Do trono ao cadafalso escrita por Evil Queen 42


Capítulo 30
Capítulo XXX


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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"Meu casamento caminha de forma pacífica como jamais esteve. Sasuke e eu nos vemos pouco, pois o Rei muitas vezes entra facilmente num estado de exaustão, dessa forma não tem tanto tempo para mim, já que acumulou alguns assuntos de Estado pendentes por conta de sua misteriosa febre. 

Os médicos de Sasuke ainda não sabem explicar a causa da doença que quase tirou sua vida, por isso uma série de precauções serão tomadas de agora em diante, pois não se sabe quais tipos de sequelas irão rondá-lo. O Rei encontra-se insatisfeito com isso, mas não há outra alternativa. A partir de agora só tomara banho caso ervas medicinais se façam presentes na água; Evitará ao máximo esforços físicos, o que o obrigará a não se arriscar novamente em jogos perigosos; Alguns alimentos estarão, de agora em diante, restritos para o Rei; E tomará semanalmente vários remédios preparados por seus médicos. 

Mas algo assombra o meu marido, e eu compreendo perfeitamente sua preocupação. Sasuke viu como a vida pode ser algo extremamente frágil, portanto agora, mais do que nunca, ele anseia que eu lhe dê um filho (...)".

Sakura despertou pela manhã, e suas damas já estavam com as bacias de cobre cheias de água fresca. Usando panos brancos de linho, e um sabão perfumado feito para sua pessoa, Sakura pôde fazer sua higiene matinal.

Banhos não eram tomados diariamente, apenas entre duas ou três vezes por semana, mas a limpeza do corpo era realizada sempre que possível para evitar maus odores. 

O pano ensaboado foi passado principal nos braços, pescoço, clavícula, e rosto da Rainha. A bata branca de linho - compreendida como uma roupa íntima, ou roupa de baixo - foi trocada, assim como seria várias vezes ao dia. Como a bata era a roupa que ficava o tempo todo em contato com a pele - não sendo tirada nem para tomar banho -, compreendia-se que ela absorvia a sujeira e oleosidade do corpo, portanto deveria ser trocada várias vezes ao dia para que a pessoa permanecesse sempre limpa. 

Sakura, após lavar o rosto, colocou um pouco de pó de ervas num pano de linho úmido, para higienizar sua boca. O pó era feito com as ervas certas, que garantiam um bom hálito e mantinham os dentes claros, e era permitido usar tanto os dedos quanto um pano para esfregar o pó nos dentes. 

As aias vestiram a Rainha com um vestido de veludo marrom bordado com pérolas na região do busto e com detalhes em fios de ouro tanto nas mangas quanto na saia. Ao invés de enfeitar seu pescoço com um belo colar, Sakura optou por esconder o decote com um partlet preto, mas seu vestido possuía um grande broche de ouro com uma pedra de rubi. Os cabelos não foram enfeitados, apenas presos por um coque e parcialmente cobertos por um véu preto, preso na parte de trás da cabeça de Sakura. 

Quando estava indo fazer sua primeira refeição do dia nos aposentos de seu marido, Sakura, acompanhada por suas aias, encontrou com o Rei em um corredor próximo ao grande salão do palácio. 

Sasuke parecia bem sério, e tal seriedade preocupou sua esposa. Estando ela grávida, seu marido não faria nada que pudesse deixá-la abalada, mas nem tudo poderia ser escondido. 

– Sakura... - Sasuke ponderou por alguns segundos, escolhendo as palavras que deveria usar - Por favor, fique calma, eu preciso te dizer uma coisa. 

– O que foi? O que aconteceu? - Ela questionou agoniada, vendo a aflição no rosto do monarca. 

As aias pareciam apreensivas também, como se já soubessem do que se tratava.

– Fique calma e me ouça. - Sasuke pediu.

Ela conhecia muito bem o homem com quem se casou, sabia que o assunto era grave e que iria afetá-la de alguma forma.

Nenhuma pessoa pediria para a outra se acalmar caso não houvesse motivo. 

Sasuke hesitava. Sakura então notou que ele olhava muito, mais do que o normal, para uma grande janela perto de ambos. Por que fazia aquilo? Por que parecia tão inseguro? O que tinha naquela janela?

O monarca estava claramente preocupado, mas era óbvio que havia um assunto inadiável a ser tratado. 

Impaciente como sempre, Sakura caminhou em direção à janela, mas Sasuke segurou em seu braço para impedi-la. 

