As maçanetas giraram ao mesmo tempo em que as portas eram abertas, poderia lhe dizer que eles eram muito pontuais ou ainda que era o destino se um deles não acreditasse nele. Mas irei apenas dizer que era para acontecer, desse jeito, nesse momento, sem pretextos ou objeções.
David a olhou encantado, pensou para si aonde ela estava aquele tempo todo e por que não a conhecera antes.
Emily encarou-lhe com um lindo sorriso, sorriso esse que aprovava o homem que via, sobre as circunstâncias que via. Ele estava lindo, tão lindo que não podia descrever.
Caminhou até ela, com a mão direita afastou seus cabelos do rosto e a beijou na bochecha, o beijo veio seguido de um cheiro no pescoço, que a fez arrepiar, torceu para que ele não tivesse notado.
— Você está maravilhosa Emi e que cheiro bom. - ficou viciado no cheiro que ela transpirava, precisava aprender a se controlar.
— Você está lindo, só me deixe acertar essa gravata! - se aproximou dele e desfez o nó o refazendo.
— Sou péssimo com nó de gravata borboleta. - ele riu.
— Agora sim está perfeito! - deslizou as mãos sobre o terno. Tirou-as rapidamente como se a racionalidade tomasse conta de si novamente.
— Vamos? - pegou a mão dela, o toque repentino a fez se afastar um pouco até se acostumar com uma mão envolvendo a sua. Enquanto desciam no elevador, David acariciava a mão dela junto a dele. As portas se abriram e ambos saíram, passar de mãos dadas em frente as pessoas que não costumavam vê-la sair com um cara há algum tempo era estranho, parecia que todos estavam lhe observando.
Abriu a porta do veículo para que ela entrasse, correu até o lado do motorista e embarcou, deu a partida e em poucos minutos chegaram ao restaurante.
O local ambientava funcionalidade, ao mesmo tempo que tinha uma fonte ao lado de fora, o corredor que levava os clientes até o salão era composto por obras contemporâneas de diversos artistas. Se quisesse conquistar uma mulher culta, teria que ser assim.
O teto era formado por uma imensa abóboda de vitrais negros, esses reluziam com a iluminação do ambiente.
Se sentaram e alegres observaram tudo a sua volta, uma mulher veio lhes atender. Ela era a Chef, havia viajado por todo o mundo e certamente possuía muito conteúdo em sua bagagem. Entregou-lhes os cardápios, haviam cinco tipos de cardápio: um de entradas, de pratos principais, de sobremesas, de bebidas e ainda um cardápio para veganos.
David notou que ela escolheu o último, então ela era vegana? Acabou sorrindo para si. Além de ser intelectual escolheu um estilo de vida sustentável, como não gostar dela?