Kidnapped - Sequestrada escrita por Amanda Katherine


Capítulo 36
Eu não aceito está coisa!




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     A tensão pairava sobre todos naquela sala de estar. Eu estava proíbida de subir para meu quarto até que o doutor viesse com o resultado do exame. O que não demorou muito, quando a empregada veio anúnciar sua presença. Ele entrou com sua maleta preta e a pousou sobre a mesa. Retirou de lá um envelope e entregou nas mãos de meu pai, que rasgou sem nenhum cuidado e lendo o papel que estava dentro. 
                        Ele simplesmente amassou o papel e me olhou apontando o dedo em minha cara.


— Você não vai ficar com isso dentro de você!
— O que? - perguntei, já derramando lágrimas em silêncio. 
— Deu positivo, Dominik? - minha mãe perguntou nervosa, tomando o papel de sua mão. 
— Ela vai tirar essa coisa! - ordenou. 
— Não, eu não vou. - falei autoritária. - Quem decide o futuro do meu filho sou eu! 


Ele me acertou um tapa na cara - E quem decide o seu, sou eu, já que sou seu pai!


— Eu sou maior de idade. - alisei o lado do rosto que ardia. - Se tentar fazer alguma coisa com o meu filho, eu me mato antes, eu juro!
— Dominik, a minha filha já sofreu demais! - minha mãe o empurrou. - Seis meses procurando por ela. Isso é só consequência do que houve, você não vai tira-la de mim de novo. Você como pai, deveria apoia-la. 
— Apoiar? Ela se deitou com um criminoso, e agora está com esta coisa dentro dela e eu não vou aceitar. Eu a deserdo antes disso. 
— Como se ela precisasse do seu dinheiro! Ela ainda tem uma mãe viva por ela e ponto, agora saia da minha casa. 
— Isso não vai ficar assim, Sara! - ele se apressou em sair de casa nervoso e eu desabei a chorar. 


                           Minha mãe me abraçou, até mesmo ela não sabia o que fazer diante daquela situação. Meu corpo tremia com medo do que meu pai pudesse fazer para tirar meu bebê de mim. Eu não ia deixar que ele tocasse em nós. 
                            Depois de tudo aquilo, os meses foram passando e minha barriga crescendo. Eu já estava de três meses, evitava ao máximo sair de casa para ninguém perceber nada. Minha mãe me atormentava todos os dias para arrumar um marido para que o caso não fosse um escândalo. Mas eu não queria, depois de meses, eu ainda só conseguia pensar em Justin.
                          Mudei minha faculdade para Nova Iorque e continuei meus estudos de medicina, assim como as meninas. Eu mesma pagava minha faculdade com o dinheiro que tinha, depois do que se passou em casa, nunca mais tive contato com meu pai. E ele também não fazia questão. 
                     Certo dia cheguei da faculdade e minha mãe estava com visitas e com a mesa lindamente posta. Estava ela acompanhada de uma mulher muito elegante e um rapaz digno de ser comparado a um quadro de Pablo Picasso. 


— Ah, olha só, ela chegou. - minha mãe sorriu. - Filha esta é minha amiga, Heloíse e este - apontou para o rapaz alto e loiro - é seu filho, Jonas. 
— Boa noite. - cumprimentei os dois e sorri. 
— Filha, por que não sobe e toma um banho, para jantarmos? 
— Tudo bem, já volto. - subi as escadas receosa do que quer que fosse que minha mãe estaria aprontando. Tomei um banho rápido e desci. 


                  Nos sentamos à mesa e o assunto inicial foram os negócios, o que me fez descobrir que Heloíse também era estílista. Mas logo minha mãe deu seu jeito de mudar de assunto. 


— Mas então, Jonas, um rapaz tão belo como você, deve estar cheio de namoradas, não? - ele riu nasalado. 
— Na verdade, não, senhora. Eu estou sozinho por enquanto. Eu prezo mais um relacionamento sério. 
— Ah, que lindo. Alessa também está solteira. Está focada nos estudos, mas isso porque ainda não conheceu alguém que vá fazer seu coração palpitar. - eu a fulminei com o olhar. 
— Estou solteira e pretendo ficar. Não estou a procura de um relacionamento agora. Como minha mãe disse, estou focada nos estudos. - esclareci educadamente. 
— Que bom, eu admiro muito quem dedica-se aos estudos e pensa menos em relacionamento. - Jonas disse. 
— Ah, vejo que partilham o mesmo pensamento. - minha mãe de novo. - Por que não saem juntos qualquer dia para falar sobre suas faculdades? 
— Por mim, seria ótimo. - ele respondeu. 
— Ah, fico lisonjeada, mas estou realmente muito ocupada com os estudos, mal estou saindo. Incluvise, peço lincença - falei me levantando da mesa. -, mas vou me retirar. Estou realmente cansada. Foi um imenso prazer conhece-los. - dei um sorriso cordial e me retirei. 
                     Me joguei em minha cama frustrada, sem acreditar na capacidade que minha mãe teve de fazer isso. 
                     Passado um tempo, ela entra em meu quarto batendo a porta.  


— Decida-se, Alessa! - cruzou os braços. - Ou você arruma alguém para ofuscar sua gravidez, ou pelo menos desviar os holofotes do pai dessa criança, ou você a joga livremente neste mundo para ela levar até a morte o apelido de ser um filho indesejado, concebido num sequestro! Eu lavo minhas mãos. O futuro do seu filho está nas suas. - e saiu, voltando a bater a porta. 


                    Ela estava certa. Justin não voltaria. E eu não queria que todos chamassem meu filho de bastardo, achando que foi resultado de um possível estupro. Não importa o que eu diga ou faça, eles jamais levarão minha palavra a sério, considerando a hipótese de eu ter tido estocolmo. Eu precisava de alguém para a segurança do meu bebê. E esse alguém, poderia ser Jonas.


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