Sempre ao seu Lado escrita por Aquela Trouxa


Capítulo 22
Bônus ➳


Notas iniciais do capítulo

♥ ♥ EXATAMENTE, CAPÍTULO BÔNUS, EM COMEMORAÇÃO A 1ª RECOMENDAÇÃO DE "SEMPRE AO SEU LADO"! ♥ ♥

É emoção demais! Obrigada Charlotte ♥ , pela oportunidade de me agraciar com a primeira recomendação que a história teve! A primeira de muitas, eu espero!
E GRAÇAS A ESSA RECOMENDAÇÃO, esse capítulo que estava sendo gerado desde o capítulo 12, que sequer teria previsão de postagem, ou se seria mesmo postado e agora, UAU, está sendo publicado! Estou com um bloqueio para o próximo capítulo, mas veio a maravilhosa recomendação e já tinha esse bônus quase totalmente pronto, que não me houve dúvidas em postá-lo ♥ muito feliz, OBRIGADA MESMO, DE CORAÇÃO!, Charlotte! ♥


PS: Gente, é a primeira vez que saio da visão da Amberli, me digam o que acharam, pois é foi algo dificil kkkkkk



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Sempre ao Seu Lado 

 

↠ .Esme.↞

 

➳ 

Suas bagagens já estavam postas no compartimento traseiro do carro que haviam comprado a doze dias, um Jaguar novinho que haviam buscado direto da fábrica. Bella falava com Nessie no celular, mesmo que seus destinos fossem diferentes, ela insistia em saber sobre cada ponto turístico que Jacob e sua filha visitavam. 

 Edward e Bella estariam partindo para o Alasca a fim de pegarem seus oficiais diplomas de doutorado em medicina voltada para pesquisas, dos quais eu sabia que as chances deles realmente atuarem nessa área eram nulas, esse era o primeiro diploma de Bella focado nesta área, já Edward havia cursado medicina básica por quatro vezes, não existia tanto entusiasmo nele como em sua esposa. Com essa partida eles tiveram a oportunidade de planejar uma visita à outra parte da nossa família de coração, a família de Tanya, que também estavam retornando à Denali; lá eles estariam aprimorando o escudo de Bella, como fazem sempre em cada intervalo de anos. Ao contrário da filha, que adorava a oportunidade de poder estar nas alturas dentro de um avião, meu casal mais novo de filhos seguiriam toda a viagem sob a velocidade de quatro rodas. Por preferência particular de Isabella, é claro! , mesmo quando humana ela evitava pisar em um avião e por mais que já se passassem anos desde que ela foi transformada em vampira, alguns hábitos sutis de sua humanidade permanecem insistentes. 

  

— ...Evite de deixar seu celular no modo vibrar, Renesmee. — repreendeu sua filha revirando seus olhos âmbar — Filha, eu sei que pode ouvir o celular vibrar, mas deixe-o com som também — suspirou. Sabia de que não adiantaria em nada Bella insistir, pois era sempre assim — tudo bem, tudo bem! Eu também te amo filha, eternamente — chegaram a um consenso em que Nessie permaneceria mantendo seu celular apenas no modo vibrar. Bella encerrou a chamada e guardou seu celular na bolsa de couro tingido que eu havia dado de aniversário para ela. 

  

— Vocês têm certeza de querem ir hoje?  — perguntei ainda indecisa com a escolha de partirem. 

 

 — Não se preocupe, Esme. — meu filho aproximou-se de mim pondo suas mãos com carinho em meus ombros. Ergui meu rosto para olhá-lo. — Alice não previu um dia certo para este mês, e já avisamos à Carmem de que estávamos de partida para lá. — balancei a cabeça aceitando sua decisão, ele já havia dado sua palavra de que sairiam daqui ainda hoje e eu presava muito pelo comprometimento de todos da minha família, “Mas filho, converse com Carlisle antes de partirem, veja como está o movimento do hospital...” direcionei meu pensamento a ele. — Em todo o caso, estarei visitando Carlisle antes do turno dele acabar, como ainda não nos ligou, isso pode significar que o quinto dia da semana estipulado do prazo de Alice está se findando, não há muita coisa a fazermos mãe... 

 

— A qualquer mínima novidade, te ligaremos —Bella falou por Edward dando-me a certeza de que fariam o que estava me falando — Agora, realmente temos que ir. — ambos me abraçaram em despedida e partiram com o carro, manobrando em direção a velha rodovia.                                   Não que ela aparentasse estar velha, é claro. 

 

Subi os degraus de concreto e madeira atravessando a varanda da entrada da mansão e num instante, já estava caminhando pelo corredor que dava acesso ao meu quarto, no meio do trajeto, Rosalie estava me esperando de braços cruzados tão ansiosa quanto eu aparentava estar. 

 

 —Edward é um cabeça dura! — exclamou aborrecida — Nos dias que mais precisaremos deles, ele insiste em arrastar Bella para longe! — negou com um aceno da cabeça, fazendo seus fios loiros acompanharem o movimento. 

 

 Mantive-me em silêncio por não saber formular uma frase que contestasse aos argumentos dela, pois ela havia falado a verdade, mesmo que fosse do modo dela. Durante dois meses Alice andava tendo visões borradas, ela havia demorado para se abrir a respeito delas com toda família, o que havia me deixado um pouco magoada, mas entendia o que ela devia estar passando; em suas visões apareciam um colega de trabalho de Carlisle, o humano Anderson Rodham, o que nos deixou apreensivos, já que ele sabia sobre a verdadeira criatura que meu marido era, mas ao contatá-lo a respeito de algo que poderia nos envolver, ele não tinha nada para nos contar; o que nos deixou mais aliviados, mesmo que as visões da nossa baixinha ora ou outra mostrava o homem em um estacionamento, entretanto eu consegui convence-la de que ele possivelmente estivesse pensando em visitar Carlisle, ou até mesmo que poderiam se encontrar em algum seminário de desenvolvimento medicinal que eles sempre estão presentes. Ainda assim, Alice tinha o mesmo fluxo de visões difíceis de serem interpretadas e mais remotas ainda, onde uma mulher desconhecida aparecia. Ela apenas conseguia rápidas visões da mulher saindo de um prédio a noite e desaparecendo pelas ruas, nada mais e isso fazia com que ela insistisse que ambos estavam relacionados, mesmo não sabendo como. Mas o que a deixava mais intrigada era que essas visões estivessem acontecendo justo na sua viagem mais longa de lua-de-mel! 