– Solte-me! - A Rainha falou grosseiramente, puxando seu braço e livrando-o do aperto da mão do Rei.

Ela então correu, foi até a janela e observou o que poderia haver ali perto que viria a perturbá-la tanto a ponto do Rei demonstrar tamanha insegurança. 

O sangue de Sakura gelou em suas veias. Podia ver, sobre o chão gramado, o cãozinho marrom acompanhado de uma poça de sangue.

Seu amado Pakkun estava morto.

As aias de Sakura, quando foram encher as bacias para a limpeza da Rainha de manhã, notaram a ausência do cãozinho. O encontraram morto e, sabendo do grande amor de Sakura por ele, suplicaram para que o Rei desse a notícia a ela. 

Era algo que não tinha como esconder, visto que Sakura perceberia o sumiço de seu companheiro canino. 

Pakkun alegrava os dias da mulher que tinha momentos tão escassos perto de sua filha. 

– Sakura... - Sasuke abraçou pelas costas a Rainha que estava em estado de choque - Minha querida, foi um acidente. 

– Ele era tão inocente. - Falou em prantos - Que tipo de monstro faria algo assim?

– Meu amor, Pakkun era um cãozinho levado e curioso, certamente subiu na janela e a pata escorregou. 

– A pata escorregou! - Repetiu em tom irônico, afastando o Rei de si, encarando-o em seguida com fúria no olhar - Um cachorro do tamanho de Pakkun jamais subiria nessa janela!

Sasuke sabia, era óbvio que alguém o havia jogado de propósito, mas o Rei não queria ver sua esposa ainda mais abalada. 

Sakura estava nervosa, trêmula, histérica. 

– Fique calma. - Sasuke pediu - Nós vamos encontrar o responsável por isso, e esteja certa de que irei puni-lo. 

– Quero que pague com a vida! - A Haruno berrou aos prantos - Quero que o responsável por matar meu inocente Pakkun morra lenta e dolorosamente! 

Sasuke estava ficando nervoso, pois Sakura estava mais alterada do que ele imaginou que ficaria. 

Talvez o Rei devesse ter sido direto ao invés de fazer rodeios, pois isso certamente evitaria que Sakura acabasse vendo o corpo do cãozinho.

Seria certo esconder a morte de Pakkun? Com certeza não. Ela iria descobrir e ficaria furiosa por terem lhe escondido algo daquela proporção. 

– Querida, eu posso lhe dar outro cachorro da mesma raça que o Pakkun. - Sugeriu o monarca - Por favor, fique calma. 

Sakura respirou fundo, tentando controlar sua euforia.

As aias nada tentaram fazer. Conheciam perfeitamente o temperamento explosivo de sua senhora, e sabiam que tentar consolá-la de alguma forma só iria piorar a situação. 

– Eu não quero outro cachorro. - Suspirou, dessa vez mais calma, mas ainda chorosa - Eu não quero...

Sakura limpou as lágrimas que caíam por sua face, tentando controlar seus nervos. Embora sua histeria tivesse cessado, continuava extremamente abalada.

Como seriam seus dias sem Pakkun? Ele era um cãozinho levado, carinhoso, e bastante apegado à dona. Sakura também era bastante apegada a ele, amava de verdade o pequenino. Saber que alguém foi cruel o suficiente para jogá-lo de uma janela, que ele sofreu uma morte horrorosa, deixava a Haruno extremamente abalada. Certamente ainda estava profundamente impressionada por causa da visão do cãozinho morto. 

Sasuke permaneceu em silêncio. Não havia o que ser dito, e ele esperava que Sakura se acalmasse por completo. Temia que suas palavras a deixassem pior.

Ela encarou um ponto fixo na parede, parecia confusa, como se estivesse questionando a si mesma sobre algo. Uniu as sobrancelhas, contorceu seu rosto como se uma sensação dolorosa se fizesse presente em seu corpo.

Quem quer que tivesse jogado Pakkun pela janela tinha apenas um objetivo: Ameaçar a dona do cãozinho, ou até mesmo mais do que isso. 

– Sakura, o que houve? - Sasuke questionou preocupado, as damas estavam aflitas. 

A consorte levou as mãos trêmulas até as saias do longo vestido, erguendo-as até a altura dos seus joelhos, podendo ver então o sangue que escorria por suas pernas até o chão. 

