Kidnapped - Sequestrada escrita por Amanda Katherine


Capítulo 24
Melhor dia de todos




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— Alessa... – ele estava mais em choque do que eu.

                Eu tinha que agir rápido, eu tinha apenas uma hora.

— Blake, eu fui sequestrada, me tira daqui.

— Seus pais estão desolados. - indagou.

— Shhhh... Fala baixo. – coloquei o dedo indicador em sua boca e fui até a porta e coloquei o ouvido na mesma. – Ok, precisamos de um jeito de sair daqui.

— Eu vou ligar para a polícia.

— Não. – disse pegando o celular de sua mão. – Chamar a polícia só vai nos trazer problemas. Precisamos achar um jeito.

— Alessa, são 6 meses que achamos que estivesse morta. Não há mais tempo.

— Olha, vamos fazer assim. Você sai daqui como se fosse apenas mais um cliente. Avisa as autoridades e manda todos virem disfarçados. Como se fossem clientes. Então quando eu estiver no palco, dou o sinal e vocês nos salvam.

— Isso é o que você chama de plano? – quase quebro meu pescoço de tão rápido que virei e olhei para a porta.

                Sim, ele estava lá, parado no batente da porta, com uma cara de ironia e superioridade. Maldita Alana. Logo seus amigos chegam juntos.

— Fique longe dela! – interviu Blake. – Você foi pego e eu vou ligar para as autoridades.

                Justin foi ágil e pegou sua arma apontando para o mesmo.

— NÃO. – gritei. – Por favor, não mate ele.

— Ah Alessa. Tão ingênua se acha que ele vai sair vivo daqui depois do que presenciou. – Justin brincou com a arma.

— Se você mata-lo, esquece que eu existo. Eu nunca mais vou olhar para você da mesma forma! – Alana aparece e começa a rir da situação. – Traidora! – acuso-a.

— Ryan, leva ele. – Justin ordenou ao seu amigo.

— Justin pare! Pelo menos uma vez na vida não tente resolver tudo matando as pessoas! – entrei na frente de Blake que estava branco. – Ele tem filhos que esperam por ele toda noite. Ele tem família. Amigos. Não destrua isso.

— Se ele honrasse a família não estaria aqui hoje. Se ele tem uma mulher, é melhor ele respeitar ela e não brincar com as pessoas.

— Ele pode ter errado de vir aqui, pode estar passando por dificuldades no casamento, mas garanto que jamais levaria alguma prostituta para comer no sofá de sua casa só para sua esposa ver. Então não tente ver os erros das pessoas sem antes olhar os seus.

— Eu não cometo erros, meu bem. Eu não sou casado. – piscou. Como ele pode ser assim numa situação como esta? – Ryan, leva ele.

— Justin. Por favor, não. – tentei impedi-lo, mas Chris e Chaz me seguraram enquanto Justin apenas assistia aquela cena que tanto lhe dava prazer.

                Levaram ele. Levaram Blake e minha esperança se foi com ele. Justin me dava apenas nojo. Olhar para ele me dava ânsia de vomito.

                Eu estava desolada. Não havia mais choro. Não havia mais soluços. Apenas uma intensa dor de cabeça e tontura. Não aguentava imaginar como ficariam os filhos de Blake quando notarem que ele sumiu. Muito menos imaginar que eles de algum modo soubessem que foi por minha culpa que o pai morreu. Blake era intimo da família, seus pequenos filhos me adoravam. Por que para Justin tudo tem que ser resolvido desta forma?

                Ele me conduzia pelo corredor e eu apenas andava. Minhas pernas bambas eram sustentadas por seus braços. Não enxergava um palmo a frente por conta das lágrimas acumuladas embaçarem minha visão. O cheiro dele entrando e saindo de minhas narinas me faziam querer vomitar.

                Ele me coloca sentada na cama e chama meu nome, mas sua voz estava lá no fundo. Ali estava tão calor que eu não poderia aguentar mais um minuto. Ele chega até mim e se abaixa em minha frente e continua a me chamar. Eu olho em seus olhos e era como se Justin estivesse vindo e voltando em minha visão.

— Ryan... Ryan... – foi tudo o que escutei Justin gritar antes de apagar totalmente.

......

                Acordo assustada e me sento na cama. Olho ao redor sem entender onde estava e reconheço meu antigo quarto na casa de Justin.