 

 — Alice prometeu voltar na semana que vêm. —falei para ela, que ergueu seus olhos para mim — Se ela está tão convicta do seu aparecer novamente, não devemos nos preocupar, não é? — parei ao seu lado passando meus dedos suavemente por uma mexa dos fios loiros. 

 

 — Nem estou acreditando nisso! — bufou no seu característico mau-humor que eu conhecia tão bem, Rose na verdade estava apreensiva — A quem ela quer enganar? Você viu o quão surtada ela ficou há exatamente, três dias atrás... — contestou ao acontecido, analisando a esmaltação perfeita de suas unhas. 

 

 Sim, nem tinha como negar, como Rose mencionou, a dois dias atrás, Alice tornou a ligar querendo saber a respeito de um e-mail do doutor Anderson. Havia rido sem entender e quase cheguei a negar o recibo, mas quando Carlisle apareceu do meu lado com suas sobrancelhas franzidas, eu percebi do que Alice poderia estar falando.  

Me lembro exatamente do momento em que coloquei o modo viva-voz da chamada, mesmo sabendo de que isso era quase inútil e prestei a atenção na tela do celular de meu amado marido que exibia um texto recém recebido da caixa de entrada pessoal, vinda exclusivamente de ninguém mais que Anderson Rodham, como Alice havia falado. As linhas relatavam uma situação que nunca pensei tornar a vivenciar, mas estavam ali, num texto que nos rogava por ajuda, do qual eu sabia que jamais poderíamos negar. 

 Carlisle respirou fundo antes de ler para Alice: 

 

“Esse é o e-mail mais informal que escrevo depois de tantos anos... Caro amigo, estou te escrevendo perplexo pela situação que estou passando em tão poucos dias com uma paciente que apresenta um caso curioso, mas que ao mesmo tempo é aterrorizador e tenho total ciência de que o único profissional capaz de auxiliar essas vidas, é apenas você Dr. Carlisle Cullen.  

Amberli Gall Scott, foi trazida gravemente agredida fisicamente e sexualmente em uma ambulância escoltada por viaturas de resgate, ela havia desaparecido após sair do expediente, deixando sem notícias a babá de sua pequena filha de um ano e recém cinco meses, ela estava há muitos quilômetros do centro da cidade, achada no início da produção rural local por duas mulheres que moram em um dos sítios do perímetro, um relato perturbador para elas. Tive a confirmação da violação através do Kit SAECK, registrei as lesões superficiais que haviam em sua pele, recolhi o máximo possível de evidências, mas não havia nenhum indício ADN do autor em nenhuma parte do corpo da vítima. Não posso priva-lo de saber o quão esgotante foi em conseguir acordá-la sem causar nenhuma sequela por conta das altas doses aplicadas em seu corpo, parecia algo sobrenatural, pois ela continuava dormindo! 

 Apesar das circunstâncias, a questão alarmante não é somente esta atrocidade! Além de toda a situação apreensiva da minha incomum paciente não acordar, os demais exames apresentaram avançadas semanas de gravidez de um dia para o outro! 

Isso esteve me assombrando por muitas horas, até me lembrar sobre um caso que você havia me contado sobre a ideia quase impossível de que uma humana poderia engravidar com um homem de sua espécie.  

   Nunca te escreveria para narrar um caso assim, se não fosse verídico e agradeço por sempre me manter no círculo seguro de profissionais ao seu lado, mesmo depois de vinte anos não atuando ao seu lado, pelo tempo dessa amizade, que estou te pedindo e avisando, que estarei insistindo com os medicamentos para acordar a paciente o mais rápido possível e assim que houver uma melhora significativa para que eu possa dispensá-la e mandá-la direto para a cidade em que está. 

 Forks não é?  

Espero que sim, independente da distância, eu me sinto no dever de instruir um caminho confiável para que ela possa salvar sua vida e a do feto, se ela desejar. No anexo há toda a documentação do histórico hospitalar básico dela, conforme for necessário estarei te enviando os demais códigos de acesso para checagem individual. 

 Muito obrigado pela ajuda meu amigo, não apenas a mim, mas a vítima, Amberli também.  

Att. Dr. A.Rodham.” 

 

 Ficamos em silêncio. Olhei para a face do meu marido, espantada por toda a situação que a mulher estava passando e senti uma dor sufocante dentro de mim. Senti seu braço passar pela minha cintura me ajudando a sustentar meu corpo. Ele não havia direcionado seus olhos para mim, Carlisle tinha a convicção da dor que eu transmitia em meu olhar. Aguardávamos por sua decisão. Alice se mantinha muda do outro lado da linha. 

 

— Sim! — ela gritou depois de um chiado alto causado por sua respiração próxima ao celular — É ela, tem que ser a mulher das visões e o doutor Anderson... Estão interligados! — Alice desatou a exclamar angustiada. Desativei o auto falante do aparelho ouvindo perfeitamente as tentativas iniciais de Jasper em acalmá-la afastando o aparelho de suas mãos. Ouvíamos ela ofegar ao tornar a ficar em silêncio, sinal de que estava se concentrando em busca de mais alguma visão. — Tudo bem... — suspirou tornando sua voz mais próxima pegando seu celular — Não adiarei mais nenhum dia de retorno para casa. Estaremos aí no momento certo. Vocês saberão como lidar com a situação melhor do que imaginam. Quando eu souber que precisam da minha ajuda, eu vou ligar, no mais, estarei enviando o que souber ser necessário... Me arrisco de que tenham sete dias para que ela esteja com vocês. Amo vocês, agora preciso desligar. — encerrou a ligação mal completando sua fala, nos deixando com as próprias decisões. 

