Glory and Gore escrita por MB, lulyluigia


Capítulo 4
Sangues-ruins




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Os seis garotos se aproximavam cada vez mais a cada dia. O horário escolar deles fazia isso acontecer. Quase sempre a Grifinória tinha aulas com a Lufa-Lufa e, quando não tinham, era difícil ver James, Sirius, Remus, Edwina, Lily e Éboni separados. Ultimamente, um garoto baixo e gorducho chamado Peter começava a ser visto com os seis mais frequentemente.

Ganharam o apelido de “marotos” já no meio do segundo ano. As bombas de bosta que haviam jogado nos corredores e os caramelos Incha-Língua que vários alunos já tinham sido vítimas não deixava ninguém negar que era um apelido consistente.

Éboni e os garotos já haviam perdido muitos pontos para suas casas dado as pegadinhas diretas com os alunos. Fazer garotos mais velhos tropeçarem em suas capas e garotas andarem com maquiagens borradas.

Enquanto James, Éboni e Sirius estavam em detenção, na maioria das vezes, Winny e Remus ficavam esperando os amigos voltarem para o salão comunal enquanto jogavam xadrez. Depois de fazer apostas sem sentido, o jogo era o passatempo preferido dos dois. Edwina percebia como Lupin olhava encantado para seu tabuleiro. O garoto sempre murmurava como os pais não lhe davam um porque tinham coisas mais importantes para gastar o pouco dinheiro que recebiam. Em algum tempo rumores de que Remus e Winny namoravam surgiram entre os alunos do ano deles apenas porque eram melhores amigos. Os dois tentarem muitas vezes desmentir os colegas, porém às vezes era cansativo demais.

Era quase Natal quando Bonnie mandou uma carta para Edwina de madrugada, apenas por não conseguir dormir:

Pedi pra coruja desistir de lhe entregar a carta se estiver dormindo. Se você pegou a carta quer dizer que está acordada então é melhor vir passar algum tempo com sua amiga que tem insônia! Vamos tentar jogar quadribol? Apareça na frente no salão comunal da Lufa-Lufa até as 3h30, pode ser?

Às 3h20, Éboni, que estava sentada no chão, apoiada em uma parede e segurando sua vassoura, ouviu os passos de alguém e sorriu para Edwina, que estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo totalmente bagunçado.

— Sério, Éboni, seu cabelo está bagunçado em algum momento? – a morena pareceu frustrada ao ver a perfeição dos fios de Bonnie.

— Não. – a garota sorriu orgulhosa, brincando. Percebeu que Edwina segurava três toucas de lã. – Por que está com isso?

— Vamos jogar quadribol, não? – a garota respondeu como se fosse óbvio. – Não sei se você quer ser artilheira ou goleira.

— E irá transformar as toucas em bolas? – Éboni riu e Winny assentiu, animada.

— Eu vou ser batedora, ok? – informou a amiga enquanto caminhavam até o campo, tomando extremo cuidado para não serem vistas.

As garotas competiam e estavam empatadas. 40 pontos para cada. Edwina tinha acabado de se proteger de um balaço quando outro quase derrubou Éboni da vassoura.

— Ei! – as duas exclamaram confusas, só depois ouvindo Sirius e Remus pedirem desculpas. Os dois subiram nas vassouras e se aproximaram de Éboni, perguntado se estava tudo bem.

— Tudo! – ela respondeu, um tanto quanto ríspida. – O que fazem aqui, afinal?

— A mesma coisa que vocês. – Sirius deu de ombros, sorrindo para Winny quando ela se aproximou de todos. Os garotos usavam os pijamas surrados e amassados. Os cabelos de Sirius estavam tão bagunçados quanto os de Edwina, que ficaram mais ao inclinar a vassoura para o lado para fugir de um dos balaços.

                - Então... – Remus falou tímido. – Vamos jogar?

— Eu e Winny contra vocês. – Éboni concordou.

— Não poderei ser batedora, não é? – Edwina murmurou. Remus sorriu e maneou a cabeça.

— Vai ser uma ótima artilheira. – ele assegurou-a. – Quem sabe entra no time e finalmente pode jogar como batedora.

— Pensamento positivo, Remus! – ela bateu na mão dele, ambos sorrindo.

As duas garotas voaram até o outro lado do campo.

— Meninos são tão mais fortes, têm certeza? – Sirius brincou, gritando para as garotas ouvirem.

