na enfermaria assim que fomos liberados da diretora, isto é, se ela não te expulsar. Vamos começar a rezar de agora.

Caminhei aos tropeços com Thomas, mas chegamos à sala de McGonagall. Olhar para  o imbecil me causava um ódio novinho em folha, que me tornava capaz de começar a bater em tudo novamente, mas meu amigo, ao meu lado, pressentiu e me afastou.

Sentamos separados um do outro e a diretora começou com o interrogatório sobre o acontecido. Controlei-me na hora de explicar minha versão, com a boca inchada, tudo doía agora.

Percebi o olhar atravessado de Minerva quando soube do conteúdo dos panfletos e terminou com uma advertência, detenção, quase expulsão para nós dois.

— Vocês dois têm históricos aqui, rapazes, não é nada bom. Vou chamar os responsáveis para conversarmos porque, certamente, eu devo ter errado em não ter antecipado essa conversa. Chega por hoje, não quero mais vê-los nessas condições, ouviram? Acabaram por envolver inocentes e chegamos longe demais. Vão à enfermaria e amanhã irão me acompanhar com os responsáveis. Estão suspensos das aulas, de toda a programação, até segunda ordem. Podem sair.

Thomas, parecendo sensato, me ajudou logo depois que Charlie saiu com seus amigos. Pegou um caminho oposto ao dele para que me poupasse, eu tinha percebido, e nem reclamei: só tinha uma única coisa na cabeça que me preocupava.

— Precisa ver como Rose está, Thomas, vai lá, me deixa, sei andar sozinho.

— Sabe andar porra nenhuma, nem se aguenta em pé. Ernest vai ficar uma fera por não ter você correndo, ouviu? Bem feito. Você quem devia atrás dela, não fica me mandando, não.

— Não sei, eu... Ela deve nem querer me ver, olha isso. Pareço alguém de uma gangue. Vai, Thomas, seja um amigo perfeito e me diga se ela está bem, pelo amor de Deus!

— Kellen deve estar chegando com notícias. Você devia pedir desculpas e saber dela você mesmo. Olha como está preocupadinho - ele murmurou, me enchendo a paciência, mas tocando no ponto certo.

A verdade era que eu estava... Envergonhado. Tinha causado tudo aquilo pra ela, Rose, que nunca tinha se metido com nada, agora estava em uma maca por conta de mim.

— Vou tomar banho. Obrigado. - bati a porta do banheiro na cara de Thomas. Ouvi-o reclamar, mas deve ter saído. Passei longos minutos tentando sentir cada pedaço de minha dor física para que aplacasse minha culpa e minha vergonha, mas não funcionava.

Quando saí do banho, com alguns pedaços de gelo para colocar no rosto, Thomas estava em sua cama com uma bandeja de comida ao lado.

— Não se ache especial por ter comida no quarto, hein. Nem ache que fui eu quem a trouxe, Deus me livre servir marmanjo, mas a Minerva falou sério quanto a manter você e Charlie suspensos de qualquer coisa. 

— Estou oficialmente de castigo, então.

— É o que parece. Mas diferente de você, preciso ir lá jantar. Vou ver se trago gelo pra você, idiota!

Ele bateu a porta do quarto, e eu soltei um riso.

— Ainda diz que não cuida de marmanjo, sei. Ai! - a bochecha doeu e me pus a descansar.

A tentar, pelo menos.

Mas Rose Weasley dominava meus pensamentos. Até mesmo quando terminei de comer, de arrumar meu lado do quarto - por causa do tédio - e de lamber minhas próprias feridas, eu ainda estava pensando nela e em seus olhos assustados. Em seu rosto confuso.

Meu Deus, como ela estava? Por que eu não conseguia criar coragem e ir procurá-la? Que se danasse caso me pegasse fora do quarto!

Eu duvidava muito de que meu pai viesse para Hogwarts só porque Minerva havia requisitado sua presença para mais uma loucura minha, mas deixe que ela pense que pode dissuadi-lo. No momento, eu só queria dar um braço para saber de Rose.

Logo após o jantar, Thomas apareceu e me informou que Kellen pediu para avisar que havia passado um tempo com Rose e ela estava bem, já que meninas não podiam ir ao dormitório masculino.

— Mas como bem? E a pancada? Grave? Fala, Thomas!