— Tome isso. – Justin me estica um copo com uma pílula na mão.

                Tomo e volto a me deitar e a fitar o teto daquela casa que me dava tanto desespero. Justin toca minha mão e num súbito puxo a mesma, me desvencilhando de seu toque.

— Me desculpe por tê-la deixado lá. – sem dar-lhe ouvidos, me viro de costas e ele respira fundo saindo do cômodo me deixando sozinha.

                Mais uma vez as lágrimas insistem em descer. Pode parecer um milagre para alguém ver Justin pedindo tantas desculpas a mim assim, mas para mim, isso já ficou cansativo e estou cansada de suas desculpas.

— Alessa, eu realmente sinto muito. – ele entou no quarto novamente e recomeçou a falar.

— Não quero suas desculpas, quero você longe de mim. – sussurrei.

— Eu fui lá para te tirar de lá. Eu não deveria...

— Ter feito isso. – terminei sua frase. – Mas fez mesmo assim e não tem mais volta.

— Se você não fosse tão teimosa, nada disso teria acontecido. Eu só queria te dar uma lição. Eu ia te trazer de volta aqui. Mas ver você com aquele cara entrando no quarto... Eu não sei...

— Como você viu eu entrando no quarto com ele? Você já estava lá? – fiquei surpresa. Quer dizer que a Alana não me dedurou. Ou não deu tempo de ela me dedurar.

— Eu tinha acabado de chegar e estava vendo você no palco. Então vi uma movimentação estranha sua e de Alana, então vi ele indo para o mesmo quarto que você...

— De qualquer maneira Justin, isso acontecendo ou não. Eu não queria voltar para cá. Queria minha mãe, minha família. E eu perdi essa chance por sua culpa. Mas não significa que não vou tentar de novo. E pode deixar que na próxima vou ser mais cuidadosa. Agora me deixa sozinha.

— Eu vou fazer você me amar Alessa. – falou e foi saindo.

— Eu te amei, mas você pisou nisso. E esmagou. E agora eu não quero mais, porque tudo o que sinto por você é nojo.

                Então ele bate a porta e me deixa sozinha com meus pensamentos de ódio, dor, vingança... Justin ainda me pagará!

[...]

                Depois de ter anexado meus pensamentos, peguei no sono e só acordei porque Justin estava abrindo minha porta feito um furacão. Justin entra com uma sacola e diz que quer que eu me vista, pois iriamos sair. Olhei para a janela e já era dia. Me fazendo ter certeza que já era outro dia. Não contestei em nada. Apenas tomei meu banho, coloquei o vestido florido curto, um chapéu, uma jaqueta e uma botinha. Nem maquiagem quis passar.

                Me sentei na cama e fiquei esperando ele vir me chamar, o que demorou tanto que eu fiquei tentando me distrair com qualquer coisa daquele quarto. Já cansada, me deitei e comecei a fitar o teto. Sinto minhas pálpebras pesadas e meu corpo ficar leve. Pego no sono.

                Quando acordo, Justin está parado, me olhando dormir. Me sento na cama, sem graça. Ele pega em meu rosto e me faz fita-lo.

— Está linda sem maquiagem e com cara de sono. – sorri, mas eu continuo da mesma forma. – Vamos? – ele pergunta.

                Apenas levanto da cama e vou saindo do quarto. Não queria nem saber para onde iriamos. Quanto antes acabar, melhor. Quanto menos eu falar com ele, melhor.

                Ele parou o carro numa rua bem movimentada. O que foi estranho, já que os únicos lugares que fomos desde que ele me sequestrou foram festas, casa de seus amigos e boate. Agora estávamos numa rua de verdade, com pessoas de verdade, as quais ele não tinha nenhum envolvimento. Do outro lado da rua, havia um parque de diversões e várias crianças se divertindo. O que está acontecendo? Justin enlouqueceu? Por que diabos me traria aqui, sem mais nem menos?

— O que é isso? – perguntei sem entender.

— Um parque. – sorriu.

— O que estamos fazendo aqui Justin? – fui mais direta.

— Só queria que você se divertisse um pouco.

— Ah sim. E quando voltarmos para a casa, eu já estarei apaixonada por você. Só porque me trouxe num parque depois de tantos infernos.