— Sexismo, Black! – Edwina respondeu no mesmo tom e não demorou para voar até o lado oposto deld, para conseguir pegar a goles que Bonnie jogou para ela.

Edwina conseguiu desviar de Sirius e voava extremamente feliz até os aros, até sentir as mãos de Lupin apanhando a goles.

— Remmy! – Edwina gritou frustrada, mas não conseguiu segurar o sorriso ao ouvir a risada de Remus.

Remmy, Edwina? – Sirius parou na frente de Winny quando ela virou a vassoura para ir atrás de Lupin.

— Qual o problema? – ela sorriu, tirando o cabelo de seus olhos.

— Só nunca ouvi você chamá-lo assim. – Sirius deu de ombros.

— Sempre o chamo assim, Black. – Winny respondeu, ignorando completamente o jogo.

— Um apelido tão sem graça quanto o Ranhoso. – ele riu, achando a piada engraçada.

— Remmy não parece se importar com o apelido e quem é Ranhoso? – ela franziu as sobrancelhas, sabendo a resposta, mas torcendo para que estivesse errada.

Era amiga de Severo Snape. Os dois se ajudavam nas matérias. Edwina não era muito boa em Poções e ele não tirava notas tão altas quanto queria em Feitiços. Quando Lily os apresentou, houve uma certa relutância de ambas as partes, mas acabaram se tornando grandes amigos.

— Severo Snape, oras. – Black deu de ombros e revirou os olhos quando Edwina contraiu o maxilar e aterrissou no chão em seguida, sem lhe dar satisfações. – Edwina! O que foi? – ele gritou, descendo também.

— Vocês fazem mais danos ao Sev do que pensam. – Winny olhou fundo nos olhos de todos antes de deixar a quadra, principalmente nos de Éboni, que participava da maioria das peças que pregavam em Severo e depois ia pedir ajuda para ele, como se nada nunca houvesse acontecido. 

Os quatro voltaram a conversar normalmente depois de uma semana, após os garotos jurarem não pegar tão pesado com Snape.

O primeiro ano dos garotos passou normalmente. Ou o mais normal que uma escola de bruxaria poderia proporcionar. Remus era o que mais escapava das detenções e James e Winny ficavam com tanto peso na consciência ao perder tantos pontos para a Grifinória que, durante as aulas, tentavam responder o máximo de perguntas possíveis.

Na quinta semana de aulas do segundo ano, Remus e Sirius estavam na biblioteca, sentados juntos a Lily, Éboni e James. As garotas explicavam sobre a poção que deveriam fazer para a próxima aula.

— Não errem essa. – Lily os avisou. – Metade de uma pena de fênix para cada aluno do primeiro ano! O professor Slughorn não nos dará outra.

— Sem pressão. – Black murmurou e balançou a cabeça, tirando os cabelos do rosto.

— Por que não os corta? – Éboni levantou o olhar do pergaminho onde escrevia os passos da poção.

— Não, obrigado. – Sirius falou extremamente baixo, copiando o que Remus escrevia.

Os cinco, ao terminarem o dever de Poções, passaram para História da Magia, onde tinham que terminar redações. O dever valia pontos e era em trio, consequentemente, os garotos terminaram antes e ficaram batendo as mãos na mesa, apressando-as.

— Onde está Edwina? – Éboni perguntou. – A parte dela era um resumo da guerra indireta do Ministério contra os políticos trouxas.

— É a maior parte... – Lily murmurou, terminando sua pesquisa sobre as leis de Askaban, informações do Ministério e artefatos trouxas, e começaria a relacioná-los e explicar como esses elementos foram o impulso para a Guerra.

As garotas quase terminavam suas partes da redação quando Edwina entrou na biblioteca, acompanhando dois alunos da Grifinória. Uma garota de cabelos castanhos que dividia o dormitório com ela e Lily, e um menino de cabelos castanho claro e bagunçados, Alice e Frank.

Winny não viu os amigos, passou por eles e foi até uma prateleira cheia de livros em latim e turco. Sirius franziu as sobrancelhas, levantando o olhar da tabela de Herbologia que tentava decorar.

Win se esticou para pegar um livro de capa azul escura onde estava escrito apenas a palavra “Patronum”. Ela entregou para a garota de cabelos curtos, que sorriu agradecida, abraçando Edwina.

— Obrigada, Winny! – ela exclamou.

— Valeu, Edwina. – o garoto sorriu, folheando o livro.