— Não sei, porra! Ela só disse isso, não banca uma de mãe pra cima de mim.

Antes que eu fosse dormir, Alvo conseguiu subir para meu quarto. Meu melhor amigo estava com o rosto sério, bem como eu ficaria caso soubesse de alguma palhaçada envolvendo minha prima-irmã.

— Acho bom você me explicar que merda foi aquela, Scorpius, porque não estou acreditando.

Suspirei e contei a ele o que tinha acontecido. Tentei, ao máximo, demonstrar todo meu arrependimento e ainda relatei que Rose já sabia, que eu tinha confessado no dia em que nos declaramos, e Alvo não disse nada até o fim.

— Só não te dou um soco porque já ultrapassou sua cota hoje, seu idiota. Acho até bom que esteja sofrendo por ela agora para que se arrependa do dia em que se meteu com aquele inútil e firmaram essa aposta.

— Não sabe o quanto me arrependo hoje. - confessei. - Alvo, me desculpe envolver sua prima nisso. Você sabe como Scott sempre me provocou, há tantos anos que nem sei. Mas a quem devia desculpas de verdade, já pedi, confessei a ela.

Ele anuiu. Percebi que não queria dar o braço a torcer para me confortar como amigo porque tinha que agir como o primo protetor, mas ao sair, disse:

— Vá vê-la... Qualquer hora. Ela perguntou por você.

Pronto, dito isso, não consegui pregar meus olhos. A noite ia findando, Thomas se recolheu quando o toque soou, ainda trouxe um gelo para meu rosto, se aprontou e dormiu enquanto eu fitava o teto, com o rosto de Rose pregado em meus olhos.

A saudade foi maior que a negatividade que me assolava. O egoísmo em vê-la era maior do que a abnegação em deixá-la longe de mim e fora de problemas. 

Joguei as cobertas para o lado e tentei me colocar sozinho de pé. Peguei o robe preto com minhas iniciais em verde e prata e saí o mais silenciosamente possível. Tantas vezes já tinha fugido do quarto, fora do horário, eu iria conseguir chegar à enfermaria para vê-la.

Atravessei todo o caminho, parando um pouco para respirar, até que dobrei o corredor e dei de cara com o amigo de Alvo, Isaac, saindo de lá.

— Ah, Malfoy. - ele me saudou, me lançando um olhar de desprezo. Nem fiquei envergonhado em encará-lo com o rosto arroxeado. - Que desprazer em te ver. Veio ver como Rose está depois de sua idiotice?

— Não pedi sua opinião sobre nada, Isaac, quer sair do meu caminho?

— Você é muito arrogante mesmo, não é? Ainda acha que está certo? Se toca, Malfoy, olha onde você envolveu a Rose, ela não merece isso, ela não merece você!

Demorei alguns segundos para superar a ponta de verdade que suas palavras me jogaram. Eu mesmo tinha me sentido desse modo, por que seria estranho outra pessoa achar o mesmo?

— Está insinuando que ela merece você, então? Porque está claro que não é um rejeitado.

— Não, infelizmente, mas eu seria de tudo pra ela... Só deixa ela em paz, Malfoy, não vê? Faz mal a ela, está presa na enfermaria por sua culpa. - ele me jogou um olhar de pena e só pude engolir meu ódio e meu orgulho. Era verdade. - Ela é proibida para caras como você, até mesmo como eu, porque ela é boa demais para qualquer um de nós.

Isaac não esperou respostas. Deixou-me ali, sozinho, com suas palavras ferinas pairando ao meu redor, me apunhalando e jorrando sangue. Era só a verdade, então por que doía?

Porque eu sonhei que seria suficiente gostar dela, fazê-la gostar de mim e esquecer que não se vive somente do gostar de alguém. Um relacionamento era muito mais do que isso, eu sabia disso, nasci de um casamento desse até que meu pai se transformou em outro quando perdeu minha mãe. Ele passou a ser o cara que ela nunca teria escolhido como marido, ou talvez sempre tenha sido ele, porém mascarado, bem lá no fundo.

Respirei fundo e me empurrei para entrar no cômodo cheio de biombos e camas. A luz da lua se infiltrava por algumas janelas e era o que me guiava na escuridão, morrendo de medo de ser encontrado pela enfermeira-chefe e ser expulso dali, piorando minha situação no colégio.