— Alessa, por favor! – esbravejou e eu fiquei quieta. – Coloque isso e não tire. – me entregou um óculos escuro.

                Descemos do carro e Justin pegou em minha mão.

— Não saia de perto de mim. Estou falando muito sério.

                Eu não estava com a maior vontade de ficar ali, mas eu poderia tirar proveito disso e tentar fugir. Estávamos em público. Ele não faria nada se eu gritasse. Ou faria?

                Fomos primeiro na barraca de milho cozido, nunca o comi, mas só de vê-lo e sentir seu cheiro, minha boca salivou e involuntariamente já estávamos parados em frente ao carrinho. Eu não via a hora de comer aquele milho.

                Pegamos os milhos e fomos para a fila da roda gigante, que estava bem pequena. Subimos e devoramos nossos milhos.

— Não vai falar nada? -0 perguntou Justin.

— Não tenho nada para falar. – dei mais uma mordida.

— Mas eu tenho. – me olhou sério e eu desviei a atenção do meu milho para olha-lo. – Olha... Eu... Eu... – respirou fundo. – Eu gosto de você Alessa. Não sei o que fez comigo, mas eu simplesmente como na sua mão. – ri com ironia. Como ele tem a audácia de dizer isso?! – É sério. – riu. – Eu penso tanto em você que minha vida está ficando para trás. O que eu faço, está ficando de lado, simplesmente porque você resolveu foder com minha cabeça. Eu quero estar com você, quero proteger você. Quero você. Mas você parece não me entender... Eu sei que eu te sequestrei e eu consigo enxergar o quão sério isso é. Mas não é simplesmente te deixar ir embora. Tem muito mais que isso, Alessa. Tem muito mais. Não é só você que corre perigo... Antes eu não tinha medo de morrer. Mas agora eu tenho. Eu tenho medo de morrer e não ter vivido do jeito que quero viver com você. – eu nunca, jamais em toda a minha vida imaginaria Justin dizendo essas coisas para mim.

                Sequei rapidamente a lágrima que rolou por meu rosto.

— Alessa, você despertou em mim algo que ninguém jamais poderia sequer imaginar em despertar. Você me faz querer ser melhor... Me faz querer largar tudo e...

— E por que não? – ousei perguntar.

— Porque eu já fiz mal a muita gente. Se eu baixar a guarda, você corre perigo, minha família corre perigo, meus amigos correm perigo. Eu não posso deixar quem eu amo se machucar por minha causa. O que eles querem é vingança e não meu poder. Querem vingança pelo o que eu já fiz e continuo fazendo para proteger os que eu amo. Se eu me mostrar fraco e piedoso, eles atacam.

— Justin eu...

— Você vai voltar para a sua família. Eu só estou criando coragem para viver sem você. Eu sei que não podemos ficar juntos, ou você correria perigo constantemente, por isso quero um tempo para que eu reorganize minha mente. Preciso deixar você em segurança e conseguir aquele quadro de volta.

— Eu poderia te ajudar se você confiasse em mim Justin...

— Eu confio, mais em que qualquer outra pessoa... Mas eu tenho medo. Não quero que se machuque.

— Eu confio em você para me proteger, mas me deixe ajudar... – pedi. Naquele momento eu já não conseguia mais sentir raiva de Justin. Sei que me arrependeria disso depois, mas naquele momento, eu só estava agradecendo aos céus por Justin ter amolecido e me dito todas aquelas coisas e sentindo um imenso medo de perde-lo.

                Descemos da roda gigante e fomos para o tiro ao alvo. Justin ganhou 7 ursos para mim e fomos para outro brinquedo. Fomos no carrinho de bate-bate. Se aquilo era um sonho eu não queria acordar jamais!

                Ver Justin rindo tão naturalmente, me fazia sentir algo remoendo dentro de mim. Como... borboletas.

— Eu vou te pegar! – exclamou e se ajeitou em seu carrinho, como quando ele está no dele mesmo dando fuga, com o corpo meio abaixado. Eu comecei a rir e a me desesperar. Não queria que ele me pegasse. Bati na grade e sinto um solavanco quando Justin bate atrás de mim.

— Te peguei. – riu.

— Não valeu, o negócio aqui...

— O negócio nada não sua ruim de volante. Só porque eu ia deixar você dirigir um dos meus carros... Mas vi que estava ficando louco.