Um misto de tristeza e raiva se fez presente. Sakura não sabia o que dizer, o que pensar, ou como agir. Sentia seu corpo petrificado, sua mente não conseguia processar o que estava acontecendo, mas doía... física e emocionalmente. 

Suas esperanças haviam acabado de ser transformadas em verdadeiras migalhas. 

Segundos se passaram, mas pareceram horas de dor e sofrimento. 

As vistas de Sakura escureceram, e ela imediatamente sofreu um desmaio, sendo amparada pelo marido que encontrava-se no mesmo estado de desespero que suas aias.

– Vão chamar o médico! - Sasuke ordenou, segurando sua esposa nos braços para levá-la até o quarto. 

Ela sangrava bastante, sujando seu vestido e o chão. O cheiro era forte.

 Sasuke sentia um nó na garganta, pois já sabia qual seria o resultado daquele sangramento. 

E mais uma vez, enquanto Sakura estava em seu quarto na companhia das aias e do médico, Sasuke se encontrava em total aflição. 

Pela quantidade de sangue, o Rei estava ciente de que seu filho havia sido perdido, e naquele momento rezava apenas pela vida de Sakura. 

Era claro que o pequeno Pakkun jamais teria subido numa janela tão alta. Alguém certamente o havia atirado, de propósito, mas por quê? 

O fato era que os inimigos de Sakura a temiam, e uma mulher incapaz de ser controlada deveria ser destruída. 

Um filho, um futuro Rei, era um assunto de extrema importância e de responsabilidade da Rainha consorte. Enquanto Sakura não desse um filho para a Coroa, sua posição ainda era algo bastante frágil e que poderia dar abertura para Sasuke se livrar dela caso quisesse. 

Tanto quanto Sakura, a criança em seu ventre seria uma ameaça caso se tratasse de um menino. Após a febre contraída por Sasuke, sua saúde tornou-se debilitada, e os médicos temiam que o Rei não sobrevivesse até sua herdeira atingir a maioridade, então obviamente chegaria um momento em que a regência do país estaria nas mãos de Sakura. Se o Rei contasse apenas com uma herdeira, o assunto da sucessão poderia ser facilmente resolvido - membros do Conselho privado poderiam induzir o monarca a legitimar outra pessoa -, o grande problema seria um herdeiro do sexo masculino... e Sakura. Ela ainda era uma grande ameaça, e o Conselho a queria longe dos assuntos de Estado.

O médico saiu do quarto da Rainha, e encarou o Rei com pesar. Sasuke temia a morte de Sakura mais do que tudo naquele momento. Mulheres mortas após darem à luz, durante um parto, ou após um aborto espontâneo não era algo incomum. Gravidez, parto e pós parto eram considerados extremamente perigosos para uma mulher. 

– Majestade, não pude salvar a criança. - Disse o homem - Eu sinto muito. 

Aquela notícia não foi novidade para Sasuke. O choque foi muito grande para Sakura, ela inclusive ainda estava abalada emocionalmente devido a doença do marido, e bastante preocupada com o sucesso de sua gravidez.

 O aborto certamente foi causado por aflições que abalaram o corpo e a mente de Sakura.

– É uma notícia triste demais. - Sasuke abaixou o olhar, claramente abatido - E a Rainha?

– Ela está bem, e creio que poderá conceber novamente em alguns meses.

– Obrigado. - O monarca suspirou aliviado. 

– Majestade, me sinto na obrigação de dizer que o feto aparentava ter cerca de quatro meses... e era um menino. 

Sasuke sentiu uma mão gelada apertar-lhe o coração. Um filho... o herdeiro que tanto queria estava morto. 

Seria ele capaz de outro filho? Teria seu tão aguardado sucessor?

Sasuke sentia que estava sendo castigado por algo que não sabia o que era. Um um herdeiro forte para o trono era questão de honra para um Rei... Que tipo de homem Sasuke estava sendo? 

Não dar um sucessor para Konoha era um assunto delicado. A falta de um filho afetava também a masculinidade do Rei, a forma como as pessoas o viam. 

Aquela perda havia sido grande demais. Por uma atitude impensada, Sasuke não garantiu seu sucessor. 

Preferia não se pronunciar sobre isso, apenas ficaria com seu luto. 

– Eu vou ver minha esposa. - Declarou. 

Sasuke entrou no quarto e viu a rosada abatida sobre a cama, com lágrimas nos olhos. Certamente já sabia que o bebê se tratava de um menino... o menino que salvaria a dinastia e que fortaleceria de uma vez por todas a posição de Sakura como Rainha. 

