A semana voava, os dias rendiam e as gravações estavam a todo vapor. Gravariam mais um episódio pela manhã, nesse eles teriam que se deslocar um pouco para cobrir cenários que fizessem referência a Las Vegas.
Logo começaram as gravações na fictícia cidade dos jogos e cassinos. Um corpo havia sido encontrado na conhecida cidade do pecado. 
Com o decorrer do caso descobriram que os suspeitos eram poderosos, então arrumaram disfarces para ingressarem no mundo do glamour. Alugaram um quarto e compraram roupas que os tiravam do universo comum, o universo vivido por eles diariamente e optaram por viverem regados ao luxo e a aventura apenas por uns dias. Que mal podia ter nisso?
David vestiu seu personagem Booth como um jogador aventureiro, Emily ainda provava roupas.
— O que você acha? - saiu de dentro do closet com um vestido dois números maior do que o seu tamanho, precisou se controlar para não rir, ela jamais vestiria algo do tipo se não fosse pela série.
— Eu já tenho bíblias. Tente ao lado. - David brincou com ela, fingiu estar sério.
— Disse que eu seria professora. - disse indignada.
— Não do tipo solteirona. Mas do tipo sexy, que deixa os rapazes loucos. Aqui. Vista a que eu escolhi. Certo? - entregou-a um vestido.
— Certo, mas não seja tão mandão. 
— Somos recém-casados. Tomamos a cidade do pecado de assalto. Ação. - girou em frente ao espelho.
— Mas casamento é um instituição tão arcaica.
— Ouça, Bones, sei o que estou fazendo. - colocou a blusa por cima do suspensório. - Já fiz isto antes. Pare de brigar.
— Não estou brigando. Só não preciso de papel para provar meu compromisso.
— Certo. Estamos noivos. - colocou o terno.
— Por que eu aceitaria o noivado? - aquilo de certa forma estava mexendo com ele. Perguntou-se se ela era assim quanto a casamento na vida real também.
— Tanto faz, Bones. Somos um casal de jogadores de aposta alta. Com grana para torrar. É isso que vai nos colocar lá. - pôs um chapéu.
Emily saiu com a roupa que ele escolhera, ficara perfeito nela. 
— Desse jeito? - se referiu ao look. David parou por um momento a olhando da cabeça aos pés, estava maravilhado. Ela mexia com ele em todos os sentidos, teria que se concentrar.
— Sim. - a olhou apaixonadamente. - Sim, desse jeito.
O celular de Brennan tocou, era do laboratório.
— Hey Cam.
— Dra. Brennan. Pelo ângulo dos golpes, o último oponente era canhoto e tinha 1,67 m. 
— Com um punho de 90 mm. Zack mediu. - Ângela complementou a informação.
— Isso é quente. - David disse enquanto fechava o zíper do vestido.
— Quente? - Cam disse sem entender puxando um sorriso.
— Espere um pouco. O que é quente? - Ângela perguntou sorrindo pervertidamente.
— Nada. - ela tentou despistar. - Vegas. Vegas é quente. É muito quente aqui.
Brennan e Booth foram até uma academia de treinamento, onde as lutas clandestinas eram marcadas.
— Como alguém consegue andar com estas coisas? - Bones perguntou intrigada.
— Esses sapatos não são feitos para andar, querida. - deu-lhe um tapa no bumbum.
— Isso passou do limite. - envolveu o seu pescoço com um dos braços e falou ao seu ouvido. Aquilo não era a personagem falando, mas sim ela mesma.
— Faça sua parte. Farei a minha. 
— Posso ajudar, pessoal? - o treinador veio lhes atender.
— Não acredito. Desleixado Joe.
— Desleixado Joe? - ela perguntou curiosa.
— É como ele deixava os oponentes. - disse apenas.
— Hoje em dia é apenas Joe. - disse o ex-boxeador.
— Arrebentei um cordão, Joe. Desculpe, mas você me influenciou quando fui para o exército. Dance com o corpo e solte uma direita. Sempre funcionava.