— Imagina. – ela colocou as mãos nos bolsos do moletom que usava. – Ouvi uns garotos do terceiro ano conversando sobre isso e, Frank, Alice, não comentem com ninguém... Não acho que o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas ficaria muito feliz... Se alunos do terceiro estavam fazendo isso escondido, imagino o que ele faria se soubesse...

— Não se preocupe, o Sr. Ghorth é um otário. – Frank riu e os três garotos se despediram.

Winny ia embora quando reconheceu o cabelo ruivo de Lily em uma das mesas.

— Olá, Win. – Remus sorriu para a garota quando a viu.

— Onde estava? – Éboni perguntou, sem dar chance para Edwina responder. – Falta sua parte na redação! E não quero ficar presa aqui para sempre! Sabe não é tão divertido...

— Calma, esquentadinha... – a morena se sentou e tirou duas páginas de pergaminho de sua mochila e entregou para Bonnie. – Resumo da Guerra política Trouxa-Feiticeira.

Win sorriu orgulhosa e deitou a cabeça no braço esquerdo, observando as duas garotas lerem seu resumo.

— O que Frank e Alice queriam, Winny? – Sirius questionou e a garota se virou para o Black, penando que ele poderia deixar o cabelo crescer mais um pouco.

— Queriam saber sobre Patronos, o que quer que isso seja, então lembrei de uns alunos falando sobre essa sessão.

— Quem? – James pareceu extremamente curioso de repente.

— Louis Day. Ele é da Lufa-Lufa.

— Aquele que a irmã desapareceu?! – James exclamou e todos da mesa pareceram igualmente surpresos.

— O que?! – Sirius praticamente gritou. A irmã de Louis era do quarto ano e desde o primeiro Sirius tinha uma queda por ela. – Lizzie Day desapareceu?! Não estava viajando?!

— Não, Sirius, não contei a vocês?! – James exclamou. – Eu estava conversando com Louis durante a detenção semana passada. – o garoto arrumou os óculos e Sirius e Remus sorriram, lembrando como James fora o único pego naquela fez que tentavam achar a cozinha de Hogwarts durante a noite. – E ele disse que há três semanas ela sumiu. Simplesmente sumiu! Lembram-se quando eles foram visitar a mãe que estava doente? Ela estava à beira da morte, tadinha, e Dumbledore deixou os dois irem para casa.

“Em uma noite Lizzie desapareceu do quarto. Louis diz que a varinha dela estava jogada no chão, e todos os livros que ela estava lendo ainda estavam abertos na cama. Foi como se ela tivesse sumido, tipo, poof...!”

James fechou as mãos e depois as abriu rapidamente. Os bruxos olhavam chocados para James.

— Como isso não saiu no Profeta? – Lily questionou, fechando o tinteiro e guardando a pena que usava.

James deu de ombros.

— Acho que os pais não quiseram ter a filha exposta, talvez... – supôs.

— Não faz sentido. – Remus e Edwina exclamaram ao mesmo tempo e ele continuou. – Quanto mais pessoas souberem do desaparecimento da Lizzie, mais são as chances de encontrá-la, não acham?

— Estão investigando? – Sirius perguntou e, novamente, James deu de ombros.

— Louis não quis falar muito sobre isso. – foi sua resposta final. – Mas talvez alguns professores saibam mais sobre isso.

Eles se olharam, decididos a acabar com a curiosidade que crescia dentro deles. Mal sabiam que apenas mais perguntas viriam.

O correiro de Edwina já estava na mesa do café da manhã quando ela chegou no salão principal no dia seguinte. Winny abriu o jornal rapidamente e começou a ler.

Morte de servidora do Ministério da Magia

Rosie Price, parte de uma família tradicional e de uma longa linhagem de bruxos, foi encontrada desacordada em sua mansão nessa quarta-feira. Especialistas dizem que foi vítima da maldição Avada Kedavra. Price, que trabalhava na sessão de Mistérios, no Ministério, nunca teve inimigos claros e aparentemente nunca deu motivos para ninguém querer vingança, porém investigações estão sendo feitas e o principal suspeito é Lin, o elfo doméstico da família.

  Amigos próximos da família Price dizem que Lin sempre fora revoltado por sua condição natural de elfo doméstico. “Uma vez o ouvi resmungando sobre salário e roupas novas”, uma fonte que preferiu não ser identificada revelou para a equipe do Profeta Diário.

