Hade's Campanella escrita por Kai


Capítulo 1
Fio vermelho.




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Depois que meu pai morreu, eu pirei. O velho era um herói para mim e para o meu irmão, mas na real era só um fraco. Não aguentaria um dia da minha vida e não seria 1/3 do homem que sou.

Ele trabalhava no exército, todo santo dia. Quando tinha folga, nos levava no karaokê. Até que era divertido! Ele era famoso no exército, tinha fama de ser o melhor sniper, tanto que ensinava os novatos a atirar com uma daquelas armas.
Só que ele trabalhava até demais. Um dia, ele simplesmente não aguentou tanto trabalho e atirou contra a própria cabeça. Escolheu morrer ao se aposentar e deixou a família para trás.

Minha mãe entrou em pânico, o homem que ela amava havia morrido e pior, sem o salário do meu pai, a renda ia cair de forma absurda e só o dinheiro que minha mãe ganhava no restaurante dela não ia ser o suficiente.
Eu? Eu pirei completamente! O cara que era meu herói, escolheu me abandonar e trouxe sofrimento para a minha mãe e para o meu irmão. Se houver outro mundo, espero que lá ele esteja sofrendo.

Quando meu pai se foi, eu não parava em casa. Eu fiz tanta merda nesse período que eu nem lembro de todas e eu só tinha 16 anos. Lembro que eu vivia indo aos bingos e bares e enchia cara de saquê e cerveja.
Foi nesse período que conheci meu melhor amigo, Dionísio. Esse cara é maluco! Ele era um neozelandês maluco que foi parar no Japão por quê o pai era um cientista que estava estudando um projeto maluco que poderia controlar os sonhos das pessoas.

Por meses eu e Dionísio botamos o terror por Tóquio, até que uma gangue nos encheu de porrada ao ponto que eu tive que ficar internado por causa das fraturas e tudo mais.

Depois de quase morrer por causa de arruaça, percebi que eu não queria perder a minha vida de um jeito estúpido igual o meu pai. Então eu comecei a ajudar a minha mãe no restaurante, enquanto meu irmão ia para a escola.
Um dia, depois de muito tempo sem vê-lo, Dionísio apareceu no restaurante e levou toda a família junto e foi nesse dia que a minha vida mudou completamente.

Desse dia em diante, todo dia, a irmã de Dionísio, Aria, ia comer no restaurante da minha mãe, não que a comida lá fosse a melhor do bairro, mas é que o restaurante era o mais próximo do hospital onde ela estava fazendo estágio e como a gente sempre se via, começamos a ficar amigos... Até que a amizade virou namoro.

Sabe quando você acha alguém que te completa, mesmo com todos os defeitos?! Eu já não conseguia mais me ver sem aquela garota. Quando ela ficava o dia todo presa trabalhando naquele hospital, eu ficava triste e quase nem conseguia ajudar minha mãe no restaurante. Quando ela chegava e apontava aqueles olhos azuis para mim, como mágica meu sorriso se abria, meu coração pulsava mais forte e eu me apaixonava mais por ela.

O nosso namoro ficou sério ao ponto de virar noivado e aí eu tive que virar homem de verdade, sair da casa da minha mãe e ir morar com a minha noiva. Nossa casa não era nada luxuosa, mas era o que conseguíamos pagar e, sendo bem sincero, ela era perfeita.

Minha noiva era médica e eu um cara que trabalhava no restaurante da mãe, tava na hora d'eu ter um emprego de verdade. O restaurante da minha mãe já estava bem das pernas, então eu pude sair de lá e me alistei no exército, porque esse era o meio mais fácil de ganhar uma boa grana. Como meu pai tinha fama lá dentro, eu consegui entrar fácil.

Com o tempo eu fui crescendo lá dentro, até ser grande o suficiente para conseguir botar Dionísio lá também. Ele se especializou em armas de fogo, coisa que nunca foi a minha praia, e eu era mais stealth. Fizemos muitas missões juntos, ajudamos muitas pessoas e salvamos muitas vidas.

Nesse tempo, a pesquisa do pai de Dionísio e Aria também avançou. A loucura de controlar sonhos já não era mais tão loucura assim. Ele vendeu o projeto para um grupo de pessoas que queriam usar essa ferramenta para acabar com traumas e esses tipos de coisas. Com isso, Dionísio e o pai se mudaram para os EUA, para poder trabalhar nesse projeto de sonhos.

Eu e Aria também nos mudamos para América, para também trabalhar nesse projeto que foi apelidado de "Nameless Heaven".


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