— Lutador do exército? Quantos destes você derruba? - um dos lutadores perguntou.
— Ao menos, ele parece em forma. - disse Joe.
— Meu homem está em grande forma. Pode acreditar. - deslizou as mãos pelo tórax dele provocativamente.
— Calminha, querida. - disse entre dentes.
— Vamos ver os golpes que o deixaram tão famoso. - o boxeador se interessou.
— Isso, vá em frente, tigre! Mostre a estes palhaços. - deu-lhe um tapa forte no bumbum seguido de um apertão.
Booth foi até o saco de areia e mostrou suas habilidades deixando Brennan orgulhosa.
O caso foi resolvido, ambos faziam as malas para baterem em partida. O noticiário anunciava o caso.
— E qual a segunda razão?
— O quê? - ela perguntou confusa.
— Não me contou qual a segunda razão para apostar em mim.
— Sim, foi tolice. 
— Vamos. Conte-me. - ela parou por um momento e o olhou nos olhos. 
— Sorte de principiante. Não perdi um jogo desde que cheguei aqui, então... achei que se apostasse em você...
— Eu não perderia. - ele completou.
— Parece tolo, certo? 
— Parece familiar. - naquele momento David estava destruído por dentro. Uma vontade súbita de beija-la fazia morada em seu peito.  Ela não sabia, mas era possível ver mais aspectos da própria Emily do que da Brennan nesse instante. - Obrigado.
— De nada. - continuou mirando os olhos castanhos, porém desviou, algo lhe disse que precisava desviar.
O dia havia sido longo, Emily saiu do estúdio e foi até o seu carro no estacionamento. Colocou o celular em cima do teto e abriu a porta do automóvel despejando as pastas com os roteiros. Logo o aparelho Blackberry vibrou, olhou pelo visor e era Peter. Leu a mensagem.
— Eu tentei de todas as formas possíveis voltar para você, mas você dificultou o processo e isso terá consequências. - a mensagem dizia. Ela a lia chocada. 
Mais uma mensagem chegou. 
— Se não voltar para mim jogarei na rede fotos sua nua. - Emily leu a segunda mensagem assustada, nunca havia tirado uma foto nua.
David após um dia exaustivo resolveu ir embora, passou pelo estacionamento e a viu chorando.
— O que houve Emi? - ela nada disse, apenas entregou o celular em suas mãos, ele atento leu as mensagens.
— Olha só o que ele quer fazer. - soluçava.
— Onde estão essas fotos? A gente deleta.
— David essas fotos não existem. Nunca deixei que tirassem fotos minha assim. Se ele tem eu provavelmente estava dormindo. Mas que droga. - sentou no chão encostando-se ao carro.
— Em... se ele tirou fotos de você desprevenida não vai postar, porque ele sabe que vai dar BO. Na verdade acho que ele está blefando só para te ter de volta.
— Mesmo que sejam montagens, isso pode acabar com a minha carreira.
— Isso não vai acontecer. - Sentou-se ao lado dela. - Ele está desesperado demais para pensar em espalhar mentiras pela rede, sabendo que existem milhares de pessoas que descobririam que é uma montagem a quilômetros de distância.
— Não sei o que fazer. - se levantou secando as lágrimas.
— Você vai enfrenta-lo. Não pode deixar que ele tenha esse domínio sobre você. - levou a mão até a barriga dela, dando um leve empurrão para que encostasse no carro e se aproximou.
— David... - ela fechou os olhos.
— Fique tranquila, não vou te beijar. - passou as mãos pelo seu pescoço dedilhando. - Você é uma mulher maravilhosa, poderosa, linda e inteligente. - sussurrou em seu ouvido, roçando os lábios levemente. - Não deixe que alguém te dê menos do que mereça ou te cause preocupações. Você é o tipo de mulher que faria ainda mais sucesso se vazasse algo seu, mas não, além de tudo você é um mistério. - deslizou a mão até o início  do colo dos seios e apertou sua cintura com força. - Que homens estão afim de descobrir e ele a quer exclusivamente para si. - falou com a boca bem próxima a sua.