— Jusitn... ah não. Por favor. – supliquei.

— Vou ver o que faço. Não quero perdeu um dos meus bebês para um poste.

— Eu não sou tão ruim assim. – ri. Não queria que aquele sentimento acabasse nunca.

                Depois de lá, fomos no carrossel. Justin quase me arrastou de volta por fazer subir naquilo. Mas só subiu porque eu prometi que iria no Kamikase com ele. Se não morri nas mãos de Justin, na do Kamikase eu morro, certeza!

                Tinha umas crianças no carrossel nos olhando estranho. Comecei a rir quando vi a cara que Justin lançou a eles.

— Eles acham que só eles podem andar no bagulho aqui. – ri mais ainda.

                Saímos de lá e fomos para o tal Kamikase. Na fila, que diferente dos outros brinquedos, estava enorme, tentei convencer Justin a desistir. Mas quem disse que ele desiste de algo?

                Chegando a nossa vez, eu fiquei parada na pequena escadinha que tinha para subir no brinquedo.

— Justin, eu não quero. Eu estou com medo. – então ele deu os ingressos ao moço e me pegou no colo subindo no brinquedo. Me sentou e colocou o cinto de segurança em mim e depois nele.

                Ele só fazia rir da minha cara enquanto eu rezava o pai nosso e 20 Ave Maria. Eu morria de medo daquele brinquedo.

                Então ele começou a balançar, balançar e balançar. Até estar com velocidade, então ele deu a primeira volta 360°. Minha alma saiu e voltou do meu corpo. Eu gritava feito louca e Justin também, mas para ele estava sendo divertido. Depois de tantas voltas ele começou parar e meu estomago estava embrulhado com um laço lindo de ânsia.

— Justin.. eu acho que eu quero vomitar.

                O brinquedo finalmente parou e os caras vieram abrir para descermos. Assim que desci, procurei um cantinho perto do brinquedo e joguei tudo para fora. Justin me olhava assustado. E deveria. A culpa foi dele!

                Ele me comprou uma água e pedi uma maçã do amor. Lavei a boca e comi a maçã. Depois, fomos para a fila do Samba. Meu brinquedo favorito.

                A fila também não estava pequena. Mas ficamos conversando sobre vários assuntos, o que nunca aconteceu antes, e sem se dar conta, já havia chegado a nossa vez.

Subimos no samba e nos sentamos naquele banco orbital. Todos subiram e começou a música. Logo o brinquedo já balançava de um lado para o outro. Várias pernas voando, pessoas em pé e outros no meio do brinquedo. O que era perigoso, mas ninguém se importava. Inventei de ficar em pé também.

                Tinha uma garota do meu lado que me viu levantar e se levantou comigo e ficamos nós duas nos equilibrando enquanto Justin me mandava sentar. O Samba deu uma sacolejada forte que a garota ao meu lado se desequilibrou e me fez cair e eu não conseguia levantar. Parecia que eu estava numa cama elástica. Eu grudei no pé de Justin enquanto meu corpo pulava no chão do brinquedo. Olhei para a cabine e o moço que coordenava os movimentos da máquina ria da minha cara. Eu gritava desesperadamente por socorro enquanto ria da situação. O tênis de Justin voou de seu pé e um garoto, não sei como, veio andando até nós, com dificuldade claro, e entregou o tênis e me ajudou a sentar.

                Eu estava mais vermelha que um pimentão. Pois eu estava de vestido e paguei calcinha de renda vermelha pra geral. O que me fez não descartar a hipótese do cara ser um pervertido, pois eu estava de frente para ele e ele não parava de sacolejar o brinquedo para eu me ajeitar.

                O garoto do tênis perguntou se eu estava bem e Justin respondeu por mim. Então ele voltou a seu lugar, a garota ao meu lado pediu desculpas e começamos a rir. O brinquedo finalmente parou e descemos. Justin estava com a cara fechada de ciúmes, começou a rir assim que me olhou com os cabelos espetados.

                Já estava anoitecendo e decidimos ir embora. Eu estava radiante. Fui rindo todo o trajeto. E estava disposta a esquecer tudo o que houve se Justin estivesse disposto a mudar.

                Foi maravilhoso estar com ele. E vou lutar por esse sentimento.

— Arrume suas malas, baby. Amanhã vamos fazer uma viagem! 


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