As aias organizavam as coisas. Havia bacias com água e lençóis brancos manchados com sangue. Uma cena triste de se ver. 

O monarca ordenou que as damas da Rainha saíssem, ficando então sozinho com ela. 

O que dizer para Sakura? Havia o que ser dito? 

Da mesma forma que nada aliviaria a dor de Sasuke pela perda recente, nada aliviaria a de Sakura também. 

Sasuke se deitou ao lado de sua esposa, abraçando-a forte. Ela apenas chorou por longos minutos, com a cabeça sobre o peito de seu marido... Sasuke tentava acalmá-la, mas em vão, principalmente por estar tão abalado quanto Sakura.

– Sasuke, eu quero ir embora. - Ela pediu com a voz embargada. 

Sasuke levou um susto com tal pedido, então se afastou da rosada e a olhou nos olhos completamente incrédulo. 

– Sakura, você é a Rainha de Konoha. 

– Afaste-me da Corte, por favor. - Implorou - Esse lugar não faz bem para mim... Essas pessoas não fazem bem para mim. Não me sinto segura aqui. 

Sasuke ponderou por alguns segundos. O que Sakura dizia fazia sentido, mas a Rainha tinha seus deveres.

– Para onde quer que eu a mande? - Questionou. 

Não adiantaria discutir, não no estado que ela estava naquele momento. Talvez ela desistisse da idéia após uns dias, pois estava abalada demais para tomar decisões. 

– Para o meu castelo. - Respondeu - Mande comigo minhas aias, alguns empregados e pessoas de minha confiança. 

– Seu castelo fica distante da Corte, e mais ainda da residência de Sarada. - Sasuke disse espantado - Eu tenho incontáveis propriedades próximas à Corte, tem certeza de que não é melhor ir para uma delas?

– Não, Sasuke. - Disse firmemente - Eu quero ficar longe da Corte. Mande preparar meu castelo para me receber, por favor. 

O Rei soltou um longo suspiro. 

– E nossa filha? - Questionou - Indo para seu castelo, Sakura, a viagem até a residência de Sarada se tornaria deveras mais longa e cansativa. 

– Estou ciente de que não verei Sarada com a mesma frequência, mas, nesse momento, me darei ao luxo de ser egoísta. - Ela deixou grossas lágrimas rolarem - Preciso me afastar da Corte, pelo meu bem... Tenho certeza de que nossa filha entenderia um dia. 

– E quanto a nós? Você é minha esposa.

– Estarei ao seu lado como sua Rainha em eventos importantes, e você me visitará também. - Disse ela - Não estou banida da Corte, e estarei aqui sempre que o Rei ordenar. Contudo, não quero mais morar neste lugar. Por favor, Sasuke, compreenda. 

Talvez aquilo não fosse má idéia. 

Sasuke muitas vezes julgava a esposa um pouco paranóica, vendo inimigos por toda parte, e afastá-la da Corte com certeza a deixaria mais tranquila. Inclusive deveria considerar que Sakura estaria longe dos assuntos de Estado, o que diminuiria alguns conflitos. 

– Tudo bem. - Ele a beijou na testa - Se é o que você quer, então que assim seja.

... 

Era noite, os dois homens estavam sozinhos naquele quarto mal iluminado que mais parecia uma masmorra. Era um cômodo afastado do castelo, portanto sentiam segurança para conversar sem que alguém ouvisse.

– Parece que a diaba vai embora da Corte. - Kabuto disse animado, colocando um pouco de vinho numa faça prateada. 

– Para o castelo que um dia foi meu! - Orochimaru disse com ódio, parado de frente para a lareira - Mas ela o ganhou com um golpe de sorte. - Ele encarou o amigo, olhando-o por cima do ombro.

– Isso pode ser bom. - Kabuto tomou um gole de vinho - Ela ficará longe da Corte, longe dos assuntos de Estado. Estaremos em paz, e o senhor poderá cuidar do tesouro Real da forma que desejar, sabendo que aqueles astutos olhos verdes estarão bem longe daqui. Ela não mais lhe perseguirá com sua desconfiança excessiva. 

– É, mas, por quanto tempo? - Orochimaru caminhou até a mesa de madeira e serviu um pouco de vinho para si - Após aquela febre, por quanto tempo Sasuke poderá reinar? 