As autoridades não acharam a varinha de Rosie, o que indica que, possivelmente, o assassino utilizou a varinha da vítima para cometer o crime.

Bartolomeu "Bartô" Crouch, influente oficial do Ministério – apesar de ser Chefe do Departamento de Cooperação Internacional, tem forte opinião nas leis de execução da magia – declarou para um informante do Profeta, que esse não é o primeiro desaparecimento recente.

O ministro ainda não se manifestou sobre a informação que Crouch divulgou.

Edwina abaixou o jornal com as sobrancelhas franzidas. Estava tomando o café da manhã um tanto quanto tarde, porém não era a única. Mais dois ou três alunos estavam espalhados pelo salão principal. Perguntou-se onde James estaria. Winny mal tinha digerido a informação sobre Lizzie Day quando outro desaparecimento é anunciado.

— Preciso falar com o quatro-olhos. – ela murmurou para si mesma e dobrou aquela página do jornal, depois de encarar a imagem de Rosie Price. Sua pele era morena e seus cabelos enrolados e armados se moviam por conta do vento.

Mais abaixo a foto da mulher, um elfo com um nariz que parecia uma bolinha, aparecia derramando lágrimas, desesperado. Suas orelhas balançavam conforme ele soluçava.

Winny franziu as sobrancelhas. Como ele pode estar sendo condenado? Parece tão abalado, a garota pensou.

Tomou um último gole de seu chocolate quente e saiu do castelo, andando até uma árvore muito estranha. Parecia querer atacar qualquer um que se aproximasse. Winny a estudou por alguns minutos até que ouviu a inconfundível risada de James Potter.

James corria com Remus para longe de Sirius, que os xingava de todos os nomes possíveis, porém não tinha forças para correr mais rápido, já que tinha crises de riso cada vez que um deles tropeçava em uma pedra que Black fazia aparecer próxima aos pés dos garotos.

— Sirius! – Remus exclamou, rindo, quando caiu de barriga na grama. – Por Merlin!

Edwina entendeu o que os garotos estavam fazendo quando James lançou uma bolinha de plástico com sua varinha na direção de Sirius, que conseguiu desviar. Remus corria na direção de Winny, rindo, e já cansado. Faltava pouco para o garoto chegar até ela e usá-la de escudo, quando, de repente, parou assustado.

Conseguia mexer o corpo, porém o tronco parecia preso no ar. Sirius apontava a varinha para o suéter vermelho de Remus.

— Black! – o garoto de cabelos cor de palha exclamou furioso.

— Livre-se do suéter, Remmy! – Edwina riu. – É ele que está congelado!

Remus agradeceu por estar usando uma camiseta por baixo. Dessa vez ninguém veria suas cicatrizes. Ainda havia uma que não estava completamente fechada. Estava quase sem o suéter quando sentiu uma bolinha de plástico atingir suas costas.

— Está com você, Remus! – James gritou, correndo do garoto que já tinha a varinha apontada para ele.

Edwina decidiu não atrapalhar o pega-pega bruxo dos garotos e abaixou o olhar para o jornal, encarando a imagem de Price.

Ok, algo definitivamente não está certo, pensou e no mesmo momento se recordou das férias do primeiro ano, quando convidara Éboni para ficar um tempo em sua casa.

A mãe de Bonnie permitiu, porém os pais de Winny não. Sua relação com eles estava mudando e ela não sabia exatamente o porquê nem para onde iria isso. Era óbvio que tinham mentalidades diferentes, porém se surpreendera com o pai, que sempre a apoiava na maioria das coisas. Quando mencionou a possibilidade de chamar uma amiga para ir para casa, Anthea praticamente gritou um não seco e desnecessário. Logo em seguida voltou a enfiar a cabeça loira em um grosso livro.

Lembrou-se como ficou surpresa quando chegou em casa um certo dia durante as férias, depois de passar em uma loja de doces e voltar com uma sacola cheia de sapos de chocolate e feijõezinhos de todos os sabores, e ouvir a palavra “sangue-ruim” dentro de sua própria casa.

Quando chegou na sala, encontrou Walburga Black segurando um pires e levando uma xicara de chá até os lábios. A garota fitou a mulher, irritada ao perceber o jeito rude com que ela se dirigia a Mika. Sirius estava ao lado da mãe, escorregando biscoitos para o elfo, que parecia muito mais amigável com o garoto do que na primeira vez que o encontrou. Ele tinha os olhos semicerrados e fazia caretas discretas e involuntárias toda vez que a mãe fazia algum tipo de comentário que ele não concordava.