 

Silêncio. 

 

Não havíamos entoado nenhuma palavra desde a ligação encerrada por Alice, estávamos dando tempo um ao outro para que pudéssemos agir com prudência, sem pânico. 

 

 — Alice sabe o que fazer. — meu amado marido foi o primeiro a falar ao olhar-me nos olhos. Seu olhar transmitia expectativas e ternura, e esperava que ele estivesse vendo o mesmo no meu — Nós também saberemos. Vamos voltar a equipar a biblioteca como da última vez e por precaução já estarei armazenando os pacotes de sangue, irei preencher uma petição para mais bolsas de sangue para a UTI e trarei para casa. Creio que mais uma vez, Deus irá nos ajudar.... — guardou o celular no bolso dianteiro de sua calça e envolveu suas mãos nas minhas com amor. 

 

 

 

 

 

 

Movi minhas pálpebras me recordando de cada segundo desse dia. Alice havia tornado a nos ligar por mais duas vezes a fim de auxiliar, mas não havia muitas coisas que pudesse fazer estando longe, mas assim como ela havia anunciado, alguns pacotes foram sendo entregues em casa, além das diversas caixas, o que chamou minha atenção foram os envelopes plásticos com peças de roupas femininas adulta e infantis, pois antes ela não havia especificado se isso era algo relacionado às visões ou apenas nossa ajuda mensal em comunidades de apoio anônimo. Independente do destino final das peças, eu fiz questão de lavar cada uma antes de serem usadas, agora sabíamos o que estava nos esperando, uma criança humana estaria em nossa casa a qualquer momento. 

 

 — Espero que os quileutes não sejam envolvidos, muito menos que isso chegue ao conhecimento dos Volturi! — Rose repudiou a situação admirando seu reflexo no vidro que protegia a pintura reproduzia em aquarela atrás de mim e suspirou. — Mãe... — olhou-me, sussurrando carinhosamente — Espero que nada nos traga problemas... — suspirou expressando suas aflições. 

 

 — Alice saberia se isso nos trouxesse. — acariciei seus braços aproximando seu corpo esbelto para perto do meu, ela aceitou o carinho e envolveu-me num abraço. — Apenas esteja aberta e preparada para o que tiver que vir, nada nos acontece por acaso Rose... 

 

 — É isso que me preocupa... — resmungou — Espero que Alice retorne logo... 

 

 — Ela irá! — assegurei. — Agora, Emmett? — perguntei por ele, que em um segundo apareceu caminhando descontraído pelo corredor — O que acha de encontrarmos um lugar para comportar aquelas caixas? 

 

 — Show! — aceitou animado esfregando suas mãos afastando o clima tenso em que havíamos estado. Emmett era muito prestativo, apesar de todos os meus filhos serem, ele se destacava por sempre se animar bastante até mesmo com funções extremamente simples — O que mais precisamos fazer? 

 

 — Por enquanto é apenas isso. — comentei desfazendo o contato afetivo com o corpo de Rose e caminhei na direção das escadas induzindo-nos a irmos para a garagem, em menos de segundo eu já abria a porta de acesso ao lugar — Se mais alguma encomenda chegar, nós podemos deixar por aqui mesmo. — passei pela porta a deixando aberta para que eles passassem também — Edward havia descido aqui com Bella para repor alguns utensílios e ligado o freezer, creio que alguns compartimentos da garagem já estejam vazios... — comentei atravessando a fileira de carros que tínhamos nesta mansão. Rose já havia parado para admirar seu belo carro. Emmett pegava as caixas cobertas pelo plástico adesivo que advertia sobre a fragilidade dos produtos. Eu parei ao lado da pilha de roupas novas que eu havia dobrado. 

 

 — Softboxes? — indagou puxando do pacote um dos papéis que informavam sobre a mercadoria. O nome do acessório chamou a atenção de Rose, que parou de alisar a lataria impecável do automóvel. 

 

 — Utensílios de fotografia?! O que Alice acha que estamos aguardando? Uma contratação em agências de modelo? — perguntou soando enjoada ao revirar seus olhos. 

 

 — Qual é, gatinha! — exclamou Emmett do outro lado da garagem contornando as sugestões dela — Talvez ela queira renovar nossos álbuns — piscou a pálpebra esquerda para ela sugerindo um duplo sentido contido na frase e gargalhou — Estamos precisando mesmo atualizar suas fotos, os humanos continuam gerando umas fantasias criativas... Alice pode lidar com tudo isso... — sugeriu pensativo. 

 

 — Emmett! — Rose o repreendeu sem graça e desviou o assunto — Isso não é importante agora! — apressou suas palavras — Anda, ache um lugar para guardar tudo isso! — mandou voltando sua atenção ao carro, mas não antes de checar seu reflexo sempre perfeito em um dos espelhos do automóvel.  

 

Tornei a separar as peças perfeitamente dobradas, formando duas pequenas pilhas com as peças infantis e adulta. Ouvia perfeitamente Emmett pegar os pacotes e cantarolar um rock de muitas décadas passadas enquanto Rose passeava por entre os carros analisando cada pequena peça que os compunham, ela claramente já havia se entediado, mas sempre fazia isso por diversão interna contando cada engrenagem e as possíveis falhas que poderiam apresentar ao passar dos anos. Em cada carro, ela fazia questão de lembrar a si mesma o quanto era impossível de se achar outra vampira tão linda quanto ela e eu concordava. 

 Rosalie não havia nenhum dom físico, psíquico, ou qual for as diversidades existentes, como os de Benjamin; mas sua beleza ultrapassava qualquer valor que eles poderiam ter contribuído a ela. Nem mesmo as rainhas Volturi que ficavam em suas torres poderiam contestar a total beleza que Rose possuía, a frase “beleza surreal” era a descrição exata para isso. Minha filha era muito linda mesmo! 