Enfim pousei meus olhos na cama na qual o corpo pequeno de Rose estava. Os cabelos ruivos contrastavam no travesseiro branco com os olhos fechados. O rosto estava sereno, graças a Deus, aquele medo que eu havia visto não estava mais ali. Ressonava baixinho e quase me afastei para deixá-la dormir em paz, longe de mim, mas meus dedos protestaram e, quase que sozinhos, dedilharam o lado da bochecha que estava vermelho e machucado.

— Ahn, o quê?!

— Shii, Rose, sou eu, calma. - sussurrei para acalmá-la e toquei em seus cabelos. Uma faixa branca estava em sua cabeça e aquilo me doeu. Ela tinha batido no chão e se machucado.

— Scorpius, mas... O que está fazendo aqui uma hora dessa? - os olhos azuis me fitavam e fiquei mudo. Dei de ombros, sem saber como explicar. Rose tentou se sentar, mas não deixei.

— Ei, fica quietinha, precisa melhorar, Rose.

— Não, quero ver você melhor e... Meu Deus, está terrível. - ela fez uma carinha triste, levantando os dedos para tocar meu rosto e estremeci com seu toque. Doía. - Não devia ter se metido nisso. Eu sabia da aposta, já tinha perdoado você, tínhamos que seguir em frente.

— Eu sei, só... Me perdoa, furacão. Sempre fui de perder a cabeça, só que ouvindo falarem de você foi demais. Eu já estava escutando demais, mas não paravam, então... Só me perdoa por fazer isso com você.

— Não foi sua culpa, entendeu? Entendeu, Scorpius? - ela tornou a perguntar quando não respondi. Conseguiu se sentar na cama e abriu um espaço ao seu lado. - Deita aqui comigo, senti sua falta. Tantas pessoas vieram, me fizeram perguntas, fiquei maluca. Mas só queria você.

— Me desculpa não vir antes. - cuspi as palavras que se prendiam em minha garganta. Arranhava dizer, mas eu sentia que deveria falar. - É culpa minha sim, furacão, olha onde já estou te levando, namorada... 

— Quer terminar comigo por isso, Malfoy? - ela pareceu brava, os olhos mais arregalados. - Senta logo aqui e para com esse papo, Scorpius, não foi sua culpa, eu quem me meti na briga e...

— Shiu, Rose, não precisa justificar. Só diz que me perdoa.

Rose ficou em silêncio. Fiquei com medo dos olhos azuis voltarem a se encherem de lágrimas como vi no ínicio da noite, mas não. Ela permaneceu firme e bateu a mão ao lado da cama, me chamando. Levantei minha carcaça para sentar ali e abraçá-la, saciando minha vontade de tê-la, bem, entre meus braços.

— Não tenho nada para perdoar. Só fica em silêncio, aqui comigo... Por favor. - sua voz doce soou encostada em meu peito. Só pude apertar meu abraço e pedir aos céus que a sensação de ter estragado tudo fosse embora de mim. 

— Você pode ficar até eu dormir? Não consegui descansar - Rose levantou o rosto para me fitar. Anuí, óbvio, era difícil resistir àqueles olhos azuis. 

— Vou ficar até você dormir.

Prometi e ela deu um pequeno sorriso, se aninhou em meu corpo e fiquei esperando sua respiração se normalizar. 

Ali, enrolado em uma pequena cama com Rose, debaixo de alguns rastros de luz, eu entendi que não poderia adiar o inevitável. Rose Weasley estava fora dos meus planos, não me pertencia e, possivelmente, alguém era merecedor dela. Como não vi antes? Na realidade, até tinha visto, afinal, passei anos longe de sua presença, quase como se em meu íntimo, eu soubesse que não era para ela. Ela merecia mais, ela era mais. 

Porém o que me doía imaginar, ali abraçado nela, sendo o cara a quem ela estava esperando o dia inteiro para confiar e adormecer, era em quem ocuparia o meu lugar.

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Notas finais do capítulo

Quem tá achando q vai dar merda, vai dar merda, vaii??

será que teremos Rony Weasley com Scorpius Malfoy no próximo cap???? SIMMMMM e sabe-se lá mais quem! me falem aí de quem tem saudades!!

PS.: alguns de cs desapareceram e estou preocupada!!!



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