Winny cumprimentou educadamente a mãe de Sirius, seus pais e o garoto. John estava claramente desconfortável, mas nenhum adulto pareceu notar, já que Winny o conhecia melhor que ninguém. Anthea estava ao seu lado, sorrindo para a Sra. Black e segurava a mão do marido carinhosamente.

— Quer jogar xadrez, Sirius? – Edwina perguntou para o garoto naquela ocasião, percebendo o desespero no olhar dele. Ele concordou rapidamente e os dois subiram as escadas, indo até o quarto de Edwina.

Sirius explicou para Winny que a mãe queria falar sobre a livraria de Anthea e sobre como ela comprava os exemplares que vendia lá. Ambos estavam confusos sobre o motivo que fazia Walburga se interessar por aquele assunto, mas logo se distraíram, pensando nas novas peças que iriam pregar quando voltassem a Hogwarts.

Edwina agora estava sentada no gramado, apoiada em uma árvore enquanto observava os rapazes brincando, rindo feito bebês. Era notável a diferença de Sirius quando estava com os Black e quando estava com sua verdadeira família em sua verdadeira casa, Hogwarts.

Winny voltou os olhos para o jornal, mordendo as unhas.

Winny olhou para cima no momento em que um garoto da Lufa-Lufa andava até ela, sorrindo. Win retribuiu o sorriso, tentando lembrar-se do nome dele. Sabia que ele estava no terceiro ano e haviam conversado durante o final de semana anterior, enquanto ambos faziam tarefas de Poções. O garoto usava um moletom amarelo escuro junto com calça jeans preta e seu cabelo loiro ficava bagunçado devido ao vento.

— Bom dia. – Edwina disse quando o garoto se sentou ao seu lado.

— Bom dia, Win. – ela sorriu nervosa, puxando para si todas as informações que sabia sobre ele. Ouvia as garotas suspirando toda vez que ele passava, dizendo como era inteligente, bonito e gentil...

— Como está, Amos? – a garota perguntou rapidamente assim que lembrou o nome dele.

— Um pouco preocupado, devo admitir. – murmurou. – Leu o Profeta Diário de hoje?

— Li! – Winny tirou a página com a reportagem sobre Rosie Price de seu bolso. – Por que o Ministério está abafando os casos?

Vou escrever uma carta para o meu pai, pensou. Talvez me fale algo...

— Hm... – Amos franziu as sobrancelhas. – Meu avô trabalha no Ministério, sabe? Na parte de Execução das Leis da Magia. E ele diz... Ele diz que algo está acontecendo.

Edwina, que já era curiosa por natureza, teve as pupilas dilatadas e o coração bateu mais rápido.

— O que, Amos? – exclamou, arregalando os olhos.

— Hm... Não sei claramente. Na verdade, estou confuso. Ele não me contou, ouvi escondido. – ele tinha uma leve expressão de culpa no rosto e Winny sorriu minimamente. – Alguns empregados do Ministério desapareceram, outros foram achados mortos em suas casas...

— Mas, por quê...? – Edwina sussurrou e se inclinou, como se contassem segredos importantíssimos uns dos outros. Amos achou isso extremamente fofo e fez o mesmo.

— Não é o motivo que o Ministério considera oficial, porém... Todas as vítimas eram mestiças, abortos ou nascidas trouxas. – Edwina ficou sem expressão por alguns segundos, encarando os olhos de Amos que esperava alguma reação dela. Ela sabia que isso não era coincidência, era óbvio. – Meu avô disse para um colega de trabalho que ministros estão votando a favor de entrevistas com todos os empregados do Ministério e alunos aqui de Hogwarts.

— Para ver se alguém tem pensamentos contra nascidos trouxas e trouxas? – ela questionou, franzindo as sobrancelhas levemente e Amos assentiu, mordendo o lábio inferior, não sabendo se fizera a coisa certa ao falar para Winny. – Essa crença de pureza de sangue ainda vai causar muitos problemas, mas é óbvio que têm pessoas que pensam assim! Não acho que vai fazer muita diferença...

— Concordo com você, porém foi a medida que o Ministério achou que seria eficiente.

Amos começou a falar novamente, mas tudo que Winny fez foi soltar um suspiro preocupado quando viu Éboni correndo até ela.


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