   

— Acha que Bella pode ligar ainda hoje? — perguntou ainda com seus olhos voltados para si refletida na tintura do carro escolhido a dedo por ela — Sinto que isso pode acontecer...  

 

 — Todos os dias foram possíveis Rose. — virei para ela pegando as peças separadas nas mãos — Apenas podemos aguardar. A qualquer previsão nós receberemos uma ligação. O escritório já está equipado para qualquer imprevisto humano... — tratei de lembrá-la movendo meus lábios num sorriso — Hum... — arrastei o som para o fundo da garganta olhando para as peças em minhas mãos enquanto pensava em qual dos armários colocaria. Agucei um pouco meus sentidos para saber qual horário marcava no relógio mais próximo, faltava apenas cinco minutos para dar meia-noite. Logo iniciaríamos mais um dia. 

 

 — Ainda continuo pensando que Alice está planejando algumas sessões de fotos suas hein gatinha! — Emmett voltou ao assunto tirando a atenção de Rosalie que olhou para ele irritada — É sério, — insistiu pegando mais um pacote de papelão em suas mãos. Virei-me abrindo a terceira porta a minha esquerda, colocando com cuidado as roupas dentro — uma vampira maravilhosa como você é algo impossível de se clonar, nenhuma foto será o suficiente para registrar toda a sua imensa perfeição! — exaltou a esposa em extrema devoção, os olhos de Rose expressavam sem receio algum o amor que sentia por ele, o que me deixava orgulhosa da união singular que eles tinham. 

 

 

 Mal pisquei meus olhos e pude acompanhar os movimentos dela na direção do marido enlaçando seus braços por cima dos ombros largos de Emmett, ambos sussurrando juras de amor que eu sabia serem verdadeiras. Sorri me afastando do momento, não pela atitude de afeto deles me escandalizar, muito pelo contrário; sempre fazíamos questão de darmos privacidade aos casais quando momentos assim aconteciam de forma espontânea, como está acontecendo agora.  

Saí da garagem fechando a porta e caminhei em direção ao meu quarto, que era meu destino desde a partida de Edward e Bella. Alguns trechos poéticos rondavam minha mente e ansiava muito em transcrevê-los em meus papéis personalizados com bordas trançada de fios de ouro antes que a essência melódica das palavras desaparecessem de mim.  

Encostei a porta do meu quarto e sentei-me no assento estofado a frente da minha penteadeira colocando o celular ao lado do meu braço em cima da madeira, puxei o trinco de prata da gaveta retirando o bloco que eu sempre fazia questão de manter no mesmo local. Passei meus dedos sobre as linhas já preenchidas por outras palavras e simples desenhos, iniciando uma folha nova. Posicionei a caneta tinteiro sobre a folha intacta e respirei fundo antes de começar a traçar com calma a primeira letra que fluía com ternura por meus pensamentos. Um som estrídulo retiniu pelo quarto, ocasionando o primeiro estrago no bloco. Olhei frustrada para o risco desnorteado da mancha de tinta que rasurou a bela caligrafia que eu mantinha durante anos, desfigurando tanto aquela página quanto a bela poesia que se compunha em minha mente. O som estridente do aparelho que tocava ao meu lado era o causador da confusão que eu havia feito: o nome de Edward estava na tela e pela primeira vez hesitei em atender um telefonema. Quando a porta se moveu com a entrada de meus dois filhos eu movi minha mão direita na direção do aparelho e atendi. 

 

 — Edward! — exclamei seu nome em expectativa. 

 

— Sim, sou eu — sua voz soou alta no ambiente silencioso, sequer pensei em ativar o viva-voz — Estou na sala com Carlisle, temos notícias. 

 

 — Como previsto, o doutor Anderson mandou Amberli até a mim. — meu marido tomou a frente da chamada nos informando — Neste exato momento ela está com sua filha, Hilary... A bebê tem a mesma idade que ele havia relatado no e-mail. Elas estão aqui no hospital. — suspirou ainda surpreso — Como agora ela está longe, Edward pôde sondar seus pensamentos e conseguiu ver que a recepcionista Hellen Newton deu suporte a ela no hotel, entregou nosso endereço para ela, caso não me encontrasse no hospital. Ela não tem muita noção do que pode chegar a viver devido a gravidez, pois chegou aqui bem perdida e apreensiva com sua filha nos braços. Se ela veio da mesma cidade que o Anderson, não descarto a hipótese ter vindo todo o trajeto com seu carro, uma atitude bem corajosa, pois é muito longe daqui. 

 

 — Ela não tem ideia de que estávamos aguardando sua chegada. Seus pensamentos estão um pouco melancólicos, mas ela é uma mulher decisiva — Edward acrescentou — Posso arriscar que ela tenha quase vinte e cinco anos, é bem nova... — fez uma observação. 

 

 — O que farão agora? — fiz a pergunta mais importante no momento. 

 

— Preciso conferir se o avanço gestacional é verídico. — respondeu Carlisle — Daremos auxílio a ela em nossa casa, como vocês sabem, o quarto que usamos superficialmente para hóspedes está habitável. — condicionou. 

 

— Ah!... — elevei meus olhos ao ouvir o som da voz de Emmett olhando para Rosalie, que devolveu o olhar do marido concordando com o assunto não verbalizado — Agora sabemos a real finalidade daquele móvel. — ouvi ele sussurrar para ela. 

 

— Ela logo estará de volta, —  meu marido continuou a falar, voltei minha atenção para o celular — ela está alimentando sua filha na cozinha do prédio, conversei com as responsáveis pelo setor a respeito da presença dela no local, até porque, ela está com uma criança lá dentro.  

 

 — Neste momento não há nada que eu possa fazer para que eu e Bella ficássemos, —  Edward falou chateado — mas já tenho em mente como fazer com que a moça possa estar aí na mansão logo pela manhã. — apresentou uma solução — ela fará o check out ainda no início dessa madrugada quando voltar ao hotel e irei segui-la para que não haja nenhuma má intenção da parte dela, se tudo ocorrer bem estarei ligando para Esme e seguirei com minha viagem. Tentaremos retornar o mais rápido possível.  

