Proibida Pra Mim escrita por TessaH


Capítulo 1
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"Eu sabia muitas coisas sobre mulheres. É claro, já estive com as mais diversificadas possíveis desde os 15 anos de idade. Fui aprendendo como fazê-las sussurrar meu nome, como implorar minha presença, se submeter à minha vontade.

Eu tive desde uma mulher que trabalhava em algum bar até alguma aristocrata boba o suficiente para se apaixonar por mim. Então sim, eu sabia do que elas gostavam e em que queriam acreditar. Sempre soube e fazia por onde para entendê-las melhor e me satisfazer.

Até que aquela destrambelhada com o cabelo mais volumoso e vermelho que eu já vi na vida trombar comigo.

Eu me pergunto até hoje, enfiado no sofá por dias, por que conheci aquela garota, pois depois dela... Ah! Depois dela, senhoras e senhores, tudo desandou.

Tanta coisa mudou que eu me vi implorando para ficar mais cinco minutos ao lado dela. Eu, Scorpius Hyperion Malfoy, o cara que enxotava as mulheres porque minha diversão sempre tinha fim. Eu, Scorpius, implorei para Rose ficar.

— Rose, por favor, não foi bem assim, você precisa me escutar..

— Não quero e não preciso te escutar, Scorpius, pelo amor de Deus! Só me deixa em paz! - ela gritou, com o rosto tão vermelho quanto os cabelos e eu me senti um idiota por fazê-la perder o controle e chorar na minha frente.

Eu tinha sido um imbecil. Como pude mentir para mim mesmo por tanto tempo?

 Por favor, Rose, não sai - eu roguei mais uma vez. Minha voz não saía estrangulada e embargada porque eu queria, mas porque algo dentro de mim rugia para impedi-la de sair por aquela porta, pois eu tinha a certeza de que se o furacão ruivo saísse, nunca mais voltaria para minha vida.

E aquilo estava fora de cogitação.

— Me larga - ela pediu baixinho, sacudindo o braço com a força que restava enquanto os ombro tremiam com o choro. - Eu não quero e nunca quis nada com você, então me deixa ir. Você faz o que quiser da sua vida e eu da minha.

— Rose, foi um mal entendido e eu preciso contar a você que eu...

— Que você o quê, Scorpius? Que você é o homem e precisa saciar as suas vontades? Que você é um imbecil? Que eu estava certíssima em nunca querer uma aproximação com você porque não vale nada?!

Outch.

Aquilo machucou. Soltei seu braço.

— Não - respondi. - Queria que soubesse, antes de ir, que eu... - respirei fundo, obrigando as palavras a saírem porque já estavam me sufocando. - Eu me apaixonei por você, Rose, então fica. Por favor.

Lá estava eu, implorando novamente para a minha algoz.

E ela, impiedosa, dona do todo mundo, incluindo o ser humano horrível que habitava dentro de mim, nem tremeu com minha declaração. Aquela figura altiva e irresistível era minha dona e aquela verdade me deixava sem ar.

— Você se apaixonou sozinho, sinto muito. - ela sentenciou e foi como soltar a lâmina da guilhotina sobre o culpado. - Se por acaso, algum dia viermos a nos encontrarmos outra vez, Scorpius, vai ser só para me divertir. E mais nada.

Ela pegou o resto das coisas e bateu a porta, levando consigo, também, minhas palavras.

Maldita.

Onde eu fui me meter?"

 

PARTE UM: FIDELIDADE

  •  setembro, outubro, novembro • 

 

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


— Vinicius de Moraes

 


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