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Eu a empurrava com força contra a parede fria externa da nossa sala de ciências. Ela gemeu quando levantei sua minissaia do uniforme e, entre os beijos, fui incapaz de segurar um riso.

Elas adoravam uma provocação.

— Malfoy... - a garota suspirou, apertando os fios rebeldes da minha nuca.

— Não fala nada, gata.

— Mas estamos nos jardins da escola...

— Você não quer? - sugeri com um sorriso malicioso ao nos separar minimamente.

— Muito, mas...

— Não precisa pensar.

A morena sorriu com os lábios inchados e voltamos a nos beijar. Quando estávamos, porém, indo para a melhor parte, algo nos interrompeu.

Ou melhor, alguém.

— Porra, Scorpius!

A garota que estava presa entre meus braços nos separou rapidamente para fitar meu melhor amigo raivoso.

— Você não sabia que hoje tinha treino?! Estamos procurando por você há tempos!

— Bom, meu caro amigo, você achou. - respondi, limpando algum resquício de batom da menina que pudesse estar em minha boca.

— Não seja mais escroto. - Alvo proferiu e voltou seu olhar pela primeira vez pra garota. - Meu Santo, vocês não podiam se comer em outro canto?!

— Eu falei pra você, Malfoy - ela abaixou calmamente a saia e fechou os botões da blusa.

— Relaxa, Alvo. Ela já está de saída e eu também.

Ajeitei minha calça e deixei os primeiros botões da camisa abertos como estavam, com a gravata idiota verde e prateada frouxa.

— Você me procura depois, Malfoy?

— Fica no aguardo, gata.

— Vai se tratar, Scorpius - Alvo disse quando a morena da Grifinória se afastava de nós pelo gramado. - Que número é ela?

— Do ano? Ou do semestre?

— Me poupe - Alvo não era muito adepto ao meu jeito libertino de ser.  - A primeira do começo das aulas?

— A quarta - falei simplesmente, esperando meu corpo se acalmar.

— Porra! - Alvo exclamou. - Três dias de aula e você já pegou a quarta garota, Scorpius! Com quem nesse maldito colégio você ainda não dormiu?

Eu ri de seu comentário e me mantive calado. Até porque a lista com as quais eu tinha dormido já era muito.

— Sua lista é interminável. Mas se liga, hoje é o primeiro treino dos times, Scorpius, não demore mais um segundo porque se não eu vou deixar o treinador vir e ele vai arrancar suas bolas!

Alvo me deixou sozinho no fundos do colégio. Eu achava engraçada sua reação e não a recriminava. Alvo era esquentadinho, meio certinho, influência da família.

Mas eu tinha esquecido da merda do rugby!
A tal morena me abordou após o almoço e foi impossível resistir ao seu pedido tão explícito em usar do meu corpo.

Estou sempre às ordens, garotas.

Assim que voltei ao normal, me pus a andar para me trocar pra o treino. Como Alvo estava com seu uniforme, então o primeiro treino do ano seria da Sonserina com a Grifinória.

Que maravilha.

A velha competição idiota iria reinar.
Eu não tinha nada contra os grifinórios, até mesmo meu melhor amigo era um, mas algumas pessoas, de determinadas casas, insistiam em serem imbecis a comprarem a ideia de que a nomenclatura de tal casa te classificava como indivíduo.

Era um inferno esse tipo de gente. Como alguns do time de rugby da Grifinoria.

Eu estava absorto em pensamentos, a caminho do gramado, quando um vulto vermelho passou por mim no estreito corredor.

— Opa, opa. - expirei e me contive para não rir do pequeno embrulho ruivo caído aos meus pés. - Quer ajuda, gata?

A menina não pareceu gostar do meu tom e nem do meu chamado (o que era estranho, porque todas gostavam). Ela me olhou com mais ódio do que antes quando a derrubei com o impacto do trombo.

— Argh! Precisa ser uma muralha? Tô atrasada! - ela cuspiu entre dentes, quase tão baixo por lábios pequenos que por pouco escutei.

— Não culpe o meu físico. Você que estava apressada, vai com calma. Devagar e sempre - brinquei, maliciando e os olhos azuis me fuzilaram quando a dona deles terminou de pegar os livros do chão.

— Vai se ferrar, Malfoy.

Eu não sabia que ela era Rose Weasley. Na realidade, eu sabia que, por alto, todos os Weasley tinham aquela cor vibrante na cabeça, aquelas sardas, o uniforme vermelho da Grifinoria.
Sabia também que a filha querida da tão famosa Hermione Granger e do Ronald Weasley era a CDF da casa do leão, quiçá do colégio!

Eu só não tinha, nunca, nem de relance, me dado conta que ela era tão pequena, tão raivosa, tão vermelha.

Rose não se deu o trabalho de proferir mais alguma palavra em minha direção. Saiu pisando duro, com sua montanha de livro, o cabelo revoltoso num coque, as roupas largas.

Eu sorri.

Ah, esses Weasley's... Eles eram adoráveis.

Foi assim que a figura de Rose Weasley ficou gravada em minha mente. Nossa primeira grande impressão é, afinal, a que fica.