 

 — Tudo bem, Edward — o confortei a respeito, mesmo sabendo que eu estava certa em ter insistido que eles tivessem adiado o compromisso — Sei que logo estarão de volta para nos ajudar. — atrás de mim, ouvi Rose grunhir em discordância — Bella está aí com vocês? — acabei perguntando. 

 

— Ela está no carro, — me respondeu — pela distância posso te afirmar de que está nos ouvindo Esme, não queríamos ocasionar fofocas inconvenientes entre os humanos. 

 

 — Estão certos. — aprovei — Mais alguma observação que precisamos saber por aqui? 

 

 — Por hora não; — negou Carlisle — acabei de enviar mais um e-mail para o doutor Anderson, creio que ele estava ansioso para saber quando sua paciente estaria em minha responsabilidade. Ele me pediu para mantê-lo atualizado sobre o quadro de saúde dela daqui por diante, mas preferiu que eu limitasse as informações para que não o deixasse tão perturbado, ele está convicto de que ela estará sã até o final da gestação e de que voltará a vê-la. — deu uma pausa e segredou — Parece que ele já esteve envolvido em outros estágios clínicos dela, saber demais pode afetar seu desempenho profissional... 

 

 — Bem convicto! — Rose falou. 

 

— Ela está andando pelos corredores agora, — Edward informou — Carlisle e eu ainda discutiremos sobre ela antes de direcioná-la de volta ao hotel dos Newton. 

 

— Tudo bem. Filho tomem cuidado, não se esqueçam de avisar quando estiverem lá. 

 

— Está certo, mãe. — concordou. Sorri, mesmo que não pudesse me ver. — Retornaremos em breve. 

 

 — Logo estarei aí para nos planejarmos melhor, amo vocês. — Carlisle falou indicando que estaria encerrando a chamada. 

 

 — Eu te amo, amor! — o respondi. 

 

 — Te amamos! — Emmett e Rose responderam também. 

 

 Assim que a chamada foi encerrada, coloquei o celular em cima da madeira da penteadeira e me senti obrigada aspirar o ar para dentro de meus pulmões e soltá-lo forte por meu nariz, neste ato eu senti-me um pouquinho mais aliviada pelo que estaríamos preste a tornar a viver, mesmo que as chances de vitória estivessem super elevadas. Senti as mãos dos meus filhos tocarem meus ombros ao me ampararem em seus braços, como um apoio. Elevei meu rosto para olha-los acima de mim e tornei a respirar sentindo todos os aromas ao meu redor. Seus rostos apreensivos não tinham nada para me falar. Desviei minha atenção deles, pegando o belo bloco trançado com fios de ouro em minhas mãos analisando a rasura grosseira que havia manchado sua folha que momentos antes estava impecável.  

Apesar do estrago, aquele acidente iniciava um novo ciclo, não apenas exclusivamente a mim, mas também a minha família e a vida da mulher que estaríamos dispostos a amparar de todas as adversidades possíveis que ela chegaria a passar. Não me atrevi a tocar na mancha da tinta preta que havia na folha, mas ainda assim eu peguei a caneta e na borda, perto dos fios de ouro, eu me atrevi a marcar a data do início do novo desconhecido que estaremos vivendo. Fechei o bloco e o coloquei cuidadosamente na mesma gaveta que havia tirado. 

 As mãos dos meus filhos permaneciam na mesma posição e certamente seus olhos acompanharam cada movimento que estive fazendo. A mão de Emmett exerceu uma leve pressão no local, seu movimento expressava a preocupação que eles estavam ao me ver imóvel por tanto tempo. 

  

— Eu estou bem, estou bem... — afirmei erguendo minhas mãos para tocá-los — Ela tem uma menina! — externei a frase do fato que rondava minha mente desde o dia em que recebemos o e-mail. Senti os dedos de Rose pressionarem minha pele, ela compactuava com meus pensamentos — Uma filha!... Ela saiu do estado natal dela, para vir até Forks salvar um bebê que sequer foi planejado por ela, sequer permitiu que houvesse a fecundação! 

 

 — Sim... — murmurou Emmett descendo sua mão do meu ombro, Rosalie fez o mesmo — Por mais que eu me lembre de que o doutor lá tenha falado a respeito de uma criança, eu mal havia dado a devida atenção a isso. Agora sei porque temos uma caixa com um berço aguardando para ser montado... 

 

 — Alice enviou um berço?! — perguntei me virando no assento surpresa por não ter prestado a atenção para as encomendas que chegavam. 

 

 — Sim! — confirmou — Caramba! Teremos uma bebê humana debaixo do nosso teto! — se animou, mas logo tornou a parecer preocupado — Será que ela terá medo de mim? E quem irá ajudar a mãe dela a trocar as fraldas? Ela ainda deve usar fralda não é? — desatou a perguntar caminhando para fora de meu quarto. 

 

 — Emm! — Rose o calou seguindo seus passos— Há coisas mais preocupantes para pensarmos além de fraldas! — segurou a porta e virou seu rosto para trás, seus olhos âmbar focando em mim. 

 

— Tem razão. Até porque ficamos parados aqui por quase vinte minutos! — argumentou com seu modo descontraído passando pelo corredor. 

 

— Aonde você está indo? — Rose saiu do quarto seguindo seus passos se equilibrando perfeitamente em seu salto agulha. Me levantei do assento e passei a segui-los também, mesmo que eu pudesse ouvi-los perfeitamente por todo o terreno de casa. 

 

 — Preciso montar um berço. — respondeu ao entrar na garagem pegando a caixa estreita de papelão — Será que essas coisas ainda vêm com o manual de instruções? Nunca montei um berço na minha vida... — passou por mim.  

 

Acompanhei seus passos até a sala e me sentei no sofá confortável mais próximo da grande janela que eu prezava no design completo da casa. Rose continuou a acompanhar Emmett, dispostos a se entreterem com a montagem do móvel no antigo quarto de Edward, que havia se tornado por poucos anos o quarto de Nessie e agora seria definitivamente de hóspedes. Continuei a prestar a atenção nas discussões que o casal mantinha no quarto, decidindo qual é a melhor forma de começar a montagem e onde ficaria melhor um berço dentro do quarto.  