– Isso pode ser um problema. - Suspirou - Mas os médicos disseram em sigilo para os membros do Conselho privado que não se sabe as sequelas da febre. Pode ser que o Rei tenha se tornado incapaz de fazer a diaba conceber uma criança. 

 - Isso não é um fato consumado. - O homem dos cabelos negros disse com raiva - Pode ser que o Rei ainda consiga um filho. Por enquanto os médicos trabalham apenas com suposições. 

– Mas o senhor tomará providências, não? - Sorriu malicioso - Pode ser que a diaba ganhe outro cãozinho para ser atirado pela janela. - Supôs. 

Orochimaru bufou antes de tomar um gole de vinho.

– Ela não pode ter um filho. - Falou entre dentes - Pode não ser difícil convencer Sasuke a legitimar outra pessoa no lugar de Sarada, já que uma mulher na posição de regente vai contra as leis da natureza. Imagine só, Kabuto... homens sendo obrigados a se curvar diante de uma mulher, e obedecer suas ordens! - Ele soltou um riso anasalado - É, no mínimo, ridículo. Ninguém levaria a sério uma mulher no trono como regente. 

– Mas a garota é a primeira, e única, na linha de sucessão. - Observou o mais novo - E se o Rei morrer em breve, ela ficará sob a tutela da mãe, que por sua vez será regente. 

– É por isso que precisamos tirar a prostituta do caminho o mais rápido possível. - Falou decidido - Mesmo que Sarada reine, o que eu acho muito difícil, precisamos de um pretexto para o Rei se livrar de Sakura. 

Se Sakura viesse a ser regente, as coisas seriam desastrosas para Orochimaru. Ela desconfiava do secretário do Rei, sabia que ele não agia como deveria, e que abusava da confiança do monarca. 

– Mas, se ela tiver um filho, ficará ainda mais difícil derrubá-la. - Disse Kabuto - Ela partirá amanhã. - Riu sem humor - Quando ouvi relatos sobre o aborto da concubina, imaginei que ela morreria como consequência, mas as coisas não foram assim... 

– A maldita melhorou rápido. - Orochimaru falou secamente - O Rei é um tolo, pois faz todas as vontades daquela prostituta sem medir esforços. Lhe dará semanalmente uma farta quantia em dinheiro para que ela possa manter seu castelo, seus empregados, e o luxo com o qual se acostumou. 

– Ela é uma Rainha. - Kabuto deu de ombros - Sasuke apenas a trata como uma.

– Rainha. - Riu em deboche - Não por muito tempo. 

– O que fará para derrubá-la? - Kabuto questionou curioso, encarando o homem que bebia um gole do vinho em sua taça. 

– Não precisaremos sujar nossas mãos. - Orochimaru sorriu diabolicamente - Sakura possui a conduta tão depravada que certamente cairá sozinha. Suas damas não vão encobri-la por muito tempo, visto que, longe da Corte e dos olhos do Rei, ela terá mais liberdade. - Ele colocou mais vinho em sua taça, mas a deixou sobre a mesa e caminhou novamente para perto da lareira - Uma mulher, longe das vistas do marido? Isso não existe. Uma mulher precisa de um homem para controlá-la. Quem controlará Sakura, com Sasuke longe dela?

– Nem mesmo perto o Rei consegue controlá-la. - Afirmou o mais novo - Sasuke é um marido muito passivo, e isso está afetando sua imagem como Rei. 

– O fato é que alguns homens, amigos ditos fiéis de Sakura, partirão com ela... - Suspirou - Longe do marido, rodeada por outros homens... Não sei como Sasuke permitiu tal aberração. Talvez ele confie demais nela. - Deu de ombros - Não sei. Mas a realidade é que Sakura é uma mulher vulgar, que inclusive se insinua pela Corte com os cabelos à mostra, e com certeza seu comportamento piorará quando ela se encontrar longe dos olhos de Sasuke. 

– Ela partirá com sua Corte de admiradores. Aquela concubina pode ter vários inimigos, mas ela conseguiu fazer amigos fiéis. Acha que alguém a entregaria? 

– Seu tolo... - Riu - Eu tenho meus espiões. 

Kabuto também esboçou um sorriso, satisfeito. Com Sakura longe da Corte, poderia ser inclusive mais fácil para armar sua queda. Orochimaru estava longe de Sakura, então tecnicamente estaria com as mãos limpas. 

– Quanto tempo levará para que ela perca a coroa?

– Não sei. - Orochimaru respondeu - Mas será logo. 


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Notas finais do capítulo

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Bjs♡



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