Entre o constante tráfego de veículos que percorriam a rodovia ao lado, percebi quando um veículo em especial desviou a rota entrando para dentro a estrada de cascalho do nosso território, o ronco suave da Mercedes A789z e o cheiro inconfundível notificavam que o meu amado marido já estava em casa, senti um largo sorriso elevar as maçãs de meu rosto e acentuar as covinhas que eu tinha, suspirei saudosa. Me levantei do sofá e desci até a varanda para recepcioná-lo como todos os dias eu tinha o prazer de fazer, olhei todo o trajeto que o carro fazia ansiosa para olhar o rosto mais lindo que mexia com toda a minha estrutura e coração, apesar de estar fisicamente endurecido, eu o sentia a todo o momento, a explicativa era de que acontecia devido a grande compaixão que insistem em dizer que devo possuir como um dom.  

 Era quase um ritual o que fazíamos, Carlisle estacionava o carro na garagem e sempre saía para fora para que fosse recebido por mim na varanda, nos dias de chuva eu o guardava dentro da garagem sempre o recebendo em meus braços saudosos, cheios de amor.  

 Era incrível a intensidade do amor que eu sentia por cada membro da minha família, em especial a ele, que me salvou daquele necrotério onde morria aos poucos, para viver eternamente feliz com ele, formando a família amorosa e grande que sempre desejei. 

Meu devaneio durou apenas um segundo. 

 Pisquei minhas pálpebras ainda olhando seu carro se aproximar da mansão, de dentro do carro enquanto manobrava o volante em mais uma suave curva do trajeto, vi sua mão se movimentar apertando o botão que ativava a movimentação da cremalheira que enrolava o portão da garagem, cinco segundos depois, o equipamento executava sua função dando um tranco para poder enrolar a porta revestida de aço. Quando ele passou pelos últimos metros de cascalhos para entrar na garagem, pude vislumbrar uma caixa de papelão no assento traseiro do carro, o cheiro que exalava de dentro era de recipiente de alumínio e um cheiro desagradável. Puxei na memória algum cheiro característico a esse e recordei, uma solução alimentícia para bebês e crianças até três anos; ele havia tentado inseri-los na dieta de Renesmee assim que nasceu, mas ela o rejeitou de todas as formas. 

Segundos passados, seus passos suaves pelos cascalhos tornaram-se mais próximos, acompanhei atentamente cada movimento, três passos sobre os poucos metros da grama, oito sobre os degraus entre madeira e concreto e mais quatro até estar na minha frente com um simples sorriso tenso. Suas mãos tocaram com carinho em meus quadris e envolveu-me com seus braços. Ergui minhas mãos na direção do seu rosto e afaguei desejando poder afastar toda a tensão e incerteza que estaremos lidando a partir de hoje. Seus olhos âmbar encaravam os meus de tom parecido com ternura e saudade, assim como eu estava sentindo a dele. Toquei nossos lábios por uma fração de segundo apenas para sentir a textura de sua pele com a minha tornando a repetir o contato, aprofundando o roçar dos lábios num selinho até que estivéssemos entregues a um beijo. 

 

 Permanecemos abraçados na varanda da nossa mansão por poucos minutos, logo entramos para dentro chamando por Rose e Emm para que estivessem conosco na sala. 

  

— Amberli Scott está realmente grávida. — meu marido falou por fim segurando suas mãos tensas uma na outra. Olhei para seu rosto que expressava sua preocupação e ansiedade; passei meu braço esquerdo por suas costas e me aconcheguei a ele dando-lhe apoio para continuar a falar — As semanas avançadas; protuberância definida... Amberli relatou sobre a textura da membrana resistente que está protegida debaixo de sua pele, a textura dura estava presente assim como foi apresentado em Bella também. — esclareceu apertando-me com seus braços — Edward agiu conforme havia avisado em coagi-la a fazer o check out ainda hoje de madrugada, neste momento ele já deve estar checando se ela está fazendo o que havia concordado em sua mente — respirou fundo — agora, só precisamos aguardar Edward nos confirmar e pela manhã ela estará aqui. Antecipei mais algumas coisas no hospital e me atrevi a trazer algumas caixas de solução de leite para a amamentação da bebê que ela tem. — seus olhos oscilaram para mim por um momento — E comprei mais um estoque de bolsas de sangue também. — suspirou — Agora realmente precisamos aguardar Bella e Edward nos avisarem sobre qualquer novidade. — nos conduziu para os assentos do sofá pegando o controle remoto da televisão e zapeando os canais tão rápido que sequer dava tempo do receptor transmitir o canal, mas eu sabia que isso era uma distração, logo o controle foi passado para Emmett colocar em algum aplicativo para nos entretermos de fato. 

 

— Popeye de novo?! — Rose reclamou atravessando seus braços para cima de Emmett, tentando tomar o controle de sua mão. 

 

 — Rose, qual é?! — reclamou estendendo a mão para mais longe dela enquanto movimentava seus dedos sob os botões para escolher qual episódio iria assistir — Vamos assistir sobre os quatro filhinhos dele? Logo teremos uma criança aqui, ela vai gostar de assistir aos episódios comigo! — a imobilizou em seus braços fortes dando-lhe um beijo profundo, fazendo-a desistir de pegar o controle de suas mãos da maneira mais baixa e eficaz que ele sabia fazer. 

 

 — Nada justo! — Rose exclamou com seus lábios ainda próximos ao de Emmett, e tornou a sentar no seu lugar cruzando os braços com o rosto sem expressão alguma. 

 

 Afaguei os fios curtos e loiros de meu marido, formando nossa própria bolha. Apesar de estarmos ansiosos com a chegada da nossa nova hóspede humana, nada nos faria interromper nosso modo único de nos envolver. Sentia seus dedos traçando círculos sobre a camada de tecido que me envolvia enquanto olhávamos nos olhos. Sequer precisamos ter o dom de Edward, para saber exatamente o que estamos pensando agora, nosso amor continuava inabalável a quase duzentos anos e não há objeções. Era uma benção! 

 

 Movi meus lábios para sussurrar um planejamento de uma viagem que estava idealizando para nossa próxima lua-de-mel, mas antes que o primeiro chiado da sílaba se formasse, o celular de Carlisle tocou. Ele se mexeu afastando apenas uma mão do meu corpo, para pegar o aparelho que gritava dentro do bolso de sua calça e não havia surpresa alguma em vermos o nome de Edward na tela.  

 

 — Ela fez como havia aceitado Edward? — Carlisle perguntou ansioso ao atender. 

 

— Hãn, não é o Edward, é a Bella. — a voz feminina soou pela sala — Mas sim, Amberli realizou o check out e o pagamento... 

 

 — Ocorreu alguma coisa? — meu marido perguntou franzindo a sobrancelha ao perceber que Bella soava apreensiva. 

 

 — Sim, — foi direta — Nesse exato momento estou com a filha dela no banco ao lado, estamos à caminho! — revelou desatando a falar, não deixando que nós a interrompêssemos — A moça estava passando mal ainda na recepção, pelo menos foi esperta em pedir para a recepcionista cuidar da filha quando percebeu que seu corpo não estava bem. Edward e eu saímos do carro para estarmos mais perto no caso ela chegasse a piorar; mal tínhamos parado ao lado da entrada e ela teve uma síncope. Entramos há tempo dela não chegar a se machucar quando seu corpo começou a perder o equilíbrio. — suspirou aliviada. — Edward está atrás com o carro dela, tem tanta coisa no carro... Havíamos prometido para a mais nova dos Newton que estamos levando-a de volta ao hospital, pelo jeito a curiosidade foi passada pela geração e a senhora Jessica estava lá com ela... Tadinha, pensei que ela teria um treco ao nos ver! 

 

 — Amberli está nos bancos traseiros? — Carlisle perguntou. 

 

 — Está sim, — Bella confirmou e pareceu conversar com a menininha que estava próxima dela, o tom infantil em sua voz a denunciava — nossa, a Hilary é um amor, ela não chorou quando nos viu, sequer recusou meu colo! — externou sua observação para nós — E sim, fiz questão de acomodá-la o máximo possível ali atrás, em poucos minutos estaremos aí. — confirmou — Farei o possível para voltarmos depressa antes que ela dê a luz, não parece justo ela passar por tudo o que passei no escuro também... 

 

 — Estaremos ansiosos pelo retorno de vocês Bella. — a consolei, — Sei que se esforçará para que possam retornar o mais rápido possível. Peço que não comentem... 

 

 — De forma alguma, Esme — Bella interrompeu confirmando — Nem tinha me passado pela cabeça, isso não é uma ocasião a ser comentada com mais ninguém além de nós! — pude imaginar ela balançar a cabeça — Estamos próximos, vou desligar! 

 

 — Estamos aguardando. — Carlisle falou e encerrou a chamada. 

 

Ficamos em silêncio total. Não fazíamos questão de sequer respirarmos. Nossos corpos pareciam vibrar em expectativas.  

 

 Como Bella havia falado, logo escutávamos dois caros seguindo pela estrada de cascalho do nosso território. Continuamos imóveis nos sofás mesmo ouvindo a aproximação dos veículos, apenas nos levantamos quando ouvimos o tranco da cremalheira ativada para que os carros fossem comportados dentro da garagem.  

 Bella apareceu a passos leves na velocidade humana com um pacotinho rosado com uma touca com pelagem sintética emoldurando seu rostinho redondo com seus fios castanhos envolta. A pequena olhava tudo ao redor com seus olhos castanhos curiosos nos surpreendendo ao estar acordada tão tarde. Quando Bella parou a minha frente com ela à vontade em seus braços, não deu segundos para que a bebê estendesse seus pequenos braços e tentasse jogar seu corpinho na minha direção para que a pegasse. O que me surpreendeu. Edward apareceu subindo as escadas a passos humanos com o corpo de Amberli em seus braços. Era uma jovem mulher bonita, cabelos castanhos escuros curtos, uma coloração de pele morena, não dava para reparar muito nela, mas podia afirmar que é bonita, sua filha parecia com ela, apesar de não ter ideia da cor de seus olhos. A respiração dela estava suave e os batimentos cardíacos estavam estáveis, aparentemente não havia preocupações. Carlisle o acompanhou até o quarto em que ela passaria a ficar. 

 Para que a bebê não chegasse a tornar ver sua mãe naquela situação eu ergui meus braços para acomodá-la em meu colo. Rose acompanhada de Emmett ao meu lado, olhava para ela com os olhos brilhantes e sonhadores. Nós três exibíamos um sorriso terno para a pequena menina atenta que estava em meus braços. Bella apenas nos olhava com um pequeno sorriso em seus lábios retirando a alça da bolsa infantil de seus ombros. 

 

 — Oi bebê! — Emmett sorriu erguendo sua mão chamando a atenção dela — Que linda! Você é a Hilary? 

 

Ao contrário do que eu havia imaginado da reação dela, Hilary o analisou e sorriu! Simplesmente sorriu, mostrando os poucos pequenos dentes de leite que nasciam por sua gengiva. Apesar de ter sorrido para ele, recusou todas as mãos ansiosas e disponíveis para pegá-la, adormecendo minutos após sua chegada em meus braços. 

 

 — Ainda quer que notificamos ao chegarmos por lá? — Edward perguntou com sua mão entrelaçada na de Bella. Ele e Carlisle haviam monitorado a situação de Amberli, mas não havia nada de incomum com ela além do desmaio; apesar dela não ter acordado do estado de sono profundo desde que Edward a segurou na recepção do hotel. Olhei em seus olhos “Nem ouse em esquecer!”, o repreendi. Edward soltou um breve riso e concordou — Tudo bem, mandaremos uma mensagem! Até breve! — despediram-se partindo. 

 

 

 

 

 

Suspirei com meus olhos fixos olhando atentamente a cada mínimo movimento que o corpo delicado da pequena Hilary fazia enquanto dormia entre dois travesseiros na minha cama. O cheiro suave a loção de bebê entrava por minhas narinas juntamente com milhares de outras fragrâncias e ouvia perfeitamente o sangue correr por suas pequenas e frágeis veias. Sentei-me na poltrona que havia no quarto, disposta a não sair dali antes dela acordar. Havia deixado a luminária do outro lado da cabeceira ligada para não assusta-la se por um acaso ela acordasse durante o sono. Apesar de Rose ter suspirado por ela, a pequena não teve interesse algum em ficar em seus braços, pois cada vez que ela ou Emmett faziam o movimento do convite em tê-la, Hilary segurava mais forte nos tecidos de minha roupa, tanto que foi assim que acabou por dormir. 

 Ouvi o som baixo da porta do quarto ser aberta e fechada, para logo sentir a presença do meu amado marido a tocar meus ombros com amor. Elevei meus olhos para seu rosto e repuxei o canto dos meus lábios num sorriso. Juntos, observamos a pequena filha de Amberli dormir, até que as nuvens clareassem nos apresentando um novo dia.  

Carlisle tomou banho para se preparar a mais um dia de jornada no hospital e também para verificar como estava o procedimento do reabastecimento das bolsas de sangue que ela havia providenciado, tanto para o consumo futuro de Amberli, quanto para não deixar o hospital carente. Logo após ele eu também tomei um banho ligeiro trocando a peça de roupa e sentando novamente na poltrona. Carlisle havia saído do quarto avisando que assim que a pequenina acordasse, ele traria a fórmula líquida necessária para o desenvolvimento dela e admitiu que havia formulado um cardápio especialmente para ela. 

 

 —  Mamãe? Mamãe? — Hilary acordou manhosa, entoando a primeira coisa que falou antes mesmo de abrir os olhos, e com razão ela deveria estar sentindo a ausência de Amberli. Não foi trabalhoso lidar com a bebê sonolenta, apenas conversei bastante com ela enquanto ninava em meus braços e quando ela estava mais animada, a levei ao banheiro para deixá-la mais apresentável. Rose havia recolhido alguns itens de higiene dela dentro da bolsa que Bella havia deixado na sala e mais algumas outras coisas dentro do carro. Logo Hilary estava confortável no novo ambiente e entregue aos carinhos que Rose fazia em seus cabelos com uma mamadeira sendo sugada avidamente mostrando quão faminta ela estava. 

 Ouvimos quando sua mãe pareceu acordar, mas ela apenas havia resmungado e tornado a dormir. Voltei meus olhos para a bebê nos braços de Rose que segurava uma fatia da maçã cortada, os olhos castanhos dela estavam a todo momento em constante movimento, era obvio que ela sentia falta da mãe e nenhuma comida iria segurá-la ali. 

 Um protesto silencioso vindo do quarto de hóspedes nos chamou a atenção, todos, com exceção da bebê olharam para a direção de onde o som saía. Rose se movimentou para perto de mim entregando a pequena em meus braços, que veio de boa vontade, sorri para ela e cochichei que iríamos ver a mamãe acordar. 

 

— Mamãe?! — ela exclamou para nossa surpresa. Era a segunda vez que ela falava. 

 

 — Sim, vamos ver a mamãe, ela acordou! — confirmei vendo um rápido sorriso surgir em seus lábios infantis.  

 

Acompanhei meu marido pelos degraus acima enquanto a pequena havia se distraído com o colar de pedras que havia envolta do meu pescoço essa manhã. Enquanto subíamos, ouvimos o momento em que Amberli havia despejado apenas os líquidos interno para dentro do balde que meu marido havia deixado lá por precaução. Paramos aos pés da escada em dúvida de prosseguirmos pelo corredor para entrarmos no quarto, ou se aguardaríamos pelo chamado dela. 

 

— É possível que ela não saiba aonde está, — Carlisle comentou baixo para ouvidos humanos — Edward não teve certeza de que ela tenha o visto chegar antes que sua mente se apagasse. E como ela sequer chegou a realmente a ter consciência desde que chegou aqui... 

 

— Olá?! — a voz rouca de Amberli soou dentro do quarto.  

 

Hilary olhou para frente desprendendo sua atenção do colar ao perceber ser a voz de sua mãe, por mais que possa estar diferente. Olhei para meu marido e com um aceno de cabeça ele tomou a dianteira, a passos mais lentos eu o segui pelo corredor. Esperei que ele entrasse para depois eu passar pelo batente, Hilary havia tornado a segurar as pedras do cordão. Amberli se encontrava deitada na ponta da cama com o balde próximo, seu cabelo estava despenteado e seus olhos eram castanhos, Hilary era mesmo bem parecida com ela. Quando ela me viu atrás de Carlisle, logo percebeu que a filha estava em meus braços, pude ouvir sua respiração se aliviar, mesmo que ela mesma não tenha percebido que isso havia acontecido. Cutuquei Hilary para que se desprendesse do colar, assim que ela ergueu seus olhinhos vendo sua mãe na cama, ela logo se agitou em meus braços, estendendo suas mãos querendo o colo da mãe, tive que segurá-la contra mim, a contendo. Amberli abriu um grande sorriso mesmo que parecesse desanimada, ela tentou se ajeitar melhor sob o colchão, mas acabou ficando numa posição que ao meu ver não estava confortável, mas como não me mexeu depois disso, não tinha tanta certeza. 

 

 — Bom dia! — meu marido a cumprimentou agachando na frente dela, que piscou seus olhos se atentando a presença dele — Como está se sentindo? 

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Notas finais do capítulo

Sim, a descontração de Emmett sempre são ótimas para aliviar os ambientes tensos... A versão do automóvel é fictícia, se ela existir por agora é mera coincidência kkkk

O que acharam da visão de Esme?????



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